Uma Pestinha Em Minha Vida escrita por sylphmelodies


Capítulo 32
Um último suspiro


Notas iniciais do capítulo

Yo minna!

Confesso que não esperava que fosse achar tão difícil escrever este capítulo. Eu já tinha planejado ele desde que criei a fic, mas na hora de escrever, travei completamente!
Era pra ele ter ficado bem maior, mas o próximo ia ficar muito pequeno, então decidi colocar parte do conteúdo dele no próximo, pra dar uma equilibrada.

Este capítulo está meio tenso, mas espero que gostem (:



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Isso... Está errado.

– Se assim você acha... – mostrou-me um sorriso triste e aos poucos se afastou. – Obrigado Lucy.

O peso de um ato impensado caia completamente sobre meus ombros, fazendo com que uma sensação ruim me preenchesse e o mundo girasse mais devagar. Mesmo não tendo correspondido o beijo, a dor da desilusão estampada em seus olhos corroeu-me por dentro. Agora eu via claramente o brilho estranho de seus olhos, manchados por um desejo que até agora sofria em silêncio. Ele me amava, e este sentimento não era recíproco.

– Me desculpe Loki.

O relógio estava parado enquanto as sombras ao meu redor se alongavam naquela rua estranhamente vazia. Nunca quis iludir ninguém, muito menos um amigo tão querido como Loki. Ver a tristeza estampada em seus olhos cortou meu coração, e agora eu me sentia a pior pessoa do mundo, com algo diferente de sangue, mais ardente, correndo por minhas veias.

Tudo a minha volta se tornou apenas um borrão enquanto eu andava em direção ao que deveria ser a casa de Mavis, mas agora eu já não me importava mais. O vento cortante passava por meu corpo, me trazendo de volta à realidade aos poucos, junto ao som de uma trovoada. Olhei para cima e vi o céu se fechando completamente, com nuvens carregadas sufocando qualquer espaço azul levemente escuro que estava visível. Suspirei com pesar, havia me esquecido completamente que os jornais anunciaram um temporal para hoje. Por sorte, estava mais próxima do Kurt Café do que da casa de Mavis, e havia um guarda-chuva de reserva em meu armário. Dei meia volta e voltei para meu local de trabalho com um nó ficando cada vez mais pesado no estômago, além do mal estar pelo que acabara de acontecer, agora estava com um mau pressentimento, algo me dizia que eu não deveria voltar e seguir em frente mesmo que pegasse o temporal. Mas como sabem, tenho teimosia crônica e novamente ignorei minhas sensações.

Destranquei a lanchonete e larguei a chave em cima da mesa mais próxima, me dirigindo ao vestiário. Olhei para o guarda-chuva vermelho que estava no fundo de meu armário e suspirei, seria uma longa noite e meu psicológico não estava em seu melhor estado.

Ao voltar para o salão principal, me dirigi à mesa onde havia deixado a chave.

– Mas, o quê?! – a chave havia desaparecido.

Olhei melhor pela mesa, por cima das outras e pelo chão e nada da chave. Meu coração acelerava mais a cada segundo, e no desespero, corri para a porta. Trancada. Forcei as portas para frente, tentando abrir de qualquer jeito, mas, as mesmas continuavam imóveis, aumentando meu desespero. - Merda!

O som de passos atrás de mim me fez congelar.

– Procurando por isso, Blondie?

Olhei por cima do ombro, vendo Sting brincar com a chave entre os dedos, com um sorriso maldoso em seus lábios.

Colei minhas costas na porta de vidro, o pavor me tomando á ponto de quase me sufocar e o mau pressentimento crescendo cada vez mais. Fechei minhas mãos em punhos tentando disfarçar o tremor. Olhei para a rua com o canto do olho e o pavor apenas aumentou ao ver que estava deserta.

– Sting. – cuspi seu nome. - Me dê essa chave agora!

– Onde pensa que vai, Blondie? Cuidar daquela pestinha junto daquele esquentado idiota? - disse, enquanto rodava a chave no dedo e a guardava no bolso. – Não, hoje não. Senti saudades de ficar sozinho com você entre quatro paredes.

– Você é doente! Abre essa porta agora, Sting!

Ele riu enquanto se aproximava lentamente.

– Obrigado, querida. – então ele me encarou com um brilho diferente nos olhos, um olhar que poderia rasgar uma alma. Ele parou bem perto de mim, de modo que tive que levantar os olhos para continuar a encará-lo, o sorriso ainda brincando em seus lábios e a maneira como me encarava me dava nojo.

– Estou falando sério, me dê agora a chave!

– Você não está falando sério, no fundo você quer ficar aqui comigo. – Sorriu cheio de confiança, contornando a curva de meu pescoço seguindo para meu queixo com o dedo. Cada toque aumentava o nojo e o medo que sentia. – Você só está com medo de admitir seus sentimentos. Eu sei que em sua mente você já se rendeu a mim, eu me lembro do modo como você me olhava anos atrás, você me amava! E sei que ainda me ama, só não quer admitir.

Nunca havia ouvido palavras tão absurdas na minha vida! E isto só confirmava o quanto Sting era doente, com sua obcessão o deixando cego cada dia mais, e era disto que eu mais tinha medo.

– Errado, eu apenas tinha uma impressão errada sobre você.

Seu sorriso mudou de seguro para descrente. – Anda, confesse, sei que você sentiu algo quando te beijei naquele dia.

– Senti sim, senti nojo!

Agora seu sorriso havia sumido do seu rosto, tornando-o sombrio e vago, forcei as portas para trás numa última tentativa desesperada de sair dali, em vão.

– É inútil resistir, Blondie, nossas bincadeiras de faz de conta acabam agora.

Sting imobilizou meus braços antes que eu acertasse um tapa em seu rosto, então me prendeu em um beijo sufocante e agressivo. Mordi sua boca com o máximo de força possível e ele nos separou com agressividade com os lábios banhados em sangue e respiração ofegante. Ele me encarou com uma fúria ácida e tentei fugir, mas Sting foi mais rápido e agarrou meu pulso. Seu punho acertou meu estômago, me fazendo curvar de dor. Aproveitando minha vulnerabilidade, Sting prendeu minhas mãos em minhas costas e me lançou para cima de uma mesa, derrubando-a. Caí no chão com um impacto doloroso, meu peso caindo completamente sobre meu pulso, quebrando-o. A dor foi insuportável, mas antes que eu gritasse, Sting tapou minha boca, abafando o som.

Me puxando pelo pulso quebrado, e abafando novamente meu grito, Sting rasgou um pedaço de minha blusa e usou como mordaça. Tentei lutar contra, mas Sting era inegavelmente mais forte que eu. Satisfeito com o resultado, rasgou mais um pedaço da blusa e prendeu meus pulsos com ele.

Feito isso, ele recuou dois passos para admirar seu trabalho e deu um sorriso satisfeito. Limpou o sangue de sua boca e me dirigiu uma risada sarcástica.

– Eu disse que era inútil resistir. Você é minha agora.

Sting se aproximou rapidamente e rasgou o resto de minha blusa ao meio, deixando meu sutiã e minha barriga completamente expostos e parou para admirar. O constrangimento que senti foi imensurável, nunca ninguém havia me exposto daquela maneira tão suja e embaraçosa, e a impossibilidade de me cobrir com algo tornou minha humilhação ainda maior.

– Blondie, Blondie, Blondie, você não tem ideia do quanto eu esperei para ver isto. Você completamente entregue a mim. É uma pena ter de forçar isto, mas de uma maneira ou de outra você tem de ser minha. É o nosso destino. Você é tão linda, Blondie, tão linda... E agora, tão minha...

Seu olhar faminto sobre mim aumentava pavor e o nojo que sentia, cada toque percorrido por meu corpo me dava vontade de vomitar. Me debati numa tentativa desesperada de me soltar dele, mas recebi um tapa forte no rosto.

– Quietinha Blondie, seja uma boa menina e fique parada.

As lágrimas enchiam meus olhos e a queimação de meu rosto dando uma coloração avermelhada misturava o impacto do tapa com a vergonha. Sting começou a distribuir beijos agressivos por meu pescoço e colo e começou a apertar meus seios por baixo do sutiã com brutalidade. Tão invasivo, tão desumano, tão vergonhoso. Eu não podia fazer nada contra aquele monstro e a ideia de que ninguém estava por perto para me ajudar me fazia sentir morta por dentro. Pensei em meus amigos, meu pai, em Natsu, em Mavis e tudo o que desejei foi ver um sorriso deles. A simples imagem de um sorriso era a única coisa que mantinham minhas esperanças acesas e a força para continuar tentando me livrar dele. Novamente outro impacto contra meu rosto, desta vez por um soco.

– Você já está me irritando, fique logo quieta, vadia!

Vendo que eu continuava lutando para me soltar, Sting foi ainda mais baixo, aproveitou-se de meu ferimento na perna não completamente cicatrizado e o pressionou com força, abrindo-o. Um urro surgiu de minha garganta de maneira a arder minhas cordas vocais, mas foi abafado pela mordaça em minha boca. A dor do ferimento somada a do pulso quebrado e dos golpes recebidos agora causava espasmos e suor frio por todo meu corpo, e ignorando completamente tudo o que tinha feito a mim, Sting voltou a me tocar.

E para completar minha repulsa e medo, Sting começou a abaixar minha saia. Arregalei os olhos e as lágrimas agora se intensificaram pelo medo. Isso não pode estar acontecendo, não pode passar de um pesadelo. Um pesadelo horrível e asqueroso. Mas eu sou azarada demais pra ser apenas um pesadelo, era pior: era realidade. Então esse era meu fim? Amarrada e amordaçada com os pulsos quebrados envolta em uma poça de sangue e sendo estuprada por alguém que já nutri sentimentos algum dia?! Espero que você arda para sempre no inferno, Sting!

Eu não aguento mais. Alguém me ajude, por favor! Era tudo o que eu queria gritar, mas mesmo que não estivesse amordaçada, eu já não tinha mais forças para isso. Sinto muito Mavis, Natsu, não poderei ver vocês esta noite. Já completamente anestesiada pela dor e com os sentidos sumindo aos poucos, uma última lágrima de desespero caiu antes que eu desistisse de lutar. Uma vez minha mãe me disse que a esperança é como uma pequena chama no escuro, por menor que ela seja, nunca podemos deixar que se apague completamente, e neste momento, a minha estava praticamente extinta, e com um último suspiro, ele diminiu a ponto de ficar praticamente invisível.

Então o barulho de um baque foi ouvido. Sting paralisou e a chama da minha esperança parou de diminuir, estabilizando-se. Outro baque.

– Merda! – Sting praguejou.

Lucy!

Natsu? Esta era a voz do Natsu?

Um último baque foi ouvido, seguido de vidro sendo estilhaçado e caindo no chão.

– LUCY!!

Sting foi tirado abruptamente de cima de mim e pude ver Natsu e Gray caindo por cima dele, imobilizando-o e acertando vários socos seguidos em seu rosto. Seus punhos acertavam sua boca, lançando sua cabeça para trás, fazendo bater com força no chão.

– Gray, já ajudar a Lucy! Deixe este canalha comigo, já faz um tempo que estou querendo bater nele!

Natsu olhava ensandecido para Sting enquanto acertava uma sequência de socos por seu rosto completamente descontrolado. Gray o encarou surpreso por um segundo, mas não o questionou, provavelmente se assustou com o olhar de seu amigo, e então correu em minha direção, desamarrando rapidamente meus punhos e tirando a mordaça de minha boca.

– Lucy! Aguente firme!

Fazendo um grande esforço, desviei meu olhar para o lado e vi Erza, Levy e Juvia, todas no celular com feições aterrorizadas e aos gritos, Erza chamava a polícia, Juvia chamava uma ambulância e Levy acabara de ligar para Grandine avisando o que acontecera comigo e já estava ligando para meu pai.

Desviei o olhar novamente o olhar e vi Natsu e Sting numa luta acirrada, derrubando mesas e cadeiras por todo o lugar, destruindo completamente, mas eles não ligavam para isso. Nunca vi Natsu desta maneira, completamente fora de controle, parecia que chamas iriam sair de suas mãos. Eles rosnavam uma série de palavrões e ameaças enquanto tentavam se socar, distribuindo chutes e rolando pela lanchonete, derrubando tudo o que havia pela frente.

– Seu pulso está quebrado! Precisamos estancar o ferimento da sua perna agora! Meu deus Lucy, o que esse canalha fez com você?!

Olhei novamente para Gray, sentindo cada vez mais forte o peso de minhas pálpebras e meu corpo ficando frio e pesado. Abri um pequeno sorriso para ele, que me olhou assustado e com minhas últimas forças, sussurrei.

Obrigada. A todos vocês.

– Lucy?! Lucy! Aguente firme! LUCY!!!!

E tudo ficou escuro e já não consegui ouvir e sentir mais nada.


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Notas finais do capítulo

E é isso, o que acharam?
Ha ha, não me matem, esta parte foi bem importante pra história.
Pessoal, preciso de ideias de pegadinhas da Mavis pro penúltimo capítulo, contribuam por favor (: