POV Vanessa

Estacionei em frente ao hospital. A minha mão suava sem parar. Eu estava prestes a encontrá-lo. A ficar de frente com ele.

Cheguei na recepção e logo o vi. O que eu deveria fazer? Andar até ele como se estivesse procurando outra pessoa? Ou ir simplesmente até ele? Ou então ficar estática? O que? O que? Ele lançou um olhar na minha direção e eu me virei. Era agora. Coragem Vanessa!

POV Luan

Eu vi uma moça de longe me olhando com um ar preocupado. Pelo tempo que falei com Nessa ao telefone, ela já deveria ter chegado ali. Andei até aquela moça, que tinha subitamente se virado pem direção oposta a minha.

-Moça? _Perguntei baixo _Nessa? _Tentei outra vez. Ela se virou e me olhou. Eu de repente senti já conhecê-la, mas não me lembrei de ninguém em especial.

-Pode me chamar de Vanessa. _Ela disse estendendo a mão. _Você é o Luan?

-Sim. Prazer. _Ela apenas sorriu sem mostrar os dentes.

-Então... Onde ela está?

-No quarto. Esperando você. Ela não quer me ver. _Vi dois policiais cochicharem e apontarem pra mim.

-Você tem algo a ver com isso? _Ela perguntou desconfiada.

-Não. Nada. _Então ela me deixou sozinha e os policiais vieram até mim.

POV Renan

Saí da água e ela ainda estava lá. Me olhando como quem não quer nada, mas querendo. Decidi testá-la. Era muita proximidade, e eu me culparia pelo resto da minha existência se não chegasse nela e tentasse algo. Se eu não confrontasse de frente esse sentimento. Eu estava cansado de ter que aprisionar meu tesão por ela. Andei até ela e a vi se levantar impetuosa, sorrindo de canto. Que sorriso!

-Preciso fazer uma coisa. _Ela me olhou com cara de quem não está entendendo nada e eu a puxei pela cintura grudando o corpo dela no meu. Esperei ela dizer algo que me impedisse. Mas, ela fechou os olhos lentamente como na espera de algo. Algo que eu estava louco para dar a ela. E foi o que eu fiz. Eu colei nossos lábios. Num beijo arrebatador, e a melhor parte, foi senti-la corresponder. As nossas línguas travavam uma batalha incessante a procura de espaço, a mão dela passava pela minha costa me proporcionando séries de arrepios. Para ajudar, o vento batia contra minha pele nua e molhada. Eu sentia o calor dela. O calor dela se alastrou por mim. Então, do nada, ela me deixou e saiu correndo pro lago atirando pelo caminho sua camiseta e shorts. Eu não sabia como reagir. Será que era um convite? Eu deveria me juntar a ela? Eu preferia arriscar. Fui até lá. E depois ela sorriu pra mim e saiu. Me deixando sozinho no lago. Estupefato.

POV Maeva

Então essa era a condição para esquecê-lo? Eu morrer? Uma vez eu prometi que por amor ao Renan, eu faria qualquer coisa por ele. Daria minha vida pela dele. Eu já sabia o que fazer. Ele havia me pedido claramente. Agora era tarde demais.

Peguei uma caneta e me pus a escrever uma extensa carta. Tinha muito a confessar. E pouco tempo até que minha coragem se fosse.

Ao terminar a carta, precisava entregá-la a única pessoa que eu fui capaz de confiar... Núbia.

POV Núbia

-Você viu a Maeva hoje? _Perguntei ao ver a Bianca entrar no quarto com uma toalha enrolada nos cabelos louros.

-Vi pela manhã no refeitório.

-Ah, eu não a vi. _O que era estranho já que ela não sai do nosso quarto.

-Ela tá meio afastada da gente desde que começamos a andar com a Samy.

-Isso é verdade. A personalidade da Samanta é muito geniosa. _Concordei

-Você sabe que não é só isso. _ela disse secando os cabelos na toalha azul bebê que eu a havia dado de presente. _Ela se sente ameaçada pela Samanta.

-Ameaçada?

-Renan. Samanta. _Eu ri. Pelo que sabia da Samy ela jamais ficaria com o Renan.

-Sem chance! Eu até zuo ela, mas de boa... Eu sei que ela não ficaria com o meu irmão.

-Gennnnntee!! _Ouvi a voz da Samy abrindo a porta. _Eu cometi um pecado! _ Ela exclamou se jogando na cama.

-O que você fez? _eu e Bianca perguntamos juntas.

-Fiquei com seu irmão!! _A Bianca desligou o secador que fazia um barulho tremendo e me lançou um olhar cúmplice.

-Repete. _Bih pediu com um sorriso enorme.

-Fiquei com o Renan. _nesse momento a porta abriu e pela cara de Maeva, ela havia escutado.

A Bianca soltou um "fudeu" e Samanta levantou da cama olhando na direção do meu olhar e do da Bih.

-Maeva, eu.. _Samy tentou dizer

-Cala a boca, Samanta. Tenho nojo de você. É muita falsidade para uma única pessoa. _Maeva disse olhando-a e depois se virou para mim e estendeu a mão entregando um papel em forma de pergaminho.

-O que é isso?

-Você vai saber quando deve ler. Só não leia agora.

-Você sabe o quanto sou curiosa? _Perguntei a olhando. Ela retribuía meu olhar com olhos tristes, abatidos.

-Eu sei que você vai se controlar Núbia. Eu amo você. _e ela me abraçou. Para mim, sem mais nem menos. Um abraço longo. Ela parecia ignorar a presença de Samanta e Bianca no quarto. Só parecia pois após desgrudar de mim, abraçou a Bianca. Podia ser engano, mas vi lágrimas nos olhos dela. Olhei para Samy que olhava tudo sem entender nada. Maeva terminou o abraço e nos olhou.

-Vocês foram a melhor coisa da minha vida. Obrigado. _e depois ela saiu.

-Eu vou atrás dela. _Bianca disse. _entender que droga aconteceu aqui.

-Não Bih. Deixa ela. Logo passa. Você sabe que a Maeva sempre teve esses ataques loucos de loucura.

-Ataque louco de loucura foi foda, hein? _Samanta resmungou saindo do quarto. Ouvi ela gritar a Maeva no corredor e olhei para Bianca que já me olhava desperta.

-Vai dar merda. _comentei.

-Vamos até lá?

-Já já. Termina esse cabelo aí. _eu a lembrei rindo da cara dela ao perceber que só uma parte do cabelo estava seco.

POV Samanta

-O que você quer? _Maeva me perguntou. Os olhos exalando raiva.

-Desculpa. Eu sei que você gosta dele.

-Cala a boca, Samanta. Cala a boca tá? Você não se importa com ninguém. _ela disse segura de si.

-Você nem me conhece! Você sequer me deu uma chance. Só me julgou desde o primeiro momento. Você não faz ideia do que eu vivo!

-Você não faz ideia do que eu vivo. _ela corrigiu me apontando. _Queria ver você aguentar um dia no meu lugar sem tentar tirar a própria vida.

-Você está sendo injusta, egoísta.

-Puta que pariu, Samanta! Para meu. Você fica falando como se me conhecesse. Como se soubesse de alguma coisa. Você não sabe porra nenhuma de mim!

-Igualmente.

-Eu vivo um lixo de vida desde que nasci. Meus pais me enfurnaram aqui para se livrar de mim.

-E você acha que os meus fizeram o quê? _Rebati. Ela riu e balançou a cabeça.

-Que se foda! Já acabou? Espero que sim. _ela virou de costas para mim e começou a andar.

-Você vai acabar morrendo se continuar agindo assim!

-Morrer ás vezes é a única solução! _ela gritou sem se virar.

-Morrer nunca é a solução, Maeva! _eu respondi gritando, mas aposto que ela não me ouviu.

[...]