– Amiga - ela disse me cumprimentando.

Ela me explicou onde seria a festa e eu fui. Chegamos lá era uma casa muito bonita e já tinha muitos carros parados do lado de fora.

– De quem é a festa? - disse parando o carro

– Do Daniel, um amigo meu.

– Amigo né? - disse rindo junto com ela.

Descemos do carro e muita gente nos olhou, continuamos andando e entramos na casa. Logo um cara gato chegou perto da gente. A Ivete o cumprimentou:

– Amiga esse é o Daniel - ela disse sorrindo - essa é a Paula.

– Prazer - ele disse me dando dois beijinhos na bochecha. - Já volto meninas, fiquem a vontade.

– Obrigada - dissemos juntas.

Fomos atrás de alguma coisa pra beber e logo achamos uma vodka lá. Estávamos bebendo e dançando quando vejo meu ex-namorado entrar na festa com uma menina de mãos dadas. Eu tinha terminado com ele a mais ou menos uns quinze dias, a gente namorou um ano e eu realmente gostava dele, mas ele me traiu. Ver aquilo mexeu comigo e a Ivete percebeu.

– Quer ir embora amiga? - ela perguntou me encarando

– De jeito nenhum amiga - disse sorrindo, era meio forçado - Vou ao banheiro e já volto.

Fui procurar o banheiro, demorei um pouco mais achei. Entrei, eu nem queria fazer xixi nem nada, só queria me acostumar com a ideia de ver o Victor ali com outra. Depois de um tempinho sai do banheiro, quando estava voltando pra festa dei de cara com ele.

– Oi Paula - ele disse receoso

– Oi - fui seca, tentando acabar logo com aquela situação.

– Você está bem?

– ótima - disse levantando uma das sobrancelhas

– Não sabia que você estaria aqui - ele disse me encarando.

– Acho que isso não faz diferença pra você não é Victor?

– Claro que faz.

– Paula? - ouvi uma voz atrás de mim que por um momento me fez ficar feliz, pois seria ele que me livraria daquela situação.

– Oi Henrique - disse sorrindo e puxando ele pelo braço pra perto de mim. - Victor, esse é meu noivo - disse rindo por dentro da cara dos dois.

Acho que Henrique foi pego de surpresa, por que ele sabia que eu odiava essa ideia e o Victor ficou sem reação porque tínhamos terminado há pouco tempo:

– Noivo? - o Victor perguntou

– É, noivo – o Henrique respondeu antes de mim - Algum problema?

– Paula para de brincar com essas coisas - ele disse rindo

–Nunca falei tão serio na minha vida e pra você ter certeza Victor, o convite do casamento vai chegar na sua casa - disse puxando o Henrique e saindo dali.

Quando estávamos longe do Victor, soltei o Henrique e fui andando pra fora da festa.

– O que você esta fazendo aqui? - O Henrique perguntou logo atrás de mim

– Te falei que ia sair com uma amiga minha e porque você veio atrás de mim?

– A casa é de um amigo meu, é aqui que eu ia te trazer - ele disse rindo, talvez da minha cara de taxo.

– Hum, então vai aproveitar a festa que eu vou pra casa - disse seria.

– Já? - ele me olhou.

– To sem clima de festa

– É por causa daquele moleque?

– Ele é meu ex-namorado - disse seca - ele me traiu e já esta com outra.

– Você também esta com outro - ele disse passando o braço por cima dos meus ombros.

– Não por opção - eu disse revirando os olhos.

– Mas ninguém precisa saber disso - ele disse como se aquilo fosse obvio - Vamos entrar, agora já esta a noite e eu deixo você beber sua vodka - eu não aguentei e acabei rindo.

Voltamos para a festa abraçados e de longe pude perceber o Victor olhando para a gente. Andamos até o Daniel e ele nos olhou confuso:

– É ela?

– Ela mesmo - o Henrique disse rindo - minha noivinha - ele disse me dando um beijo na bochecha e por impulso dei uma cotovelada nele.

– Amiga? - ouvi a Ivete atrás de mim - estava te procurando, mas acho que já sei por que você sumiu - ela olhou pra mim com um olhar malicioso.

– Ivete, esse aqui é meu - dei uma travada e senti a mão do Henrique me apertando de leve - noivo.

– Brincou né? - ela disse meio atordoada

– Foi amor à primeira vista, sabe como é né - o Henrique disse serio.

– Pois é amiga - disse apertando a mão do Henrique.

– Eu ainda não to acreditando nessa história - a Ivete disse.

– É serio - o Daniel confirmou.

– Só acredito vendo - ela disse seria agora.

– Então vamos juntos ao casamento do meu parceiro – o Daniel disse abraçando ela por trás.

– Isso - o Henrique confirmou.

Eu não estava no clima mais de festa, mas queria ficar animada. Comecei a beber, quando já estava ficando um pouco feliz acabei me perdendo da Ivete e do Henrique.

– Cadê seu noivo? - o Victor chegou por trás de mim falando no meu ouvido.

– Ta por ai - disse virando o resto de vodka do meu copo.

– Acho que você ta mentindo pra mim - ele disse me virando pra ele.

– E me diz por que mentiria pra você?

– Por tudo que aconteceu - ele disse levantando as sobrancelhas.

– Eu não preciso disso mané - disse me soltando dele e sai andando.

Estava saindo da festa quando o Henrique apareceu na minha frente:

– Tá indo onde?

– Pra casa - disse desviando dele.

– Eu vou te levar - ele disse vindo atrás de mim.

– Eu to bem - disse andando meio torto.

– Nem pensar - ele disse segurando meu braço e me puxando pro carro dele.

Entrei no carro sem reclamar muito e não demorou muito estávamos na porta da minha casa:

– Obrigada e tchau- disse olhando pra ele, mas não conseguia sair do carro.

– Calma ai - ele disse descendo do carro, dando a volta e me ajudando a descer também.

Quando ele me deu a mão pra sair do carro, ele me puxou com um pouco de força fazendo com que ficássemos perto demais. Nos olhamos e alguma coisa nos puxava pra mais perto um do outro até nossos lábios se tocarem. No começo foi um beijo devagar, mas acho que aquilo não combinava com a gente. Ele foi me encostando-se ao carro e pressionando nossos corpos. Eu passei uma das minhas mãos por baixo da blusa dele e comecei a arranhar com um pouco de força. Paramos os beijos porque faltou ar, ele me olhou e riu.

– A gente ta no meio da rua - disse ajeitando meu cabelo.

– Quer ir pra minha casa? - ele disse com o seu sorriso torto e deu um beijo no meu pescoço.

– Eu vou é pra minha casa dormir - empurrei ele e fui em direção a minha casa.

Olhei pra trás de forma discreta e vi ele parado encostado no carro com as mãos no bolso me olhando.