Ruquinha! escrita por Manu Vecce, Mitty
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura!
Puxei o rosto do Alan para mais perto e, no momento em que eu ia beijar ele, ouvi um grito:
— Não! — gritou Miranda, saindo de trás da porta do ginásio.
— Não o que, menina? — perguntei, me sentando.
— Vocês são amigos, não podem se beijar! — ela respondeu.
— Você estava pensando que eu ia beijar ele aonde? — perguntei, levantando uma sobrancelha.
–— Bem... Você sabe... — ela corou e, eu e o Alan rimos juntos.
— Oh sua louca, eu ia beijar ele na bochecha e não na boca! — expliquei, e ela suspirou aliviada.
–— Quem mais está escondido? — perguntou Alan e eu fiquei curiosa.
—Bem... — ela encarou o chão.
Fernando e Luca saíram de trás da porta, me fazendo corar fortemente. Será que ele ouviu a parte em que eu falei que gostava dele? Meu Deus... E se ele se afastar por causa do que eu disse? Eu me enterro em baixo de sete metros de terra.
— O que vocês três escutaram? — perguntou Alan.
— Tudo — respondeu Nando, e eu arregalei os meus olhos. Alan me encarou e corou imediatamente, igual a mim.
— Tudo o quê? — perguntei, sentando-me na arquibancada.
— É mentira. Só ouvimos a parte que o Alan falou que queria um beijo — respondeu Nando, me fazendo pirar de raiva.
—Você vai me pagar, loiro! — gritei, descendo a arquibancada correndo.
— O que você vai fazer? — ele perguntou.
— Te espancar — quando cheguei perto, comecei a bater nele com todas as minhas forças.
— Cansou de apanhar hoje não, é? — ele riu, segurando os meus braços.
— Eu também bati bastante — retruquei, tentando me soltar.
A Mira e o Luca estavam rindo junto com o Alan. O Fernando me deu um “rolé” e me abraçou por trás. Luca me olhou e eu corei. Espero que ele não pense besteira. Alan desceu da arquibancada e abraçou a Mira de lado. Aí que fofo!
— Dá para me soltar agora, loiro? — revirei os olhos.
— Não vai me bater, ruquinha?
— Não — ri e ele me soltou.
— Por que a Sara tacou aquele papel em você? — perguntou Luca.
— Sara? Quem é Sara? — perguntei.
— A menina da quinta série, não conhece? — retrucou.
— Não. Foi ela quem me tacou aquele papel no refeitório?
— Sim, ela é conhecida na sala dela como sendo a “mini-ruquinha”.
— Me leva até ela? — questionei.
— Agora? — ele levantou uma sobrancelha.
— Sim.
Essa garota vai pagar por ter jogado aquele papel em mim!
—Tá... — respondeu. — Vamos? — me chamou, já andando em direção a porta.
— Aham. Vou lá, depois eu volto — saí correndo atrás do Luca.
Fui com o Luca até o refeitório. Só quero ver quem é essa garota que tacou aquele papel em mim. É melhor ela se preparar, porque se aquele papo dela ser minha fã for mentira, ela vai sofrer as consequências. Ahh, se vai! O Luca ficou calado o tempo todo. Será que ele acha que eu estou afim do Alan? Ou do Fernando? Espero que não seja isso, eu realmente amo ele. E quero que tudo dê certo para nós dois. Ei, você aí em cima, nem para me ajudar aqui, não é? Sabe que não sou a melhor pessoa para “dar em cima” de um garoto, né? Santidade querida, eu te OBRIGO a me ajudar a conquistar o Luca!
Eu e o Luca não estávamos conversando, porque eu estava morrendo de vergonha e, ele, eu não sei. Eu odeio quando não tenho assunto e odeio ainda mais o silêncio. Quando estávamos para entrar no pátio da escola, o sinal soou, me fazendo bufar.
— A onde é a sala dessa menina? — perguntei, já irritada.
— Ela vai ter aula de natação agora, acho.
— Acha? Enfim, bora pra lá então.
Corremos para a área da piscina e, quando chegamos lá, uma menina ruivinha estava se afogando na piscina. Os outros meninos, que parecem ser da sala dela, estavam xingado ela e ninguém pulou na água para ajudar a menina. Fiquei revoltada, por isso entreguei o meu celular para o Luca. Corri até a piscina e pulei na mesma. Nadei até a menina, que já estava perdendo a consciência. A segurei firme e nadei para perto do Luca, que pegou a menina no colo e a deitou no chão.
— Tem que fazer respiração boca-boca — avisou Luca.
Eu fiz. Apertei a minha mão contra o peito dela três vezes e, por um instante, achei que ela tinha morrido, mas logo depois ela cuspiu água. Respirei aliviada e olhei com um olhar mortal pros meninos que fizeram aquilo com a pequena ruivinha.
— A diretora vai ficar sabendo, pirralhos — ameacei, sorrindo feito uma psicopata. Eles saíram correndo.
— Você está bem, Sara? — perguntou Luca para a menina.
— Sara? Ela é a Sara? — questionei confusa.
— É sim — a menina me olhou e ficou vermelha. Será que ela é minha fã mesmo?
— Como você está se sentindo? — perguntei e ela corou mais ainda.
— Bem... — a voz dela saiu fraca.
— Luca, vamos levar ela pra enfermaria — ele assentiu e pegou a pequena no colo.
Quando chegamos na enfermaria a Carla não estava. Bufei de raiva e corri pela escola toda atrás dela e nada. Fui na diretoria e lá estava a Carla, conversando com alguém pelo telefone.
— Carla, uma menina se afogou na piscina e está na enfermaria te esperando junto com o Luca —— avisei e ela desligou o telefone.
Ela correu em direção à sala dela. Fui até a sala dos professores e vi a diretora conversando com um professor que nem faço ideia de quem seja.
— Diretora, alguns alunos da quita série praticaram bullying com uma menina da mesma série — falei rápido e com raiva.
— Quem? O que fizeram? — ela questionou. — Não é mentira sua, é?
— Não, não é mentira! Se você me levar na sala da quita série eu te mostro quem são os alunos. A menina é a Sara. Eles jogaram ela dentro da piscina, ela quase se afogou, por sorte eu tinha que falar com ela e consegui tirar ela da água — a diretora ficou séria.
— Vem comigo — eu assenti.
Eu já estava sem fôlego de tanto correr, mas quero vingança! Não estou nem aí se os baixinhos da quinta não gostarem de mim. Fazer isso com uma criança não é certo! Eu quero ver aqueles baixinhos pagarem. Chequei na sala e vi a diretora cochichar alguma coisa no ouvido da professora de natação, depois a diretora começou a falar e os alunos que aprontaram com a Sara me encararam. Eu só dei um sorriso macabro pra eles. A professora pediu pra eu mostrar quem eram os culpados e eu fui apontando o dedo para cada um. A diretora chamou eles pra diretoria e eu voltei correndo para enfermaria.
— Como ela está? — perguntei, depois de adentrar na enfermaria correndo e sem fôlego.
— Ela está bem, não se preocupe — respondeu Carla, e eu respirei aliviada.
— Obrigada... Por me salvar... — a pequena disse e eu ri abobada.
Ela é muito fofa!
— Não tem que agradecer, minha fã número um! — ela sorriu envergonhada e corou.
— É melhor você se secar, Lily — disse Carla, me olhando.
— Não trouxe roupa — ela pegou a jaleco branco dela de trabalho.
— Usa isso enquanto tento secar as suas roupas com o meu secador de cabelo — ela me jogou o jaleco e eu ri. O Luca e a Sara riram também.
— Ok — adentrei no banheiro.
Joguei as minhas roupas no chão e vesti o jaleco que é enorme, ele vai até o meu joelho. Saí do banheiro e entreguei as minhas roupas para Carla, que depois saiu da enfermaria. Fiquei com vergonha de falar com a pequenina, mas o Luca me puxou pela mão e me posicionou de frente para maca onde ela estava deitada.
— Hãm...
— É verdade que você é fã da Lily, Sara? — perguntou Luca e ela corou.
— É... Sim — ela corou mais. Aí que fofa! Mamãe adota pra eu???
— Poxa — ele fez biquinho e eu sorri. — E eu?
— Eu gosto de você Luca, mas ainda sou fã número um da Lily — ela ainda estava vermelhinha.
— Toma, Luca! Eu sou eu, né?! — me gabei e ele me olhou. Veio até mim e começou a me fazer cócegas.
— Para! Luca! — gritei, em meio as minhas gargalhadas. A Sara dava risadas junto com Luca.
Luca ficou me fazendo cócegas até eu cair no chão, sério, cheguei a perder as forças de tanto rir. Depois eu e o Luca começamos a fazer cócegas na pequena, pra ela ficar melhor. E do nada ela soltou uma bomba:
— Quando é que você vai pedir a Lily em namoro, Luca?
— Oi? — Luca ficou surpreso, igual a mim.
— Eu sei que vocês dois se gostam, por que não namoram logo? — ela me deixou de boca aberta. Como ela sabe que eu gosto do Luca? E como assim ele gosta de mim? Ela deve ter bebido água de mais ou batido a cabeça quando se afogou.
— Porque eu não tenho certeza se ela gosta de mim — eu corei imediatamente.
— Você gosta dele, não é, Lily? — questionou Sara. Eu comecei a tremer e a soar frio.
— Eu... gosto — fechei os olhos com medo do que poderia acontecer em seguida.
— Viu, eu falei! — Sara se gabou.
Luca me abraçou por trás, me fazendo gelar. O abraço dele é tão bom. Eu poderia ficar aqui pro resto da minha vida, tenho certeza disso. Ele me deu um beijo no pescoço e eu senti que ia derreter. Minhas pernas estavam bambas. Meu Deus, ele gosta de mim!!! Sorri abobada e ele disse no meu ouvido:
— Quando a gente se encontrar na sorveteria, quero te dar um presente — desmaiei com aquela voz no pé do meu ouvido.
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