Esses Seus Olhos De Tempestade escrita por jessyweasley


Capítulo 39
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Leitoras que me mandaram mensagens dizendo que iriam morrer, não morram! kkkkkk Capítulo pra vocês



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Três meses se passaram desde o casamento e lua de mel. Eventos que deixam saudade, mesmo que tenha causado tanta dor de cabeça. Não tanta quanto à gravidez de Annabeth.

Para ser mais especifico, Annabeth entrou em seu sexto mês de gravidez. Sua barriga já está grande e por mais assustador que seja ainda irá crescer mais até o nono mês. Mulheres e sua capacidade de ser uma criatura bizarra e confusa. O grande problema desse sexto mês é o estresse mais aflorado.

Esse pequeno grande problema já me fez deslocar algumas vezes correndo com ela para o hospital, até que o médico me chamou em um canto e perguntou se eu submetia minha mulher a situações de estresse com frequência e é claro que isso nunca acontecia...

__ Annabeth! – berrei do quarto – ONDE ESTÁ MEU BLAZER, PRECISO DELE PARA A REUNIÃO!
__ Já olhou no armário Percy? – ela gritou do seu escritório improvisado na sala
__ Já! Uma hora você arruma a casa, outra é a moça que limpa a casa, toda hora vocês trocam de lugar!

A ouvi subindo as escadas como se um exército subisse atrás dela. A porta do quarto foi escancarada com força, Annabeth estava bufando de raiva e faltou arrancar a porta do armário, mexeu em algumas gavetas e jogou o blazer no meu rosto.”

“__ Percy, não me diga que se esqueceu de comprar o doce que eu pedi – Annabeth estava sentada com os pés para o alto no sofá, vendo tv
__ Ahm... Digamos que eu tenha que sair agora e compra-lo, apenas uma hipótese, onde eu o acharia? – perguntei levantando todas as minhas defesas
__ NÃO ME DIGA QUE VOCÊ ESQUECEU! ESTOU TE LEMBRANDO DESSE MALDITO DOCE O DIA INTEIRO!”

Ok... Talvez eu a irrite um pouco a mais do que o normal, mas acredito que isso seja inteiramente pelos hormônios dela a flor da pele.

__ PEEEEERCY! – a ouvi gritando do andar debaixo
__ JÁ VOU!

Desci as escadas rapidamente já me preparando para uma crise de xingamentos, mas ela estava terminando de empacotar as coisas da cozinha e por isso estava sentada no chão. Apoiei-me na bancada e ela jogou o rolo de fita vazio em mim.

__ Mais fita? – perguntei
__ Sim! Não pensei que você tivesse tanta coisa! – ela esticou os braços e arrumou a postura

Peguei outro rolo de fita e me sentei ao lado dela, puxando outra caixa vazia e ajudando-a empacotar o outro armário.

__ Odeio mudanças – falei
__ Pense pelo lado positivo, pelo menos os móveis já estão na outra casa, já que essa ainda tem que ficar mobiliada. Aliás, seu pai irá vender essa casa? – ela perguntou

Bom... Três meses se passaram e eu e Annabeth concordamos em comprar a nossa própria casa, deixando de lado qualquer ligação com favores de nossos pais. Meu projeto com Leo andava de vento em poupa, vendendo mais que água no deserto, então minha conta estava felizmente sempre no positivo. Annabeth também estava trabalhando no escritório em NY, mesmo tendo que viajar duas vezes por semana para lá.

__ Ele disse que talvez a deixará aqui para uso dele, aposto que para fazer mais bastardos – dei de ombros.

Annie riu e se apoiou em mim para ficar de pé.

__ Algum problema? – perguntei
__ Não... Só minhas pernas que ficaram dormentes – ela sorriu.
__ Já tomou seus remédios?
__ Isso é besteira Percy, não preciso deles.

Revirei os olhos e me coloquei de pé, subi as escadas e peguei os remédios. Quando voltei Annabeth tinha os braços cruzados e a típica cara de menina emburrada.

__ Nem adianta fazer essa cara, você precisa desses remédios – coloquei um copo d’agua com os remédios ao lado de frente para ela – Você sabe dos riscos e sabe que eu não aguentaria se algo acontecesse com vocês
__ Ok, ok, você e sua pressão psicológica – ela tomou os remédios num único gole
__ Enquanto der certo, irei usá-los, no dia que parar de funcionar terei que enfiar eu mesmo garganta abaixo.

Cheguei próximo a ela, segurei seu queixo e dei-lhe um selinho demorado.

__ Eu te amo – sussurrei para ela, que sorriu de volta.

***

Nossa nova casa ficava um pouco mais distante da praia, num bairro menos luxuoso e mais popular de Long Island. Mas ela era ainda maior que a antiga, em especial o quintal. A casa tinha dois andares, quatro quartos e todas as outras demais áreas que toda casa tem.

Infelizmente era triste abrir a porta que dava para o quintal e não poder ver o mar e sim o muro vivo do vizinho e a piscina pouco funda e vazia.

__ Sr. Jackson – chamou o entregador me tirando dos meus pensamentos – Preciso que assine aqui para que possamos descarregar sua mudança
__ Ah sim, claro!

Assinei o papel e assim que ele abriu a porta, Annabeth surgia carregando uma caixa imensa.

__ ANNABETH! – corri até ela, tomando-lhe a caixa dos braços – Tá louca? Você não pode carregar peso.
__ Pare de me tratar como uma inválida Percy! – ela esbravejou
__ Não estou te tratando como uma inválida! – retruquei – Quero que você apenas tenha ciência que está grávida e que isso implica em não fazer tanto esforço.

Ela me encarou com firmeza e pela primeira vez consegui manter meus olhos sobre os dela com a mesma dureza. Notando que eu não cederia, ela fechou a cara e foi para os balanços velhos que havia no fundo do quintal.

__ Me desculpe por isso – falei ao entregador – Sabe como são mulheres grávidas...
__ Sei como são por isso larguei minha esposa assim que meu filho nasceu – ele deu uma gargalhada e eu apenas ri sem graça.

Quando terminei de descarregar tudo com os outros homens, já haviam se passado duas horas. Olhei pela porta e Annabeth permanecia no mesmo lugar, agora mexendo no celular enquanto se balançava lentamente.

Despedi-me dos carregadores e fui até Annie. Sentei-me no balanço ao seu lado e ela agia como se eu não estivesse ali. Como era orgulhosa. Coloquei a mão em sua coxa e ela me lançou um olhar assustador pelo canto do olho.

__ Ainda com raiva? – perguntei com um sorriso leve no rosto
__ O que você acha? – ela se levantou
__ Annabeth, qual é, você tem que se adequar a gravidez! – levantei-me logo em seguida
__ Não quero conversar com você agora!

Ela me parou com um gesto de mão e entrou batendo a porta, deixando-me mais uma vez como grande vilão da história.

O resto do dia foi de tentar ajeitar as coisas sozinho dentro de casa, já que Annabeth havia pego o carro e saído sem me dizer para onde iria. Coloquei tudo em seus devidos lugares em nosso quarto, banheiro, cozinha e quando terminei estava morto, além de não ter noticias de Annabeth.

Liguei diversas vezes durante o dia e ela não atendia, não sei como ainda não havia me acostumado com essa mulher de gênio difícil. Decidi então não procurar, tomar um banho e dormir um pouco, para quem sabe caso ela chegasse eu a levasse para jantar.

***

__ Percy... Percy...

Abri os olhos devagar, pensando na claridade da manhã que me cegaria, mas tudo estava escuro. Até que reconheci Annabeth ao meu lado, seus cabelos presos por um rabo de cavalo e sua típica camisola de grávida.

__ Oi... – eu disse ainda esfregando meus olhos e acordando – Que horas são?
__ Dez horas – ela tinha um tom de culpa na voz
__ Chegou agora? – espreguicei-me e me sentei na cama ficando como ela
__ Mais ou menos – ela desviou o olhar
__ Hum...

Virei-me para levantar da cama, mas ela me segurou pelo pulso, a olhei e seu rosto estava bem sério.

__ Me desculpe, por todo o exagero de hoje – ela disse – Ou melhor, por todos os exageros que venho dado ultimamente.
__ Tudo bem, depois de seis meses você ainda reluta em entender que está grávida, já me acostumei – sorri
__ Percy! – ela me deu um tapa de leve no braço – Eu amo nosso filho, mas realmente não consigo me adaptar, todo mês muda.

Nós dois começamos a rir. Minha barriga fez um tremendo barulho e Annabeth me encarou.

__ Acho que não sou eu que está com algo na barriga, eu trouxe janta, busque pra nós dois lá embaixo, já que sou uma grávida que não pode fazer esforço.

Ela fingiu desmaiar na cama, levantei-me rindo e lhe taquei um travesseiro na cara. Desci para pegar uma sacola com o jantar e subi correndo.

***

__ Percy...

Annabeth estava deitada sobre meu peito, acariciando meu pescoço com a ponta dos dedos, abaixei o olhar e notei que ela me encarava.

__ Você seria capaz de me largar depois que eu tiver esse filho? – ela perguntou
__ O que? De onde tirou isso? – perguntei incrédulo
__ Ouvi o entregador falando isso e ouvi você rindo com ele, você não seria capaz, seria? – ela levantou as duas sobrancelhas.

Eu sorri e com cuidado a abracei com força e ela afundou o rosto em meu peito, também me abraçando.

__ Eu nunca irei te largar Annabeth!

***

__ Senhor... Posso entrar? – disse Quione
__ Claro Quione, entre.

Quione era minha nova secretária. Infelizmente acabei virando um homem de negócios e escritório. Leo tinha sua sala ao lado da minha e sempre surgia com novos projetos para fazermos juntos, ultimamente andava até pensando em voltar a universidade e fazer um curso de gestão empresarial, da forma que as coisas iam, seria eu o novo sucessor de Poseidon.

__ Senhor, essas são as novas planilhas que chegaram e sua esposa ligou mais cedo, quando estava em reunião e pediu que você retornasse.

Quando ela falava juro que tentava não olhar para seu decote imenso, mas na minha atual situação era meio impossível resistir a tal tentação. Quione era muito bonita, era muito branca, até demais por viver em Long Island, tinha os cabelos muito negros e os olhos azuis cristalinos, eu deveria colocar como requisito de aprovação de emprego: seja uma secretária feia.

__ Obrigado Quione.

Ela sorriu e deixou a sala. Em seguida liguei para Annabeth, mas ela não atendia. Assim que bati o telefone ela entrava feito louca em minha sala, com Quione ao seu encalce e com cara de espanto.

__ Desculpe Sr. Jackson, a sua esposa já foi entrando e nem pude anuncia-la – disse Quione recuperando o fôlego.
__ Tudo bem Quione, não precisa ter cerimonia com Annabeth – eu disse a ela – Agora se puder nos deixar a sós.

Ela apenas assentiu e saiu da sala, acompanhada pelo olhar de desprezo e curiosidade de Annabeth.

__ O que foi isso? Você nunca entrou dessa forma na minha sala – eu disse a ela
__ Belo decote...
__ O que?
__ Sua nova secretária... Tem um belo decote – ela cerrou os olhos e me lançou o olhar reprovador
__ Nem reparei – disse rapidamente
__ Pena que Deméter precisou se aposentar, uma verdadeira perda – ela sentou-se na cadeira de frente para minha mesa – Entrei assim para sua secretária saber que você tem uma esposa grávida e louca
__ Annabeth, não seja besta! – eu ri – Então, o que veio fazer aqui? Aconteceu alguma coisa?
__ Rachel está aqui, você não sabia?
__ Não!
__ Pois então, eu fui dar um passeio com ela e Octavian e eles me deixaram aqui, queria te ver, além de ver quem era a dona da voz que me atendeu mais cedo.
__ Esqueça Quione! – sentei-me ao lado dela e a beijei – Que tal nos quatro sairmos para jantar essa noite?
__ Adoraria – ela sorriu – Ligo para Rachel e combino tudo, pode ser naquele que você adora?
__ Com certeza!

***

23:00 pm. Era o que marcava o relógio do computador e eu ainda nem estava na metade do relatório que eu precisava entregar. Annabeth iria me matar. O telefone tocou e quase derrubo o café frio sobre os papéis.

__ Alô?
__ Senhor, é sua esposa do outro lado da linha querendo saber se você irá sair para jantar...
__ Quione! O que faz aqui ainda? Passe a ligação.

__ Annie – eu disse
__ Percy – pude notar o tom amargurado em sua voz – Estamos saindo do restaurante agora, porque ele irá fechar, espero que não demore muito que você está fazendo e venha para casa logo.
__ Já estou chegando – eu disse.

Olhei para o trabalho incompleto. O que eu faço, o que eu faço?

__ QUIONE! – chamei

Ela estava com uma roupa diferente do uniforme típico das secretárias. Ela vestia uma saia curta e uma blusa de manga longa com o decote, os cabelos soltos e veio andando em minha direção de forma estranha.

__ Porque está vestindo essas roupas? Aliás, o que está fazendo aqui ainda?

Ela empurrou com a ponta do sapato de salto minha cadeira, que se afastou da mesa dando espaço para que ela se sentasse no meu colo de frente para mim. Segurou com força meu rosto e suas unhas pintadas de vermelho cravadas em minhas bochechas.

__ Quione... o que isso significa? – a encarava confuso
__ O senhor acha que eu nunca notei o quanto repara em meu decote sempre que venho a sua sala?

Engoli a seco, droga. Ela virou meu rosto bruscamente e mordeu o lobo da minha orelha, fazendo-me arrepiar.

__ Saiba que também reparo no senhor – ela sussurrou

Ela soltou meu rosto e pegou minhas duas mãos, colocando-as sobre seu seio e apertando-os em seguida. Annabeth. Puxei minhas mãos com violência e me coloquei de pé, quase fazendo-a cair.

__ Eu sou um homem casado e amo a minha esposa, dê-se ao respeito senhora Quione, agora já que ficou aqui até esse horário, arrume essa mesa e depois saia, vou para casa ver minha esposa.

Dei-lhe as costas rumando a saída, mas ela correu e travou seus braços em minha cintura, apertando seu corpo contra minhas costas.

__ Aposto que você e sua esposa grávida não tem intimidades a um tempo, não sente falta.
__ Quione, me solte ou serei obrigado a ser bruto com você e não quero isso.

Ela me soltou e a olhei de relance, não havia nenhuma expressão de arrependimento e sim de mais desejo, desejo de algo que não pôde ter naquele momento.

***

Era meia noite quando cheguei em casa e Annabeth estava na sala vendo tv com as luzes apagas. Quando entrei na sala, ela as acendeu e me encarou com raiva.

__ Acho que demorou um pouco para concluir o serviço com a Quione – ela disse num tom irônico
__ Annabeth, não tem nada haver, eu estava terminando um relatório e nem sabia que ela ainda estava lá – soltei um longo suspiro – Leo pode confirmar isso
__ Você acha que eu confio no que Leo diz? Vocês homens estão sempre se acobertando!

Ela levantou do sofá e vi que havia uma cama ali.

__ Sua cama até eu dizer o contrário – ela parou no primeiro degrau da escada – Sua comida predileta está na geladeira, fui idiota o suficiente para trazer para você.
__ Annie...

Ela continuou subindo as escadas e bateu a porta com força, trancando-a.


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