– Pelo menos fique com meu celular. –Carlos Daniel soltou a mão dela e procurou em sua carteira um cartão com o número- Aqui está, leve-o! - pediu esperançoso, enquanto lhe alcançava o pequeno pedaço de papel

Paulina olhou fixamente para aquele cartão antes de pegá-lo. Não sabia se estava fazendo o certo, mas por fim acabou aceitando-o.

– Agora preciso ir, Carlinhos e Lizete ficaram me esperando, não posso deixá-los mais tempo sozinhos. Espero sua ligação! - afirmou Carlos Daniel, dando-lhe um beijo na bochecha logo após

Aquele simples beijo na bochecha pegou Paulina de surpresa, a deixando sem reação. Ela ficou observando-o sumir entre as pessoas com Carolina no colo, enquanto ainda sentia sua pele queimar onde Carlos Daniel havia depositado seus lábios.

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Carlos Daniel foi ao encontro de seus filhos, e assim os quatro voltaram para a casa em harmonia. Logo que subia as escadas em direção ao seu quarto, ele ouviu seu celular tocar.

Tratou de atender rapidamente, e na expectativa de que fosse Paulina, nem mesmo olhou o número.

– Paulina? Que bom que mudou de ideia! - disse contente

– Quem? Aqui é o Edmundo! - afirmou a pessoa no outro lado da linha

Edmundo e Carlos Daniel eram grandes amigos desde os tempos da faculdade, mas não se viam com tanta frequência. No entanto ele sabia dos dramas de Carlos Daniel e sempre que possível o ajudava.

– Ah, oi Edmundo. - falou desanimado

– Por que essa voz de desânimo? Logo hoje que liguei para te convidar para nos divertirmos!

– Sabe que não estou para diversões ultimamente, além disso tenho três filhos para cuidar.

– Peça para sua avó cuidá-los, não seja incoveniente! Só vamos a uma balada, nada demais. - insistiu Edmundo

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Paulina voltou andando para casa, pensativa como sempre. Quando chegou, Célia estava na sala, a sua espera.

– Fiquei preocupada quando a empregada me disse que você tinha saído sozinha, onde foi? - perguntou Célia, com curiosidade

– Fui arejar um pouco a cabeça, mas acho que o efeito foi totalmente o contrário. - disse enquanto sentava-se no sofá, ao lado da amiga

– Como assim?

Paulina então contou-lhe tudo o que havia acontecido naquela tarde.

– Realmente inacreditável! - disse Célia boquiaberta, depois de ouvir tudo atentamente

– E agora o que faço? - perguntou preocupada

– A verdade é que não sei, mas proponho algo para essa noite. - respondeu sorrindo

– O que? - indagou Paulina, confusa

– Que pelo menos hoje você deixe de lado tantos problemas, e saia comigo para uma balada!

– Balada? Ficou maluca? - disse incrédula

– Ah, por favor Paulina! Hoje é sábado, você está livre, temos direito de comemorar depois de tantas complicações! Vamos nos divertir um pouco, se você não gostar, te prometo que voltamos para casa. - pediu

Paulina não tinha vontade alguma de sair, muito menos para uma boate. Mas era grata por tudo que Célia havia feito por ela em todo esse tempo, por isso se sentiu no direito de fazer um esforço e terminou por aceitar o convite da amiga.

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Já era noite. Paulina e Célia estavam terminando de se arrumar.

Célia estava usando um vestido roxo tomara que caia, um pouco acima do joelho. Combinou com uma sandália preta, maquiagem marcante e deixou os cabelos soltos.

Paulina usava um vestido preto, também um pouco acima do joelho, quase fechado na frente porém com um belo decote nas costas, juntamente com uma sandália prateada e maquiagem marcante como a da amiga. Prendeu os cabelos (que agora eram longos) em um rabo de cavalo alto, deixando a franja de lado.

– Célia, não acha um pouco exagerado esse vestido que comprou para mim? - perguntou Paulina

– Claro que não amiga, você está linda! - disse sorrindo para Paulina, que retribuiu o elogio

As duas logo pegaram suas bolsas e saíram em direção a boate.

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– Não acredito que consegui te convencer! Esse sim é o Carlos Daniel que eu conheço! - disse Edmundo, sentado em uma mesa juntamente com o amigo

– Nem eu acredito. - respondeu sério

– Vai ficar com essa cara amarrada toda a noite? Pelo menos hoje anime-se um pouco! - argumentou

Carlos Daniel nem teve tempo de responder, pois uma presença nada agradável interrompeu a conversa deles.

– Priminho, quanto tempo! - disse a pessoa se aproximando de Carlos Daniel

– Leda? Nossa, como você está mudada desde a faculdade! - exclamou Edmundo

– Pois é querido, espero que para melhor! - disse sorrindo e o cumprimentando com um abraço

– Oi Leda. - cumprimentou Carlos Daniel de onde estava sentado, já a conhecia muito bem e sabia que Leda não sairia dali tão cedo

– Posso me sentar aqui com vocês? Marquei com algumas amigas, mas parece que furaram... - mentiu Leda

– Claro! - falou Edmundo

* Agora sim que não vou me divertir. * Pensou Carlos Daniel enquanto fingia dar atenção ao que a prima dizia

Conforme as suspeitas de Carlos Daniel, Leda rapidamente grudou nele. E para piorar, Edmundo encontrou uma paquera e foi dançar com ela, deixando os dois sozinhos na mesa.

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Paulina e Célia estavam no outro lado da boate, sentadas em uma mesa e conversando.

– Que sorte você tem amiga! - disse Célia

– Por que diz isso?

– Porque olha só quantos caras convidaram você para dançar, e você recusou todos. Já eu, estou me cansando de ficar aqui sentada e até agora ninguém se aproximou.

Paulina não pôde deixar de rir do comentário de Célia, apesar de tudo estavam se divertindo juntas.

Célia acabou caindo na risada junto com a amiga, estava contente em ver Paulina alegre.

Não demorou muito, e finalmente apareceu um rapaz alto, de olhos verdes e cabelo castanho, que convidou Célia para dançar. Sem titubear, ela aceitou.

Paulina não se importou em ficar sozinha. Ela observou a pista de dança durante algum tempo, mas de repente a música parou e o DJ pegou o microfone, chamando a atenção de todos ali.

– Boa noite galera, que tal fazermos um joguinho? - perguntou animado

Todos gritaram euforicamente.

– Vejo que gostaram da ideia! Pois bem, primeiro precisamos de um casal, deixa eu ver... vocês aí, subam no palco! - disse apontando para Carlos Daniel e Leda

– Não somos um ca... - Carlos Daniel tentou dizer, mas foi impedido por Leda que o puxou para o palco sem ao menos pedir sua opinião

Assim que o DJ apontou para os dois, Paulina reconheceu-os.

– Então está namorando a prima... lembro muito bem dela naquele almoço familiar –disse baixinho para si mesma- E então por que ele me procurou? Hipócrita! – disse com os olhos marejados