A Lenda de Espírito Protetor escrita por ladyroll


Capítulo 1
Capítulo 1




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Canadá, 18 anos antes da primeira mudança. A neve acabara de cair e ainda estava bem fofa.

Minha mãe acabara de me dar a luz e me deixou sobre um ninho improvisado com peles de animais. Águia caçadora sorriu ao me ver e se curvou, assim como seu companheiro Uktena cujo nome era Macaco assustado, perante minha mãe, que ao vê-los sorriu e disse-lhes, antes de partir:

-Avisem a Vento que Ruge que sua filha nasceu e que ela carregará a minha aparência mas herdará sua força, meus amigos.

Ela me olhou por uma última vez antes de retornar ao céu, imponente em sua face prateada, a Lua guerreira, a lua ahroun, a mesma lua de meu pai.

Vento que Ruge era um grande Ahroun Wendigo. Ele era companheiro de matilha de Águia Caçadora, wendigo como ele e de Macaco Assustado, esses eram dois grandes theurges. Juntos eles acabaram com muitas ameaças da Wyrm, mas a maior delas faria meu pai tombar na noite em que fui concebida.

Meu pai já havia lutado várias vezes em honra a Luna, mas num certo dia ela apareceu para ele, soberana, imponente, mas ao mesmo tempo terna e dôce. Ele se apaixonou e disse aos seus companheiros que a veria pessoalmente, que acabaria com uma das crias da Wyrm sozinho, para poder oferecer em honra à ela. Os dois theurges riram de sua presunção, então ele fez uma aposta com os dois. Ele não sabia conjurar os espíritos, então, se voltasse com o quinhão sem a ajuda de nenhum outro garou, eles invocariam o avatar de Luna para ele.

Certos de que ele não conseguiria, os theurges consentiram, mas se assustaram ao ver que o companheiro partira sozinho na direção da floresta.

-Volte, eles gritaram. Mas ele não escutou.

O ahroun era impetuoso e tinha mais glória do que sabedoria.
Eles se preocuparam, mas logo viram que alí estava um guerreiro honrado e corajoso e que, se ele voltasse vivo, fariam o ritual de invocação. ele seria merecedor.

A coruja - o tótem da matilha - foi invocado por Águia Caçadora, que pediu:

-Grande coruja, seja nossos olhos e nos diga o que está acontecendo a Vento que Ruge.

Mas ela recusou-se a ir, dizendo:
-Não irei interferir, pois o ahroun deu sua palavra a nós e devemos dar a nossa a ele.

As palavras de sabedoria da coruja eram difíceis de interpretar. Mas os theurges logo compreenderam-nas. Poderiam perder o melhor ahroun, seu amigo, naquela noite, porém, a coruja estava certa e eles aguardaram próximos da fogueira, pois o que estava em jogo naquela noite, masi do que uma aposta entre amigos, mais do que a sabedoria que eles tinham, era a honra das palavras ditas naquele local sagrado de Gaia.


Vento que Ruge procurou pelos arredores. O vento frio da noite soprava em seus pelos. Ele procurou rastros na neve. Ele procurou rastros na umbra. Nenhum espírito se aproximou dele naquelas horas.

Ele finalmente encontrou uma cria da Wyrm que rondava o caern.

Ele lutou bravamente contra ela e a matou sozinho, sem ajuda de nada mais que suas próprias garras e presas, arrastando a cabeça da criatura até o caern.

Todos olharam de olhos arregalados para o grande guerreiro que levava consigo nada menos do que a cabeça de um rastejante nexus que vinha aterrorizando as redondezas do caern já a muitos dias e que nenhum garou havia chegado perto o bastante para tentar qualquer coisa.

Na verdade nenhuma matilha havia conseguido se aproximar daquela criatura, pois ele podia transformar as árvores, arbustos e grama ao seu redor em prata, que cortava como gilete a carne dos garous que ousassem se aproximar dele.

-Como venceu tal criatura, Vento que Ruge? Diga-nos.

Vento que Ruge sorriu. As pernas e braços continham cicatrizes menores, em seu peito também se espalhavam cortes um pouco mais profundos.

Ele soltou a cabeça da criatura e limpou os cortes na neve enquanto sorria de satisfação dizendo:

-A prata só nos dá dano quando assumimos a forma de batalha. Deviam saber disso, theurges!

-Matou-o na forma hominídea? Perguntavam-se os outros.

-Façam o ritual. Ele respondeu encerrando o assunto enquanto voltava seus olhos para Luna.

Os theurges - seus amigos - consentiram e começaram a preparar o ritual ao redor da fogueira, enquanto ele se preparava em sua cabana, limpando-se e fazendo as pinturas rituais silenciosamente. Logo ele se juntou novamente aos seus amigos que invocavam a grande Sokta.

Feito isso, um raio prateado desceu na direção de um rio próximo e ele não permitiu que ninguém o seguisse até lá.

Eles compreenderam e voltaram para junto da fogueira.


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