Clarity - Primeira Temporada escrita por Petrova


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

BOA LEITURAAAAAA



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Quando foi que chegou? – Megan me perguntou quando ultrapassamos alguns quilometros depois da escola.

Ela era pequena demais para aquele banco, principalmente toda encolhida. Eu estive muito ocupada com a musica que Megan tinha escolhido e com os meus pensamentos presos naquela mulher. Quem é Meredith? E quem são esses “olhos rasos” e “olhos profundos”? Isso só pode ser brincadeira, eu tenho muito no que se preocupar do que ficar pensando numa senhora maluca falando coisas malucas.

– Não faz muito tempo. Eu entrei no avião era um pouco mais de sete horas, houve tempo de sobra para estar aqui antes do entardecer. Megan está me observando.

– E ninguém me avisou? – ela se emburra. – Eu teria feito alguma surpresa, teria comprado aquelas rosquinhas que você adora na Angela, você sabia que ela resolveu abrir uma padaria? Pois é. – ela diz tão rapidamente e animadamente que fico processando suas palavras ainda na minha mente.

– Vou assaltá-la toda manhã.

– Então vai ficar muito tempo? – ela se ajeitou no banco para me olhar melhor.

– Ahh, eu não sei. – eu digo a verdade. – Mas acho que até o final do ano, vou transferir minhas aulas para cá, não quero perder nada porque já estou no ultimo ano e acho que Sponvilly vai me fazer melhor do que Anchorage.

– Ah bem, vamos ter tantas coisas para fazermos juntas. – ela está animada. Eu só consigo pensar na mulher de cabelos brancos e não americana. - Suzanna estava falando sobre você, quer dizer, Lauren também, estão com saudades. – ela me olha sorrindo.

– Eu tambem.

Eu nunca tinha visto aquela mulher na minha vida, então, como ela poderia me conhecer? Eu sei que muitas pessoas devem ter me visto no noticiario, mas em nenhum momento ela citou meu pai, o acidente. Ela estava falando de mim e de Meredith. Quem é aquela mulher?

– Você está bem, Nath? – a voz de Megan irrompe meu silencio.

– Ah, yeah! – eu digo indecisa. – Na verdade, você conhecia aquela mulher, Megan? Ela faz que não com a cabeça.

– Eu nunca a vi, ela é estranha não é? Nunca vi uma mulher com cabelos longos como os dela. – ela está pensativa. – Ela nem deve ser daqui.

– E por que não?

– Ela estava falando espanhol.

Eu não tinha percebido isso até agora.

– Você sabe o que ela disse?

– Disse que você é Meredith. – Megan dá uma risada. – Isso demonstra o grau de maluquice daquela mulher, mas, assim, não pense nisso. Eu dei de ombros.

– Claro, nem estou pensando. – e sorri.

– Vamos fazes planos. Vai se encontrar com as meninas?

– Vou tentar vê-las essa tarde, mas acho que vou ter coisas de mais para fazer.

Parece que o carro foi tomado por uma espessa neblina, as lembranças do acidente haviam vindo à tona, enquanto a gente parecia animada com o futuro alegre que teriamos.

– Você está bem?

Todo mundo pergunta sempre a mesma coisa e eu nunca sei se é realmente o que elas querem ouvir.

– Estou. – eu digo friamente. - Não precisamos falar sobre esse assunto, eu mesmo tento bani-lo, eu tento pensar que ele não se foi, que ele só está viajando. – o rosto dela é entristecido, sua voz é tão pesada quanto a minha e eu sei que ela vai chorar.

– Vamos mudar de assunto então, me fale sobre a escola. – eu tento sorrir para ela.

– Certo!

¨¨¨¨

Isobel saiu para o trabalho, ela é enfermeira no hospital central, Rick retornou tão rápido quanto saiu para atender a livraria e enquanto isso Megan está assistindo Gossip Girl na TV, ela só pode assistir quando Isobel não está em casa, e como eu também adoro a série, como o Chuck, eu resolvi passar o tempo com ela e não ficar sozinha pensando em assuntos que realmente me deixariam triste.

– As vezes eu tenho vontade de macetar a cabeça do Chuck. – Megan está retrucando sentada do meu lado com a cabeça apoiada nas mãos olhando fixamente para a TV.

– Espere, você vai ver, Blair vai perdoar ele. – eu digo sussurrante, a minha cena preferida dessa temporada está começando.

Um segundo silencioso antes da campainha tocar e nos assustar. Eu gosto de Gossip Girl, mas eu sei que Megan o idolatra mais do que eu. Levanto-me e a deixo assistindo a minha cena preferida. Ótimo, eu espero que seja completamente necessário e importante quem quer que esteja tocando minha campainha.

Eu olho pelo olho mágico, mas não reconheço o homem que está do outro lado. Exceto... Que um dos policiais é o pai de Lauren, o Sr. Billy Muller, ele tem trinta e poucos anos, o cabelo preto e raspado não combina com sua feição cansada, a pele é morena e ele está fardado. O outro homem parece jovem para um policial, tem o cabelo caramelado, olhos de um mel esverdeado, sem barba e é completamente conhecido. Mas de onde eu o conheço? Não, não, eu não o conheço, mas eu tenho a certeza que sei de alguém que é muito parecido com ele, mas quem? Decidi ignorar as perguntas e me concentrar em abrir a porta. Ele deve ser parente de algum modelo ou ator mais sexy do ano.

– Boa tarde... – Billy está dizendo antes de rapidamente me encontrar parada na porta meio perdida meio babando seu parceiro.

Nós ficamos em silencio. Silencio curto, mas chato.

– Ah, hey Nathalie, não sabia que chegava hoje de Anchorage. – ele diz educadamente.

Mas eu sei que não é exatamente isso que ele quer dizer.

– Peguei o voo mais cedo.

Ele balançou a cabeça em concordância antes de trocar olhares com o outro policial bonitão. Eu devo ter esquecido de observar o quanto o policial de cabelo caramelado é alto, e Billy e eu parecemos dois nanicos ao seu lado, é meio constrangedor sabe? O tipo fisico dele é mais magro do que Billy, mas certamente mais musculoso.

– Oh, sim, este é o policial Adam McDowell, Nina. A família McDowell se mudou, recentemente para Sponvilly, você não deve se lembrar, foi no mesmo ano em que você e sua mãe... – Billy se pausou, absurdamente pasmo consigo mesmo. - Bem, você sabe. – ele juntou os ombros, tão vermelho quanto se podia ver.

Um ligeiro segundo de silêncio, antes do policial novo se apresentar. - Prazer, você deve ser Nathalie O’Connel então. A voz do homem me surpreende, ela é como um... Não, não há nada comum nela, ela é surpreendentemente calma e harmoniosa, como um canto delicado, porém misterioso. Eu achei que além de ser completamente atraente, ele não podia se superar, mas superou. Esqueci que a mão dele estava estendida para mim, então em um movimento rápido eu a apertei de volta e me assustei o quanto ela estava gelada, era o tempo, certamente o tempo. Devia estar fazendo quantos graus lá fora? Abaixo de zero?

Na verdade, eu devia parar de pensar em convidá-los e abrir a boca logo.

– Os senhores querem entrar? Está mais quente aqui dentro.

Adam olhou para Billy. Que estranho.

– Ah, não, nós agradecemos, só viemos para falar com Rick ou Maison, eles estão por aí? – Billy tinha sido casual ao dizer, mas isso era muito além.

Eu podia ver na expressão dos dois que essa não tinha sido uma visita casual, eles estavam fardados para começo de conversa. Se houvesse alguma noticia sobre o caso do meu pai, eles tinham vindo falar secretamente com meus tios.

– Não, eles... Não estão.

– Ah, não? – Billy está desconfortável.

– Não esta hora. – completei.

– Rick deve estar na livraria, então? – Adam perguntou educadamente sem carregar a tensão em sua voz.

– É, sim, ele está.

Depois da minha resposta, esse tinha sido um extenso segundo silencioso completamente desconfortável.

– Melhor nos apressarmos então, foi bom revê-la Nathalie. – Billy nos despertou, acenando e se afastando.

– Foi um prazer, Srta. White. – o policial Adam ficou por uns segundos para trás e acenou para mim.

Mas o que eles estavam fazendo? Eu também precisava de noticias, eu sou a filha dele, é por isso que eu estou aqui.

– Espere, Billy! – fechei a porta atrás de mim e corri para os dois policiais.

Está mais frio aqui fora, me aperto no meu casaco e vejo Adam encontrando meus olhos antes de cutucar o braço de Billy.

Eu me aproximei de Billy.

– Eu estava pensando na possibilidade de haver mais notícias sobre o acidente...

– Noticias?

– É, foi por isso que vocês vieram aqui, não é?

Billy suspira para mim, mas demora tempo de mais para me dar uma resposta, ele olha rapidamente para Adam e eles trocam um sinal, este se vira e volta para a viatura. Billy lentamente aproxima-se de mim e toca no meu ombro.

– Esse assunto é delicado, querida, nós estamos investigando todos os detalhes do acidente, mas não há nada além de uma noite ruim e chuvosa.

Eu o olho fixamente seus olhos castanhos, tento procurar alguma falha para saber se ele está mentindo.

– Mas, Billy...

– Está tudo bem, Nathalie, volte para casa, vai ficar tudo bem.

E é aí que eu percebo que nada vai ficar bem, todos sempre me dizem que tudo vai ficar bem, como se eles quisessem se próprio convencer do que a mim mesma. Eles estão mentindo, e eu vou descobrir o por quê.


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Notas finais do capítulo

Esses McDowell ainda vão dar muitos problemas para Nathalie. Comentem por favor para que eu continue postando!



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