Come An' Get It escrita por Heike J Wade


Capítulo 12
Família


Notas iniciais do capítulo

família ê, família ah, famiglia!!

a Senna, desde que chegou, já estava com essa cena planejada, mas eu esperava um pouco mais de mim mesma aheuahe mas é isso aí. dias de inspiração vem e vão.

boa leitura, e obrigada às pessoinhas nota MIL que participam aqui da fanfic! hehehehe



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– Kurosaki, estou com o que você pediu. Não acredito que tive que mentir pra Kuchiki-san...
- Você não mentiu pra ninguém, Ishida, que saco!
- Sei. Vou entregar o que você me pediu em breve.
- Se for antes de sábado você pode fazer do jeito que achar melhor. Tchau.
O ruivo desligou o celular e entrou no pequeno escritório, buscando o balcão da recepcionista. Atrás do mesmo, estava uma figura totalmente conhecida para ele. Tóquio parecia a menor cidade do mundo naquele momento.
- Ichigo! Quanto tempo. Urahara me disse que estava de volta.

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Ela estava simplesmente exausta. O dia todo falando com pessoas, lendo relatórios, fazendo relatórios.. pensando sobre eles, pensando sobre as pessoas. Tudo aquilo, apesar de totalmente prazeroso, a deixava sempre com uma vontade enorme de apenas cair na cama e dormir. Estava prestes a sair do escritório quando o seu celular tocou.
- Pai?
- Rukia. Nós chegamos no Japão.
- Oh, que ótimo! Apareçam, você e mamãe, lá em casa hoje, vamos jantar!
- Certo. Hisana está mesmo com vontade de vê-la.
- Mande um beijo pra ela, ok? E estejam lá às oito. - ela dizia enquanto segurava o telefone com um ombro e procurava suas chaves na bolsa, entrando no elevador.
- Tudo bem. Até mais.
- Até!
Tudo estava demorando muito, ou será que ela estava agitada demais? Não conseguia saber, mas a viagem do décimo terceiro andar do grande edifício comercial no centro de Tóquio até a garagem estava sendo tediosa. Duas senhoras entraram e ficaram falando sobre a vida alheia, de gente que ela nem conhecia. Fazia apenas anotações no seu celular - que havia conseguido de volta, mas não queria pensar naquilo - sobre as coisas que já tinha feito e que ainda faria durante o restante da semana.
Entrou em seu carro, jogando sua bolsa maior que deveria para o canto, amassando um pouco uns papéis que estavam nas pastas que também carregava para o banco de trás. Faria algumas compras para o jantar com seus pais que haviam voltado de viagem e de quem sentia muitas saudades; havia um mês inteiro que não ia para Karakura. Falando em Karakura, lembrou-se de Ishida que estava elegante, todo de branco em seu escritório, falando sobre a clínica. Deu partida pensando que Ichigo estava sem emprego, e que isso provavelmente era um motivo para Ishida chamá-lo para trabalhar, já que eram meio amigos no colegial. Algumas cenas vieram em sua mente, mas foi desperta pela grande placa brilhosa do mercado mostrando que já estava próxima de sua parada. Parou o carro no pequeno estacionamento em frente ao local, saiu do mesmo e entrou no estabelecimento.
- Kuchiki-san, boa noite! - Rukia olhou no relógio atrás do garoto que trabalhava no mercado; já eram seis da tarde! O trânsito estava mesmo cada vez pior..
- Boa noite, Hanatarou! Hoje vou jantar com meus pais, o que me sugere?
- Hm.. que tal isso? - o garoto, aproximadamente com o mesmo tamanho de Rukia, mostrou-lhe uma revista com uma foto de um tonkatsu com arroz, sopa de missô e repolho. Estava tão bonito que ela ficou com fome instantaneamente.¹
- Hanatarou, que ideia ótima!! Vou tentar ligar para Hinamori, será que ela já saiu da aula? - ela disse mais para si mesma, olhando a revista que tirou da mão do garoto, sem perceber.
- Hm, com a ajuda da Hinamori-san tenho certeza que será um sucesso, Kuchiki-san!
Rukia pegou tudo o que precisava para o jantar com sua família, pagou para Hanatarou que ficou apenas olhando a moça saindo da loja. Ela era uns seis anos mais velha que ele, mas pelo tamanho, parecia as garotas de sua sala. Mas ela era muito mais bonita, com certeza! O jovem sonhava em um dia poder ter uma namorada como ela. A moça que saía, por sua vez, já ia pegando o celular na bolsa para ligar para sua querida amiga e ajudante. Esperou um pouco para que ela atendesse e disparou a falar sobre seus planos sobre a noite. A mocinha disse que não havia nada em seus planos e que já chegaria em sua casa.
Chegando no prédio em que morava, Rukia apenas acenou para o porteiro, um homem alto e gordo que vivia apenas para comer biscoitos e acenar com a cabeça para quem passava. A cancela para os carros abriu e ela foi rumo à sua casa.
- Boa noite, Kuchiki-san!
- Oh, olá, Hinamori. Chegou antes de mim! Esse trânsito..
- Eu já comecei a adiantar o arroz, tudo bem?
- Nossa, obrigada! Trouxe as coisas aqui. Quer ajuda?
- Não precisa, Kuchiki-san. Vá se aprontar. - Hinamori dizia sorrindo, mas ela bem sabia que Rukia que não gostava muito de ficar na cozinha.
- Ok, estou indo pro banho! - Ela gritou da suíte que dormia com uma toalha nas costas.

Sete e cinquenta e nove, o interfone toca. Rukia estava colocando os brincos - que sua mãe lhe dera, claro - quando atendeu o aparelho e disse ao porteiro Omaeda para que seus pais pudessem subir. Kuchiki Byakuya e Kuchiki Hisana eram pessoas conhecidas pelo funcionário, mas sempre avisaram antes de entrar para evitar qualquer tipo de confusão. O líder da família não gostava de muitas surpresas. Não demorou muito até que batessem à porta e a mesma abrisse revelando a figura da pequena Kuchiki belamente arrumada para receber seus parentes. Vestia un short de tecido leve de cor preta e uma bata de mangas três quartos azul turquesa. Um conjunto de colar e brincos dourados que apareciam ainda mais pelos cabelos curtinhos. A franja sempre deixava um fiapo caído pelo rosto alvo da morena que se mexia em um sorriso. Kuchiki Byakuya, homem sóbrio e de grande prestígio dentro do Exército, estava em trajes sociais, acompanhado por Hisana que vestia um tubinho clássico em rosa de tons pastéis que seguia até pouco acima do joelho.
Acomodados na sala de estar da filha, viam a garota Hinamori colocando os últimos detalhes da mesa. Olhavam para a jovem e para sua filha e pareciam até irmãs! Pelo menos era o que Hisana pensava. Hinamori até foi convidada a sentar-se com a família, já que era considerada como parte de tal, mas ela era extremamente reservada e prezava pelo momento em família dos Kuchiki. Foi para casa, onde iria dormir como um bebê, devido ao grande cansaço.
- Como foi a viagem de vocês? - Rukia puxava assunto entre uma "garfada" e outra.
- Foi ótima, meu anjo. Trouxemos poucas coisas desta vez, mas foi ótima! - Hisana disparou a falar com a filha.
- E aqui em Tóquio, Rukia? Fez algo no feriado? - Byakuya perguntava casual, interessado.
- Fui para Karakura, Renji estava por lá. - "Ichigo também" ela pensou. Baixou os olhos para a comida. Não devia falar dele com seus pais.
- E você tem notícias do Ichigo-kun?
- Inoue disse que os Kurosaki estão para voltar ao Japão, apenas.
- Não consigo entender porque você tem raiva dele até hoje, filhinha! Ichigo-kun era tão bom para você, né, Byakuya?
- É. Kurosaki Ichigo é um bom rapaz.
O mundo caiu para Kuchiki Rukia. Seus pais, principalmente sua mãe, sempre perguntavam dele mas ela sempre esquivava ou dizia coisas vagas. Eles não tinham ideia das fotos, apenas ficaram sabendo quando Kurosaki apareceu em sua casa pedindo desesperadamente para falar com Rukia e não foi atendido. Hisana perguntou para Orihime o que havia acontecido, mas a ruivinha apenas disse que era um grande mal entendido e que Ichigo não tinha culpa pela briga dos dois, mas a morena não queria ouvir.
Que sua mãe era fã de carteirinha do Kurosaki, que se portava normalmente em sua casa sem sentir medo como normalmente acontecia - principalmente por Byakuya ser do exército - ela já sabia, mas que seu pai aprovaria tudo aquilo que sua mãe pensava era... absurdo.

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Algumas horas antes estavam um ruivo e uma morena de cabelos arroxeados discutindo em frente a um laboratório de exames. O ruivo, mais alto e de porte atlético, tentava manter a calma diante da moça que já aparentava ter algumas semanas de gravidez.
- Senna, você é maluca? - ele balançava um papel nas mãos.
- E-Eu posso explicar!!
- Explique-se, então. Gostaria muito de saber porque diabos esse filho foi feito enquanto estávamos namorando e o melhor: não é meu! O pior não é isso! - ele respirou pela centésima vez desde que leu aquele resultado. - Você veio parar no Japão sem falar com ninguém contando com a sorte que essa criança seria minha!
- I-Ichigo, eu... queria que ele fosse seu!
- Tsc, eu sabia que não tinha feito nada errado... qual o problema em não ser meu?
- É que... você é bonito... é ruivo.. é... branco...
- E daí? Você sabe quem é o pai, pelo menos?
- Sim! Kaname, da faculdade de Ciências Biológicas! Não quero ter um filho dele! Ele é... negro! - Senna pôs-se a chorar.
- O quê?
Ele ficou estupefato. Estava até com certa pena da ingenuidade da garota que havia se mudado para um país que não sabia nem como se falava um "Bom dia" buscando um pai para uma criança. Pensou até que ela pudesse ter dificuldades em se sustentar num país que definitivamente era mais caro que a Inglaterra - até porque mesmo se fosse dele, Ichigo não iria abrigá-la em suas asas para sempre - e aí ela vem com essa. Veio atrás de si para o Japão - quase pondo em risco seus planos com Rukia - porque não quer ter uma criança negra! Ichigo sentiu vontade de tirar a criança da barriga dela, para protegê-la do monstro que seria sua mãe. Ela tinha feito as.. coisas para fazer um bebê com Kaname. Qual era o problema dela?!?! Ele, por fim, resolveu controlar o acesso de raiva e teve pena tanto da criança quanto de Kaname por aturar uma mulher preconceituosa como aquela em seu encalço por pensão o resto da vida. Abriu a carteira e tirou algum dinheiro para ela voltar para Karakura e, quem sabe, voltar para a Inglaterra, se seus pais riquinhos resolvessem mandar algum dinheiro depois do sumiço da única filha.
Não disse nada. Nenhuma palavra ou menção. Só queria continuar sua vida - sem nenhuma criança berrando por enquanto - e planejar o que ele pensava que seria a melhor noite de sua vida, que estava próxima.


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Notas finais do capítulo

1 QUEM FICOU COM FOME FUI EU :(