A História do Pingente:

Quando eu completei dezesseis anos nós fizemos uma festinha para a familia e os amigos mais próximos - no caso os amigos dos meus pais, pois eu não tinha... Exceto Pamela, ela era minha amiga nessa epoca. Bem, depois falamos dela.

Então, na festinha nós colocamos música e teve um bolo de chocolate. Os amigos da familia ajudaram a comprar o bolo e meus pais me deram o colar de presente, eles gastaram muito dinheiro com ele mas quiseram dar algo para mim.

Eu falei que não precisava daquilo, que eles já fazem muita coisa por mim. Mas eles me deram mesmo assim e disseram que quando eu começasse a trabalhar a nossa situação financeira iria melhorar e que eu merecia muito mais do que aquele simples colar.

Simples?

Bem, depois de eles terem gastado ouvi algumas vezes eles falando das contas que tinham que pagar, mas eles nunca deixavam eu ou meus irmãos escutarem nada sobre este assunto.

A História de Pamela

Não gosto de ficar ocupando vocês com essas histórias, mas eu vou falar da Pamela rapidinho para o caso de algum dia eu acabar falando sobre ela, assim vocês já sabem quem é e o que ela me fez passar.

Pamela era minha amiga desde a quarta série, mas no segundo ano aquela vadia me fez passar por algo terrivel.

Eu gostava de um garoto, ou melhor, eu apenas o achava bonito mas ela foi lá e falou para TODOS do terceiro ano que eu GOSTAVA dele. E gente, no terceiro ano só tinha gato, vamos combinar. Todos os garotos começaram a encher o saco, e eu não era lá essas coisas, eles ficavam dizendo coisas como 'hmmm, a Rafaela ta de olho, ein?'' quando ele olhava para alguma menina. E não era só isso, era todos os dias a mesma coisa, a mesma folgação. Eu ainda não entendo o por que daquela vadia ter feito isso, ela sabia que eu era tímida, aquilo foi horrível para mim.... Mas me ajudou a crescer, eu ficava mais forte depois de cada zoação, e então eu decidi conversar com o garoto. Expliquei tudo para ele, deixei tudo bem claro: Eu não gostava dele, foi coisa da piranha da minha amiga, que agora era ex amiga, que eu não tinha a menor ideia que um dia ela faria isso comigo e depois de tudo o que eu falei o garoto me agarrou!

Um dia depois, Pamela foi falar comigo, ela disse que não tinha a intensão de causar todo esse tumulto e que ela só queria que eu começasse a ter uma vida amorosa. Nessa mesma noite ela resolveu dar uma festinha na casa dela, sem os pais, e eu fui. O pessoal lá estava bebendo e dançando... Não me pergunte de onde eles tiraram as bebidas, por que eu não sei. E eu nunca havia colocado uma gota de alcoll na boca e nunca iria por, então eu fiquei sentada no sofá olhando todo mundo se pegar. Aquilo estava ficando chato, e então o garoto - William - sentou do meu lado, ele começou a falar da festa e quando eu vi ele estava proximo, muito proximo de mim. E ele estava fedendo a alcool.

Ele me agarrou e tentou me beijar -na boca- , mas eu não deixei, ele então começou a beijar meu pescoço. Ele estava completamente alterado e eu não conseguia tirar ele de cima de mim. E então vi que tinha gente em volta.

Aquilo me deixou tão brava que eu consegui tirar força lá do fundo da minha alma e consegui tirar aquele garoto nojento de cima de mim.

No dia seguinte o pessoal estava comentando sobre a festa, o que era meio estranho pois todos estavam bebados.

Descobri novamente que foi armação da Pamela. Nós brigamos feios aquele dia, quase saímos no tapa mas eu não iria descer tanto de nivel.

William veio pedir desculpas para mim, disse que ele estava completamente alterado por causa da bebida. Eu não dei muito assunto para ele...

Mas agora, me lembrando sobre essa semana horrivel, eu me lembrei que vi um garoto, o único que não estava me zuando, o único que me defendia quando alguém falava de mim.

Como eu pude esquecer ele?

Era Leonardo.

Perdi totalmente o fôlego, eu estava passando mal. Era... Era ele?!

Ai. Meu. Deus.

 Levantei-me da cama e fui até a janela para tentar tomar ar.

Não adiantou.

Sai correndo do quarto, desci as escadas correndo, de pé descalço, eu estava perdendo  o meu ar. Eu tinha que sair daquele lugar, eu tinha que falar com Leonardo. Eu tinha que dizer que eu me lembro dele, que sei tudo o que ele fez por mim mesmo não nos falando. Eu...

Eu fui barrada por dois homens de terno preto, fortes, que me impediam de atravessar a porta para a parte de tras do castelo.

-Me soltem! -Gritei.

-Você não pode sair do castelo, senhorita. -Disse um dos brutamontes.

-Eu. Preciso. De. Ar. -Falei pausadamente, tentando manter meus pulmões funcionando.

-Você tem que voltar para o seu quarto. -Disse o outro. Ambos tinham uma voz forte.

-Não! -Gritei. -Me deixem. Tomar. Ar - Falei com a respiração entre-cortada.

-Deixem ela. -Falou uma voz masculina e forte.

Se eu não estivesse tão fraca eu teria olhado para traz.

Os dois homens que me seguravam me largaram e eu quase cai no chão. Mas forcei meus pés a correrem até certo ponto do jardim.

E então eu cai. Cai no chão e então juntei meus joelhos até meu peito e encostei a minha cabeça neles enquanto os abraçava. E chorei.

Chorei e Chorei até sentir a presença de alguém ao meu lado.

Parei de chorar e tentei respirar.

Não levantei muito minha cabeça e não pude ver quem era.

-Me deixa sozinha. -Pedi com a voz entre-cortada.

-Não vou deixar você sozinha aqui. -Ele disse e eu me virei para ele.

Era o principe Andrew.

Fiquei encarando-o até que ele sorriu e disse:

-Não precisa me encarar desse jeito.

-Não importa. Quero ficar sozinha. -Falei recompondo-me.

Por que o sorriso dele tinha que ser tão bonito e ironico?

-Não vou deixar você sozinha aqui, ninguém poderia estar aqui. -Ele diz.