O Nascimento Da Filosofia escrita por Thiago Olivieri Dantés


Capítulo 1
Capítulo 1




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Era noite em Atenas, em um vilarejo daquela cidade estava mais agitada do que de costume. Hérmes, o mensageiro dos deuses, ficou a observar de longe durante breve tempo e voou para o Monte Olimpo com seus sapatos alados. Assim que chegou, o deus avistou Apolo, o deus da divina distância, e seu pai Zeus, o deus dos deuses. Ao avistá-los, entrou gritando bem alto e em bom tom:
- Os atenienses enlouqueceram, os atenienses enlouqueceram!
Zeus olhou assustado para ele e pediu que se explicasse. Após a explicação de Hérmes, O deus supremo mandou que seu filho Apolo fosse pessoalmente saber do que se tratava. Então desceu Apolo do Olimpo para o vilarejo, e se pôs a observar de longe como seu antecessor. Como não conseguiu dali saber exatamente o que se sucedia, reduziu sua enorme estatura ao tamanho de um homem mortal, e entrou em uma taberna do vilarejo. Logo na entrada, observou, que as pessoas alí presentes estavam mais animadas do que de costume. Apolo maravilhou-se com tamanha bohêmia, e resolveu ficar por alí mesmo. Puxou uma cadeira próxima a uma mesa, chamou um garçom, e antes de fazer seu pedido perguntou ao pobre serviçal:
- O que comemoram nossos conterrâneos?
Eis que o serviçal disse:
- Comemoram uma grande descoberta.
- Ah, sim... e qual seria?
- Descobriram que somos todos sábios. Sorriu o serviçal.
Apolo intrigou-se, levantou de sua mesa com um brusco movimento e disse:
- Todos sábios? Mas que absurdo. Como chegaram a tal conclusão?
- Acaso é preciso tanto para saber isto?
Foi do garçom a ultima palavra, pois Apolo creu que estava na presença de um insano e deduziu que não seria bom dar muita corda.
O deus avistou um grupo de homens que aparentavam ainda sóbrios, e se aproximou do grupo. Na tentativa de se enturmar, Apolo aproximou-se do grupo já dizendo com um sorriso nos lábios:
- Que se apresente dos homens aqui presente o mais sábio!
Olharam todos para ele, depois um para o outro, fizeram um silencio de segundos e explodiram em uma gargalhada grupal. Logo após, olharam para o deus e falaram em coro apontando um para o outro:
- ELE!
Apolo perdeu a paciência, virou as costas para o grupo e saiu da taberna. No caminho de volta para o seu templo, Apolo estava tão absorto que esbarrou despropositadamente em um homem. Voltou-se para o mesmo e disse em tom de ironia:
- Perdoai-me, óh sabio!
E este o repreendeu:
- Não sou sábio!
- Então vens de outro vilarejo, pois todos aqui são sábios.
- Sou nascido e criado em Atenas, meu senhor, e bem sei que sábio nunca fui.
Apolo sorriu de alegria, olhou em direção ao Monte Olimpo e agradeceu seu pai por ter posto no seu caminho, um homem lúcido.
Apolo convidou o homem a se sentar em uma pedra que alí tinha, e pediu que lhe explicasse o que se sucedia naquele lugar, e o homem iniciou sua explicação:
- Há alguns dias atrás, apareceu um senhor aparentemente avançado em idade, não se sabe de onde e porque veio, mas ele começou a dizer coisas que despertaram a curiosidade dos habitantes daqui. Coisas como: ''Todo homem é dono de todas as coisas. Seja ela criação da natureza ou obra da mão humana.'' Eu mesmo perguntei a ele quem era, e ele disse ser um sábio vindo de um lugar muito distante. Um senhor feudal daqui disse a ele:
- Venha viver conosco, e nos ensine a ser sábios como tu?
Então o senhor disse:
- A sabedoria já nasceu convosco. Seja rico ou seja pobre, alto ou baixo, magro ou gordo. Vocês só precisam aceita-la e segui-la.
Então os atenienses disseram ter aceitado a tal sabedoria, e desde então, estão fazendo e declamando coisas absurdas. Um de meus irmãos se deu o título de inventor da roda. Um vizinho nosso disse ter descoberto o fogo, e cada um habitante desta vila chegou a conclusões absurdas assim como meu irmão e meu vizinho.
Apolo arregalou os olhos e antes de correr para seu templo pensou: ''Tenho de dizer isto a meu pai''. Agradeceu o homem pela atenção, deu lhe um saco de dracmas, e foi-se embora para o Monte Olimpo.

Chegando no templo, Apolo relatou a seu pai Zeus tudo o que tinha visto e ouvido. Zeus então reuniu todos os deuses na Sala Oval de Reunião, e deixou os deuses a par da situação. Após muito debaterem, Zeus chegou a conclusão:
- Fiquemos cientes de isto é obra malígna de Prometeu e..
Apolo o interrompeu dizendo: Impossível meu pai, pois o mesmo se encontra na rocha em que foi amarrado para lá padecer durante toda a eternidade por ter roubado o nosso fogo, e dado aos homens.
E Zeus disse:
Então isto é coisa de Hades que resolveu me pregar uma peça! Trataremos de castigá-lo, mas primeiro devemos reverter esta situação. Peço que apaziguem vossos corações pois desde já estou a pensar em uma solução. Assim foi dada por encerrada a reunião.

Zeus foi para o seu espaço que tinha reservado dentro do templo e iniciou a executar (falo com as palavras do próprio deus) o seu maior invento: o raio da duvida.
Depois de longas horas de testes, concluiu o seu objetivo, que era criar o raio, e novamente reuniu todos os deuses na Sala Oval de Reunião e começou a dizer:
- Deuses e irmãos aqui presente, lhes apresento a solução para o nosso problema, o raio da dúvida.
Os deuses olharam um para o outro dizendo com os olhos que não tinham compreendido, mas ninguém soltou se quer uma palavra monossilábica. Então Zeus disse:
- Alguém tem alguma duvida:
Hera, a irmã e esposa de Zeus (ainda não existia o incesto) deu um passo a frente e questionou:
- Porque o raio da duvida e não o da real sabedoria?
E ele respondeu:
- A sabedoria vem da dúvida, e não o contrário. Lembre-se que também que sábios eles ja o são.
Apolo riu com a ironia de seu pai, e Zeus o repreendeu apenas levantando uma das mãos e tornou a falar:
- E se tu não te lembras, Héra, refrescarei tua memória. Lembra-se quando Prometeu deu a eles o fogo o que aconteceu? Eles se auto-intitularam deuses como nós, e deram inicio a guerras... Bom, sem mais delongas. Os que forem a favor da minha idéia, levante a mão direita, os que forem contra levante a oposta. Todos foram a favor.
Então, Zeus pediu que todos o acompanhassem até a entrada do Monte Olimpo. Chegando lá, pos-se a explicar seu plano:
- Para por meu plano em prática, eu precisarei da ajuda de Héra, deusa do nascimento.
Esta se aproximou, apoiou uma das mãos sobre o ombro de Zeus e disse:
- O que queres que eu faça?
E ele respondeu:
- Quero que tu escolhas dentre os casais de Atenas, o mais dígno e conceda a estes um filho, e esse se chamará Sócrates.
Héra desceu e fez o que lhe foi ordenado. Escolheu um casal humilde formado por uma parteira e um escultor. Pobres em dinheiro, porém, ricos em felicidade.
A deusa voltou ao Monte Olimpo, contou a todos sobre o seu feito. Zeus então ergueu seu raio e disse aos que estavam alí presente:
- Lançarei meu raio aos céus e farei chover. Todo homem que for banhado por esta chuva passara a ter dúvidas, e sede de respostas.
Então Zeus tomou impulso e atirou seu raio aos céus como havia dito, e os deuses ficaram a contemplar aquela chuva. Enquanto todos estavam distraídos, Héra levou Zeus até um lugar mais reservado e disse:
- Estou tentando compreender até agora qual o seu propósito com esse Sócrates que irá nascer.
O deus sorriu e disse:
- Sócrates será o mais sábio dos homens e não renunciará sua missão, que é encaminhar nações e nações, a ter um encontro com a sabedoria,  mesmo que lhe ameacem tirar sua vida.
E assim nasceu a filosofia.


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Notas finais do capítulo

Eu odeio Percy Jackson.



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