Agosto escrita por Therese R Tsuki


Capítulo 1
One-shot


Notas iniciais do capítulo

A história pode parecer idiota (o que realmente deve ser, já que pensei nisso enquanto estava no carro hoje XD), mas espero que, seja quem quer que esteja lendo aprecie essa minha tentativa de escrever um AcexLuffy!

Essa pequena One-shot é dedicada à Lisa-san, que adora AceLu ♥♥



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Luffs’s Pov

Você sabia que ipês amarelos são árvores que só florescem em Agosto? Exatamente, eles ficam o ano todo ou sem nada ou apenas com algumas folhas verdes, mas quando Agosto chega, suas flores começam a brotar, e quando estão quase todas já aparentes, temos a bela visão do ipê todo florido.

Meu nome, aliás, é Monkey D. Luffy. Tenho 18 anos, moro em uma pequena cidade da Itália e já estamos no final de Agosto do ano de 1947. Mas tudo o que irei falar aconteceu no meu passado.

Flashback ON

Eu morava junto de minha mãe, Makino, e meu primo Ace. Ele morava conosco, porque sua mãe, Rouge, havia morrido pouco tempo depois de seu aniversário de 5 anos, pouco depois de eu nascer. Foi uma perda muito infeliz para Ace. Quando Rouge morreu, minha mãe e meu pai acolheram Ace e em nome de sua mãe plantaram uma árvore no jardim de casa. Como já podem presumir, um pequeno ipê amarelo.

Nossa casa não era muito grande, tinha dois quartos espaçosos, mas ainda assim só dois. Por isso que quando eu passei a dormir sozinho, também comecei a dividir o quarto com Ace. Não acho que ele tenha gostado muito no começo, mas aposto que logo se acostumou e até começou achar minha presença agradável.

Ao contrário da casa, nosso quintal era enorme. O gramado era verde e tinha uma grande diversidade de flores, porque minha mãe adorava plantá-las e vê-las crescer. Mas naquele quintal havia apenas uma árvore.

Eu, já com 7 anos, havia ouvido a história daquela árvore. Me sentia estranho ao pensar que aquele seria como um túmulo para minha falecida tia Rouge, quem eu nunca havia conhecido. Estava observando Ace, ajoelhado aos pés da árvore, que agora já crescera bastante. Assim como Ace, agora sendo um adolescente de 12 anos. Ele não era sempre gentil comigo, mas me amava muito e eu sabia disso.

Cheguei perto dele e sentei ao seu lado. Olhei disfarçadamente em sua direção, vendo seus cabelos negros encobrindo seu rosto, deixando à mostra apenas parte de suas bochechas repletas de sardas e também um pouco das lágrimas que há pouco devia estar derramando.

–Luffy, o que faz aqui fora? Já é quase a hora do almoço.

Ah, sim! Era isso que eu estava fazendo ali, chamando-o para entrar.

–Vim te chamar pra comer, Ace... Não vai vir?

–Me dê alguns momentos...

Logo ele voltou a chorar desesperadamente. Eu não gostava de vê-lo assim, não queria vê-lo assim. Segurei uma de suas mãos, que estava apoiada no chão e depois direcionei meu olhar para o topo da árvore. Estava sem qualquer flor, infelizmente. Isso porque não era Agosto.

Assim que o maior percebeu que toquei a sua mão, Ace virou-se para me encarar. Vi um leve tom avermelhado em suas bochechas, mas não entendi bem o porquê. Rapidamente, ele me abraçou com força.

–Você é uma ótima pessoa, Luffy... Obrigado. – Sussurrou em meu ouvido, deixando que logo em seguida mais lágrimas rolassem de seus olhos. Mas depois daquele dia, nunca o vi chorar novamente pela perda da mãe.

Isso me deixou feliz, era bom saber que Ace não sofria do mesmo jeito que antes.

Os dias se passaram, se tornando semanas, meses e até anos. Eu já tinha 12 anos quando percebi que meu sentimento por Ace era um pouco diferente do que deveria ser. Um pouco mais forte, mais intenso. Estava confuso, tudo aquilo era inusitado para mim.

Nos últimos dias, minha mãe estava muito doente, por isso estava de cama. Segui até seu quarto e a encontrei lendo um livro de romance.

–Luffy! O que te traz aqui? – Indagou-me com um sorriso gentil no rosto, enquanto fechava o livro. Eu retribuí o sorriso e me sentei na beirada de sua cama.

–B-Bem... Mãe, é que eu tenho uma pergunta...

–Pode perguntar. – Disse prontamente, mas antes que eu pudesse prosseguir, ela teve um acesso de tosse e eu esperei para que ela melhorasse. Naquele momento, Ace estava descansando em nosso quarto. Já tinha 17 anos, merecia algum tempo sozinho de vez em quando.

–Antes de perguntar... Eu queria saber como e onde está o papai!

–Seu pai? Bem... Shanks ainda está na guerra, mas está vivo e bem. Recebi notícias dele hoje mesmo.

Suspirei de alívio e permaneci alguns minutos quieto, formulando minha pergunta.

–Mãe, eu gostaria de saber... Quando você sente algo por uma pessoa... E esse algo é mais forte que amizade... O que seria isso?

Minha mãe deu um sorriso animado e me chamou para que eu fosse mais perto dela. Deitei-me ao seu lado e ela segurou minha mão com força.

–Isso, Luffy, se chama amor. Você está apaixonado?

Corei só de pensar na hipótese de estar amando Ace. Era estranho pensar nele dessa maneira. Neguei rapidamente com a cabeça e praticamente saí correndo do quarto, só desejando melhoras para minha mãe antes de ir embora. O sol estava se pondo e eu descansar um pouco do lado de fora de casa.

Recostei-me na árvore que agora eu chamava de “Árvore do Ace” e assisti parte do por do sol.

De repente sinto alguém sentar-se ao meu lado. Olhei para a pessoa, mas já mesmo antes de vê-la, já sabia que era Ace.

–O que faz aqui fora, Luffy? Você sabe que de noite faz muito frio e também que o país está passando por uma guerra.

“Como se fosse só o país.” Pensei.

–A-Ace... Você já... Se apaixonou por alguém? – Perguntei meio hesitante, olhando o maior de canto. Vi que ele havia sido pego desprevenido, seu rosto ficou vermelho e logo lançou um olhar de suspeita em minha direção.

–Sim, na verdade, sim. Por que, Luffy?

Não era exatamente a resposta que eu queria ouvir. Senti meu chão sumir, de repente, meu coração ficou mais pesado e senti um nó se formar em minha garganta.

–Por nada, Ace.

–Você está apaixonado? – Perguntou-me o mais velho.

“O que eu digo? O que eu faço?” Eu já não tinha muito a ganhar, mas eu não conseguia mais manter aquilo para mim.

–S-Sim... Estou.

–Entendo... – Ace soltou um longo suspiro. – Por quem?

–Quer mesmo saber?

Eu virei meu rosto para o lado contrário e respirei fundo, me preparando para sua resposta.

–Sim, claro!

–Por você, Ace.

Depois disso, fiquei esperando que algo acontecesse, qualquer coisa. Ficamos segundos em silêncio, mas pareceram horas. Em algum momento, eu me virara para encarar o mais velho.

–Que alívio. – Falou quebrando o silêncio desagradável, mas ao mesmo tempo causando uma confusão em minha cabeça. – Pensei que perderia você.

Depois disso ele simplesmente me puxou e encostou seus lábios nos meus. Foi um beijo simples, nada mais que um toque de lábios, mas significou muito para ambos. Depois que nos separamos, fiquei encarando-o perdido. De repente senti algo cair em minha cabeça, era uma flor amarela. Abri um grande sorriso e depois encarei Ace e o beijei novamente.

E assim foi desde então, estávamos juntos, mas ninguém sabia. Sempre nos encontrávamos escondidos e expressávamos nosso amor. Eu amava Ace, Ace me amava. Nada poderia ser mais perfeito.

O aniversário de Ace é em Agosto. Uma coincidência incrível, mas seu aniversário de 18 anos não era algo feliz. Ele seria convocado para lutar na guerra. Nos separaríamos e ele correria perigo, eu tinha apenas 13 anos. Não que não estivessem convocando crianças, mas eu era fraco e nunca haviam chegado até nossa pequena cidade. Ace sabia que seria chamado.

Nesse meio tempo, minha mãe havia morrido de sua terrível doença, foi uma perda enorme para mim, mas Ace me ajudou a aguentá-la.

No dia anterior ao aniversário do maior, eu e ele estávamos sentados, recostados na árvore. Ace tinha uma faca em mãos e eu começava a me perguntar o que faria com ela.

–Ace, o que você vai fazer? – Indaguei o maior, mas ele só fez um gesto para que eu fizesse silêncio e logo depois colocou uma venda sobre meus olhos.

Depois de muito tempo, ele finalmente a retirou. Eu estava quase pegando no sono quando ele o fez. Olhei para ele em busca de respostas e ele apontou a árvore com a cabeça.

Quando olhei eu vi que ele havia escrito: A + L no meio de um coração. Eu fiquei tão emocionado que quase – repito QUASE – chorei. Pulei em cima de Ace, o abraçando.

–Calma, Luffy! Cuidado comigo! – Protestava, rindo, mas ao mesmo tempo beijando meu pescoço e assim que me afastei um pouco ele me beijou.

No dia seguinte ele partiu. Foi muito solitário meu primeiro dia sem Ace. Eu fiquei encarando o ipê da janela que dava para o quintal. Estávamos no começo de Agosto, mas a árvore não tinha uma flor sequer.

Ipês sempre florescem em Agosto. Contanto que estejam vivos, eles sempre florescem. Não importa o que aconteça, suas flores continuam a nascer no mesmo mês, sempre. Mas naquele mês isso não aconteceu.

Meu pai continuava lutando na guerra e como sobrevivera todos esses anos, acho que não haveria problemas com eles, porém depois de uma ou duas semanas da saída de Ace, recebi uma carta do exército. Ace havia morrido em batalha.

Primeiramente, não acreditei. Na verdade, demorei muito tempo para entender o que havia acontecido, mas quando entendi, só o que pude fazer foi chorar. O ipê não florescera no Agosto em que Ace morreu.

Flashback OFF

E agora eu estou parado em frente à árvore de Ace. Ele nunca retornou para casa e desde o dia em que ela saiu, flores não voltaram a aparecer naquela árvore. Passei minha mão sobre a madeira onde Ace escrevera nossas iniciais e coloquei aos pés da árvore a flor que caíra em minha cabeça há tanto tempo.

A árvore não havia morrido, ela tinha folhas em certas estações, mas não voltou a florescer, desde que Ace se foi.


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Notas finais do capítulo

Então, se você leu até aqui... Que felicidade =D Deixe um review dizendo o que achou... E era só!



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