Ruquinha! escrita por Manu Vecce, Mitty


Capítulo 5
Juramentos


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Tentei avançar pra cima da garota, mas Fernando me segurou pela cintura, impedindo-me.

Que saco!

— Você é surda também é? — zombou a loira, dando gargalhadas. — Rui-vi-nha-do-ca-pe-ta.

— Elaine, é melhor você parar de provocar a Lily. Ela é minha amiga e eu sei do que ela é capaz de fazer com quem bate de frente com ela — avisou Alan, tirando a garota do seu colo. — Pronto Lily, ela não está mais sentada no meu colo.

— Graças a você, né?! Porque se não fosse você, ela continuaria em seu colo, se esfregando toda, como se estivesse no cio. Não sei como você consegue ser amigo de tipos como ela — rosnei, vermelha de raiva.

— Como é? Olha, eu não tenho culpa se o Alan não te acha atraente para dar em cima de você — retrucou, me encarando de perto.

Bati na mão do Fernando e ele me soltou.

— Presta atenção em uma coisa, cabrita — me aproximei mais dela. — O Alan já ama uma menina, e ela não é você. Você não vai passar de um simples brinquedinho se o Alan quiser algo com tu, ou seja, ele só vai querer te usar e jogar fora — avisei, rindo debochada e ainda com a face vermelha de raiva.

— O Alan não iria fazer isso comigo — contestou. — Mas, e com você? Não rolaria nem um selinho.

— Ei, meninas, já chega! — gritou Alan. — Eu não vou beijar a Lily porque ela é como um irmã para mim, e ela é sim atraente, mas eu vejo ela somente como uma amiga...

— Tô nem ai, Alan. Agora eu tô com vontade de deformar a cara dessa garota — avisei.

Parti pra cima da loira.

Peguei em seu cabelo, a joguei no chão, subi em cima, e a enchi de tapas, seguidos de arranhões. Mas, para estragar a minha felicidade, Alan me puxou para longe da piranha. Ele abraçou a minha cintura por trás e me arrastou para fora de sua sala, nem precisei andar.

— Sua vagabunda, você vai ter o que merece! — gritei, antes de sair da sala.

— Vai esfriar a cabeça, Lily — ordenou Alan, me encarando com uma expressão séria depois de me soltar.

— Por que não me deixou acabar com ela? — questionei, exaltada.

— Porque ela é minha amiga, assim como você. Agora vai esfriar essa cachola, você tá muito esquentadinha, Foguinho — respondeu em tom de deboche, empurrando as minhas costas.

— Ok, bobão — retruquei, revirando os olhos.

Comecei a andar sem destino no meio da escola. Sério que o Alan me expulsou da sala dele por causa daquela vaca? Affs, por isso que não me dou muito bem com os do terceiro ano, sempre acabo me empolgando demais.

Sempre me exalto quando alguma garota dá em cima do Alan ou do Nando. Sim, eu faço essa cena sempre que vejo alguma piriguete se esfregando neles. Sou ciumenta mesmo, o que é meu é meu! Ok, eles não são verdadeiramente meus, mas ninguém pode se aproveitar deles sem pedir permissão. Eles são só meus e da Miranda. Eu conheço os três desde quando era criança, eles sempre cuidaram de mim e eu sempre cuidei deles, hunf!

Amigos para sempre. Lembro do dia que a gente fez um juramento de amizade eterna embaixo da casinha da árvore que era nosso “esconderijo”, naquela época eu ainda tinha sanidade mental, agora não sei aonde a minha foi parar.

Quatro crianças de idades entre cinco e seis anos estavam sentados debaixo da casinha na árvore, montando um piquenique. Miranda, uma menina de belos cabelos escuros ondulados, estava com um shortinho curto preto e uma blusa verde-clara. Seus olhos azuis-escuros estavam fixos em um dos meninos que ali estava. Miranda era a mais agitada da turma, sempre implicando com o resto.

O menino de cabelos ruivos lisos, Alan, estava com uma bermuda jeans azul e uma regata azul-claro. Seus olhos castanho-escuros brilhavam de alegria, pela felicidade que estar junto de seus amigos lhe proporcionava. Ele sempre parecia ser o mais sensato e carinhoso da turma.

Lily, uma menina de cabelos ruivos com lindos olhos verde-escuros, estava usando um vestidinho rodado na cor amarela. Era a mais quietinha e tímida da turma, ficava envergonhada por qualquer motivo, parecia uma anjinha.

Fernando, um menino de cabelos loiros cacheados, que lembrava um anjo. Ou melhor, um anjo-cupido. Estava com uma bermuda rosa-clara e uma regata branca. Seus olhos mostravam a necessidade de aprontar algo, de anjinho ele não tinha nada.

— Lily, pega a cesta de maçã para mim? — pediu Alan, sorrindo.

— Claro... — respondeu ela em voz baixa.

Lily pegou a cesta de maçã que estava do lado dela e a entregou para o Alan.

— Obrigado — agradeceu Alan, sorrindo gentilmente.

— De nada... — respondeu ela, num suave tom de timidez.

— Por que você é tão quietinha, Lily? Parece até que não sabe falar — implicou Fernando, que a fez corar instantaneamente.

— Deixa ela, Fernando. E me ajuda a arrumar as coisas aqui — mandou Alan, encarando o amiguinho.

— Ok... — respondeu Nando.

Fernando pegou uma maçã e tacou na cabeça da Lily; a mesma começou a chorar e o Alan deu um tapa na cabeça do pequeno agressor. Miranda dirigiu para Nando um notável olhar de reprovação. Nando levantou e foi até a pequenina, se ajoelhou na frente dela e a mesma tentou segurar o choro.

— Desculpa, Lily. Deixa eu ver se machucou? — perguntou Fernando, sorrindo de um jeito atencioso para a ruivinha.

— S-Sim... — gaguejou ela, mas logo o abraçou e o mesmo ficou um pouco surpreso pela atitude da pequena, mas deu um pequeno sorriso e abraçou a ruiva, que parou de chorar.

Fernando cuidou do machucado que ele mesmo fez na pequenina, e Miranda correu em direção a casa de Lily. Ela pediu para a tia Olivia quatro fitas coloridas grandes, que pudessem ser usadas para fazer pulseiras, e Olivia pegou quarto fitas, uma da cor rosa, outra da cor vermelha, outra da cor azul e a última na cor verde e entregou para a morena. Miranda correu até os amiguinhos e falou:

— Que tal a gente fazer um juramento?

Alan estranhou, e questionou:

— Que tipo de juramento?

— De amizade! Cada um vai ter que guardar a pulseira de fita enquanto a nossa amizade durar — explicou Mira, sentando-se na toalha de piquenique que estava estendida no chão.

— Gostei da ideia — comentou Lily, que agora estava bem animada, e os meninos concordaram.

Alan pegou a fita da cor vermelha, Fernando pegou a da cor verde. Lily escolheu a fita de cor azul, Miranda ficou com a da cor rosa. Mira amarrou a fita no pulso do Fernando e o Nando fez a mesma coisa com ela. Alan amarrou a fita no pulso da Lily depois que a ruiva fez o mesmo com ele, e eles sorriram. Miranda fechou os olhos, botou a mão no lado esquerdo do peito e começou a falar:

— Eu, Miranda Braun, juro ser amiga para sempre da Lily, do Alan e do Fernando.

Os outros perceberam o que era para ser feito, e repetiram:

– Eu, Alan Dewes, juro ser para sempre amigo do Fernando, da Lily e da Miranda.

– Eu, Fernando Franzen, juro ser para sempre amigo da Lily, do Alan e da Miranda.

– Eu, Lily Raach, juro ser para sempre amiga da Miranda, do Alan e do Fernando.

Todos sorriram e se abraçaram, desde então, os quatro sempre estiveram juntos, não importando os problemas que aparecessem.

— Bons tempos... — murmurei.

Quando criança, eu era bem diferente de agora. Não fazia bagunça, e não aprontava nada. A Miranda era a mais louca da turma, vivia na diretoria de tanto que aprontava. Agora ela é essa menina quieta e educada. Tem como entender isso? O Alan é o único que continua o mesmo; sempre carinhoso, educado, chato, idiota e bobo. O Fernando mudou muito também. Parou de tacar maçãs em mim, e parou de ser aquele menino encrenqueiro. Prefiro o Nando de agora do que o de antes. Eu sofri muito na mão daquele menino.


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Notas finais do capítulo

Capítulo fofinho :3

Beijinhos,



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