No último capítulo de Power Rang- Come and Get It....

- Rukia... você a conhece... e você se lembra de tudo o que aconteceu antes de você pensar que eu tinha... argh! Como se fosse adiantar falar com você isso! Eu sou um idiota mesmo. - Ichigo se virou de costas pra ela. - Eu sei que você prefere acreditar em quem sempre soube que era ordinária, do que em mim que sempre olhei nos seus olhos. 

- Eu já.. acreditei em você uma vez. - ele não tinha certeza por estar de costas, mas.. teve uma leve impressão de escutar uma voz embargada vinda de Rukia.

- E eu estou te pedindo pra acreditar de novo.

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- Ichigo.. vai embora, por favor. 

- Você vai mesmo ficar fugindo... eu não vou desistir de você, sua baixinha miserável.

- É assim que você espera que eu tenha alguma coisa de novo com você, sua laranja irritante? - Uma nova discussão começou a se formar...

- E se eu fizesse diferente ia adiantar? Lenhadora de Bonsai!

- Lenhad-... lenhadora de bonsai, Ichigo? - Rukia esqueceu todo o clima anterior e pôs-se a rir. - de onde você tirou essa merda?

- Tenho minhas fontes. E o que são esses rabiscos aí? Continua desenhando aquelas coisas feias até hoje?

- Estou trabalhando. Digo, estava, até você e esse seu cabelo de salsicha aparecerem aqui. 

- Quem trabalha na cama? Só putas.. ai, sua desgraçada! Não precisava me tampar esse tijolo que você chama de celular!

- Você merecia um martelo. No mínimo. E eu já te mandei ir embora logo, meu celular está todo espatifado por sua causa! 

Ichigo estava se divertindo demasiadamente com a situação. Quando Rukia perdia seu tempo entre gritos, era um ótimo sinal. Mesmo que a todo momento parecesse evasiva, se ela simplesmente já não quisesse mais nada com ele, teria falado. Foi assim quando terminou com ele. Foi assim em todas as vezes que algum garoto tentava se aproximar dela enquanto não namoravam ou mesmo depois de namorar - ignorando completamente a presença dele ao lado dela - então.. tudo daria certo. Ele se abaixou e pegou o celular desmontado no chão.

- Tudo bem, mas vou levar isso aqui.

- O-O que? 

- Ele quebrou por causa de mim, não é? Vou levar pra consertá-lo e depois eu te devolvo. O Urahara já voltou de viagem, pode resolver isso pra você. E pra mostrar como sou uma pessoa boa, também pago se ele me cobrar.

- Eu te odeio tanto, Ichigo, tanto! Mal consigo expressar em palavras! - Rukia dizia enquanto jogava sua bolsinha com lápis no ruivo, que esquivava quase facilmente. - Você forma algum tipo de campo magnético, eu não consigo parar de jogar coisas em você até que você MORRA... 

- Sua psicopata, vai quebrar todas as suas coisas! - Ichigo abriu a porta e se escondeu atrás da mesma, deixando apenas uma fresta para olhar mais objetos que nem sabia mais o que eram vindo em sua direção. - E porque suas coisas são atraídas por mim, mas você não? - ele disse rindo.

- Polos espertos te repelem. Finalmente decidiu sair daqui?

- Sim. Estou indo. - Ichigo fechou a porta satisfeito, por fim. Estava com o celular dela.

- Como se ele não fosse voltar... ele levou mesmo meu celular! Aquele.. projeto de fanta laranja... 

Ela, por fim, soltou uma risada e foi catar suas coisas para voltar a trabalhar. 

Enquanto a discussão amistosa sqn acontecia no segundo andar da casa de Inoue, a proprietária fazia o almoço com o auxílio moral de Renji. Ichigo tinha voltado depois de nem uma hora completa, e depois de alguns minutos de calma já começaram a escutar uma gritaria lá em cima. 

- Ai, sua desgraçada! - Inoue parou de cortar alguns legumes que cortava e olhou em direção ao barulho.

- Abarai-kun... não é melhor olhar o que está acontecendo?

- Eles estão bem, Inoue... às vezes já até fizeram as pases. 

A ruiva apenas balançou os ombros e pôs-se a cortar novamente, enquanto as panelas em cima do fogão ferviam junto com a conversa no segundo andar. 

Passados alguns minutos, Ichigo descia com o celular encapado com motivos de coelho.

- Kurosaki-kun... Esse é o celular da Kuchiki-san, não é?

- Sim. 

- Você está ficando maluco, Ichigo? Pegou o celular dela assim? 

- Vai dar tudo certo, Renji. Vai dar tudo certo...

- Você vai almoçar aqui, Kurosaki-kun? 

- Não.. sequer fui pra casa ainda, vou almoçar por lá mesmo. Ja ne.

- Até mais, Kurosaki-kun!

- Até, Inoue. Renji.

- Aparece aí depois.

- Certo.

Ichigo foi pra casa com o celular em mãos. Não tinha quebrado, estava em perfeito estado. Graças à mania de Rukia nunca pensar que vai ser roubada ou que o ex-namorado dela vai dar uma de maníaco e pegar seu celular por tempo indeterminado - repetindo, tempo indeterminado - não haviam senhas ou códigos de segurança que impedissem Ichigo de ver todas as suas mensagens e anotações por quase um ano, tempo que ela tinha o aparelho. Ichigo guardou o dispositivo no bolso - já que era vergonhoso andar com um celular de capinha rosa e orelhinhas de coelho pela rua - e decidiu que abriria em casa. 

Chegando em sua velha casa, notou que a porta não estava trancada. Será que sua família já tinha chegado? Ao entrar, não viu nada mais que um sapato femino que não conhecia e nenhum tipo de presença no andar de baixo. Será que a mulher do Renji estava esperando por ele? 

- Quem está aí? 

Sem resposta, ele apenas fechou a porta principal do lar e foi subindo as escadas até seu quarto. Chegando lá, teve uma.. "surpresinha"...

- Senna? 

- Eu mesma! Sentiu minha falta? 

- O-O que você está fazendo aqui? 

- Vim visitar meu namoradinho! 

- Senna.. nós... não temos mais nada. Você sabe disso.

- Não? Que pena então, já que nosso filho vai ficar sem pai... está escutando, bebê? - a mulher que tinha acabado de chegar fala as últimas palavras dirigindo-se a sua própria barriga.

- Que papo é esse? Nós não fizemos nada perigoso!

- Eh, papai? Nós fazemos parte das estatísticas agora! Pode se considerar feliz por ser mais uma exceção!

- Eu exijo DNA. 

- Está duvidando de mim?

- Tsc. Durma no quarto das minhas irmãs, não podemos ficar no mesmo quarto. Não me leve a mal, posso dar qualquer tipo de assistência e vou assumir esse bebê, mas... não vou brincar de casinha com você. 

Kioku Senna. Ichigo havia namorado a moça por uns meses, vencido pelo cansaço. Ela era bem mais nova e ainda começava a faculdade, e ele terminou logo com ela quando soube que voltaria para Karakura; ela ainda facilitou na decisão já que sempre insistia em coisas como filhos e casamento, coisa que Ichigo até queria, mas não com ela.

Ela não sabe sobre Rukia. 

E agora está aparentemente grávida de Ichigo. Como se não bastasse, o telefone tocou. Ichigo mandou Senna esperar no quarto enquanto descia em busca do aparelho barulhento.

- Alô?

- Ichigo?

- Quem é?

- É.. bem.. sou eu, a Riruka. Será que você estaria disponível para...

- Não. - e desligou. 

Como se não bastasse a ex-namorada de 3 ou 4 meses estar esperando um filho, a mulher que foi causa dos seus maiores problemas atuais ainda estava querendo alguma coisa consigo. O destino não queria mesmo que eles ficassem juntos...