P.O.V Rapunzel

Graças a Deus o sinal bateu! Eu não suportava mais ficar naquele lugar, o pior é que o problema não era aonde eu estava e sim a pessoa que estava lá. Peguei minhas coisas, e sai rapidamente.

–Rapunzel espera! -Andy correu até minha direção. Antes dele chegar uma mensagem chegou no meu celular. -''Filha, eu e seu pai vamos levar sua irmã para o Hospital, ela não esta se sentindo bem, então não sabemos que hora vamos voltar pra casa tá bom? Beijos''. -Ufa, achei que não ia me esperar. Quer que eu te leve pra casa?

–Obrigada Andy, mas eu não vou para casa agora.

–Aonde você vai?

Peguei meu livro ''A Cidade das Feras'', e mostrei para ele. -Preciso terminar de ler isto antes que a biblioteca da escola ache que eu estou tentando roubá-lo'. -Vou para a praça, lá é tranquilo e sem barulhos, não quero que nada me atrapalhe. -Sorri gentilmente.

–Ah então está bem, até amanhã. -Ele disse saindo de perto de mim.

Continuei a andar, olhei para o lado e Jack piscou para mim, parecia ter discutido com aquela ''coisa'' que prefiro não dizer o nome.

Revirei os olhos, vi um carrinho de sorvete, comprei um picolé de morango, e continuei andando até chegar na praça, me sentei de baixo de uma árvore, e comecei a ler meu livro, senti meu celular vibrar várias vezes, mas o ignorei. Depois de um tempo percebi que já tinha ficado muito ali, guardei meu livro, e fui dar uma volta no parque, nisso já era umas 4 horas. Lá estava vazio, não tinha ninguém, eu gostava de silêncio, mas alguém chegou e atrapalhou ele, me virei para trás e vi umas das pessoas que eu menos queria ver agora, Jack Frost.

–O que está fazendo aqui? -Perguntei.

–Eu que pergunto, o que uma moça tão bonita como você esta fazendo em um lugar deserto como esse? Não sabe o que pode acontecer com você? É perigoso. -Ele me olhou de baixo acima maliciosamente, eu gelei, tudo aquilo que ele havia dito estava certo, mas não parece que ele disse ''tentando me alertar''... Isso me deixou um pouco nervosa.

–Eu... queria ficar um pouco sozinha, apenas isso.

–Sim, mas é perigoso. Com certeza se eu estivesse no seu lugar não estaria aqui. -Ele continuava com seu olhar malicioso.

–Mas você não está no meu.... -Ele colocou seu dedo em minha boca.

–Já intendi Rapunzel. Pode ter certeza que intendi. -Ele se aproximou.

Eu fiquei paralisada, estava com medo, mas imagina... Você esta sozinha, em um lugar que se acontecer alguma coisa ninguém vai te escutar... Ele chegou mais perto e me deixou sem saída, tinha uma árvore atrás de mim, ele colocou suas mãos nela, eu estava no meio.

–Olha desculpa pelo meu jeito tá? Eu sou assim, não sei o porque mas eu sou assim, e o lance com a Monique, relaxa, eu só estava me distraindo um pouco. -Ele abaixou a cabeça.

–Como assim?

–O que estou tentando dizer é que... -Levantou a cabeça. -Ela não chega aos seus pés.

Corei de imediato, é isso mesmo produção? Se eu estava nervosa imagine agora.

–Sabe, não tem ninguém aqui...

Levantei uma sobrancelha. -Sério mesmo que não tem ninguém?

–Sim, só tem nós dois... Ninguém sabe que estamos aqui.

Revirei os olhos.

–Sabe de uma coisa.

–O que? -Perguntei receiosa.

–Você não me mataria né?

–Depende.

Ele sorriu e olhou pro lado.

–Você é muito inocente Rapunzel.

–Jack, eu ainda não intendi o seu joguinho.

–Você esta sozinha com um garoto super gato, em um ulgar aonde não tem ninguém.

–O que esta tentando deduzir aqui?

–Estou tentando explicar que se fizermos alguma coisa aqui, ninguém vai saber, só nós dois.

Empurrei ele. -Dá licença, está ficando tarde e eu tenho que voltar pra casa.

–Não tão rápido princesa. -Ele segurou meu braço.

–Jack, por favor, eu tenho que ir embora.

–Mas ainda está cedo, e a brincadeira nem começou direito.

–Argh, Brincadeira? Você ta achando que eu sou o que hein?

–Nada, só acho três coisas nesse momento...

–Ah é? E o que?

–Acho você uma gostosa, acho que estou com um tesão imenso, e acho que você deveria me ajudar.

–Ah, faça me o favor. -Tirei meu braço de sua mão e fui andando rapidamente.

Ele me agarrou por trás, isso me deixou arrepiada, o pior de tudo isso foi que ele percebeu.

–Hum, ficou arrepiadinha é? -Ele me segurava forte, e começou a dar uns beijos no meu pescoço, meu ponto fraco.

–Jack, por favor, não!

–Não vou te machucar princesa, fica calma.

–Por favor Jack, por favor.... -Eu não estava chorando e nem gritando, eu acho que não tinha necessidade disso, e se quero ser independente, tenho que aprender a lidar com esse tipo de situação.

–Nossa, você realmente me enlouquece.

Isso me deu um frio na barriga, eu não queria fazer nada ali, e principalmente nada com ele, mas isso já estava apelando já.

–Vamos fazer assim Jack... -Tomei uma decisão, nada de mim, porém, muito idiota. -Se você me largar eu fico com você, pode ser?

Ele soltou uma gargalhada.

–Ah, dá um tempo né? Você acha mesmo que eu estou interessado apenas em beijar sua boca e pronto? Corta essa. -Ele apertou meu quadril contra ele, eu estava de costas.

–Jack, e-eu sou virgem. -Eu não acredito que contei isso, agora ferrou de vez.

–Não tem problema, isso só me faz ficar com mais vontade de ter você ainda.

Suspirei e pensei comigo mesma.... ''E agora? O que eu faço? Não tenho força o suficiente pra conseguir fujir...''

–Sabia que eu adoro esse seu perfume? Adoro essa sua calça colada?

–Jack... -Estava quase implorando.

–Calma, eu já disse, eu não vou te machucar, eu prometo. -Ele tirou uma de suas mãos do meu quadril e começou a enfiá-la dentro de minha blusa.

–Ja-Jack, é sério, por favor, para, eu não quero...-Ergui a cabeça e fechei os olhos, a mão dele era fria, isso me deixou arrepiada de novo.

–Como assim não quer? Não é isso que parece. -Ele continuou a passar a mão em minhas costas até chegar no feixo do meu sutiã.

–Jack, por favor não faz isso.

–Ué, se você não tivesse vindo aqui talvez nada disso estaria acontecendo.

–Não... Por favor... -Não consegui conter as lágrimas, e caí no chão.

Ele fez cara de surpreso, e se abaixou do meu lado.

–Eu-eu não quero fazer isso, não quero.

Ele pegou uma mecha de meu cabelo que estava em meu rosto e colocou atrás de minha orelha, pegou meu queixo e olhou para mim docilmente.

–Eu não acredito, você não é como as outras.

–Não intendi.

–Todas as garotas se jogam pra cima de mim, e nenhuma delas recusam quando quero fazer algo... Mas você, você não é como elas, é especial, diferente, isso faz de você uma pessoa linda, mais do que você já é...

Meu coração acelerou, todo o pensamento negativo que eu tinha sobre Jack sumiu em questão de segundos, me lembrei da proposta que fiz com ele.... ''Se você me largar eu fico com você, pode ser?''.

Ele e levantou e estendeu a mão pra mim, eu peguei em sua mão e ele me levantou.

–Desculpa. -Ele disse baixinho.

–Jack...

–Sim.

–É por causa da proposta?

–An?

–A que se você me largasse eu ficaria com você...

–Claro que não, eu não quero te forçar a mais nada.

Não sei o que eu estava sentindo, mas era estranho... Era como se eu quisesse abraçá-lo algo assim, agora que ele não quer eu quero? Não é isso, não é isso que estou dizendo, eu juro, afinal só tem um garoto em minha cabeça.

–Obrigada. -Então, o abracei.

–Desculpa, sério mesmo. Mas agora estou falando a verdade, está escuro, bem, escuro... Eu posso te levar para casa?

–Sim, claro.

Fomos caminhando em silêncio, não dissemos nada, até que paramos na frente de minha casa, me assustei ao ver o carro de Andy lá. Toquei a campainha. Andy atendeu a porta e me deu um abraço apertado.

–Que susto Rapunzel! Porque você não respondeu as minhas mensagens e não atendeu o telefone? Nos deixou preocupados e... -Ele parou de falar quando viu Jack atrás de mim. -O que ele está fazendo aqui.

–Ah... é que...

–Rapunzel estava voltando do parque, e já estava escuro, eu estava passando por aqui, e resolvi acompanhá-la, por conta do que pode acontecer nesses horários por aqui.

–Isso mesmo. -Concordei

Andy olhou para mim e para Jack desconfiado. -Se foi isso então tudo bem. Vamos? -Ele se virou para mim apontando para dentro da minha casa.

–Sim... Tchau Jack!

–Tchau Rapunzel!

Sorri e entrei em casa.

Minha mãe correu e me abraçou. -Minha filha, que susto você nos deu.

–Ah Rapunzel, porque não nos disse que não ia voltar pra casa? -meu pai parecia bem preocupado.

–Desculpa gente, eu me distraí. -Olhei em volta, e percebi que estava faltando uma pessoa. -Mãe, cade a...

–Está internada no hospital filha. -Antes que eu pudesse terminar de falar minha mãe disse.

–Ah... e ela está bem? -Perguntei preocupada.

–Não sabemos direito querida, espero que sim. -Meu pai disse se sentando no sofá.

–Bom já que Rapunzel está bem, e o mistério foi resolvido, tenho que voltar pra casa, antes que minha mãe fique preocupado comigo agora. -Todos riram. -Tchau Sra Corona, Sr Corona.

Andy se aproximou de mim. -Tchau Punzie. -Deu um beijo em meu rosto e cochichou em meu ouvido. -Não quero que você ande com o Frost, você não sabe do que ele é capaz. -Depois disso ele se colocou na minha frente, sorriu e foi embora.

–Quer comer alguma coia filha? -Minha mãe perguntou.

–Ah, não mãe obrigada. -Subi as escadas e me dirigi ao banheiro. Olhei para o espelho pensando em tudo que tinha acontecido, tirei a minha roupa que de fato estava com o cheiro de Jack, uma coisa que admirei, já que só conheço alguns garotos que são cheirosos... Incluindo Andy e Soluço. Joguei a roupa no cesto e liguei o chuveiro. Assim que terminei coloquei um pijama e me deitei, peguei meu celular e coloquei a música ''Spectrum'' de Florence and the Machine. Realmente, eu não irei mais andar sozinha por aí, não depois do que aconteceu hoje. Pensei novamente em tudo que Jack me disse e adormeci.