Défi Nouti escrita por Malk


Capítulo 4
Fama




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Após a morte do filho do diretor da escola, Raito ficou dois dias buscando na internet e em jornais nomes e fotos de criminosos, e fez uma grande lista. No intervalo das aulas fez como da última vez, não desceu com os outros alunos, ficou na sala escrevendo no Death Note. Escreveu vinte nomes naquele momento, e ficou ansioso para chegar em casa para saber se a mídia ia noticiar a morte de algum deles.

De noite, em casa, foi logo ligar o computador e procurar pelos nomes que escreveu. Dos vinte, cinco deles foram noticiados como mortos naquele dia.

– Sucesso.

Feliz Raito?

– É claro. Mas não sei ainda dos outros que escrevi e não apareceu nada, será que escrevi seus nomes errados?

Vai saber.

– Bom, amanhã vou escrever mais nomes.

E assim foi a rotina de Raito durante vários dias. No intervalo ele escrevia vinte nomes, e de noite em casa conferia se suas mortes haviam sido noticiadas. Geralmente algumas mortes eram anunciadas e outras não.

No fim de semana Raito estava em seu quarto quando Sayu o chamou:

–Raito, vem ver uma reportagem maneira.

Ele foi até a sala, onde ela estava assistindo TV. O apresentador do jornal anunciava:

Misteriosamente vários detentos, em diferentes partes do mundo, morreram de parada cardíaca sem nenhuma explicação. As autoridades dizem que é apenas coincidência, mas a população acredita que um assassino está matando os bandidos.

– Que legal né irmaozão, será que é um serial killer?

– Não acredito que seja esse tal cereal não. Deve ser coincidência.

Yagami disfarçava mas estava muito feliz com a repercussão que seus assassinatos estavam começando a ter. Ele se levantou para voltar ao seu quarto, mas logo um comercial chamou sua atenção, e ele voltou para ver. Era a propaganda de um filme que estrearia em breve, mas o que o deixou desconcertado não foi isso: o ator principal era uma das pessoas que ele havia escrito o nome no Death Note.

– Sayu, esse cara não tinha morrido? - perguntou.

– Não, tá vivo e vai fazer par romântico com a Milene Katsuragi, ele é um gato e vou querer ver.

Raito foi para o seu quarto sem entender, encontrando Ryuuko lá.

– Não estou entendendo. Eu escrevi o nome Doutor Terror no Défi Nouti há três dias, mas agora acabei de vê-lo na televisão, e ainda se fazendo de mocinho.

Doutor Terror? Que espécie de nome é esse?

– É um médico que fazia experiências com seus pacientes, um cruel psicopata. A polícia chegou a procurá-lo mas ele fugiu para o México. Agora está de volta e parece que ninguém se importa, está com outro nome mas eu sei que é ele.

Nossa, que cara de pau.

– É provável que ele tenha usado nome falso. Mas agora é questão de honra, vou descobrir o nome do meliante e eliminá-lo da face da Terra. Vou procurar pela Misa.

– Raito pegou o telefone e ligou para a Misa.

– Alô, quem fala?

– Sou, o Raito.

– Oi amor, tô morrendo de saudade.

– Quando podemos nos encontrar?

– Vem aqui em casa, eu tô tão sozinha...

– Tudo bem. Me diga onde é.

Misa deu seu endereço, então Raito colocou o Death Note e uma foto do homem que ele queria matar na mochila e partiu. Chegando lá tocou o interfone, ela atendeu, dizendo que ele podia entrar que a porta estava aberta. Ele entrou, se deparando com a Misa usando uma camisola ultra curta e transparente, deitada no sofá.

– Oi meu amor, sentiu minha falta e veio me ver? Quer deitar um pouco comigo?

– Não temos tempo pra isso. Preciso de um nome urgente.

Raito tirou a foto e mostrou para a garota.

– Esse é o Hideki Riuga, mas por que quer matá-lo?

– Hum, então esse é o nome verdadeiro dele, eu só o conhecia como Doutor Terror.

– Ah sim, é o personagem dele no último filme.

– Pode soletrar o nome dele pra mim?

Misa soletrou, mesmo sem entender o porquê dele querer matar um ator, afinal ela havia prometido que confiaria em seu julgamento. Yagami escreveu no caderno.

– Pronto, com certeza teremos notícias de sua morte em breve.

– É verdade. E agora, pode ficar um pouco comigo?

– Agora não. Preciso ir, tenho mais nomes para escrever e também procurar mais criminosos.

Raito deu um beijo selinho nela e depois saiu.

Ela gosta de você, acho que deveria ter passado um tempo com ela.

– Ora, ela é um instrumento meu e preciso manipulá-la muito bem. Dei um beijo nela, e como eu sou irresistível, ela sempre irá me procurar e fazer o que eu quiser.

Até que você é mais esperto do que eu pensava.

– É claro que sou. Agora vou pra casa, logo teremos a notícia da morte daquele assassino dissimulado.

Raito foi para casa e ao chegar, viu sua irmã chorando.

– O que foi Sayu?

– Acabei de ler na internet que Hideki Riuga acabou de morrer de parada cardíaca. Achei que fosse mentira, mas acabei de ver na televisão que era verdade.

– Nossa, que trágico. Mas porque está triste com a morte de um psicopata?

– Psicopata? não achava que você era tão burro. Ele é um ator, ele fez o papel de um psicopata em um filme, entendeu?

– Ah sim, claro.

Raito não entendeu o que ela disse mas concordou mesmo assim, afinal, não ia discutir com um intelecto tão inferior. Logo foi para seu quarto conversar com Ryuuko.

– Vitória. Com o Défi Nouti, minha genialidade e com a Misa Amane do meu lado, logo o mundo ficará livre de toda escória e eu serei o deus desse novo mundo.

É verdade. Você acabou com o “Doutor Terror” hahaha.

– Agora tenho muito trabalho a fazer, mais criminosos para julgar. Mas antes tenho que ir ao banheiro, fique aqui, eu não fico a vontade com você me olhando.

Como quiser.

Raito saiu do quarto, deixando Ryuuko lá.

Ele matou um ator que interpretou um vilão no cinema, achando que realmente matou um criminoso. Fico feliz do caderno ter sido encontrado por alguém, vamos dizer assim, tão...interessante.

Três dias depois, Raito estava voltando para casa no fim da tarde quando viu uma aglomeração de pessoas em uma rua, atrás de um cordão de isolamento. Curioso, ele se embrenhou entre elas e conseguiu se aproximar, e parecia uma espécie de gravação, pois havia câmeras, maquiadores, diretor, toda uma equipe.

– O que está acontecendo aqui? - Raito perguntou para uma estudante que assistia.

– É a gravação de um comercial, e dizem que é com um famoso ator ocidental.

Ele continuou vendo, mas quando o ator entrou, Yagami teve certeza que o conhecia. Ele não sabia de onde, apenas sentiu um mal estar muito grande. Ficou até o fim da gravação, mas antes que o ator fosse embora, ele tirou uma foto dele com o seu celular e voltou correndo para casa.

Chegou em casa ainda com aquela estranha sensação, de forma que Ryuuko foi falar com ele.

O que aconteceu, você está estranho, quer dizer, mais do que o de costume. O que te perturbou naquela gravação?

– Não sei exatamente, só sei que conheço aquele homem que estava naquele local hoje, e sei que ele é uma pessoa má.

E tirou a foto para descobrir quem ele é?

– Exatamente. Vou procurar a Misa.

Raito telefonou para Misa e eles marcaram de se encontrar em uma sorveteria. Quando chegou lá, sua “namorada” já o esperava sentada em uma mesa com duas cadeiras.

– Oi amor, sentiu saudade?

– Senti. Mudando de assunto, conhece essa pessoa?

Yagami mostrou a foto que tirou.

– Não conheço, é algum bandido que quer eliminar?

– Não tenho certeza. Mas tenho que descobrir.

A garçonete chegou, Raito pediu um milk shake e Misa meio copo d’água sem gás. Ao fim, Yagami levantou para ir embora.

– Já vai ? Eu comprei uma coleção de lingerie nova, queria experimentar para ver se você gosta.

– Não tenho tempo, preciso descobrir uma coisa.

Raito foi embora, deixando Misa sozinha, inclusive com a conta para pagar. Ele ficou perambulando pelas ruas inquieto, de forma que Ryuuko foi falar com ele:

Não acha que isso é neurose sua? Ainda tem muitos criminosos para matar,não pare o seu serviço por conta disso.

– Eu sei disso, mas tenho a sensação de que preciso acabar com este.

Você lembra do rosto desse homem mas não sabe de onde. Será que é algum “criminoso” que viu quando você era criança?

– Verdade Ryukko, não tinha pensado nisso. Vou perguntar para a Sayu.

Rayto foi para casa, mas Sayu não estava. Esperou por ela até de noite, quando ela chegou em casa e foi para o quarto.

– Toc toc...posso entrar irmazinha?

– Entra.

– Oi, desculpe por aquele dia, eu deveria saber que aquele cara não era um psicopata de verdade.

– Tudo bem, deixa quieto.

– Mudando de assunto, eu vi um cara na rua hoje e acho que é alguém que eu vi na televisão quando eu era criança, tirei uma foto, vê se você conhece.

– Sayu olhou e respondeu:

– Não conheço, mas se era alguém que você viu quando era criança, eu ainda não era nascida ou então era bebê. Porque não pergunta pra mãe?

– Como assim você não era nascida? Quantos anos você tem?

– Doze.

Rayto pegou a calculadora do seu celular e começou a fazer vários cálculos.

– Quer dizer, se eu tinha sete anos, você tinha...

Meia hora depois, Sayu perdeu a paciência e respondeu para ele.

– Tinha dois, é só diminuir.

– É verdade. Não estou mais acostumado com cálculos simples. Realmente você não tem como lembrar dele.

Rayto foi procurar sua mãe, que estava na cozinha preparando o jantar.

– Mãe, você conhece essa pessoa?

– Suchyko olhou para a foto e respondeu.

– Ah sim, é o ator que fazia um senhor de escravos numa novela que eu via quando você era pequeno, a Sayu era de colo ainda nessa época. Onde você viu ele?

– Na rua mais cedo. Lembra o nome dele?

– Hum, era Leôncio eu acho.

– Obrigado mãe.

Raito correu para o quarto, pegou o seu Death Note e escreveu Leôncio.

Animado? Sabe por que você está matando aquele humano?

– Claro que sei, agora que minha mãe falou lembrei de tudo. Quando eu era criança, vi várias vezes na televisão sobre um país onde ainda existe escravidão, e esse Leôncio era dono de escravos e sempre os castigava e torturava. Não sei o que ele veio fazer no Japão, mas ele vai morrer agora.

Ele terminou de falar com Ryuuko e foi dormir. Continuou sua vida normalmente, indo para a escola e julgando bandidos, mas três dias depois de ter escrito o “nome” do Leôncio no Death Note, Raito estava na sala com sua família vendo TV, quando viu o comercial de uma moto, e o ator principal da propaganda era justamente aquele que ele achava que tinha matado.

Hi hi hi...você não tinha matado ele Raito?

Raito ignorou a provocação de Ryuuko, preferiu prestar atenção no que sua mãe dizia.

– Nossa, você me perguntou por esse ator essa semana e agora ele apareceu num comercial gravado aqui no Japão, que coincidência né?

– É. Mas você não disse que o nome dele era Leôncio?

– Ah, sei lá, era o nome do personagem, mas faz tanto tempo que nem me lembro.

O rapaz correu para o seu quarto, deixando seus familiares na sala sem entender o porquê. Ele pegou seu telefone e ligou para a Misa.

– Oi amor.

– Preciso que descubra agora o nome daquele homem maligno que te mostrei na última vez que nos encontramos.

– Mas Raito, eu não sei quem ele é.

– Vou te dar a dica, ele fez o último comercial da Zusuki, você deve conseguir o nome dele.

– Tá bom, vou fazer de tudo pra conseguir. Beijos, te amo!

Misa desligou o telefone, e horas depois, ligou novamente para o seu amado.

– Fiz uma pesquisa na internet, não consegui descobrir o nome dele, mas sei que ele vai embora do Japão amanhã, vai pegar o voo das dez horas no aeroporto de Tókyo.

– Ótimo. Quero que vá comigo ao aeroporto amanhã.

– Que bom, adoro ir ao aeroporto. Nos vemos amanhã então.

Raito desligou o telefone, sorrindo maliciosamente.

Ele vai embora amanhã, quando ele sair do Japão vai ficar mais difícil de você descobrir o nome dele.

– Fique tranquilo, tenho um plano infalível para acabar com ele de uma vez por todas.

No da seguinte, Raito e Misa se encontraram no aeroporto. Ficaram procurando sem rumo pelo tal “senhor de escravos”, mas eles não sabiam sequer para que país ele embarcaria. Mas enquanto perambulavam, conseguiram ver sua pretensa vítima em uma fila, aparentemente dando um autógrafo para um rapaz de uns vinte e poucos anos, alto, magro e de cabelos negros e razoavelmente longos. Depois de pegar o caderno com o autógrafo, o rapaz leu o que estava escrito com um olhar irado, em seguida sorriu e deu um bombom para o ator.

– Espere, quero um autógrafo também – gritou Misa para o ator.

O homem parou e sorriu para a garota.

– Sim linda garota, qual é o seu nome?

– Misa Amane, e o seu?

– Achei que soubesse o meu nome, mas já que é assim, pode me chamar de meu amor.

O ator escreveu “Para Misa Amane com amor, José da Silva”.

Misa agradeceu e saiu.

– Viu Raito, consegui o nome dele – ela entregou o autógrafo para ele.

– Muito bom, ouvi tudo o que disseram, agora me espere que eu já volto.

Yagami correu para o banheiro e escreveu no Death Note “Meu amor”. Ryuuko, que o acompanhava em silêncio, se acabou de tanto rir. Raito saiu do banheiro e foi ao encontro de Misa.

– Pronto Misa, já escrevi o nome dele, logo estará morto.

– Que ótimo. Vamos ver os aviões decolando?

Raito concordou, mas antes de irem, puderam ver uma correria no aeroporto, e em pouco tempo, uma equipe médica indo ao portão no qual “Meu Amor”, também conhecido como José da Silva, embarcaria.

– Mais um criminoso cruel foi eliminado – disse Raito.

O casal de namorados resolveu ir para casa. Ainda naquele dia foi noticiada a morte do ator brasileiro antes de pegar o voo de volta para o seu país, embora a causa da morte ainda não tinha sido descoberta.

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Em alguma casa no Japão, aquele sujeito que pediu o autógrafo no aeroporto falava sozinho:

“ Eu gosto muito de novelas desde pequeno, e sempre fui fã do José da Silva. Quando soube que ele estava no Japão, dei um jeito de pegar o seu autógrafo, mas quando eu disse o meu nome Mikami, ele riu de mim e escreveu no autógrafo Mi Come. Quando eu era mais novo, meus colegas de escola sempre me chamavam de Mi Come, eu não entendia porque, mas me achava irresistível por causa disso. Um dia a garota mais bonita da escola me chamou de Mi Come, achei que era um convite então fui pra dentro, mas quando encostei nela, ela começou a gritar e depois disso fiquei dois longos anos preso. Depois disso, entendi que todos estavam me zoando, então prometi acabar com qualquer um que me chamasse assim. Quando li aquele autógrafo hoje, dei um bombom envenenado e matei aquele desgraçado.”


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Notas finais do capítulo

Bom, incluí o Mi Come, quero dizer, Mikame na história. Na próxima o L vai entrar. Até a próxima e não deixem de comentar.



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