Come An' Get It escrita por Heike J Wade


Capítulo 3
Oportunidade


Notas iniciais do capítulo

Insônia maldita!

Um muito obrigada à Lumi-chan, IchirukiForever por terem comentado e favoritado (hehe ♥) e Bianca por comentar!

Boa leitura! heh



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           Ichigo saiu de casa apreensivo. Encontrar Rukia e olhar nos olhos dela depois de todo aquele tempo realmente seria... bem, ele não tinha ideia de como seria e nem conseguia imaginar. Talvez ela simplesmente se levantasse e fosse embora; talvez, por um acesso de raiva, daria um soco no ruivo. Poderia simplesmente não fazer nada ou agir normalmente. Estava difícil.

          Entrou na garagem de casa e pegou o carro, Renji esperava do lado de fora. Não morava tão perto assim do local e não estava nem um pouco afim de beber. 

          Renji precisava ganhar tempo, já que o ideal era fazer Rukia chegar primeiro, daí a possibilidade de ir embora assim que visse Ichigo era um tanto menor. Inventou que precisava comprar remédios para diminuir a ressaca e aproveitou para enrolar bastante na loja de conveniência e pegar umas comidas também. 

- Estava fazendo o remédio? Que diabos são essas sacolas? - Ichigo estava impaciente no volante. 

- Relaxa, precisava pegar uma comidinha também - jogou alguns pacotinhos coloridos em cima do colo do amigo - recebi uma mensagem telepática do seu pai. Você pode precisar.

- O que? Seu desgraçado... 

-x-x-x-x-x-x-x

        Se arrumou o mais rápido de pôde. Quanto mais cedo chegassem, mais álcool poderia ingerir e menos teria que aguentar o Ichigo. Rezava para não ter nenhum tipo de ataque durante a embriaguês, mas sabia que ia dar tudo certo.

       Como havia planejado, chegara com Inoue cedo no bar que dava a ótima visão do oceano e do céu noturno de Karakura e poderia fazer seu plano entrar em prática. Inoue morava próxima à orla, então não se preocupou. Apenas avisou para a amiga que estava afim de beber bastante. Inoue riu.

        Sentaram-se numa mesa disposta na calçada oposta à praia em si, mas que já tinha seus sinais de areia e sal - muita areia e muito sal - e Rukia foi logo pedindo sake. Escutou a amiga pedindo algum daqueles drinks coloridos mas não deu atenção. Resolveu tirar a história toda a limpo.

- Onde está o Renji? 

- Já está vindo, Kuchiki-san! Não se preocupe. 

        Apertou os olhinhos azuis. Inoue gesticulara tanto que até se viu cansada no final da frase, e esta ainda olhou para os lados como se procurasse algo ou alguém. 

- Vocês chamaram mais alguém?

- N-não que eu saiba. - Inoue foi salva pelo garçom que trazia seus pedidos.

- Entendi... não acredito. - Rukia virou o copinho com bebida de uma vez só, e já encheu novamente. - Olha quem está aqui.

         A ruivinha girou sua cabeça e seus olhos encontraram alguém totalmente desagradável para Rukia. Dokugamine Riruka, um velho desafeto do colégio que provavelmente iria ser odiada para sempre pela baixinha. Deu um sorriso de "fodeu tudo" quando logo mais atrás encontrou Renji chegando com Ichigo. Procurou os olhos azuis que estavam concentrados na garrafa de sake em cima da mesa. Até que os mesmos olhos azuis, tão calmos - apesar de um tanto desgostosos - encontraram uma cabeleira laranja ao lado de seu melhor amigo que fora cumprimentar a moça do desafeto. Viu Rukia colocando a mão por debaixo de sua franja que caía pelo rosto, e escutou a mesma murmurando um "é hoje". Agradeceu pela amiga procurar refúgio em outro lugar do bar ao ver a Dokugamine se agarrando ao braço do impaciente Ichigo, que parecia ainda mais impaciente do que o habitual. 

x-x-x-x-x

         Chegaram no local e logo viu quem menos gostaria de ver na face da Terra, nem pintada de ouro cinco vezes: Riruka. Aquele grude de pessoa que insistia em querer alguma coisa consigo, e Renji infelizmente não odiava a mesma então foi logo cumprimentá-la. Viu de relance os olhos esbugalhados de Rukia ao longe, e a mesma colocando a mão na testa em desespero pela situação. Ele faria o mesmo.

- Ichigo, você voltou para o Japão!

- É... - lançou um olhar fulminante para Renji que parecia ter lembrado da situação de anos atrás. 

- Que bom, poderíamos combinar de fazer algo e.. - foi cortada pelo próprio Renji, que via onde aquela mulher de cabelos rosados que se agarrava como um coala nos braços bem definidos do morango iria chegar.

- Vamos, né, Ichigo! Estão nos esperando ali. - deu um "tchauzinho" totalmente forçado para Inoue, que retribuiu de maneira exagerada como sempre fazia gritando "Abarai-kun! Oh, Kurosaki-kun também!!" em clara encenação para Rukia acreditar que fora um acidente. 

- Vamos. - Ichigo soltou-se do abraço de marsupial da mulher um tanto grossamente e fora andando totalmente nervoso em direção às duas mulheres na mesa. 

         Chegando em seus destinos finais, viu Renji bagunçando o cabelo de Rukia - que já tinha virado quase uma garrafa inteira em ódio e apenas estalou a língua "tsc" - e dando um sorriso acolhedor para Inoue. Meneou a cabeça para a última e ficou ainda mais nervoso e sem reação ao ver qeu teria que fazer algo quanto a bêbada na frente de si. Sentou-se de frente pra ela e soltou de uma vez:

- Oi, Rukia. 

- Ah, resolveu... apareceu.... he he. - fechou os olhos. Com aquele pouco tamanho, o álcool fazia efeito bem rápido e o plano dela fora um sucesso. Já não conseguia nem falar uma frase bem feita. 

- Rukia, você já está assim? Tem que parar com isso, sua maluca! - Rukia esforçou-se para escutar o sermão de Renji. Apenas respondeu com um aceno.

- Vou no... mijar. Eu vou mijar. - a baixinha levantou cambaleando e foi escourada por Inoue, que ofereceu companhia. Deixaram Ichigo e Renji novamente sozinhos na mesa.

- Ts, porque ela tá bebendo desse jeito?

- Está preocupado, Ichigo?

- Nós acabamos de chegar e olha o estado dela! Quem não se preocuparia?! - Ichigo dizia quase desesperadamente em tom baixo. 

- Bom pra você. - o morango sentiu sobre seu colo mais um daqueles pacotinhos coloridos. - Aproveita. 

- Renji!!! 

         Pediram qualquer coisa para o garçom e esperaram. Logo chegava Rukia - um pouco melhor que antes - e Inoue, ainda dando assistência para a menor.

        Permaneceram conversando - menos Rukia que soltava poucos comentários e de vez em quando roubava um copo dos amigos que não estavam lhe deixando beber mais - até que Renji sentiu sobre si o olhar de uma moça que lhe deu uma piscadinha. Foi até ela conversar, e o clima da mesa ficou bem pior do que antes. Inoue não sabia como agir diante do casal mal resolvido na concepção dela e ambos queriam evitar-se como o diabo evita uma cruz. 

- Estou com sono... - Rukia reclamou de forma manhosa e encostando sua cabeça no ombro da amiga ao lado e fechou os olhos; acabou dormindo.

- Kurosaki-kun... - Inoue procurou os olhos de Ichigo por uma resposta ou ajuda.

- Eu levo vocês em casa, Inoue. Vou lá falar com o Renji.

       Ichigo se levantou e foi em direção ao amigo que conversava animadamente com a mulher de cabelos negros, para avisá-lo que estavam indo e principalmente pedir ajuda quanto à situação. Quando viu o morango chegando perto, Renji soltou um grande sorriso um pouco embriagado, disse qualquer coisa para a sua companhia e foi em direção daquele. 

- Ichigo, preciso de um favor.. 

- A Rukia desmaiou, preciso levar ela e a Inoue pra casa.. o que você quer?

- A sua casa... sabe como é, né.. 

- E onde eu vou dormir, seu crápula?! 

- Na Inoue! Você tem que aproveitar melhor as oportunidades que a vida lhe oferece, amigo. - Ichigo suspirou ao escutar a frase totalmente filosófica de Renji e meteu a mão no bolso pegando as chaves de casa.

  - Se você deixar algum rastro eu mato você, tá escutando? 

- Relaxa. Toma aqui minha parte. - o ruivo alaranjado recebeu um dinheiro para a conta e voltou para a mesa. 

         Enquanto observava Ichigo saindo, Inoue olhou para a amiga que dormia como um bebê e soltou uma risadinha. Queria tanto que eles se entendessem de novo! Eles formavam o casal mais legal que ela conhecera. Até que aquilo aconteceu... ela sabia a verdade, tudo o que tinha ocorrido; quem disse que Rukia acreditara? Ficou com tanta raiva que fez questão de ir no ano seguinte pra Tóquio e se certificou de continuar lá após o término da faculdade. E ele? Como será que deve ter ficado? Perguntaria com certeza ao ruivo no caminho para casa. Viu Ichigo dando alguma chave para Renji, despertando-se de seus devaneios e apenas o observou chegando até a mesa novamente enquanto já pedia a conta para o garçom que passava na hora.

- Inoue, posso ... dormir na sua casa? O Renji vai pra minha com.. bem. Você entendeu.

- Oh, claro, Kurosaki-kun! Você já está fazendo bastante levando a gente em casa, é bem pertinho então nem precisava e-

- Não vou deixar você andando na rua com essa maluca sozinhas. 

          Kurosaki-kun era tão sério... era isso que ela sempre pensava. Mas ela sabia que por trás de toda aquela braveza tinha um coração amolecido que só ela tinha o poder de alcançar.

-x-x-x-x-

         Assim que entraram no carro e este se pôs em movimento, Inoue não pôde conter toda a sua curiosidade:

- Kurosaki-kun... é.. você sabe, eu sei a verdade sobre aquela história toda...

- Porque ela não acredita em mim? - ao escutar aquelas palavras amarguradas, Inoue se sentiu feliz. Teve a certeza que tudo poderia se resolver, então.

- É que... bem, ela não quis acreditar nem em mim, Kurosaki-kun... você foi embora do Japão, não é..

- Sim. Minha família está na Inglaterra ainda, talvez voltem logo. Mas quis voltar antes. 

- Entendo... obrigada por levar a gente em casa. E.. eu queria te pedir uma coisa..

- O que é?

- Tenta fazer a Kuchiki-san feliz de novo! Ela precisa muito de você.

- Sim. - Tudo o que ele conseguiu dizer foi um grunhido parecido com uma afirmação. Naquele momento, ele prometeu.. não, ele jurou. 

            Chegaram na casa de Inoue, onde o ruivo estacionou logo atrás do carro de Rukia - que estava ainda desacordada no banco de trás, mas nada que ele não tivesse acostumado - e pegou a mesma no colo para levá-la ao quarto. Escutou Inoue dizendo bem baixinho para não acordá-la onde era o quarto da mesma e do Renji, que ele se hospedaria, e disse que já estava se retirando para dormir; disse que ele poderia ficar totalmente à vontade. Ele assentiu com a cabeça de pôs-se a subir as escadas para o segundo andar da casa, e quando já estava no meio do monte de degraus, escutou a voz de Rukia.

- R..Renj..?

- Sou eu, Rukia. - Ichigo se limitou na resposta. Talvez se ela acreditasse mesmo que era Renji seria mais fácil...

- Ichigo? 

- Achei que estava desmaiada.

- O que vo... ta aqui? 

- Vim trazer você e a Inoue. Você tem que tomar mais cuidado... - Ele rezava também para estar entendendo o que ela queria dizer.

- Cala a boca... - Rukia, que estava nas costas de Ichigo enlaçando seu pescoço com os braços, percebeu que chegara ao seu quarto.

- Consegue andar sozinha? - sentiu a cabeça dela encostada no seu ombro fazer um movimento positivo e a colocou no chão devagar.

Observou a morena andar até a cama de casal do meio da cama como se fosse um bebê que acabara de aprender a andar, e sentar-se na mesma. 

- Ichigo... - ele escutou a voz sonolenta e bêbada da mulher que estava de costas para a porta, onde ele estava encostado. 

- O que foi? 

- Fica... fica aqui... 

Antes que pudesse fazer qualquer coisa, ela deitou-se na cama de uma só vez - sem nem tirar os sapatos - e ele ficou um tempo ponderando. Colocou a mão na massaneta, pensou em ir embora, mas... ele jurou. Foi até ela, tirou-lhe os sapatos e uma pulseira gigante que a machucaria durante o sono. Tirou também os próprios sapatos e deitou-se ao lado da mulher, olhando a nuca exposta pelo cabelo mais curto que se lembrava até que caiu no sono completamente.


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Notas finais do capítulo

Eu tenho seríssimos problemas em identar esse caralho!
E ficou surpreendentemente grande oO achei que tava bem menor que isso. Enfim.



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