Imprevistos E Surpresas Da Vida escrita por Liz


Capítulo 29
Surpresas...


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! E não me matem por estar fazendo a Paulina sofrer! KKKKKKKK



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Paulina voltou para sua cela mais pensativa do que nunca. Já era tão difícil estar ali sozinha, e agora sabendo que em seu ventre crescia uma nova vida, totalmente dependente dela, estava a deixando mais preocupada do que de costume.

*Meu Deus, e agora? O que vai ser do meu filho se eu for condenada? Devo contar para o Carlos Daniel?* Pensava em meio ao choro, nunca imaginou que a benção de ser mãe aconteceria em um momento tão conturbado e incerto de sua vida.

– Tem visita pra você! Anda logo, que não estou com paciência pra ficar chamando ninguém. - disse a carcereira, interrompendo Paulina de seus pensamentos

– Já vou. - respondeu friamente enquanto secava as lágrimas. Não pode deixar de sentir um aperto no coração ao imaginar que a visita poderia ser Carlos Daniel.

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Paulina então se dirigiu até a sala de visitas.

– Você? - perguntou surpresa, ao ver quem estava a sua espera

– Paulina, quanto tempo!

– O que faz aqui Célia?

– Vim te defender. - respondeu sorrindo

– Defender? Como assim? - disse confusa

Célia era uma grande amiga de Paulina da epóca em que morava em Cancun. As duas andavam sempre juntas e eram ótimas confidentes, porém desde que Célia tinha se mudado, tinham perdido o contato.

Elas conversaram por um bom tempo, Célia lhe contou que havia se formado em direito e que ao ver as notícias sobre a prisão de Paulina, sentiu-se na obrigação de ajudá-la, pois sabia que ela não seria capaz de matar alguém.

...

– Então, aceita? - perguntou otimista

– Mas eu não tenho como te pagar, não posso aceitar. - respondeu Paulina

– Não quero nada, meu pagamento será te ver em liberdade! Aceite Paulina! - argumentou confiante

– Se é assim, como posso me negar? – disse emocionada - Não sei como vou te agradecer por isso, preciso tanto do apoio de alguém, ainda mais agora que... - tentou dizer, mas titubeou

– Agora que...? Sinta-se a vontade, já falei que estou aqui pra te ajudar, e vou fazer o impossível pra isso. Não lembra da confiança que tínhamos? E das vezes em que me aconselhou? Quero poder retribuir todo esse carinho, por favor! - pediu Célia

– Tem razão... –respirou fundo- É que eu estou grávida.

Célia ao ouvir a notícia levantou-se e abraçou a amiga, transmitindo-lhe todo o apoio possível.

Após cessarem o abraço, Paulina contou com detalhes tudo que havia acontecido desde que chegou na capital, e pediu a ela o máximo sigilo sobre o assunto da gravidez.

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Um mês se passou, e a barriguinha de Paulina já começava a ficar visível, porém ela tentava esconder usando uniformes mais largos. Sabia que não poderia ocultar de todos por muito tempo, mas preferia fazê-lo o máximo possível.

Célia havia se tornado seu consolo, a pessoa com quem compartilhava todas as angústias, dúvidas e medos. E apesar das circunstâncias, não deixava de criar esperanças que a amiga pudesse conseguir deixá-la livre.

Desde a notícia da gravidez, Paulina deixou de se preocupar consigo mesma, colocando seu filho em primeiro lugar. Antes que qualquer outra coisa, era por ele que Paulina desejava sair daquela cadeia. Desejava recomeçar sua vida longe de todos, apenas na companhia daquele pequeno ser que crescia dentro dela.

Faltava uma semana para a audiência definitiva, onde seriam apresentadas todas as investigações e o juíz daria seu veredito sobre o caso. O medo não abandonava o coração de Paulina, mas ela tentava a todo custo acreditar em sua liberdade e rezava todos os dias para isso.

Era o dia das visitas, e ela aguardava ansiosamente a chegada de Célia, com esperanças de que a amiga lhe trouxesse alguma novidade.

– A carcereira mandou avisar que tem gente te esperando. - disse uma das presas, sem dar muita importância

Paulina logo imaginou de quem se tratava, e foi o mais rápido possível para a sala de visitas. Mas ao avistar a pessoa que a esperava, seu coração instantaneamente disparou.

Sim, era ele. Paulina mal podia acreditar no que via, sentiu vontade de deixá-lo esperando até que se cansasse, mas após uma pequena batalha interna, finalmente optou por enfrentá-lo.

Sentou-se, e de cabeça erguida quebrou o silêncio:

– Pensei que nunca mais quisesse me ver em sua frente. - disse ela secamente, tentando disfarçar o turbilhão de emoções que estava sentindo

– Paulina, eu... eu pensei muito antes de decidir vir aqui, mas vim para que possamos conversar calmamente. Admito que fui grosso e te disse coisas horríveis... - confessou pegando nas mãos dela, fazendo com que Paulina estremecesse por dentro

Sentir o toque de Carlos Daniel em suas mãos a fez desmanchar aquela pose de seriedade e frieza. Por mais que tentasse, não conseguia tratá-lo mal. Ela não sabia o rumo daquela conversa e muito menos quais seriam as intenções de Carlos Daniel, mas por impulso decidiu ser sincera e contar sobre a gravidez.

– Carlos Daniel, preciso te falar uma coisa muito importante. - disse com olhar firme nos olhos dele, tentando conter as lágrimas- Eu estou...

Foi então que ele a interrompeu.

– Arrependida? É tarde demais pra isso, tarde demais pra nós dois. Me dói dizer isso, mas é necessário. –nesse momento ele tirou a aliança de compromisso que ainda usava- Fique com isso se quiser.

Paulina nada disse, mas aquela atitude de Carlos Daniel a fez perceber que não deveria revelar a verdade. Se a vontade dele era que se separassem de vez, então assim seria. *Não posso prendê-lo a um filho, vou assumir essa responsabilidade sozinha* pensou.

Ela simplesmente levantou-se, e com lágrimas nos olhos, pegou aquela aliança e a guardou no bolso do uniforme. Ficou o fitando com olhar triste durante algum tempo, até que em total silêncio virou as costas para ele. Deu apenas alguns passos, quando sentiu seu braço puxado, chocando seu corpo de frente com o de Carlos Daniel.

Sem ao menos dar tempo para que ela pronunciasse algo, ele segurou firme a cintura de Paulina e tocou de leve os lábios da amada, iniciando assim um beijo. Intenso, longo... suas línguas dançavam ao mesmo ritmo, sentiam como se há anos não se beijassem. Aquele beijo trouxe para ambos uma mescla de sensações, emoções... não podiam negar o amor que havia ali, mas ao mesmo tempo era dolorido, sentiam medo, medo de que aquele fosse o último beijo.

No fundo acreditavam que havia uma grande possibilidade disso ser verdade, por isso mesmo quando seus pulmões imploravam por ar, eles seguiam ali, com os lábios unidos, em uma sintonia perfeita. Como se o tempo tivesse parado e nada mais existisse ali além da presença um do outro.


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Notas finais do capítulo

Será que esse beijo vai mudar algo entre eles? E será que a Paulina vai conseguir a tão esperada liberdade?

Comentem!!