-Eu ainda não entendi o motivo de você ter feito aquilo – Hinata pensou a noite toda e mesmo assim não entendeu.

Os dois conversavam no caminho da escola. Por coincidência teriam se encontrado. Mesmo havendo vários caminhos para se chegar na escola, eles se encontraram próximo a praia.

-Na verdade teve um motivo sim – Naruto falou com um tom de derrotado – eu tinha a intenção de criar um clube de música na escola e depois de terminar aquela canção eu pediria para todos se juntarem ao clube, mas não deu muito certo.

-Sim – Hinata acabou rindo sem se segurar – foi horrível.

-É tão engraçado assim a desgraça dos outros? – Naruto se fez de coitado.

-E você desistiu de criar o clube? – Hinata perguntou.

-Sim, depois daquilo ninguém vai querer se juntar a um clube meu e muito menos ser meu amigo – Naruto ficou meio para baixo – para se criar um clube é necessário ter pelo menos três membros, sem falar no orientador.

-Então só falta um – Hinata disse – nos só precisamos abordar as pessoas de forma menos exagerada, dizer que todos são idiotas não é uma boa idéia, depois nos pensamos no orientador. – ela deu uma risada.

-Ta bom aquilo foi horrível – Naruto mais uma vez ficou depressivo, mas ele parou e pensou – só precisamos de um? Mas só eu estou no clube... – Naruto parou de andar.

-É claro que eu vou querer entrar – Hinata olhou para o mar – eu passei toda a minha vida escolar isolada, pelo menos um ano eu vou viver isso ao máximo e nada melhor que um clube, eu vou lhe ajudar Naruto.

Naruto pode ver uma determinação que nunca tinha visto antes em Hinata, mesmo ela parecendo fraca, ao seu modo de ver ela poderia enfrentar tudo e todos pelo que ela queria. Era uma qualidade que poucos tinham.

-Certo – Naruto sorriu para ela – mas depois não se arrependa!

O sinal tocou e eles correram para a escola.

Antes da aula acabar. Naruto pediu para ir ao banheiro, mas acabou indo ao telhado pensar. Pensava no que teria que fazer para arranjar mais um membro para um clube que nem existia ainda e escutou o som de um baixo.

O som do baixo era firme e se destacava.

-Nossa ele toca muito – ele conseguiu ver quem estava tocando – ele é... Um daqueles delinquentes que jogaram frutas em mim.

Quem tocava o baixo era Sasuke, ele estava numa sala vazia. A escola tinha dois prédios, então daquele telhado dava para ver quem estava no outro prédio.

-Que droga, eu me apaixonei pelo som dele – Naruto socou a parede – logo agora que minha banda acabou, eu encontro um dos melhores baixistas que eu já ouvi e ele é meu inimigo, não posso fazer nada ele vai ter que se juntar ao meu clube.

Naruto correu para o outro prédio e entrou na sala que Sasuke estava. Sasuke parou de tocar e olhou com ódio para o mesmo que chegara.

-O que você quer aqui? – Sasuke serrou os punhos – o cara que você bateu ontem teve que ir para o hospital.

-Hospital? – Naruto achou estranho – eu não bati tão forte assim.

-Desgraçado! – Sasuke correu para atacar Naruto, quando parou.

-Espere, vamos combinar, vamos apostar algo, se eu vencer você entra num clube que eu vou criar – Naruto falou com seriedade.

-E se você perder, você sai dessa escola – Sasuke mostrou um sorriso de lado.

-Certo – Naruto mosto o dedão fazendo sinal de legal – mas vamos para outro lugar.

Eles foram para um lugar que tinha grama e arvores, onde os alunos costumavam almoçar. Logo depois algumas pessoas apareceram.

-Quem desistir perde – Naruto falou e Sasuke já se aproximou para atacá-lo.

Sasuke fazia uma pose de boxista, enquanto Naruto estava com a guarda baixa. Sasuke se aproximou para dar o primeiro golpe, um cruzado de direta. O movimento foi perfeito, mas Naruto conseguia defender.

Sasuke então atacou usando uma sequencia de golpes variando com o braço esquerdo e o direito.

Mas Naruto defendia todos os golpes. Foi ai que Sasuke fingiu dar um chute para dar um soco. O soco acabou pegando em Naruto.

As pessoas se juntavam para ver o que estava acontecendo.

-É só isso que você tem? – Naruto levantou – vejo que treinou alguma arte marcial, mas nunca deve ter passado dificuldades na vida, nunca viu a morte tão próxima como eu.

O loiro se aproximou com velocidade e deu um soco no abdome de Sasuke e logo depois deu um soco no queixo dele quando ele estava se abaixando por causa da dor.

Sasuke caiu no chão, mas não falou nada.

-É só desistir – Naruto deu a mão para ele levantar.

-Nunca! – Sasuke usou a mão dele para o derrubar, puxando ele para o chão.

Depois disso os dois trocaram muitos socos. As pessoas que se juntavam estavam impressionadas, parecia uma luta profissional. Mais e mais pessoas se juntavam para ver o que acontecia.

Hinata acabou chegando.

-Naruto-kun! – Hinata ficou triste ao o ver lutando.

Aquilo quebrou a concentração dele e Sasuke conseguiu dar um chute na sua cabeça. Naruto aos poucos sentiu perder a consciência, mas se segurou. Não caiu.

-Eu desisto...

-O que? Mas a luta ainda não acabou? – Naruto perguntou sem entender.

-Eu não aguento mais – Sasuke estava com as duas mãos doloridas – eu entro para a droga do seu clube.

-Mas eu ia acabar perdendo a luta se continuasse – Naruto falava enquanto limpava o sangue da sua boca.

-Eu estou exausto... – Sasuke falou caindo na grama – sabe depois que nos trocamos uns socos eu comecei a entender você.

-É você não é tão ruim – Naruto caiu também.

Os dois desmaiaram de cansaço.

Algum tempo depois. Os dois estavam na enfermaria. Naruto acabava de abrir os olhos.

-Nunca mais faça isso! – Hinata estava chorando – eu não quero perder o único amigo que eu fiz.

-Desculpa – Naruto acabou se desculpando mais uma vez – mas ele é muito bom no baixo.

-Idiota! – Hinata deu um tapa no peito dele.

-Ahhhhhhhhh! – Naruto gritou de dor – ta ficando maluca!

-Sofra sozinho – Hinata se levantou de uma cadeira que estava – vou embora, não vou deixar minha irmã com fome, já esta quase escurecendo.

Naruto acabou fechando os olhos de novo. E teve um sonho.

 A platéia delirava e pulava ao ritmo da guitarra de Naruto. O vocalista tinha o rosto borrado e Naruto não conseguia ouvir sua voz. O baixista era Sasuke. E o baterista também tinha o rosto borrado.