“Por que?

Eu me pergunto isso toda a manhã. Toda tarde. E toda noite.

Eu te amo tanto, mas você me deixou. Pode até ser que eu fui duro com você, mas isso era realmente necessário? Se... se você tivesse me dito o que eu fiz de errado, eu poderia ter mudado... Faria tudo por você.

Onde você está agora? Obvio que em casa dormindo, mas você está bem? Está com gripe? Tem passado fome? O que você tem feito?

Se fosse antes eu poderia responder todas essas perguntas. Você provavelmente não quer saber, mas eu estou deitado em minha cama sem dormir. Você e só você ocupam meus pensamentos...

Pensar que tudo poderia ser diferente...

Que poderíamos estar juntos...

Sorrindo felizes como antigamente...

Mas, eu não te culpo e nunca vou te culpar. Tudo que aconteceu foi por minha causa, já criei milhões de motivos, todos são á seu favor. Eu sempre fui muito orgulhoso, mas de uma coisa você pode ter certeza, meu amor por você era, e ainda é, o mais verdadeiro possível...

A coisa pela qual mais me culpo é pelo que eu sempre quis. É triste pensar isso, mas quando te vi quase do meu tamanho, senti aquilo que chamam de ‘amor à primeira vista’. Esse foi meu maior pecado e maior tristeza, mas nunca me arrependi do momento em que me apaixonei.

Talvez...

Mas somente talvez...

Esse seja o motivo...

Eu estava frustrado? Sabia que nunca seria amado desse jeito, mas mesmo assim eu queria tanto, que acabei te culpando por não me querer do jeito que eu te quero.

Sabe...

E-Eu queria ter te dado mais carinho quando você era pequeno, queria ter sido mais presente. Eu fui bom pra você? Não tenho direito nem de tentar pensar nisso, afinal já admiti que acabei me apaixonando, e essa foi a pior coisa que podia acontecer com você.

Será mesmo?

Eu sonho que você pode me perdoar um dia, e que mesmo não podendo mudar o passado ainda posso alterar nosso futuro.

Seria perfeito, poder ficar ao seu lado de novo. Mas é ai que o medo me assola, e se eu acabar perdendo o controle de mim? Se eu te machucar? Acho que me mataria se fizesse isso.

Minha única, mais forte e tola esperança é que você sinta o mesmo por mim, e que nós além de podermos ficar juntos ainda compartilharemos de um mesmo sentimento:

Amor.

Porém isso não é possível é? Você é um homem, nunca se apaixonaria por mim.

Você sempre disse que queria ser um herói né? Pois é, eu sempre te achei um, você sempre luta tão bravamente, está sempre tão alegre, como se nosso passado de dor nunca tivesse acontecido. Só por superar isso você já é um herói, e eu te admiro por isso.

Então Alfred...”

Arthur levantou-se já não aguentava ficar naquela cama. Como acontecia toda a noite antou até sua cabeceira onde havia uma única e solitária foto.

Como se fosse seu coração, ele a pegou e apertou-a contra o peito. Não podia mais se conter, ouvindo o forte barulho da chuva torrencial que começava, Arthur caiu no chão e deixou as conhecidas lágrimas correrem.

Ele havia o perdido, e nunca mais o teria de volta...

“Eu espero que você possa me perdoar e voltar a me amar como antigamente...”

“Every time it rains in England,

Arthur is crying”