I Miss You. escrita por Lux


Capítulo 9
Inesperado.


Notas iniciais do capítulo

Acho que postei em um intervalo bom, certo? KKK
Queria saber se vocês querem momentos, Naruhina na fic. Fico receosa de postar já que a fic é Sasusaku, sei lá... Vai saber né. Enfim, espero que gostem desse capítulo. Boa leitura!



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[...]

– Você?

...

– Sakura? O que faz aqui?

– Acho que posso te perguntar a mesma coisa – Ela cruzou os braços com um olhar surpreso. – Alias, é bom te ver também... Sasori. – Completou, lembrando de quando ele disse a mesma coisa pra ela no baile.

Automaticamente ele também se lembrou, e corou violentamente. Aquela noite não tinha terminado como ele esperava. Não mesmo.

Ele estava totalmente sem jeito na presença de Sakura. Não sabia mais o que a rosada pensava sobre ele depois do mico que sua avó lhe fizera pagar de propósito.

– Itachi confiou em mim para cuidar do apartamento enquanto ele e Sasuke estão fora. – Explicou-se.

– Hm...

Estranhou e ficou ainda mais envergonhado ao ver o jeito que a rosada o respondeu. Monossilábica? Desde quando ela era assim com ele? Ai meu Kami, pensou preocupado. Estava se sentindo como um garotinho de dez anos conhecendo a primeira paixonite de sua vida. Aquilo era vergonhoso, mas ele não conseguia evitar.

Então, de repente, Sakura aliviou a expressão, descruzou os braços e sorriu grandemente. O sorriso que Sasori tanto gostava de apreciar.

– Eu estou brincando! – Exclamou ela, rindo baixinho da cara dele.

Sasori suspirou aliviado, desfazendo a tensão de seus ombros.

– Quer entrar? – Perguntou, sem perceber que a olhava com total ternura.

– Ah, não, obrigado – Ela agradeceu desviando seu olhar do dele. – Eu tenho que... Passar na casa do Naruto agora, então...

– Tudo bem, eu entendo. – Sasori tentou não parecer decepcionado. – Posso te acompanhar? – Perguntou sem perceber. Era incrível o modo como ela o deixava, parecia que não tinha controle sobre si mesmo, as palavras simplesmente saíam.

– Claro, acho que não tem problema. – A rosada respondeu, sorrindo levemente.

– Só um minuto, preciso pegar minha carteira – O ruivo informou, fazendo sinal para ela esperá-lo ali enquanto entrava no apartamento dos Uchihas.

Demorou alguns segundos apenas e ele já estava de volta. Sasori trancou a porta e os dois se colocaram a andar lado a lado.

O silêncio no começo do caminho incomodava Sasori, pois não era do feitio de Sakura ficar calada por tanto tempo. Alguma coisa estava errada. Ela não lhe parecia triste ou aborrecida, mas seu pensamento parecia não estar ali naquele momento, pois seus orbes verdes fitavam o vazio a frente deles enquanto mantinha os braços atrás das costas, entrelaçando as próprias mãos.

– O dia está bonito hoje, não está? – O ruivo quebrou o silêncio, encarando o céu azul de poucas nuvens, mas ao ouvir o riso de Sakura, ele desviou sua atenção e a olhou.

– Você quer mesmo conversar sobre o tempo? – Ela parecia divertida com a confusão estampada no rosto de Sasori.

– Me desculpe, eu só... – Era fato, ele estava nervoso, como se estivesse no seu primeiro encontro. Que a propósito, tinha sido desastroso, mas isso não vem ao caso.

– Não precisa se desculpar. – Ela o interrompeu, ainda sorrindo, porem não trocaram mais olhares. Ela encarava apenas as ruas e as pessoas a sua frente enquanto Sasori fitava o próprio tênis.

Ela definitivamente estava diferente. Seu rosto delicado estampava tranquilidade e serenidade. Posso me acostumar com isso, Sasori pensou. Até mesmo o silêncio entre ambos era acolhedor para ele.

Andaram por mais duas ruas até que Sakura percebeu que estavam chegando e involuntariamente tomou a dianteira, apressando um pouco os passos até a porta da casa de Naruto. Por fora a garota estava totalmente calma, mas por dentro sua mente parecia ferver de perguntas e teorias malucas. Tocou a campainha com um pouco de urgência e depois de alguns minutos sem nenhum sinal de vida, concluiu que não havia ninguém em casa.

– E agora? – Sakura perguntou, murmurando para si mesma, mas Sasori a ouviu e sorriu satisfeito.

– Quer dar uma volta? – Ele ofereceu, gentilmente.

A rosada aceitou de bom grado o convite, afinal, não queria voltar para casa, pro seu quarto e para suas lembranças. Sasori conseguia fazê-la sorrir, mesmo que sem querer, e era disso que Sakura precisava no momento. Então ambos foram para uma pequena praça, não muito longe dali.

Foram conversando assuntos irrelevantes durante o caminho e ao chegarem ao seu destino sentaram sobre a grama, um de frente para o outro, debaixo de uma árvore.

O parque estava realmente encantador naquela tarde. Era primavera e um lindo sol clareava o céu. As árvores de cerejeiras se encontravam totalmente floridas, muitas pétalas espalhavam-se pela grama, mudando de lugar constantemente devido ao vento, e transformando o chão em um grande misto de verde e rosa.

Sakura estava com a cabeça apoiada no tronco de uma cerejeira e se deliciava com a paisagem e o clima enquanto Sasori, de frente a ela, procurava as palavras certas para começar a falar.

Mais um pouco do silêncio incômodo se estabeleceu entre os dois, até que o ruivo criou coragem para quebrá-lo, levantando seu olhar para a rosada, com cautela.

– Sakura...

– Sim. – Respondeu Sakura, sorrindo de olhos fechados. Parecia satisfeita com aquele momento.

O ruivo começou a mexer na grama com a ponta dos dedos, em um nítido sinal de inquietação.

Sakura abriu os olhos devagar.

– Eu queria poder me explicar sobre o que aconteceu no baile, durante nossa dança. – Sasori disse analisando a reação da garota com o canto do olho. Não ouve resposta da parte dela, sua expressão apenas se mostrava interessada e ele entendeu aquilo como um sinal para continuar. – Bom, não sei por onde começar. É que... Quando eu ainda era bem pequeno... Minha avó marcou um casamento arranchado pra mim, com uma garota que eu nem conhecia. Eu sei que é difícil acreditar que esse tipo de coisa ainda aconteça hoje em dia, mas minha família é muito antiga e apegada aos velhos costumes japoneses, assim como a família dela, minha “noiva”. – Ele fez aspas com os dedos ao dizer a última palavra. – Eu só a vi duas vezes desde que esse casamento foi marcado, e não importa o que eu diga ou quais argumentos eu use, para minha avó eu tenho que ser extremamente fiel ao meu compromisso.

A rosada ouvia atentamente, fitando suas próprias mãos, pousadas em seu colo. Se fosse qualquer outra pessoa a lhe contar uma história como aquela, Sakura provavelmente não acreditaria, mas Sasori não era do tipo que mentia, pelo menos não pra ela.

– E você... A ama? – A Haruno perguntou, curiosa, levando seu olhar até o dele.

– Claro que não – Respondeu de imediato. – Bom, não tenho nada contra ela, mas não tenho como amá-la... Nem se eu quisesse.

A última parte da resposta deixou a Haruno intrigada.

– Por que não? – Quis saber.

–“Porque eu estou pateticamente apaixonado por você!” – Ele quis responder, mas apenas explicou que não conseguiria, pois não a conhece de verdade. – Nunca nem tivemos uma conversa assim, como essa agora. E nas poucas palavras que já trocamos, ela me disse que não gosta de mim e que nunca iria gostar.

A rosada riu discretamente e foi acompanhada pelo ruivo.

Era difícil concretizar o pensamento de Sasori sendo forçado a gostar de alguém, ele era tão “na dele” e tão simpático ao mesmo tempo, que qualquer garota com um pouco de juízo se apaixonaria por esse jeito encantador que ele tinha. Imaginando isso um lampejo invadiu a mente de Sakura, mas ela logo tratou de afastar tal idéia. Sasori é meu amigo, talvez meu melhor amigo, nada mais, pensou se repreendendo.

Era fácil concluir o que se passou naquela cabecinha rosa naquele momento. Só então, Sakura finalmente aceitou que entre Sasori e ela estava sendo criado um laço forte, verdadeiro e quem sabe duradouro.

.

Enquanto isso no carro emprestado por Jiraiya.

O calor invadia o automóvel lotado obrigando-os a manter aberto todos os vidros e mesmo assim passarem calor. Cinco garotos e um cão. Todos cansados e transpirando feitos porcos.

– Não poderia ter um ar-condicionado não? – Chouji reclamou e levou uma leve cotovelada de Kiba por isso.

O clima estava tenso.

Naruto não disse uma só palavra o caminho inteiro. E isso já era motivo suficiente para declarar que o apocalipse estava perto de acontecer, já que esse era um fenômeno nunca visto antes por todos os passageiros daquele carro e talvez por ninguém no mundo.

– Vou deixá-los em casa. – Ele finalmente falou, mas foram suas únicas palavras.

E assim o fez. Deixou Kiba e Akamaru primeiro, em seguida Neji e logo depois Chouji. Por último parou em frente a casa branca no final da rua, deixando Shikamaru.

O garoto de rabo de cavalo desceu em silêncio, colocou as mãos nos bolsos e fechou a porta atrás de si, mas antes de caminhar para dentro de casa, virou-se e olhou pela janela aberta do carro.

– Você vai ficar bem? – Perguntou.

O loiro não o olhou, apenas afirmou com a cabeça.

– Depois conversamos melhor então. – Finalizou Shikamaru e se afastou do carro, vendo Naruto dar a partida e sair rapidamente.

Espero que ele não faça nenhuma burrada, pensou o Nara, esperançoso. Mal sabia ele o que esperava pelo amigo.

.

No avião a caminho dos Estados Unidos.

A classe executiva estava cheia, como já era de se esperar. Poucas pessoas dormiam, porque ainda estava de dia e muitos estavam animados, pois iriam conhecer os Estados Unidos pela primeira vez. Aquele falatório irritava o Uchiha. Ninguém estava falando realmente alto, mas sua paciência já havia se esgotado faz tempo.

– Aceita alguma coisa, senhor? – A aeromoça perguntou, gentilmente.

– Não. – respondeu Sasuke, ríspido. Fazendo a mulher se assustar.

– Sasuke-kun, não seja rude com a moça – Orochimaru o repreendeu em seu tom irônico de sempre. – Não queremos nada, obrigado. – Respondeu para ela.

A mulher voltou a andar pelo corredor, repetindo a mesma pergunta para outras pessoas. Uma voz feminina anunciou que faríamos uma escala em Londres e chagaríamos ao nosso destino em pouco menos de 10 horas.

Orochimaru aproximou seu rosto do garoto de cabelos negros ao seu lado, porem o mesmo se mantinha inflexível, olhava para frente, sem alterar sua expressão séria.

– Esse seu jeito só me faz gostar mais de você, Sasuke-kun – Disse o homem-cobra – Você é um espécime e tanto, sabia? – Ele passou a língua entre os lábios, umedecendo-os de forma nojenta.

Mantenha-se frio, Sasuke repetia para si mesmo.Você vai dar um jeito de sair dessa.

[...] 

Um ano depois.

Estacionando o carro em frente a sua casa, Naruto respirou profundamente pesado. Ele queria extravasar tudo o que estava sentindo, mas seria necessário o maior saco de pancadas do mundo para isso, então se limitou a socar o volante com força, em seguida encostando a testa no mesmo. Cerrou os dentes e os punhos, todo seu corpo tremia de raiva. Não conseguia pensar em mais nada a não ser na cena de Sasuke de costas para ele, o abandonando, indo embora acompanhado daquele monstro em forma de gente. 

Por que essa lembrança teima em me azucrinar?, o loiro se perguntava mentalmente.

Depois de alguns minutos uma lágrima escorreu por seu rosto bronzeado, deixando um pequeno caminho por onde passou. O loiro se deu conta de que estava na hora de entrar em casa e quem sabe mandar notícias para o velho tarado, já que o mesmo deveria estar preocupado, pois Naruto tinha passado a tarde toda com Hinata, mas não deu notícias. Tirou as chaves do contato e abriu a porta para descer.

Naruto mal percebeu a presença de alguém ali. Tudo aconteceu muito rápido, o garoto colocou um pé para fora, usando-o como apoio para se levantar, e quando já estava quase de pé sentiu um braço em volta de seu pescoço lhe dando uma gravata. O susto foi imediato. Ele tentou de todas as maneiras se desvencilhar do aperto, puxava o tal braço que o machucava com suas próprias mãos, mas de nada adiantou. Seu ar logo faltou e o Uzumaki desmaiou.

Ele não soube dizer quanto tempo se passou. Talvez horas, talvez minutos. Mas quando recobrou a consciência, abrindo os olhos devagar, demorou a se acostumar com o local. Era escuro, úmido e pequeno o cômodo onde se encontrava. Estacas de madeira apoiavam o teto, do mesmo material. As paredes eram de concreto rústico e algo estava escrito em umas delas, mas Naruto não conseguiu reconhecer o que era pela falta de luminosidade. Havia apenas uma pequena lâmpada no centro daquele lugar e sua luz era fraca. O loiro tentou se mover e só então percebeu que estava amarrado pelos pés e pelas mãos, deitado de lado daquele chão frio e sujo.

– Mas que droga está acontecendo aqui? Me deixem sair! – Berrou com a voz esganiçada.

Alguns segundos depois ouve-se um rangido, uma grande porta de ferro estava sendo aberta, do outro lado do local. Uma luz entrou pela abertura, porem Naruto não conseguiu ver quem estava entrando junto com ela e muito menos o que tinha lá fora.

– Seja quem for, provavelmente pegou o cara errado. – Avisou o garoto. – Eu não tenho dinheiro.

Uma sombra se aproximou dele com cuidado. Naruto semicerrou os olhos para tentar enxergar um rosto, mas no lugar deste havia uma marcara. A cor ainda era um mistério, pois tudo naquele lugar adquiria um tom cinza.

Como não houve resposta, Naruto se estressou.

– Ei cara! Você é surdo ou o que? – Gritou e logo em seguida levou um forte chute nas costelas, o que o fez gemer de dor.

A sombra se abaixou, sentando em seus calcanhares e aproximando-se para olhar a expressão de agonia do garoto, que notou que aquela maldita mascara só tinha um furo para o olho. Naruto mostrou os dentes e a sombra se levantou, virou-se de costas e voltou a andar em direção a única saída daquele lugar.

– É melhor se comportar se quiser sair daqui vivo. – A pessoa disse em tom grave enquanto caminhava. Parou frente à porta, segurando a mesma com uma mão. – Estou indo buscar uma companhia para você. – Informou antes de sair e fechar a porta atrás de si.

.

No Japão, mais especificamente no apartamento onde Orochimaru mantinha Sasuke preso.

O local não tinha nenhum sinal de vida, a pouca iluminação que ali existia, vinha dos postes de luz da rua, que assim como a casa, encontrava-se deserta.

O relógio de ponteiro pendurado na parede da sala anunciava que já passava da meia noite. Logo ao lado dele um corredor escuro se estendia e dentre as três portas ali presentes a última estava entreaberta. Dentro da mesma se encontrava as paredes verdes que causaram tanta repulsa em um Uchiha.

Naquele momento todo o quarto parecia pertencer a escuridão, olhos humanos demorariam alguns segundos para se acostumar ao lugar, pois só havia uma janela ali e esta estava bem fechada e coberta. Lá também residia uma certa mesa de segunda mão, (assim como tudo naquela casa parecia ser) e em cima dela alguns papeis ainda se mantinham no lugar, porem um deles agora estava preenchido com uma caligrafia caprichosa e invejável.

Era uma carta.

Não estava assinada, não continha nomes, apenas sentimentos que provavelmente nunca encontrariam seu destinatário um dia.


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Notas finais do capítulo

Acho que dei uma pirada nesse capítulo. Talvez tenha me precipitado, não sei. O que acharam? Daqui pra frente tenho que revelar as coisas aos poucos e na hora certa. Isso é um pouco difícil pra mim :3



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