Inexplicável escrita por Pear Phone


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Obrigada por todos os reviews, vejo que estou agradando vocês com o meu drama u.u Quero mais gente.



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Já era noite, e fazia muito frio. Carly estava nas ruas, ainda não havia chegado em sua casa ou encontrado-se com sua filha novamente. Ainda lhe restava algum tempo para descontrair-se em suas cogitações, em meio a ventania descontrolada à luz da lua. E assim caminhara, tentando manter-se despreocupada, o que fora uma tarefa difícil.

Olhou para os céus tão tenebrosos e recobertos por neblina, a noite estava apenas em seu início. Luzes das estrelas irradiando-se por toda a imensidão, porém cobertas por aquelas nuvens que impediam a visão clara de sua superfície brilhante. E talvez uma de tais estrelas abrigasse o segredo que a morena tanto procurava, alguma delas deveria de esconder um de seus objetivos, além da felicidade. O mistério era como conquistá-los e vivê-los desde então. Uma grande força negativa a fazia cometer erros e desistir, o que devia-se às mágoas do passado, que não haviam lhe deixado há tanto tempo. Lembranças que jamais seriam propositais, mas que traziam momentos que nunca voltariam outra vez.

Com um toque de realidade, abriu os olhos e voltou a observar as localidades que atravessava, até que aproximava-se de uma esquina sem iluminação alguma e talvez um tanto sombria em sua opinião. Espantou tais devaneios e ponderou por seguir seu caminho normalmente.

Tudo parecia-lhe tranquilo e calmo, não se encontrava em perigo e não previa nada que a pudesse ameaçar... até que sentira alguém tocar seus dedos e por fim suas mãos, a segurando firmemente pelas costas, introduzindo movimentos súbitos sobre as mesmas e a arrastando para mais perto. Fechou os olhos, premeditando algo muito ruim, preferindo apenas acreditar que nada estava acontecendo consigo. Decidira virar-se para contemplar quem a tocava e abrira os olhos vagarosamente. Uma voz masculina a solicitava.

Até que, ao abrir seus olhos, um sorriso espontâneo lhe recebe a encarando positivamente, e um suspiro expressa seu alívio.

— Surpresa de me ver, Carls?

— Ha-harold...? Realmente não esperava encontrar alguém como você por aqui.

— Qual o problema de um passeio ao fim de tarde pela cidade? Não são todos os homens que precisam de tempo para refletir sobre as situações vividas em suas rotinas, mas... Eu sou um homem diferente. E eu não queria lhe assustar.

— Me assustar? Imagina! De onde imaginou isso? Não me assustei em nenhum momento, é que não nos encontramos com frequência...

— Sua respiração pesada e um suspiro incrivelmente sexy me dão razão total, minha querida. Acalme-se, não sou um sequestrador ou estuprador.

— Seja o que for... — As bochechas de Carly avermelharam-se - sei que ainda pode abusar de mim, como fez antes.

— Carly! Pensava que já tinha idade suficiente para entender que nós dois estávamos à favor do que aconteceu... — afirmou óbvio.

— Não estava à favor, estava bêbada. E você também...

— Mais uma coisa que prova que não me aproveitei de você. E se em algum momento lhe fiz se sentir mal ou invadida, me desculpe.

— Ótimo. Preciso ir e não foi bom rever você novamente, Harold.

Ele a puxou fazendo-lhe recuar, mas não de maneira bruta.

— Eu quero saber de onde você veio, quero conversar com você. Tenho certeza de que não se esqueceu da noite que passamos em meu restaurante, assim como eu. Podemos fazer isso acontecer, recomeçar tudo nesta noite.

— E-eu não posso.

— Por quê? Não há nada que nos proíba.

— Sim, na verdade, há coisas demais.

— Não acredito que seja verdade.

Um silêncio se instalou entre eles, até que ele quebrara-o novamente.

— Podemos ser muito Carly, pense que nós... — ela o interrompeu:

— Sou viúva, e acabei de perder meu marido e meu filho. Morei durante oito anos em New Jersey, e de repente volto à minha antiga cidade com minha única filha, apenas herdando um dinheiro que não é capaz de substituir nada. Em certa noite, descubro que fiz sexo com um homem que nunca vi em toda a minha vida, ainda magoada por uma perda tão grande e me culpando, como se o traísse mesmo que ele não estivesse aqui. Só me responda se isso já não basta para que compreenda! É impossível começar uma relação agora, de tal forma, e a culpa não é minha. Eu só tenho sentimentos.

— Carly e-eu... não sabia, juro que não sabia. Mas confie em mim, eu posso lhe fazer a mulher mais feliz desse mundo outra vez...

— Eu ainda sinto ele ao meu lado, ainda ouço sua voz me desejar uma boa noite, eu ainda consigo tocar os seus lábios e abraçá-lo com a intensidade que ele me abraçava. Eu sinto muita falta de vê-lo ao lado esquerdo da cama e de olhar em seus olhos.

— Você o amava?

— Mais do que já amei qualquer coisa ou pessoa. E eu não sei se algo será capaz de substituir a sensação de tocá-lo. — Seus olhos incharam-se, e logo aguaram-se por completo.

— Eu não sei se posso ser tudo o que ele era, mas posso ser um ombro para que você chore e uma companhia fiel sempre que precisar. Poucas horas já me fizeram entender o quanto é especial para mim, e eu quero me tornar especial à você.

Ele a direcionou um olhar confortante e lhe abraçou, sentindo suas lágrimas quentes e doces penetrarem em seus ombros de forma tão leve. Nada poderia resumir o imenso desejo de encontrar seus lábios por mais uma vez, secando-lhe as lágrimas de aflição que rolavam sobre sua face e a fazendo esquecer de tudo que já pôde lhe magoar um dia.

[...]

Já faziam alguns dias que eu e ela não nos falávamos como antes, mas hoje havia lhe preparado uma surpresa incrível.

A manhã já houvera nascido nebulosa. Por sua vez, Freddie já visitava a loira em seu quarto, que há algum tempo atrás seria o mesmo que o seu. Era cedo, mas se surpreendeu por já lhe encontrar com seus lindos olhos azuis abertos encarando a parede e o restante que envolvia a estrutura do cômodo, parecendo tão atenta.

— Senhora Samantha?

— Entre.

— Sou eu.

— Freddie, o que está fazendo aqui?

Ela revirou os olhos ao vê-lo.

— Eu sei que não me quer por perto, mas lembre-se do nosso acordo. Ainda me restam oito meses.

— Aceite o fato de que não somos mais um casal, apenas dividimos a casa. Eu mereço a minha privacidade e você merece a su... — ele a pegou no colo antes de terminar sua frase - o que você pensa estar fazendo?

— Te levando para um lugar.

— Pra onde?

— Logo verá.

— Me larga.

— Eu não vou largar.

— Me larga agora.

— Não.

— É uma ordem.

— Já disse que não.

— Freddie!

— Eu sei que você está gostando.

— Não estou.

— Jura?

— Sim.

— Devo lhe soltar?

— Agora!

— Não vou, eu sou mais forte que você.

— Quem disse, minha sogra? Ex sogra... por Deus!

— Não interessa.

— Me põe no chão.

— Estamos quase chegando, o problema é que essa casa é grande demais.

— Argh!

— Eu não vou soltar você.

— Onde vamos?

— Não vou dizer.

— Estamos parecendo crianças!

— Nunca deixou de ser uma.

— Claro, sou eu mesma que pego meu ex-marido no colo e saio andando com ele por uma mansão inteira.

— Lembre-se que enquanto eu não assinar o divórcio, você continua sendo minha.

[...]


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Notas finais do capítulo

Coloquei uma terminação mais Sam e Freddie nesse cap, tirei um pouco eles da formalidade e busquei alguma coisa mais natural hehe. Mas não se enganem, o drama continua sendo o foco.O que acharam de Carly e Harold? Comentem meu povo!