Doce Coração escrita por Bia13
Estamos em Dezembro e é quase Natal.No último dia do período acabamos as aulas mais cedo pois os alunos do 11º ano (incluindo eu) iam todos para o centro da cidade cantar cânticos natalícios,apesar da temperatura estar abaixo de zero. (a culpa é do nosso professor Faraize!) Fomos divididos em três grupos para cantar por todo o lado,lutando com os rostos e as mãos extremamente gelados.Por fim,até o professor admite que está demasiado frio para continuarmos,desejou-nos Boas Festas e fomos em pequenos grupos até às paragens dos autocarros.Íris faz sinal de paragem ao 73 (inventei hihi) e eu fico sozinha.Todos os outros autocarros estavam atilhados de gente e eu calculei que passaria horas ali,tenho tanto frio que podia aninhar-me num canto e morrer. (~le eu sendo dramática u.u)
–Podemos sempre ir a pé_soou uma voz no meu ouvido.O Castiel está ao meu lado,tem um gorro preto enfiado por cima do cabelo cor de fogo e a gola do casaco levantada.
–Claro,está um belo tempo pra dar um passeio né_atiro-lhe.
–A sério_diz ele.-Os autocarros estão cheios vamos ficar aqui eternamente.Podíamos comçar a andar sempre aquecíamos um pouco,vamos pelo percurso do autocarro.
–Castiel são quilómetros,vá lá é uma ideia maluca_protesto.
–Tens alguma melhor?_ele retruca.
Não tenho.Descemos a rua e continuamos pela avenida.A neve está a parar e a esconder os passeios.
–Tu nem vais pelo mesmo caminho que eu_acuso o Castiel.
–Não_ele admite.
–Estavas a seguir-me?
Ele tira um grande envelope vermelho do bolso,ligeiramente molhado e dá-mo.
–Queria dar-te isto,na escola esqueci-me, é só um postal_diz ele.
Abro o postal,tem dois pinguins juntos em cima de um pedaço de gelo em forma de coração.Também tem uma decoração para a Árvore de Natal.
–Obrigada_digo.-Eu não tenho nada para ti.
–Tudo bem_ele encolhe os ombros.-Não estava à espera de nada.O que fazes na passagem de ano?
–Festa_digo-lhe.-Os meus pais estão celebrando o facto de irem renovar votos após 15 anos de casamento e vão convidar os amigos,roupa chique_termino tentando parecer convincente.Na verdade o tema da festa é o Elvis (meu pai é obececado por ele!) mas deixei de lado esse pormenor.
–E qualquer pessoa pode ir?_ pergunta o Castiel.
–Lamento,só para convidados_respondo.
–É pena.
O gorro do Castiel está coberto de neve e o casaco salpicado de branco.Ele deita a língua de fora para apanhar flocos de neve.Eu levanto um pedaço com a bota e atiro-a para a estrada.
–Castiel porque estás a acompanhar-me a casa?_pergunto.
–Apeteceu-me_ele responde olhando pra mim com aqueles brilhantes olhos negros.Ergue uma mão com uma luva ensopada para tocar na minha cara.-Tens um floco de neve no nariz_mostra-me o floco agarrado à molhada lã preta da sua luva e aquilo parece uma minúscula estrela cadente.
–Espantoso né?_pergunta o Castiel.Olho para cima e reparo nos flocos de neve a esvoaçarem em volta do gorro dele.
Por um instante apenas,acho que ele me vai beijar,inclina-se para a frente com os lábios ligeiramente abertos,está a sorrir e o meu coração acelera,porque ainda não me sinto pronta para isto e não sei como lhe dizer sem o magoar.
–Não_peço.-Por favor.
–Não o posso evitar,tu és linda.
Depois enfia uma bola de neve pela gola de meu casaco e foge desaparecendo no meio dela.Típico.
CONTINUA...
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