Since you high, since you steal, since you hate everything I feel

Since you cheat, since you lie, since you don't wanna try things I wanna try

Since you been gone, my life has moved along, quite nicely actually

I've got a lot more friends and I don't have to pretend

Since you're gone, since you're gone - The Pretty Reckless, Since You're Gone

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Acordei no chão. Tinha a vaga impressão de Percy ter puxado as minhas cobertas e me jogado da cama.

– Anda logo – disse ele. – E não vista armadura.

– Ok, ok – eu disse indo em direção ao banheiro ainda de olhos fechados. Bati meu dedinho do pé em praticamente todos os móveis do quarto e xinguei milhares de pragas antes de chegar à meu destino. Tropecei na cômoda e literalmente me joguei na porta. Para o meu azar, ela ainda estava fechada. Bati a cabeça na porta com força. Ai. – Merda – resmunguei.

Fiz minha higiene matinal e vesti uma calça jeans escura rasgada com uma faixa escrito "punk" em vermelho e um monte de adesivos de bandas. Peguei uma blusa do Skillet preta e all star. Coloquei minhas armas em seus devidos lugares e dei um jeito no meu cabelo prendendo-o com uma piranha.

– Estou pronta – eu disse à Percy.

– Até que enfim – disse ele.

– Eu também – disse Nicolly surgindo do além e me assustando.

– Então vamos – disse Percy.

Fomos em direção aos estábulos. Enquanto andávamos, Percy nos explicou que havia apenas um cavalo alado imortal chamado Pégaso, que ainda vagava livre em algum lugar nos céus, mas com o passar das eras ele havia gerado uma porção de filhos, nenhum de fato tão veloz ou heróico, mas todos com o mesmo nome do primeiro e maior.

– Sendo filho do deus do mar, jamais gostei de andar pelo céu. Papai tem uma rivalidade com Zeus, portanto eu tento permanecer fora dos domínios do senhor dos ares tanto quanto possível.

– Concordo plenamente com isso – eu disse.

Chegamos aos estábulos. Percy nos mostrou os pégasos que iríamos montar. O meu era preto, com a crina decorada com várias mechas vermelhas, azuis e roxas e asas deslumbrantes feitas de penas negras e o da Nicolly era bem parecido, só que com a crina trançada com mechas verdes, laranjas e vermelhas.

– Essa é a Moonlight – disse Percy apontando para o pégaso que eu iria montar. – Moonlight, essas são a Cel e a Nicolly.

E aí?, ouvi na minha cabeça.

– Puta que pariu – eu disse pulando para trás. – Esse cavalo fala? Tipo, fala mesmo?

– Que foda, véi! – exclamou Nicolly.

Percy riu.

– É pégaso – riu ele. – Nós somos filhos de Poseidon e ele criou os cavalos. Por isso podemos conversar com eles. Cavalos, pégasos, zebras e derivados também entram nessa categoria.

– Zebras e "derivados" – repeti. – O que chegaria a ser esses "derivados"?

– Qualquer tipo de equino – ele respondeu. – Agora, você quer ficar aqui falando ou vai montar?

Ele me mostrou como montar enquanto o pégaso me olhava com curiosidade. Depois Percy ajudou Nicolly com o pégaso dela.

– Ela é a Starlight – disse ele para a Nicolly. – Starlight, essas são a Nicolly e a Cel.

Oie, ouvi em minha cabeça.

– E aí? – disse Nicolly.

Então Percy montou num cavalo igual à Moonlight, só que sem mechas coloridas.

– E esse é o Blackjack – disse ele.

E ai, chefe? Quem são essas?

Me segurei para não pular da Moonlight e sair correndo.

– Blackjack, essa é a minha irmã, Cel – disse Percy apontando para mim. – e a Nicolly – ele apontou para Nicolly com uma mão, acariciando a crina de Blackjack com a outra.

As novas irmãzinhas do chefe. E aí?

– Err... oi – eu disse.

– Oie – disse Nicolly.

– Peguem leve com elas, ok? – disse Percy olhando para Moonlight e Starlight. – É a primeira vez que elas montam num pégaso.

Não garanto nada, ouvi meu pégaso falar em minha cabeça, o que não me deu muita confiança.

E então saímos do estábulos e os pégasos começaram a voar.

Eu já estivera em uma biga voadora, mas a sensação de cavalgar um cavalo alado foi diferente. Aquilo não me deixou nem perto do nervosismo de estar em uma biga, ou em um avião. Talvez fosse porque meu pai criara cavalos da espuma do mar e, assim, os pégasos eram uma espécie de... território neutro. Eu conseguia entender seus pensamentos. Não ficava surpresa quando minha pégaso saía galopando pelas copas das árvores ou perseguia um bando de gaivotas para dentro de uma nuvem.

Quando percebi, a concha de caramujo já anunciava a hora do almoço. Percy fez sinal para pousarmos.

– Realmente, não há muito que eu possa ensinar a vocês duas – disse ele quando guardamos os pégasos no estábulo. – Temos um dom nato para cavalgar.

Sorri.

– Obrigada – eu disse e fomos almoçar.