Ruquinha! escrita por Manu Vecce, Mitty


Capítulo 7
Aguenta, coração!


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Melhor eu inventar algo magnífico.
— Ela está passando mal. Por isso estou levando-a para a enfermaria — completou Luca, me deixando orgulhosa. Ele sabe mentir!
A velha desconfiou, claro, e continuou:
— Não está mentindo para mim, né Luca?
— Não! — respondeu ele, segurando-me pela cintura. Gente, quase derreti na hora.
— Ok, vou confiar em você — disse a diretora, ainda desconfiada. — O que você está sentindo, Lily?
— Tudo — respondi rápido e imediatamente me arrependi da burrada que fiz.
— Ela quis dizer que está com dor no corpo todo — explicou Luca, me salvando.
A velha olhou para mim parecendo não acreditar, mas como não tinha nada que provasse que eu estava bem, deixou que eu e o Luca passássemos.
— Hum... Pode levar ela para enfermaria.
Luca assentiu e começamos a andar, a velha continuou nós olhando, para ver se íamos mesmo para a enfermaria.
— Foi por pouco — sussurrei enquanto andávamos, ele me olhou e deu um pequeno sorriso, ele é perfeito!
Como a enfermaria não ficava perto das salas de aula, ou perto da diretoria, afastei-me do Luca e ele me olhou.
— Já dá para eu andar normalmente agora.
— Vamos para onde? — perguntou, caminhando ao meu lado.
— Para a enfermaria — respondi.
— Mas a gente não ia para um outro lugar? — perguntou levantando uma sobrancelha.
— Sim, mas eu tenho certeza que a velha-caduca vai dar uma “passadinha” na enfermaria para checar se a gente estava falando a verdade — expliquei, fazendo um coque mal feito no meu cabelo.
— Como você pode ter toda essa certeza? — questionou.
— Não sou de faltar a escola, sou de cabular aula — respondi.
Luca deu um sorrisinho, e respondeu:
— Ainda continuo sem entender.
— Sempre que cabulo uma aula eu invento uma doença diferente e a diretora acaba por me deixar ficar na enfermaria. Aí ela dá umas passadinhas na enfermaria, para ver se eu não estava mentindo — expliquei.
— Por que você cabula as aulas?
— Porque são chatas — respondi, fazendo cara de tédio. — Você não acha?
— Acho que sim — respondeu. — Entretanto, preciso de notas altas para passar de ano.
— Hum... — murmurei. — Como será que estão as minhas notas?
— Estão boas, você sempre comparece nas aulas em dias de provas, e sempre faz os trabalhos — respondeu, me deixando intrigada.
— Como sabe de tudo isso? — perguntei, espantada.
— Eu presto atenção em você — respondeu, desviando o olhar.
— Por quê? — perguntei, meio que automaticamente.
— Um dia você vai saber — respondeu com um sorriso tímido, ainda encarando o chão. — Você tem... namorado?
Fiquei intrigada com a pergunta, mas quando ia responder, nós chegamos na enfermaria e a dona Carlinha estava mexendo no computador. Quando percebeu a nossa presença ela nos encarou e revirou os olhos, questionando, com um ar de cansada:
— O que você fez dessa vez?
— Fui pega pela diretora — respondi.
— Fazendo? — perguntou, desconfiada.
Suspirei, sentei na maca, e respondi:
— Andando pela escola.
— Não era para você ter ido para sala de aula? — perguntou, estressada.
— É proibido entrar na sala de aula depois dos professores — lembrei-a. — Esqueceu?
Carla bufou, e se dirigiu ao Luca:
— Por que você está aqui, Luca?
— Fui pego junto com ela — respondeu, um tanto avergonhado.
— Garoto, vou te dar um conselho. Não fique andando com essa garota, ela é louca — aconselhou Carla, me fazendo bufar de raiva.
— Eu gosto dela exatamente por causa desse seu jeito louco — respondeu, me deixando de olhos arregalados e de boca aberta com um “O “perfeito.
— Então tá né?! Depois não diga que não avisei — falou Carla levantando-se da cadeira e indo em direção a porta. — Vou na diretoria, juízo vocês dois.
Olhei para o Luca e dei um pequeno sorriso. Eu estou perto do menino que amo. Ele gosta do meu jeito de ser e ele presta atenção em mim. Quero saber o motivo dele prestar atenção em mim, será que ele gosta de mim? Impossível, deve ser porque chamo muito a atenção do povo da escola. Será que tenho alguma chance com ele?
Já estávamos num silêncio desagradável quando Luca me chamou:
— Hum... Lily? ...
— Oi?
— Você está gostando de alguém? — perguntou, corando instantaneamente. Estou começando a achar que tenho chances com ele.
— Bem... Sim... — respondi.
— Quem é? — perguntou, com um olhar de ansiedade.
— Err... Eu...
— Você...? — questionou-me.
— Eu... Eu não posso falar — menti, olhando para o chão.
— Eu conheço ele?
— Bem... sim.
— Ele é meu amigo ou alguém que eu converse muito?
— Já te dei informações de mais — virei e deitei na maca. — Vou dormir.
— Está fugindo?
— Não. Estou cansada — menti novamente.
— De?
— Do dia. Ele está sendo bem cansativo.
— Você acha cansativo ficar comigo? — ele perguntou, e então, sentou-se na mesma maca em que eu estava deitada, ao meu lado.
Levantei-me rápido, e em questões de segundos, eu estava com minha boca a milímetros da boca do Luca. Parei de respirar. Os olhos dele se arregalaram no mesmo instante que os meus, fiquei sem saber o que fazer ou falar por alguns segundinhos...
— Não...
Se eu me aproximar só mais um pouquinho, estarei com a minha boca colada na dele... Seria tão gostoso beijá-lo, mas seria tão assustador ver o horror que ficaria em sua face logo após. Senti seu hálito, e sua respiração tão perto de mim. Meu coração acelerou, e minhas mãos começaram a soar frio.
— Desculpa — ele disse, se afastando.
— Não tem pra quê se desculpar — falei, olhando para as minhas mãos. — Você não fez nada de errado.
— Ok — ouvi um suspiro. — Não vai me dizer por quem está apaixonada?
— Não adianta insistir. Quando for a hora certa você vai saber quem é — sorri.
— Ok, ok. Mas deixo claro que estou curioso para saber quem roubou o seu coração — ele sorriu e eu ri.
— Tá... Vou tirar um cochilo. Quando o sinal soar você me acorda?
— Claro — sorriu.
Sentou-se na cadeira novamente, e eu fechei os meus olhos, para logo adormecer com um sorriso nos lábios.


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Notas finais do capítulo

Até mais!



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