POV Luan

Mano, eu piro perto daquela garota. Antes eu não me ligaria tanto a detalhes. Não suspiraria com um sorriso e muito menos pensaria na hipótese de pensar em alguma garota. Antes eu nem lembraria nomes. Suspirei me lembrando do sorriso bobo dela. Já era madrugada e eu ainda não tinha pegado no sono. Ouvi passos fora do quarto e pela fresta da porta vi um raio de luz surgir. Ela havia levantado. Eu fiz o mesmo.

–Samy?_Ela se virou.

–Oi?

–Aconteceu algo? _Ela veio até mim e me abraçou. Do nada começou a chorar. _Samanta?_Eu fiquei nervoso.Ela soluçava.

–Eu vi, Luan. _Ela me olhou e não resisti ao impulso de limpar as lágrimas que caíam.

–O que você viu? _Eu passava a mão no rosto dela. Ela desviou o olhar.

–Ele e ela. _Ela se desviou de mim e foi se sentar no sofá.

–Sabe que horas são? _ela fez que sim.

–Eu sei, Luan. Eu não consigo dormir. Tenho medo de morrer afogada em lágrimas...

–Você podia desenvolver tudo isso e deixar de ser tão dramática, não acha? _ela bateu as mãos na coxa

–Ele é um cafajeste dos infernos! Sabe, eu amei ele com toda a intensidade que achei necessária e ai... Ele... Ela... _Ela parou e levantou. _Mas, não posso dar esse gostinho pra ele. Eu sei disso. É que é difícil acreditar que minha suposta melhor amiga foi capaz de cometer tal delito contra minha pessoa... Eu seria capaz de dar minha vida pela dela.

–Samanta! _eu a adverti _Desculpa, mas não estou entendendo nada. _ela chegou até eu e me abraçou novamente.

–Você me ouvir já foi o suficiente. Obrigado. _Ela me deu um beijo no canto da boca e saiu.

Custei pra dormir depois disso.

POV Samanta

Levantei no maior astral. Talvez eu tivesse motivos para ficar deprê, mas não posso deixar de viver né? E ainda preciso me vingar do Sebas. Sei que vingança não é a melhor solução, mas esse é meu jeito. Não sei ser diferente ou agir de outro modo. Cheguei na escola e olhares se voltaram para mim. "Sei que não é as olheiras, pois, dei um jeito de tampar todas. O que será que aconteceu?" _Eu perguntei em pensamento, mas sem deixar de sorrir. Roberta vinha em minha direção.

–Oi Samy. _ "Falsidade me enoja" -pensei.

–Oi querida. Festa boa ontem não? _Joguei a indireta.

–Você que o diga_Ela disse rindo de algo que eu definitivamente não via graça.

–Eu? _ela concordou.

–Claro, pegou geral ontem. Todo mundo tá comentando. Você exagerou pra caramba! Sabe o Edu do primeiro ano? Aquele nerd loucão? _Eu balancei a cabeça, já me preparando pro pior._Pois é baby. Você ficou com ele. _Eu arregalei os olhos e fiz cara de nojo.

–Meu Deus! Cometi mais alguma outra loucura?

–Ahan.. Você ficou com o Felipe.

–Quem é Felipe? _Eu perguntei e ela riu.

–O novato da sua sala _Eu bati a mão na cabeça não acreditando naquilo. Ele não era feio, mas era esquisito. Sempre na dele. Quieto. Mas, aqueles olhos azuis... Era uma combinação perfeita com seus cabelos negros e sua pele quase transparente. Acho que se olhasse bem, atentamente, você seria capaz de ver o sangue percorrendo pelo corpo. Ele era um gato.

–Como isso? _Eu disse com um sorriso bobo.

–Pois é. _Eu olhei pra ela e fiquei séria.

–Por que ele não te assume? _Eu disse parando na porta da minha sala. O sinal já havia batido.

–Tá falando de quê? _Ela perguntou cínica.

–Eu sei de você e o do Sebas. E sei também que com você não está sendo só beijinho _Vi a cor do rosto dela desaparecer, os olhos saltarem e o queixo cair. Ela abriu a boca pra dizer algo mas a fechou novamente. Quando criou coragem para dizer eu entrei na sala e vi a educadora de corredor a empurrar para a sala dela. Fui andando até o fundo da sala. Escorreguei corpo na cadeira e encostei a cabeça na carteira.

–Oi. __Alguém disse. Eu torci pra não ter sido ele. Mas, quando olhei era. Eu fiz uma careta e ele riu _Relaxa, não estou achando que só porque você enlouqueceu ontem e me beijou, você deve ficar comigo.

–Oi também... Olha, eu.. _Tentei me explicar mas fiquei muda.

–Diz nada não. Você estava bêbada, não me aproveitei tanto da situação. _Ele riu e me olhou. _Você é linda.

–Você não é de todo mal. _Eu rebati sentindo meu rosto queimar.

–Qual foi o motivo por você ter bebido tanto? Ainda mais num dia de semana? Não pensou na ressaca? _Ele revirava a bolsa. Mesmo não me olhando eu senti que prestava total atenção.

–Nada não. Só passei dos limites. _Eu disse um pouco seca e comecei a copiar a lição.

POV Sebastian

"Nova mensagem", meu celular avisou.

Sebas, a Samy sabe sobre a gente. Precisamos conversar para ver como resolver essa questão. Você me espera na hora da saída? Ou passo na sua casa? Te amo, gato. bjus

Roberta. Ela era um pé no saco. Pelo menos era boa de cama. Eu até gostava dela, mas ela fala demais e não tenho muita paciência. Revirei os olhos e digitei uma resposta rápida.

Passa em casa, A gente conversa e mata saudade =)

A resposta veio quase que imediatamente.

*____* Ok amor.

Confesso sentir falta de algumas coisas que só Samy tinha. Éramos o casal mais admirado da escola. Era quase um ano e a felicidade era geral. Formávamos o casal perfeito e mesmo a tendo traído umas muitas vezes, eu sinto falta das sensações que ela era capaz de causar em mim. Eu sei que ainda a terei novamente.

POV Felipe

Ela me olhava de tempos em tempos. Acho que ela estava achando estar sendo super discreta. Só que nunca. Eu a olhei e sorri, ela ficou visivelmente constrangida. Quando o sinal do intervalo bateu, ela levantou rápido e saiu. Corri atrás dela.

–Decidiu ficar me seguindo agora? _Ela disse. A puxei pelo braço obrigando ela a olhar para mim.

–Olha pra mim. _Pedi pra ela.

–Não posso tá! Eu não posso fingir que seu olhar não me causa arrepios. Que estou sentindo algo estranho aqui dentro de mim. _Então ela me olhou.

–Também gostei de ficar contigo!_ Eu disse em tom sarcástico.Ela me deu um tapa no braço e riu.

–Sério. Não me lembro de nada daquela noite. _Ela disse baixo.

–E você gostaria de lembrar? _Eu perguntei erguendo o rosto dela.

–Sabe... Seria legal. _Mal esperei ela concluir e a puxei pela cintura a beijando.

POV Roberta

Saí da sala ao lado de Sebastian. Trocávamos poucas palavras. Viramos no corredor e ele parou de repente.

–Que foi?_Eu perguntei seguindo o olhar dele.

–Ah, claro! Isso _Eu disse ao ver Samanta aos beijos com Felipe.

–Puta! _Ouvi Sebas praguejar com o olhar de fúria.

–Onde você vai? _Eu disse tentando o segurar.

–Acabar com essa pouca vergonha. _E ele soltou o braço que eu segurava e foi até lá em passos longos.

[...]