Na aula de DCAT o prof. Martins; um senhor de 1,65m de altura, com barba e cabelo grisalhos; fez duelos com os alunos. Era a primeira aula que ele ia dar, então não conhecia nenhum deles.

– Você - apontou para Rony - Qual seu nome?

– Rony Weasley.

– E o seu? - ele aponta para Luka.

– Luka Salazar.

– Vocês serão os primeiros. Andem logo, pelo menos metade da sala tem que duelar ainda hoje!

Os dois caminharam ate o centro da sala, ficando de frente um para o outro. Os outros se juntaram em volta para ver, formando um corredor de alunos. Rony e Luka se cumprimentaram, se viraram, andaram os cinco passos e já se prepararam para começar.

– Estupefaça - gritou Rony apontando a varinha para Luka.

– Protego! - Luka fala quase imediatamente depois de ouvir o nome do feitiço - Incendio! - ataca, acertando a barra do uniforme de Rony.

– A_Aquamenti - diz Rony depois de se atrapalhar um pouco logo voltando a encarar Luka com raiva - Petrificus Totalus!

– Impedimenta! - Novamente, ele defende o feitiço logo após ele ser dito - Rictusempra!

– Protego - conseguiu dizer Rony a tempo e ataca Luka - Expelliarmus.

Luka, ao contrario das outras vezes, não defende e a varinha dele vai para longe. Porem, assim que Rony lançou o feitiço, o sonserino abriu a boca para falar algo, mas não disse nada. Luka encarou Rony com um sorriso.

– Parabéns. Você ganhou.

–Como...o q..Por.. - gaguejou Rony encarando o sonserino espantado.

– Você ganhou, Rony. Parabéns - Luka se aproximou com a mão estendida, esperando que o ruivo a apertasse.

– Você...me deixou ganhar - sussurrou Rony apertando a mão de Luka - Porque? - ele perguntou serio e um pouco irritado.

– Não deixei. Eu estava nervoso com o duelo, você viu como defendia rápido? Era nervosismo. E na hora que você jogou o feitiço para me desarmar; o que poderia decidir se eu perdia ou não; eu esqueci o feitiço - Luka sorriu envergonhado.

Rony não sabia se acreditava ou não, mas não podia continuar segurando a mão de Luka. Por isso se afastou sem dizer mais nada e sem saber se ficava irritado ou contente. Luka pegou a varinha e a guardou, indo para o lado de Hermione.

– Rony, agora duele com ele - o professor falou apontando para Neville.

– O que achou do duelo? - pergunta o sonserino a Hermione.

– Porque perdeu de propósito? - ela perguntou realmente curiosa.

– Esqueci o feitiço - sorriu ele irônico.

– Você não me engana com essa desculpa - respondeu ela com um meio sorriso.

– Ele ia ficar pegando no meu pé se conversarmos - ele abaixou um pouco a cabeça, sorrindo tímido - e eu gosto muito de falar com você. Ficar perto de você... - a ultima parte quase foi um sussurro.

– Então pra isso fez ele continuar nos duelos - concluiu Hermione tentando disfarçar o leve rubor em suas bochechas encarando o chão sem se virar para Luka.

– É... Mas aposto que ele não dura muito - ele riu para disfarçar, pois também havia ficado vermelho.

– Ele pode ter sorte - comentou ela falando mais baixo - E o Harry tá lá perto tentando ajudar entre os duelos.

– Quero que ele ganhe todos os duelos.

–É provável que nem o Harry consiga isso - falou ela voltando a olhar para frente - Bem, talvez só o Harry consiga isso.

– Acho que eu conseguiria... Se duelasse de verdade.

– Não seja convencido - disse Hermione revirando os olhos - Mas porque quer que o Rony ganhe todos os duelos? Você não deveria torcer por um Grifinório.

– Não estou torcendo que ele seja o melhor. Só não quero ele no meu pé - responde ele como se fosse obvio

– É, já imaginava - respondeu ela com um meio sorriso.

Ele se espreguiça e a manga da camisa abaixa um pouco, revelando parte de uma cicatriz. Ele volta a posição normal e a cicatriz some. Ou melhor, Luka a esconde. Hermione nota, mas não sabe se deveria ou não perguntar por isso volta a olhar os duelos. Mas não demora muito e a curiosidade dela se torna maior.

– O que é essa cicatriz no seu braço? - pergunta ela sem olhar para Luka.

– Você esta vendo coisas, Granger - ele também não a encara.

– Ao menos tenha a decência de dizer que não quer responder - diz ela irritada, ainda sem olhar para ele.

Ele se aproxima da orelha dela e sussurra:

– O problema é: eu quero te contar, só não sei se posso.

– E porque não poderia? - ela pergunta tentando disfarçar o nervosismo por causa do que ele havia acabado de fazer.

Ele não se afastou. Pelo contrário, se aproximou mais.

– Você não ia confiar em mim nunca mais... E eu nem sei se confia.

Hermione engoliu em seco, mas não se afastou.

– Confio mais em você do que achei que era possível confiar em um sonserino - ela diz baixinho.

– Vou te contar, Hermione, só aguente mais um pouco. Preciso da confiança dos seus amigos.

– É provável que isso não seja assim tão fácil - ela responde um pouco desanimada.

– Só preciso que você e Harry acreditem em mim - a respiração quente dele pegava na orelha dela.

Ela se virou para ele, mas tomando o cuidado de se afastar um pouco antes, e o encarou.

– Vai ter que provar que merece nossa confiança antes do Harry acreditar em você - ela disse séria, mas ainda um pouco nervosa por ele ter estado tão perto.

Rony perdeu o duelo e foi assistir os próximos ao lado de Harry. Quando a aula acabou, os dois tentaram ir ate Hermione, mas não conseguiram passar pelos outros alunos. Assim que Luka e Hermione saíram da sala ele pega a mão dela e a puxa para um corredor com pouco movimento.

Ele a prensou contra a parede com uma das mãos na cintura de Hermione e o corpo colado no dela.

– Acho que comecei a conquistar a confiança de Harry quando te defendi do Malfoy - diz ele e sorriu - E sabe por que eu te defendi?

– Não - responde Hermione estreitando os olhos - Mas sei por que você pode acabar do outro lado do corredor se não se afastar - ela termina num tom irritado, mas com o rosto vermelho por ele estar tão perto. E só aí Luka percebe a varinha dela apontada para ele.

– Relaxa, eu não vou fazer nada - ele se afasta um passo - Só se acalme... Te defendi porque sei como você se sente ao ser chamada de sangue ruim.

– Isso ainda não justifica nada - ela respondeu mais calma e guardando a varinha - Até porque existem muitos mestiços e nascidos trouxas em Hogwart's. Se me defendeu por esse motivo poderia ter defendido qualquer outro. E, até onde eu saiba, ninguém costuma defender alunos de outras casas, principalmente sonserinos.

– Tenho um interesse especial por você - falou baixinho, mas continuou mais alto - São só casas, Hermione, não define quem sou.

– Não, não define. O que define alguém são suas ações - ela responde calma olhando Luka com curiosidade - Que tipo de "interesse especial" seria esse que você tem por mim?

– Algo forte, intenso e grande - responde colocando uma mecha de cabelo dela para trás da orelha.

– Quero saber o substantivo e não os adjetivos que você usa para descrever isso - ela diz meio irritada, mas corando um pouco pelo gesto dele.

– Pensei que você era mais esperta, Hermione - ele sorriu, corando - Eu gosto de você, Granger.

– Gosta? - pergunta ela nervosa e, por causa do nervosismo, começa a falar mais rápido - Em que sentido, porque gostar tem diversos sentidos e interpretações, então voce não pode simplesmente dizer que gosta, porque pode-se gostar de algum objeto do mesmo modo que se gosta de um amigo, ou vice-versa, e o significado contido no gostar ainda pode ser completamente diferente de uma situação para outra...

– Hermione, calma - ele riu - Gosto de você desse jeito.

Ele se aproxima, cauteloso, e abraça a cintura dela, puxando-a pra si, a beijando. De inicio foi apenas um selinho, depois ele aprofundou o beijo. Hermione tentou empurra-lo, mas os punhos cerrados dela chegam nele já sem força alguma. Ela apenas abraçou o pescoço dele. Ele se separa dela, ofegante.

– Entendeu? - pergunta.

Ela não responde, mas acena afirmativamente com a cabeça ainda tentando controlar a própria respiração.

– Gostou?

Ela cora ainda mais enquanto balança a cabeça afirmando que sim outra vez e abaixa o rosto.

Ele coloca a mão no rosto dela e o levanta, acariciando a bochecha dela com o polegar.

Assim que a aula acabou e os alunos começaram a sair Rony e Harry notaram que Hermione não estava por perto. Começaram a procurá-la e viram quando Luka Salazar a segurou pela mão e a levou por um corredor menos movimentado. Os dois amigos os seguiram, mas por causa dos imensos corredores os perderam por alguns minutos. Ao virar em um corredor quase deserto, torcendo para avistar a amiga, Rony e Harry viram ela e o sonserino muito próximos enquanto o garoto acariciava o rosto dela. Harry ficou surpreso por a amiga permitir aquilo, já Rony ficou vermelho de raiva e começou a correr na direção dos dois.

– Hey!! - gritou o Weasley com raiva - Afaste-se dela!!!

– Rony, não - disse Harry correndo atrás do amigo para segurá-lo sabendo que o que Rony pretendia era brigar com o sonserino, mas já estava muito atrás para conseguir impedir.

Luka viu o ruivo correndo na direção dele e fez uma das coisas que sabia fazer de melhor: correu. O sonserino disparou para longe, conhecida bem aqueles corredores.

– Volta aqui seu covarde estúpido!! - tentou gritar Rony, mas já não aguentava mais correr e parou para tentar recuperar o fôlego.

– Rony, para - falou Harry alcançando o amigo, também parecia ofegante, mas bem menos que Rony.

– Hey, Weasley!!! - grita alguém atrás deles e não muito longe. Era Luka.

– Ora seu... - disse Rony se erguendo - Quando eu te pegar você vai ver só uma coisa...

– Rony! Chega!! - gritou Harry entrando na frente do amigo - E você sai logo e pare de provocá-lo - continuou o Potter apontando para Luka - Depois eu me entendo com você, Salazar.

Luka assentiu com a cabeça e saiu do corredor. Depois de Luka sair Harry se vira para o amigo dizendo:

– Vem, temos que encontrar a Mione. Deixe o Salazar pra lá.

– Mas... Harry - tentou insistir o Weasley.

– Você sabe que a Hermione vai te dar uma bronca por ter corrido atrás dele, não é? -perguntou Harry.

– Ele..ele ia beijar ela, Harry.

– E quem somos nós pra dizer qualquer coisa sobre isso?

Depois de ouvir isso Rony fez uma expressão irritada, mas não responder. Os dois voltaram para onde tinham deixado Hermione e não a encontraram. Não a acharam em lugar nenhum e, por fim, foram até a Torre procurar por ela. A encontraram sentada perto de uma das janelas.

– Não acredito que você ia deixar aquele sonserino te beijar - disse Rony assim que a viu.

– Como é? - perguntou ela confusa desviando o olhar para os dois.

– Rony, não - tentou avisar Harry.

– Um sonserino! E você ia deixar ele te beijar se eu e o Harry não tivéssemos aparecido.

– E se eu quisesse que ele me beijasse? O que é que você tem haver com isso?

Ao ouvir isso Rony arregala os olhos. Nem ele nem Harry esperavam por essa resposta, apesar do Potter não ter se surpreendido tanto.

– Você não...não iria... - Rony tentou formular alguma frase, mas ela não deixou.

– Eu faço o que eu quiser, Weasley. E você não tem nada com isso - disse Hermione se levantando, passando por eles e saindo.

Rony se quer se mexeu. Harry achou que ele precisava ficar sozinho e foi atrás da amiga.

– Hermione - chamou ele quando ela entrou em um corredor mais estreito e menos movimentado e ela se virou para encará-lo.

– Não me diga que você também vai querer controlar minha vida agora, Harry.

– Não, Mione. Eu não tentaria isso - ele respondeu calmo se aproximando dela.

Os dois andaram até uma sala vazia e entraram se sentando um ao lado do outro em uma das janelas.

– Você deixaria mesmo o Salazar te beijar? - perguntou Harry curioso vendo a amiga ficar vermelha - É, parece que sim. Tenha cuidado, Hermione. Eu admito que ele realmente não é nada como o Malfoy, mas ainda assim... Só tente não...só tente não se magoar - ele terminou encarando-a preocupado.

– Não acho que ele me magoaria, Harry. Não de propósito, não se pudesse evitar - respondeu ela com o inicio de um sorriso - Mas eu agradeço sua preocupação comigo.

Ela encara o amigo por um tempo. Parecia tentar decidir se contava algo ou não. Por fim Hermione suspira e volta a encarar a janela dizendo:

– Não íamos...quando vocês chegaram nós... nós não...não íamos nos beijar - disse ela corando.

- Como assim? - Harry pergunta confuso olhando a amiga - Quer dizer que...Ah Hermione. Ele já tinha te beijado, não é?

– Já - ela diz baixinho e ouve o amigo suspirar - Harry, por favor, não conte a ninguém. Ele é diferente, se desse uma chance a ele você iria ver isso também.

– Ele tá conseguindo te conquistar, né - disse o Potter com um suspiro vendo a amiga corar outra vez - Eu não vou me meter, como você mesma já disse, quem decide o que você vai fazer ou não é você mesma - continua ele se levantando sendo acompanhado por Hermione, Harry abraça a amiga com carinho - Só não se machuque, tá bom? Não quero ter um motivo a mais para não gostar do Salazar

Depois disso ele vai embora e ela fica na sala mais um pouco. Harry encontra Rony no jantar, mas Hermione vai direto para o quarto pensar no que tinha acontecido.