Na Linha Da Vida escrita por Humphrey


Capítulo 20
Cara suspeição


Notas iniciais do capítulo

Oláá *u* Esse capítulo vai colocar um clima suspense na fic, e talvez vocês me matem por isso '-' Mas, né, é a vida, haha.
Kisses 4 u



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/404982/chapter/20

– Tudo bem. Enfim, quer ir lá em casa na quinta ou sexta-feira? Comprei um jogo de video game muito maneiro, você tem que jogar comigo!

– Tá, tanto faz. Eu te ligo – respondi a ele, dando de ombros.

David arregalou os olhos ao ver algo atrás de mim, e arranjou uma desculpa, antes de sair.

– Te vejo depois, cara – se despediu ele.

Eu virei e dei de cara com Trevor, que tinha um sorriso irônico no rosto.

– Que inferno! – exclamei. – Veio me encher com aque...

– Bom, você sabe que são apenas avisos. Não sou seu amigo para te dar conselhos, mas você vai se arrepender de ter virado amigo daquela garotinha ali. – Ele se referia à Anne, sinalizando-a com a cabeça.

Cruzei os braços acima do peito e olhei para a mesma direção que ele; Anne, Jéssica e Cindy, garotas com quem se juntara há algumas semanas, conversavam a menos de dez metros dali.

– É, acho que você já me disse. Mas qual é o objetivo disso tudo? – perguntei. – Está querendo me pôr contra a Anne só porque ela te odeia, é isso?

Seu sorriso se alargou.

– Ela deve ter te contado sobre o que eu supostamente fiz a ela, no ensino fundamental. Bem, foi ao contrário.

Nesse momento, franzi o cenho. Aquele cara só podia estar brincando.

– Anne foi quem... me seduziu. Ela conta essa mesma história para os amiguinhos dela, mas, na verdade, ela é a culpada. Eu já era o cara mais disputado aqui da escola – sua voz tinha um tom convencido –, e a Anne era apaixonada por mim; ainda é, só não admite. Então, essa vadiazinha sem noção me levou...

– Ouse chamá-la assim novamente, filho d... – Meu antebraço ligeiramente prendeu seu pescoço no armário atrás dele, e o punho da minha outra mão já estava prestes a ser enterrado na cara do otário à minha frente.

Ele começou a rir, quase sussurrando; todos olhavam para mim, os olhares sedentos por briga.

– Você não vive sem briga, não é? – Deu uma última risada. – Tudo bem, tudo bem, isso é engraçado. Mas você vai se decepcionar, Cooper. Por que acha que a Anne escolheu ser sua amiga, justo você? – Calmamente, o soltei, pensativo. O rosto de Trevor parecia sincero, naquele momento. – Olha, você era o único cara da escola inteira que não se derretia por ela. Era o único que a odiava. – Ele ajeitou a camiseta amassada. – Só estou te alertando, pela última vez, que a Anne não é tão boazinha como você pensa que ela é. Aliás, como todos pensam.

E então ele saiu caminhando pelo corredor, se encontrando com os amigos e a tal namorada Natalie, enquanto eu tentava raciocinar tudo aquilo.

– Aconteceu alguma coisa? – repentinamente, Anne me perguntou, pousando uma das mãos sobre o meu ombro. Quando me virei, ela sorria como alguém incerto e nervoso.

Eu sorri de volta, ainda confuso, porém não demonstrando isso na minha expressão.

– Nada de mais.

Nas aulas seguintes, eu apenas olhava para a Anne; não conseguia me concentrar em outra coisa senão ela. Tentava esquecer de tudo o que Trevor dissera, pois sabia que era mentira. Ele sempre me odiou e estava tentando acabar com a minha vida, era óbvio. Anne podia ser tudo, menos falsa. Seu rosto tinha uma honestidade que eu jamais vira em alguém, e ela parecia ser tão sincera enquanto falava sobre a sua doença que eu, pela primeira vez, havia me comovido.

Mas tudo aquilo estava se encaixando tanto...

~~~~ ♣ ~~~~

Naquele dia, Brandon evitara falar comigo. Eu não sabia se era pelo fato de termos nos beijado há dias ou se era pelo que havia acontecido antes da primeira aula começar, mas havia algo pertubando-o, e era por minha causa. Ele e Trevor, de vez em quando, ficavam cochichando pelos cantos, e aquilo estava me deixando intrigada, pois os dois dificilmente conversavam sem uma gota de sangue de um deles ser derramada.

No fim da última aula, antes de recolhermos os livros, eu olhei rapidamente para ele, e este desviou o olhar, fingindo que não me notara; na saída, Brandon fora embora sozinho, e não com o David, como de costume – no entanto, há algumas semanas eles não iam embora juntos.

Subi rapidamente para o meu quarto ao chegar em casa, deixei a mochila ao lado da cama e liguei o notebook.

– Martin, por favor... – Ansiosa, eu mexia as pernas rapidamente.

É, ele não estava online, então mandei uma mensagem a ele:

"Preciso falar com você. É urgente."

Naquele momento, eu precisava de um conselho. Talvez um daqueles que me acalmassem e que dissessem que Brandon só estava passando por um dia difícil, nada mais. Sabia que era patético e redundante, porque ele tinha me dito que não era nada de mais, mas eu estava nervosa e angustiada só pelo fato de ele não querer falar comigo.

A empregada bateu à minha porta, dizendo que o almoço estava servido. E então, como quase sempre, a mesa era silenciosa na hora da refeição. Era difícil alguém falar, e se alguém falasse, esse alguém seria o meu tio. Raramente tia Joana abria a boca para dizer algo, muito menos eu.

– Ouvi boatos de que você e o Cooper viraram amigos – disse meu tio a mim. – Espero que sejam somente boatos.

– É, é verdade – confirmei, dando uma garfada no tomate e comendo-o.

– Aquele garoto é muito... irresponsável e inadequado para ser seu amigo, Anne.

– Me desculpe, mas quem escolhe meus amigos sou eu.

Dito isso, ele largou o garfo e a faca no prato e pousou os antebraços na mesa – cotovelos eram totalmente dispensáveis –, limpando a boca com um guardanapo.

– Foi isso mesmo o que eu ouvi? – foi uma pergunta retórica. – Eu cuido de você, compro os remédios, que, aliás, são caríssimos, te dei educação, uma ótima escola, e você me agradece desse jeito? Quer destruir as suas notas e reputação, é isso mesmo? Pois, se continuar amiga desse aí, é o que vai acontecer.

– Ele tem nome – retruquei. – Tio, nada de mau vai acontecer às minhas notas, e dane-se a minha reputação, eu só...

– "Dane-se a minha reputação"? – repetiu ele. – Eu não te criei desse jeito, Anne! Você quer que a nossa família passe vergonha? Viu, já está virando uma irresponsável por influência daquele miser...

– Parem! Estamos almoçando – disse tia Joana, intrometendo-se.

Revirei os olhos e saí da mesa, subindo as escadas para ir ao meu quarto. Bati a porta com força. Mesmo acostumada com aquela insaciável busca pela minha perfeição, eu era obrigada a ter que aturá-lo. Todavia, em seguida, tomei o remédio, que estava sobre a mesa de canto, e me sentei à janela, atravessada sobre a beira. O vento era tão refrescante como... o beijo do Brandon. Joguei a cabeça para trás e fechei os olhos, me recordando daquele momento. Eu tinha certeza de que estava sorrindo.

No entanto, parei de mergulhar nas minhas lembranças quando escutei um bip vindo do notebook:

"Eu preciso conhecer você. Literalmente."


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hmmm... O que acharam? - Me desculpem pela demora do capítulo; meus amigos vieram aqui, haha. Se tiver algum erro, me perdoem, pois o Word não tá abrindo aqui e, bem, isso é um desastre ;-; Não tô acostumada a escrever aqui, na caixa de texto do Nyah!.
Espero seus reviiiiiiiiiiiews, seus divossss