Clarity - Primeira Temporada escrita por Petrova


Capítulo 34
Capitulo 33


Notas iniciais do capítulo

Oooooi meus amores, desculpe não estar postando nos dias certos. Minhas desculpas são: ontem eu estava com muuuuita cólica, ainda consegui adiantar um pouco desse capitulo por isso não postei nada, espero que me perdoem por isso.
Então, ganhei novos leitores se to meia muuuuuuuito feliz. E outra coisa, esse capitulo é o meu preferido de todos, porque envolve Andrew, Nathalie, Suzanna e Lauren, dificilmente você pode vê-los juntos e tendo diálogos, sabe, não é tão grande, vocês nem sabe as surpresas que virão ainda e o final é SURPREENDENTE, já bolei as coisas.
Eu amei demais esse capitulo, escrevi ele com um pouco de humor, romance e muuuito suspense, espero que gostem realmente e perdoem o meu atraso.



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– Você arrombou a porta? – isso soa muito baixo para que ninguém soubesse que estávamos aqui.

– Por que está me olhando assim?

– Porque você acabou de virar a maçaneta trancada e quebrá-la, And.

Andrew sorri.

– Meu nome soa tão doce na sua voz. – ele beijou meus lábios. – E senti falta disso.

Segurei seu braço esquerdo enquanto tentávamos não fazer barulho ao entrar dentro de alguma sala que aparentemente era importante o suficiente para estar tracada.

– Ah, droga!

Andrew olhou para mim com aquele par de olhos negros angelicais e inocentes – pelo menos quando quer – após fechar a porta da sala.

– Algum problema?

– Esta é a sala do diretor And, você me trouxe para a sala do diretor. – eu quase me engasguei.

Ele estava se divertindo com a minha expressão.

– Isso torna a coisa mais perigosa. – e seus braços encontraram a minha cintura. – Além do fato de você estar dentro de uma sala com um vampiro insano, você já pulou as regras?

Seus lábios estavam encostados na minha testa e eu sentia seu corpo tremulo, de desejo e extase.

– Muitas vezes. – sussurrei.

– Bem, então você não é quem eu esperava, Nathalie. – e sorriu, pousando os lábios nos meus.

Sua boca é tão macia, se envolve com a minha tão meramente fácil que é como se eu nunca tivesse beijado alguém de verdade antes dele, como se fosse sempre o mesmo beijo repleto de ansiedade e nervosismo. Eu quero mais. Agarrei seus braços fortes e me segurei quando ele empurrou seu corpo para perto de mim, nos arrastando para a parede da sala.

– Só – tomei folego. – tente não quebrar nada.

– Então você ainda não me conhece, baby.

Seus dedos percorreram a linha da minha garganta até o topo do decote, depois seus lábios fizeram o mesmo trajeto, minha perna apoiada no alto do seu quadril e sua mão esquerda segurando com muito cuidado e astúcia a minhas costas. Ele beijou a minha pele com ternura, sentindo cada ponto do meu corpo, como se fosse a primeira etapa para me levar a loucura. Depois, finalmente, me beijou. Selvagem, rápido, passos planejados, sua lingua umideceu a ponta do meu lábio inferior quase implorando por rendição, abri meus lábios e entramos em contato mais uma vez. O cheiro de gardênias e canela se misturava com o meu perfume da linha da Britney Spears, as mãos de Andrew agarravam minha cintura enquanto ele tentava me equilibrar, se equilibrar e me beijar ao mesmo tempo. Porque, para a não surpresa de ninguém, eu sempre perdia o chão quando ele estava perto de mim.

O som lá fora queria dizer que estava começando a garoar, para mais tarde a chuva começar, mas eu só sentia a pele não tão gélida agora dele entrando em contato comigo, me arrastando para a mesa do diretor. Eu sinceramente não queria me lembrar disso toda hora que eu fosse beijá-lo, mas a ideia de estar aqui martelava na minha cabeça.

– Você está tensa. – ele sussurrou.

– É porque estamos aqui.

Andrew me examinou com seus olhos negros.

– Você tem algum lugar em mente? – sua voz e sua feição estava carregada de malícia, é como se ele estivesse tão desesperadamente ansioso do que parecia.

– P-para o que?

Ele sorriu.

– Eu ainda posso te esperar Nathalie, não se preocupe. – e beijou a ponta do meu nariz.

Minhas bochechas coraram, eu era tão medrosa a este ponto? Claro que eu estava pronta, claro que eu queria mais do que qualquer coisa, mas era um tipo de medo diferente, um medo de que não fosse tão especial para ele quanto seria para mim.

– Você está pensando em coisas. – me acusou. – No que está pensando?

Agradeci por ser tio Maison que lê mentes.

– Estou pensando em você - tive um lampejo de malícia. – e na sua fantasia de vampiro.

– Então gostou? – ele mostrou seu sorriso novamente. – A blusa foi eu que comprei.

– É linda. – eu disse. – Mas estava pensando em você sem ela.

Os lábios dele se comprimiram num sorriso de lado, o tal malicioso que se misturou com o brilho de seus olhos. Andrew segurou o alto das minhas coxas e a apertou, fazendo-me erguer e enrolar as minhas pernas em volta da sua cintura, agora então apoiada na beirada da mesa. Ele ainda carregava a felicidade e a malícia no sorriso, mas agora estava muito ocupado beijando meu pescoço e sussurrando ao mesmo tempo:

– Você poderia fazer o trabalho de tirá-la, baby.

Eu entendi o que ele quis dizer.

Procurei os botões redondos de sua camisa tão preta quanto a cor do seu cabelo, e começei a desabotoá-los aos poucos, sentindo a ansiedade dominar novamente em meus pensamentos. Andrew estava sorrindo e beijando minha pele quando se ajeitou e me olhou tirar sua camisa, que escorregou por sua pele macia e caiu no chão. Seu físico é magro porém trabalhado com muita academia, uma pele macia escondendo um corpo duro como mármore. Ele estava atencioso e observador.

– O que foi? – perguntei timidamente.

– Estou te admirando. – disse-me. – Estou deslumbrado, baby.

E me beijou. Alcancei sua pele que se aproximou ainda mais de onde eu estava, fria, dura e musculosa. Seus braços caminharam pela parte desnuda das minhas costas e afastaram o meu cabelo, ele estava procurando o zíper. Eu o impedi de imediato.

Andrew se sentiu culpado por um instante, quando me viu impedindo-o.

– Desculpe. – disse, tristonho. – Passei dos limites outra vez.

Beijei seu queixo.

– Na verdade, - sussurrei. – eu estava pensando naquele lugar em mente.

Seu sorriso malicioso voltou.

– Você tem a chave do apartamento de Suzanna?

Esta era uma boa ideia, porque eu tinha.

– Está lá na entrada, na sala do laboratório. – eu disse.

Andrew segurou-me nos braços e me colocou de pé, levou alguns segundos para que ele se vestisse e fossemos para o corredor, fingindo que a porta ainda estava intacta. Nós rimos por ter pensando na mesma ideia da porta, passamos pelos corredores e agradeci por não termos encontrado ninguém que tivesse nos visto sair da área da sala do diretor. Eu ainda podia ouvir a musica eletronica e podia jurar que Matt e Suzanna estariam suados dançando, enquanto Isaac estaria tentando não ser tão idiota como é ao lado de Lauren. Nós passamos para a direita e Suzanna e Lauren me encontraram.

– Ei você est... – sua voz falhou, talvez porque um certo vilão está com as mãos em volta da minha cintura.

– O que vocês estão fazendo aqui? – perguntei, não sabendo se ficava envergonhada ou surpresa.

– Boa pergunta, o que é que vocês estão fazendo aqui? – Suzanna reverteu o assunto.

– Bem, nós estava, hm...

– Como queira denominar, a palavra correta seria namorando. – Andrew disse, sorrindo como se vivesse disso.

Corei e Suzanna e Lauren se silenciaram, meio atônitas e curiosas.

– Bem, ah, nós entendemos. – Lauren disse. – Só estávamos te procurando.

– A uns bons minutos.

– É algo importante? – franzi o cenho.

– Na verdade, - Lauren pareceu timida. – talvez seja, bem, se você quiser ficar com o Andrew, hm...

– Eu posso deixá-las a só, está tudo bem. – Andrew disse ao meu lado. – Estarei esperando no corredor.

Quanso ele estava longe – se é que estaria – Suzanna e Lauren se aproximaram.

– Você nos conta depois. – Lauren avisou antes. – A história é um pouco mais urgente agora.

– Na verdade não é, você sabe como Lauren é paranóica e está realmente gostando dessa coisa de investigação já que Isaac não apareceu e ela está querendo procurá-lo na cidade.

– Eu não sou paranóica. – ela se defendeu.

Levei um segundo para entender.

– Vocês estão indo, então? – perguntei.

– Vocês não, “nós” estamos. Lauren me fez falar com o Matt, ele emprestou o carro e você não pode me deixar sozinha nessa Nina, pelo bem da minha paciencia e do pescoço de Lauren. – ela implorou.

Lauren ia se defender, mas desistiu das investidas de Suze em tentar irritá-la. Eu pensei um pouco. Está entre as duas e Andrew é como se fosse caminhos amplamente divergentes e de uma única escolha, e a pior parte era a qual eu iria seguir.

– Ah, por favor, invente alguma desculpa para o Andrew, isso meio que é urgente. – Lauren implorou, juntando as mãos.

Um caminho sem volta.

– Só me deixem falar com ele. – eu as disse ao mesmo tempo que tentava pensar em um plano.

– Tudo bem, estaremos na sala de laboratório pegando os casacos. – Lauren avisou, saindo com Suzanna.

Inspirei fortemente e dei alguns passos para trás, Andrew estava no corredor como disse que estaria, as costas encostadas na parede e sua expressão não estava das malhores, muito pelo contrário, ele estava sem expressão alguma, a combinação do preto finalmente parecendo sombria como um vampiro deveria aparecer.

– Você ouviu tudo, não ouviu?

Ele fez que sim com a cabeça.

– E não gostei nada disso. – ele não se moveu. – Na verdade, o que estou sentindo está muito longe de gostar.

– Você não está entendo. – comecei.

– Sim, eu estou. – finalmente ele se mecheu e segurou meus ombros. – Você tem ideia aonde o Isaac mora?

Eu faço que sim com a cabeça.

– Ótimo, agora seja prudente e diga as suas amigas que essa não é uma boa ideia.

Afastei-me um pouco.

And, você não entendeu, eu estou indo com elas. Sem voltas.

Ele se frusta.

– Então eu vou com vocês. – ele se move e me leva junto com ele um pouco depois do corredor antes de eu pará-lo.

– Você está brincando? – perguntei.

– Não. – sua sinceridade momentanea é porque ele não entendeu minha pergunta.

– Isso é quase como uma coisa de garotas, e não se esqueça que elas ainda estão furiosas com você por causa da Emily.

Andrew revira os olhos.

– Você ainda não me conveceu Nathalie, não vou deixar vocês três perambulando a noite atrás do Isaac, e tenho motivos fortes e suficientes para não querer isso.

Ele está falando sobre as criaturas.

– É só sobre os vampiros? – sussurrei.

? – repetiu. – Isso é algum surto de adrenalina? Nathalie, eu não vou deixar você sair por aí quando acha que uma cidade com vampiros é um mero detalhe.

– Eu não acho. – recomeçei. – Desculpe. Vamos ficar todas bem, eu vou mostrar para Lauren que isso é uma perda de tempo, ela vai desistir assim que ela perceber que ele não está em um lugar algum, fique tranquilo.

– Na verdade, estou muito tranquilo com a ideia de você ir atrás do Isaac do outro lado da cidade sozinha.

– Mas eu não vou estar sozinha, Lauren e Suzanna estarão comigo.

– Ah, claro, isso me deixa muito mais aliviado. Não importa, se você for, eu vou junto e não adianta me dizer não, por acaso é proibido entrada de garotos no seu clube? – ele pergunta com humor.

– Você deveria ficar feliz por isso. – resmungo.

– De certo modo estou, é bom que eu seja o único com entrada livre.

– Isso seria injusto. – respondi.

– Injusto são três garotas dentro de um carro procurando um cara perdido que mora perto da saída da cidade, próximo ao cemitério e isso é demais até para o Halloween.

Não existia um modo sequer que me ajudasse a convencê-lo, mesmo que eu implorasse, ele sabia dos riscos que esta cidade tem e principalmente quando se trata de mim. Então pulei para o plano B, eu poderia correr, os corredores estavam vazios neste exato momento e Andrew parecia tão ocupado tentando não surtar com a ideia de me deixar sozinha que ele certamente levaria alguns minutos para me observar fugindo. A porta, vista daqui, não estava tão longe.

– Você está pensando em fugir? – ele sussurra e fico surpresa por estar bem mais proximo. – Você sabe que as suas chances de não ser pega é a mesma de sol nesta cidade.

Eu fico zangada não por ele descobrir meus planos, mas sobre ele estar certo sobre minha falha. Nós ficamos em silêncio olhando um para o outro, e pela primeira vez, Andrew parecia estar desarmado.

– Tudo bem. – ele suspira, como se precisasse.

– O que você quer dizer?

– Eu deixou você ir. – ele me olha nos olhos. – Com uma condição.

Sempre condições.

– Qualquer coisa.

– Ótimo. – e sorri, animado. – Eu estarei te esperando na Mansão, sem outros caminhos Nathalie, eu estarei lá e espero que você volte para casa, caso contrário, eu vou atrás de você.

Essa era uma boa condição.

– Mas você não tem as chaves da mansão. – eu disse, sem compreensão.

– Eu não disse que ia entrar pela porta Nathalie. – e beijou meus lábios. – Prometa, baby.

Esperei um segundo para despertar do seu beijo.

– Prometo. – disse.

Andrew sorriu e passou as mãos pelas minhas costas, me levando até a sala do laboratório onde Suzanna e Lauren ainda me esperavam. Antes que pudessemos passar pela porta. Andrew aproximou o rosto e sussurrou:

– Elas estão falando de mim. – ele disse. – Seria uma ótima hora para você explicá-las sobre eu e Emily, porque não é muito educado o que a Suzanna está dizendo de mim.

Eu olho para ele, constrangida com a ideia de Suze estar usando seus piores xingamentos para ele, mas Andrew está sorrindo e se divertindo ao mesmo tempo.

– Entregue. – ele avisa e Suzanna e Lauren nos avista.

– Então você está indo com a gente? – Lauren pareceu animada e supresa ao mesmo tempo.

– Sim. – a minha falta de vontade é animadora.

– Só por favor, não façam nenhuma loucura a esta hora. – Andrew nos disse, com sua feição de preocupação, a que remete a de um protetor.

Preciso de uns bons segundos para despertar da sua fisionomia doce e angelicial, que é quando Suzanna me passa meu casaco e Andrew me ajuda a colocá-lo.

– Qualquer coisa, me liguem. – ele avisou mais para mim do que para elas. – E não esqueça do nosso combinado. – este ele sussurrou para mim, antes de beijar meus lábios e sair.

Andrew não voltou para a festa, muito pelo contrário, ele saiu em direção ao estacionamento, se não me engano. Ele certamente iria direto para a mansão.

– Bem, parece que o dia está lindo no paraíso. – Suzanna provocou, passando por mim e pela porta.

– Então vocês conversaram? – Lauren era um pouco mais simpática que Suzanna nessas ocasiões. – Bem que eu avisei que deveriam ter conversado antes.

– Vou lembrar disso. – murmurei, mas no fundo ela tinha razão e eu tinha sido mesquinha por não ter dado ouvidos. – Andrew não estava lá para qualquer que fosse a imaginação perversa de vocês. Maison que pediu.

Nós fechamos a porta.

– Espere, tio Maison? – Suze se virou para mim com um lampejo de uma expressão surpresa e de arrependimento certamente pelos xingamentos que Andrew deve ter ouvido.

– É, Andrew e tio Maison tem uma amizade bem estranha, sabe, por causa da familia dele. – Suze sabia dessa história. – Enfim, vocês tanto quanto eu sabem o quanto a Emily é...

– Grude? – Lauren me completou.

– Bem isso.

– Então no fim das contas foi tudo um mal entendido? – Suzanna me perguntou.

– Felizmente sim.

Nós empurramos a porta da saída e entramos no gramado da escola.

– Eu certamente deveria pedir desculpas ao Andrew, ele não tem ideia das coisas terríveis que falei dele. – ela disse.

Para falar a verdade ele tem, eu disse para mim mesma.

– Vou lembrar disso. – nós dobramos a esquerda entramos no estacionamento, não havia vestigio de Hamann ou o carro do Isaac.

O porçante do Matt estava estacionado no mesmo lugar e agradeci por Andrew não ter perguntado qual era o modelo do carro que iriamos dirigir, ele certamente teria mudado de ideia em segundos.

– Você sabe dirigir essa coisa, Suzanna? – prendi meu cabelo em um coque mal feito, enquanto fazia cara feia para o carro.

– Claro que eu sei

Lauren se aproximou e sussurrou para mim:

– Por que não senti convicção nisso?

– Ainda ouço você, sweet bee. – Suzanna resmunga.

Nós abrimos a porta do carro, enquanto Suzanna e Lauren sentavam no banco da frente, eu escolhi o banco do passageiro atrás.

– Aonde vamos?

– Passaremos no clube e na praça primeiramente, sempre tem alguém fazendo uma comemoração, Isaac pode estar lá por causa dos amigos dele, Johnny não estava aqui. – ela me respondeu.

– Talvez Johnny não seja tão afim de você. – Suzanna alfinetou, ligando o carro.

Depois um minuto para que ela conseguisse pelo menos enfiar a chave na verdade, eu e Lauren trocamos olhares de pânico.

– O quê? – elas nos perguntou.

– Você nem sabia onde colocava a chave, Suze. – eu disse. – Você quer que eu dirija?

– Está tudo bem Nina, só foi mal contato.

– Ok, desculpe, só não quero que isso aconteça caso a gente realmente precisar dar um fora.

Ela não se importou com o meu comentário, deu a marcha e ligou o carro novamente, mais umas três tentativas e ele deu sinal de vida. Ela o manobrou para fora do estacionamento e conseguimos sair de lá. Empurrei minhas costas para trás e e me encostei no banco, eu sabia que isso iria demorar muito porque Lauren não é uma pessoa que desisti fácil, principalmente quando é para descobrir o paradeiro de seu namorado fujão. Lauren deu alguns comando enquanto eu observava a janela e tentava ver se reconhecia alguém, mas depois de alguns minutos, percebi que haviamos dado duas voltas pelo o mesmo lugar. O clube.

– Não há nada aqui. – eu disse à elas com inquietação.

Estar aqui não me trazia boas lembranças e muito mais quando aquela voz interior resolvia alarmar.

– Tudo bem. – Lauren resmungou. – Vamos passar só mais uma vez pela praça, talvez ele tenha reconhecido o carro, eu não sei.

– Só esta vez. – Suze murmurou.

E fomos nós novamente.

Havia um lado de mim que crescia demasiadamente, este lado odiava Isaac por estar me colocando em situações como essa. Nós passamos pela terceira vez na praça, a festa que havia começado estava quase no fim e metade das pessoas eram crianças acompanhadas de seus pais.

– Nada aqui novamente.

– Nós poderiamos ir até a casa dele. – Lauren disse, esperançosa.

– Do outro lado da cidade? Quero dizer, é perto do cemitério Lauren. – pestanejei.

– É a ultima vez, prometo. – seu olhar de suplicia partia meu coração frágil.

– Tudo bem.

Ela me agradeceu com o olhar.

– Espero que o Isaac pague a gasolina quando encontrarmos ele. – Suzanna resmungou, virando o carro a esquerda e pegando o caminho para fora do centro.

Nós ainda observamos o caminho até a saída, mas pelo horário, as ruas estavam quase todas desertas, era desnecessário pensar que Isaac estaria perambulando por ai. Só existe agora uma possibilidade: ele estaria em casa.

Não que eu fosse acreditar nisso, mas pela primeira vez talvez Isaac tenha sido mais prudente e ficado com a familia no Halloween, talvez seus pais não tenham gostado das ultimas confusões que estava acontecendo na cidade envolvida com festas e jovens. Essa seria uma boa desculpa. Quando saímos finalmente da cidade, os lados da estrada sendo domados pela pesada e escura floresta, eu senti uma duvida para perguntar.

– Como faço parte dessa investigação, posso saber por que desistiram tão imediatamente de uma festa que quase me arrastaram para ir?

Suzanna me olhou pelo espelho.

– É o curioso problema de Lauren em ter o poder, ela quer sempre controlar tudo e parece que o Isaac é o avesso disso.

– Não é não. – ela se defendeu. – Estou preocupada, ele disse para mim que estaria lá sem falta.

– A palavra falta cai muito bem nele. – eu disse, mas me arrependi quando Lauren estava mesmo preocupada. – Tudo bem então. É só isso?

– Ah, claro que não. Você chegou no ponto certo. – Suzanna parecia irritada. – Alguém que é tão paranoico quanto Lauren lhe telefonou em privado, depois enviou uma mensagem como desconhecido.

– E o que dizia?

– Que ele estava me traindo. – Lauren me respondeu timidamente.

Bem, isso explicava realmente a coisa toda.

– Então você acreditou numa mensagem? – perguntei com incredulidade.

– Foi a mesma coisa que perguntei a ela.

– Ah, por favor, ninguém iria brincar com uma coisa dessa. Alguém certamente tem pena de mim e resolveu me contar sobre as fugas do Isaac. Procuramos em todos os lugares possiveis, o único lugar que ele pode estar agora é em casa, eu só quero ter certeza.

– Ok Lauren, eu desisto.

Encostei as costas no banco e me silenciei. Eu não estava acreditando que estávamos aqui por causa de uma mensagem. Andrew tinha toda a razão, tudo isso aqui não era uma boa ideia.

– Quando encontrarmos o Isaac, eu vou matá-lo. – Suzanna resmungou, dobrando a direita, aonde o cemitério ficava.

Espantei a lembrança da morte do meu pai. Eu não queria misturar a minha raiva pelo Isaac com saudade do meu pai.

– Estamos quase chegando. – Lauren sussurrou, constrangida com todo o ocorrido.

A iluminação fraca da estrada se dava somente por causa da extensão do cemitério, mas não foi a única coisa que nos chamou a atenção. Havia algo ali, a frente, estacionado perto da entrada mal iluminada em um dia chuvoso.

– Aquilo é um carro? – empurrei meu corpo para frente, apontando para o para-brisa.

– Na verdade, - Suzanna sussurrou. – aquele é o carro do Isaac.

Nós ficamos olhando para frente por um tempo, Suzanna parou o carro a alguns metros da entrada ou do melhor poste de iluminação, o que não nos dava uma visão nitida do lugar. Lá fora ainda garoava, mas parecia que era aqui dentro que estava congelando.

– Eu vou lá. – Lauren avisou, abrindo a porta antes mesmo de impedi-la.

Suzanna e eu não ficamos no carro.

– Aonde você está indo?

– Lauren, volte aqui. – eu disse, ao lado do porçante de Matt e a esquerda de Suzanna.

Ela não nos deu ouvido, seu salto tinia no asfato molhado enquanto havia uma parte minha amedrontada sendo quase engolida por aquela voz que alarmava quando alguma coisa estava certa, mas havia a outra parte mais corajosa que não iria deixar Lauren ir até lá.

– Eu vou atrás dela. – avisei.

Suzanna pensou um pouco e depois me seguiu. O frio aqui fora era tão doloroso quanto qualquer sentimento de medo, eu estava congelando embaixo do casaco, mas a adrenalina parecia surgir efeito agora, quando alcancei o braço de Lauren e ela não foi rapida para abrir a porta do cemitério.

– O que você está pensando em fazer Lauren? Bater palmas e perguntar quem está aí?

– Isaac pode estar aqui, Nina. – sua crença era de dar pena.

– Sim, ele deve estar, mas ali, - apontei para frente. – no mausoléu, isso é muito mais assustador até mesmo para uma abelha no dia do Halloween.

Ela não riu, nem eu riria, eu só queria tirá-la dali.

– Ah, que nojo. – Suzanna se aproximou. – Ele deve estar com alguma menina gótica fora do comum num encontro perverso no dia do Halloween, aceite Lauren, você perdeu ele.

Lauren se virou com raiva.

– Estou aguentando suas brincadeiras a sete anos, desde que nos conhecemos na escola, e existe um limite para isso Suzanna.

– Isto não é uma brincadeira, você tem que parar de achar que vive em um conto de fadas, porque na verdade, não há contos de fada na vida real.

Elas estavam gritando e minha cabeça tinia de dor.

– Eu não sou essa garota surperficial que você fica tirando onda, se fosse o seu namorado na história, as coisas certamente mudariam de rumo, não é?

– Não vire o jogo para mim, como se eu fosse a culpada por seu namorado estar te traindo. – o gritou dela suou tão rápido que se misturou com outro ainda mais pavoroso.

– O que foi isso?

Nós nos olhamos e depois para o mausoléu. O gritou suou novamente.

– É o Isaac? – Lauren entrou em pânico. – Meu deus, Isaac! – e ela gritou de volta.

Ela abriu porta de entrada e estava prestes a correr quando a segurei pelo braço.

– Vamos sair daqui Lauren, agora. – sussurrei.

Ela não estava me ouvindo, Suzanna apareceu do meu lado e segurou o seu outro braço. Nós a seguramos com mais rapidez e voltamos para trás, indo em direção ao porçante quando o grito suou novamente, amendrontado e esganiçado.

Lauren finalmente despertou. Nós corremos ligeiramente para o carro, nossas respirações ofegantes, enquanto eu tremulava as mãos e Suzanna encontrava a chave. O longo segundo que isso levou me deixou em pânico, agora estávamos dentro e nossas respirações se tornaram desesperadas.

– Deus! – Suzanna gritou.

– O que foi?

– Não está ligando, não está ligando Nina!

Eu não tinha uma resposta para isso, eu só conseguia olhar para o mausoléu.

– Ah, droga, ligue carro de merda, ligue! – ela gritava e tentava, gritava e tentava, todas falhas.

Eu não respondi, eu não conseguia me mecher e parecia que a única pessoa em sã consciencia ali era Suzanna. O que estava acontecendo? Era o Isaac? Por que não voltamos? Por que essa cidade não podia ser segura?

– Nina, por Deus, Nina me ajude!

Despertei com o chamado de Suzanna.

– Desculpe, o que foi? – eu me mechi para frente.

– Isso não está funcionando, eu não consigo ligá-lo, tem alg... – as luzes do cemitério apagaram. – Deus, o que está acontecendo? Nós vamos morrer?

– Não vamos, desligue tudo, desligue. – eu pedi, as luzes do farol apagaram aos poucos junto com o painel. – Lauren liguei para o seu pai, ele estará aqui em muito menos tempo.

Houve um segundo para a sua resposta.

– Tudo bem.

– Façam silencio e tranquem as portas. – sussurrei. – O que tiver acontecendo, nada vai nos ferir, confiem em mim.

Não houve nada lá fora, ouvimos a voz tremula de Lauren ao telefone até que nossas respirações se confundiam com o tempo, a chuva estava aumentando e meus pensamentos saíram do Isaac para o Andrew.

Eu preciso de você Andrew, eu preciso que esteja aqui, eu preciso de você.

E depois disso esperamos.


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Notas finais do capítulo

e aí o que acharam? Posso dar spoilers se quisem, só se quiserem, mas direi só aquilo que não interferiria no enredo e e no climax. Espero que tenham gostado anjos, beijos!



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