O que vou fazer? Correr? Como? Como tudo isso aconteceu de uma hora pra outra? Como num minuto estou nos braços de Ian e no outro estou tendo que deixar minha família pra ir de encontro ao Congresso? As almas vão me perdoar?

Por fim, percebo que não me interessa se me perdoem ou não. Segui meu coração e se pudesse varia tudo de novo. Tudo. Venha o que vier, se minha morte for necessária aceitarei de bom grado, mas protegerei aqueles que amo sempre. Aconteça o que acontecer, os humanos são minha prioridade.

O vento era forte na estrada. Burns cortava entre os carros. Onde as almas sorriam pra nos pensando que éramos um casal aposto. Nunca, nunca serei sua Burns. Grito na minha mente pra ele. Seu corpo na minha frente, como queria ser forte o bastante pra lhe dar um soco, mas aposto que seria eu a se machucar. Ele dirigi chegando a cidade. Diminui a velocidade, mas não muito. E posso muito bem adivinhar aonde ele esta me levando. Ao departamento que fica bem no centro da cidade. Onde há um tempo tinha invadido pelos fundos pra pegar alguns tanques de cilindros para alma, e olha que peça do destino,a qui estou eu, entrando agora pela porta da frente, pra ser a alma que vai estar num cilindro. Ou não.

Engulo seco, essa parte, afinal nunca soube de alguma alma que tenha passado pelo Congresso. Só se sabe que só existem para organizar tudo. Que até mesmo um Rastreador deve se submeter a ordens de qualquer um deles. A moto para. Olho em volta e vejo que o sol esta nascendo. Será a ultima vez que verei um nascer do sol aqui na Terra. Meu corpo ainda esta sobre influencia do conteúdo daquela injeção. Não consigo abrir minha boca e nem meu corpo obedece minhas ordens. Burns desce e me puxa pro seu colo. Quero protestar, mas o máximo que consigo fazer é queimar ele com meu olhar.

“Enfim de volta, pra sua casa” ele diz com o maior orgulho.

Nunca será a minha casa

“Deve estar se perguntando por que o seu corpo não consegue obedecer seus comandos?!” ele abriu a porta com os pés, comigo nos braços, sempre me olhando.

Deve ser a droga que você colocou no meu corpo com a agulha, só acho!

“Aquela injeção continha uma formula exclusiva de nos Rastreadores. Nos que fabricamos com a ajuda da medicina é claro. Como você deve ser bem estudada, sabe que o cérebro humano é divido em partes, onde ficam armazenadas comandos como respirar, pensar até mesmo se mexer.” vozes ao redor começam a preencher o local, mas ignoro todas. Ele começa a andar por um corredor totalmente claro, suas paredes e o teto era do tom de branco mais claro possível.

“Bom, essa substancia inibi certas ordens de ser obedecidas, como se você lançasse ordens pro seu corpo obedecer, mas há uma parede bem a frente, fazendo todo o seu corpo permanecer sem direção nenhuma, como se estivesse imobilizada. Nos a apelidamos de “Fora do Corpo”. Usávamos em alguns humanos que causavam....certos problemas a nos. Mas tem certos efeitos colaterais. Não sobrevivem. O corpo não aguenta. Muito inteligente da nossa parte” ele dizia como se estivesse anunciando a cura do câncer.

“O que esta havendo aqui?” disse uma voz feminina, que exalava poder. Podia ouvir passos em volta parar. “Identifique-se rapaz” ordenou.

“Rastreador Burns, da operação de camuflagem. Trago essa alma sobre....”

“Não perguntei o porquê trouxe ela. Quero saber o que explica a sua falta de respeito comigo” ela era forte, com certeza. Uma autoridade.

Meu cérebro começava a se escurecer. Não conseguia ouvir o que eles diziam. Logo outras mãos aparecem e me puxam. Burns me aperta. Segurando.

“Aonde....”

“Chega! Ela será levada aos médicos e assim poderá prosseguir com o que deseja fazer aqui. Os procedimentos serão tomados para que acabe logo com isso. Maldita hora que visitei esse planeta. Vou chamar meus irmãos. Vamos logo com isso, levem ela daqui” gritou ela. Sinto o corpo de Burns tremer. Uma mulher que faz ele ter medo com certeza já tem meu respeito. Mesmo sem ver essa mulher já gosto dela. Será ela que me ajudara a fugir dele?

A última coisa que ouço é:

“Até a próxima Peregrina” sussurrando em meu ouvido. Burns.