Flores Para Anne Juliet escrita por Petrova


Capítulo 29
A Ultima Rosa


Notas iniciais do capítulo

Penultimo capitulo genteeeee, fico tão feliz quando comentam



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Tudo estava em fim acabado, nós conseguimos.

As pessoas saíam e nos parabenizavam pelo maravilhoso trabalho que eu e Daniel fizemos. Este era o fim. Ou quase fim.

Eu não podia esperar mais nem um segundo para contar toda a verdade para Daniel. Ele estava certo quando tudo se resumia a eu e Brad. Até que ele apareceu. Isso mudou, não é eu, não é Brad.

É ele.

Sim, eu o amo. Eu o amo com todas as forças. Eu sabia disso desde a primeira troca de olhares, desde as primeiras palavras, os primeiros principios de saudade. Com Daniel é diferente, o destino esteve presente em todos os momentos. Ele sempre esteve ali, eu nunca tive que lutar para que ele pudesse me notar. Ele me viu em meio a multidão e me amou.

Por isso que liguei para o Brad, eu precisava ouvir sua voz, eu precisava sentir as emoções que ele causava em mim. Não era meus planos, a minha forma de tentar dominar tudo a minha volta, é sobre o que eu sinto. E o que eu senti por Brad, naquele momento, não era o que eu sentia por Daniel.

É diferente.

Existem várias maneiras para uma pessoa se tornar importante na sua vida: ela pode estar presente ao seu lado em todos os momentos; ela pode lutar por você quando o mundo não te enxergar; ou você pode estar incondicionalmente apaixonada por ela. Verdade, eu estou irrevogavelmente apaixonada pelo meu melhor amigo, pela pessoa que lutou por mim quando o mundo não me enxergava, pela pessoa que esteve ao meu lado quando eu precisava.

É isso.

Teoria infinita: você está em duvida entre duas pessoas, escolha o segundo, porque se você estivesse realmente apaixonada pelo primeiro, não teria uma segunda opção.

Obrigada Johnny Depp, você me ajudou a escolher Daniel.

Sim, eu realmente o amo, amo o modo como ele sabe me fazer rir, e quando me deixa irritada, quando ele está longe e me deixa com saudade, mas quer estar perto. Amo o modo como ele é, o modo que sorrir, que diz, que anda, a forma como ele me olha, a forma como ele diz meu nome diferenciando de todos os outros. Eu amo tudo nele, tudo que vem dele, as suas flores, as suas declarações. Isso, tudo isso que me faz incrivelmente feliz.

Eu não quero ficar sem ele, mesmo que isso dure um dia, um mês, eu quero tentar, sem planejamentos, sem estar parando e pensando nas consequências. Não que eu seja egoísta, não que eu tenha demorado todo esse tempo para perceber, porque eu já sabia disso, eu só precisava do momento certo.

Ele sempre esteve ali, eu sempre soube, eu só estava com medo.

– Daniel? – eu gritei.

Mas ele não estava ali. Meu coração se apertou dentro do meu peito, eu estava entrando em desespero.

Eu o procurei pela sala iluminada, ainda fazia sol em Londres, as pessoas estavam deixando livre as passagens para caminharmos naquela sala.

Mas não o achei, procurei outra vez, me movimentei de um lado a outro, as vezes sendo interrompida por algum professor ou pais ou alguém muito conhecido da Academia que me veio parabenizar sobre nosso trabalho. Nosso? Seria nosso se Daniel estivesse do meu lado, por que ele sumiu? Eu tinha que me lembrar porque ele havia sumido, eu tinha dito algo?

Oh, claro.

Alguns minutos antes, Eliza tinha aparecido depois de passar pelas pessoas ao lado de Nathan, um pouco incomodada com o aperto e a falação que estava ali. Daniel ficou apresentando os detalhes para um senhor idoso e curioso, enquanto a mulher com quem eu estava já havia saído.

– Preciso falar com você. – ela diz, teria sussurrado se o ambiente estivesse mais silencioso.

– Algum problema?

Ela e Nahe trocaram olhares.

Eu teria contado para a Eliza sobre a minha escolha, mas eu não sabia falar isso para ninguém que não fosse o Daniel

– É sobre Brad. – ela diz.

Eu procuro os olhos de Daniel. E ele procura os meus. O que está acontecendo com ele? Daniel não parece ele feliz, então ele simplesmente me ignora.

– Ele está bem?

– Yeah, quero dizer, Anne, você... – Nathe apareceu do seu lado.

– Melhor vocês conversarem em um lugar melhor, tem muito barulho e muita pessoa circulando por aqui.

Eu fiz que sim.

– Mas é sobre o que?

– Roma e sua viajem. – ela disse, antes de se afastar.

– Tudo bem, já está acabando mesmo. – eu disse logo sem eguida.

Nathe ainda está aqui, comigo.

– Eu também preciso falar com vocês em relação a passagem. É muito importante. – e eu acabei olhando para Daniel.

Mas ele não reparou nisso.

Nathan e Eliza também compraram as passagens para Roma, eles queriam tirar férias também e achou que passar uns tempos com os velhos amigos seria ótimo. Até que eu desisti de tudo isso.

Não importava mais, eu iria atrás do Daniel para onde ele fosse, não tinha tempo para falar nada com Brad, então eu pederia a Eliza que dissesse por mim. Dissesse que as coisas tornaram a outro rumo, um rumo que eu – surpreendentemente – não planejei. Encontrei Daniel, e me apaixonei perdidamente por ele e não sou capaz de desistir, deixa-lo ir sem ao menos tentar, essa é minha decisão, vou quebrar as regras, vou atrás dele.

Porque eu o amo. Eu não posso deixá-lo ir.

– Nos vemos depois. – eu digo por fim.

Então foi a ultima vez que vi Nathan e Eliza, consequentimente a ultima vez que vi Daniel. Ele desapareceu tão rápido.

Não por muito tempo.

Deixei a sala das exposições, mesmo ouvindo alguns murmuros dizendo que precisávamos ficar para saber sobre os ganhadores. E que me importa quem vence? Não valerá nada se eu deixar Daniel sumir de vez da minha vida, eu fiz tudo para afastá-lo e agora que eu desisti disso, não vou deixá-lo ir.

Não tenho forças para deixá-lo ir.

Corri por entre as pessoas, ouvindo murmuros e xingamentos, esbarrei em alguns colegas com suas grandes telas de apresentação. Perdi a conta quantas vezes eu bati a rosto nos seus trabalhos ou em uma porta errada. Corri com tanta rapidez que eu mal sentia o chão nos meus pés, é uma adrenalina diferente, desespero. Pensar que ele pode sumir de vez. Pensar que você está entre perder alguém e consegui-la para sempre.

O para sempre sempre pesa no final.

– Você viu o Daniel? – eu perguntei para alguns colegas dele, enquanto eu passava pelo corredor.

Mas todos me diziam a mesma coisa: não.

Ele não podia desaparecer assim.

Então correndo e correndo muito, eu o vi.

Ele estava falando ao telefone, uma mala preta estava apoiada no chão enquanto ele segurava sua alça. Eu sabia para o que aquela mala iria servir. Era para ele ir embora. E eu sabia que era ele, o cabelo loiro irradiado pela luz da tarde iluminada, o Ray Ban e uma mera rápida visão de uma tatuagem.

– Daniel! – eu gritei, passando por entre as pessoa sinuosamente dessa vez sendo mais prática e rápida. – Daniel, Daniel! – eu gritei outra vez, as pessoas não paravam de comemorar o fim da grande exposição e irritantemente colocaram uma música para tocar nos corredores. – Oh merda. – eu gritei de novo, tampando os ouvidos e seguindo até ele. – Daniel, droga, Den! – eu gritei ainda mais alto sendo puxada para trás por dois alunos enormes, mas quando eu vi uma fresta de que Daniel dessa vez olhou para trás, eu me enfiei no caminho para sair daquela multidão.

Ele desligou o celular e abriu a boca surpreso, não disse nada até que eu conseguisse correr até ele.

– Você é surdo?

Ele sorriu rapidamente.

– Eu estava no celular. – ele aponta para o celular e o balança na mão.

Concordei com a cabeça.

– Eu preciso falar com você.

Ele estudou minha feição.

– Yeah, é sobre os trabalhos?

– Oh, não, claro que não. – eu disse impaciente. – Não é sobre isso, estou mal ligando para os trabalhos.

Ele ficou surpreso.

– Então o que é? – ele ajeita a bolsa no ombro.

– É sobre... – eu demoro para dizer. – Tudo.

– Eu não estou entendendo, Anne.

– Não me chame de Anne. – eu quase gritei.

Ele sorriu.

– E por que não?

– Esquece isso. – dei de ombros. - Eu precisava dizer uma coisa Daniel, algo que eu já devia ter dito há muito tempo, mas...

– Anne. – um grito abafado suou atrás de mim.

Eu e Daniel olhamos para trás. Nós vimos Eliza passar pelas pessoas barulhentas ao lado de Nathan, ela estava apressada.

– O que está acontecendo? – ele sussurrou para mim.

– Não faço ideia.

Nós os esperamos se aproximar.

– O que aconteceu? – perguntei.

Nathe estava nervoso.

– É sobre Roma.

– Eu também quero falar sobre isso. – eu disse. – Eu tomei uma decisão dificil, mas, - eu olhei para Daniel. Ele se encolheu.

– Não, você não está entendendo. Eu não vou deixar você ir para Roma.

Eu parei.

– O quê? Pode me dizer o que está acontecendo aqui, Eliza?

Ela e Nathe me olharam de uma forma que eu não gostei.

– Tommas não está bem, mas... – eu fiquei preocupada.

– Tommas? – eu e Daniel perguntamos ao mesmo tempo.

– Não é isso. – Nathe respondeu.

– Ele me contou uma coisa que deveria ter te contado a muito tempo. Talvez seja tarde demais.

Eu fiquei mais do que preocupada. Eu estava assustada com a resposta.

– Brad não foi foi para Roma por causa da revista ou proposta. Ele foi atrás de Elena.

Eu não acreditei.

– Quem é Elena? – Daniel perguntou atrás de mim.

– Brad me disse que terminou com Elena um mês antes de nos conhecermos. Isso não pode ser verdade.

Eu não posso ter esperado e amado uma pessoa que havia mentido para mim todo o tempo.

– Tommas também achou isso, mas Nick o ligou na viajem. – Nick é o irmão de Brad, nós nos falamos algumas vezes pelo telefone.

– E o que ele disse?

– Ele disse que considerava você demais para ver o irmão com Elena enquanto você achava que estava tudo bem em Roma. – Nathe me respondeu.

– Espere, espere... – eu parei, Daniel estava ao meu lado.

Ele estava segurando minha mão. Eu agradeci por ele estar aqui comigo. Eu não podia acreditar nisso.

Não consigo dizer nada, é como se eu fosse puxada para uma realidade diferente. Alguém que eu jurei ter amado todo esse tempo nunca me amou. Meus olhos se encheram de água.

– Como me contam isso agora? – eu digo marejando os olhos e tremulando minha voz.

– Desculpe, Anne. – ela implorou.

– Eu não posso acreditar que Brad tenha feito isso comigo.

– Eu sempre suspeitei. – ela se aproximou. – Eu sinto muito.

Não era sobre Brad ter voltado com Elena. É sobre eu ter achado que ele me amasse, sendo que ele nunca foi a melhor opção.

– Eu, eu não sabia como dizer. Eu simplesmente não podia deixar você ir. – Eliza estava se abraçando, sentindo a mesma dor que eu estava sentindo.

Neste momento, eu senti os dedos de Daniel se afastando.

– Como ele pode ter me enaganado dessa forma? – eu quase grito.

– Tommas tentou falar isso com você, todo o tempo, mas Brad disse que ia te contar, ia esperar o momento certo, mas nunca aconteceu.

– Oh céus. – eu passo a mão no meu rosto. – Ele é um mentioso. Brad é estupido. Tudo que eu fiz por ele? Isso não serve de nada.

Eliza se aproxima, ela está vindo para me abraçar. Eu não estou chorando, eu estou com raiva, eu não acredito que estive a segundos de perder Daniel por alguém que me enganou da pior forma, alguém que eu confiava.

– Está tudo bem, Anne. Nós vamos superar isso, ele é um idiota mesmo. Você pode chorar, pode chorar.

Mas eu não quero chorar.

Nathe se aproxima e eu encontro seu olhar.

– Eu queria ir a Roma só para socar a cara do Brad.

Eu consigo rir com isso.

– Não antes de eu fazer isso. – eu digo para ele.

– Seria legal ver uma garota socando um cara. Eu iria colocar no youtube, iria ter milhões de acesso e iriam comentar nossos nomes nas redes sociais e a foto do Brad por todos os lugares com pessoas xingado-os. Isso é como ganhar uma guerra.

– Você sabe como ajudar uma pessoa. – eu rio.

Ele tambén.

Mas não importa, eu deixei de amar o Brad no mesmo momento que eu coloquei meus olhos em Daniel. Eu não posso querer algo de Brad quando eu não sinto nada por ele. Eu só odeio a sensação de não ter ficado ao lado de Daniel na nossa primeira vista.

Eu saio do abraço quente de Eliza e vejo meus melhores amigos ali, Tommas não está, mas eu sei o que ele está sentindo. Eu não odeio. Ele sempre tentou me avisar, ele fez de Daniel o cara certo sem que eu percebesse.

Daniel sempre foi.

Atrevo-me a olhar para Daniel, eu quero ver seus olhos verdes, eu quero ouvir sua voz, quero sentir seu cheiro, quero sentir a sensação que ele me traz quando algo está errado e só ele pode me acalmar. Mas ele não está ali.

Ele foi embora.

– Onde está Daniel?

Nathe e Eliza procuram por mim.

– O quê? – ela me pergunta.

– Daniel estava aqui, para onde ele foi? – eu quse grito, nervosa.

Nathe vai até mim.

– Ele deve ter ido embora, o voo dele sai mais ou menos daqui a uma hora, ele certamente deve ter ido. Vocês não se despediram?

– O quê? Não. – eu grito para ele.

– Fique calma, Anne. – Eliza se aproxima.

– Vocês não entendem, ele não pode ir.

– Por quê?

– Porque eu tinha desistido por ele, eu o escolhi.

Eles me olharam.

– Era o que eu estava querendo dizer o tempo todo. Eu não ia para Roma, eu teria dito isso a ele se vocês não tivessem vindo falar sobre Brad. Eu tinha escolhido. Era ele, foi sempre ele. Céus, ele não pode ir.

Então eu corro. Eu pude ouvir os passos atrás de mim, era Eliza, mas ela desistiu quando eu pedi que ela ficasse.

Eu precisava impedi-lo, não iria perder novamente tudo isso. Eu não podia perde-lo depois de tudo isso. Eu teria dito toda a verdade se Eliza não tivesse vindo primeiro, mas estava feito, uma verdade por outra verdade. Alcançei o elevador mais próximo, mas ele estava ocupado, eu sabia que Daniel o tinha pegado e eu não podia ficar aqui esperando algo acontecer.

Eu fui pelas escadas.

Eu vi minha vida passar por segundos rápidos e nervosos. O vento passava pelo meu cabelo fazendo-o flutuar enquanto os degraus passavam ligeiramente rápidos pelos meus pés. Eu não queria chorar, não estava chorando pela perda de Brad, eu já tinha deixado de amá-lo a muito tempo, só foi estúpida para ver isso. E aqui estou eu, correndo contra o tempo tentando recuperá-lo, tentando lutar pela o que eu deveria ter escolhido desde o primeiro sinal. Eu sabia disso, mas a primeira fase do amor é a negação. Você não pode amá-lo, você não pode estar sentindo essas coisas, você tem que ser forte e não frágil. Mas não aconteceu. Fui fraca, mas se ser fraca era estar enlouquecidamente apaixonada por ele, bem, eu gosto de ser fraca. Completamente e inteiramente fraca, da cabeça aos pés. Inteioramente e exteriormente, e todas as complexidades de ser uma fraca ao se entregar a essa coisa indomada que é o amor. Você se submete a ele, e não o contrário.

Já estou no primeiro andar e meu coração parece pular pela boca, minha pulsação está acelerada e não consigo aceitar que eu perdi. Eu não vou perde-lo, não antes de tentar todas as medidas de provar que eu o amo.

Consigo ouvir as portas do elevador, eu sei que é ele. Daniel aparece no meu campo de visão, sua bolsa com alça está sobre o ombro e ele não parece ter me percebido. Ele está inro embora, mas não agora.

– Daniel! – eu grito e corro.

Ele se vira para mim, está surpreso e está sem expressão ao mesmo tempo, acho que quando uma pessoa está sem expressão ela possivelmente está surpresa.

– O quê? O quê?

Eu estou perto dele, estou separando todos os centimetros que nos separa.

– Você não pode ir.

– Eu tenho que ir, Anne.

– Não minta para mim. Você sabe que essa coisa de ir embora não é o que você quer. – sussurro.

– Não fazemos tudo que queremos. – ele dá de ombros.

– Mas podemos tentar.

– Isso é sobre o Brad? – ele me questiona, encarando meus olhos cansandos.

– O quê? Não, isso não é sobre o Brad. Nunca foi.

– Você sabe que sim.

– Daniel, me escute. – eu seguro seu rosto. – Você não pode ir, porque eu não vou deixar você ir.

Ele fica surpreso.

No mesmo momento, sua irmã Sara aparece perto dos portões de entrada, ela está surpresa por nos ver ali, mas, ao mesmo tempo, ela está impaciente. Daniel perde para ela esperar mais um pouco, então ela dá as costas e volta para o estacionamento.

– Acho que você está confusa Anne. – ele diz rapidamente.

Eu fico surpresa.

– Eu não estou confusa. – é a única certeza sobre toda essa confusão que virou a minha vida, ele não consegue perceber?

– Escute-me. – ele segura minhas mãos. - Eu sei que você ama o Brad, você não pode parar de amar uma pessoa assim, Anne. Infelizmente isso é uma verdade, eu nunca tive chances com você. Eu sempre soube.

Eu nego com a cabeça.

– Não, você não está me entendendo, Daniel. Não é sobre o Brad, é sobre o que eu sinto por você.

– Não, não é. – ele discorda tristamente. – Céus Anne, é o que eu mais queria estar ouvindo de você, mas eu não posso simplesmente fechar os olhos para isso. Eu tenho sentimentos e eu não posso servir de armadura para você quando alguém te feriu. Eu toparia tudo para ficar com você, mas eu estou numa encruzilhada. Eu simplesmente não consigo mais, isso de ficar te machucando e me machucando não dá certo.

Meus olhos marejam, meu coração está doendo, ele não pode dizer o que eu acho que ele vai dizer. Ele não pode me dizer Adeus.

– Eu não posso aceitar a chance de ficar com você, eu estarei mentindo para mim e você também estará. Não podemos forçar um relacionamento, Anne. Amor não se transforma, ele se constrói, foi isso que aconteceu. Eu construí sozinho o meu próprio mundo com você, mas você nunca esteve presente para apreciá-lo. É esse o problema, Anne.

– Não me chame de Anne, por favor. – sussurro, chorando.

– Desculpe. – ele limpa minhas lágrimas.

Eu não posso falar nada, eu não posso fazê-lo ficar, eu simplesmente não posso. Isso vai além de mim, vai para o que ele sente, Daniel não me entende, e eu não consigo achar as palavras certas para impedi-lo. Para impedir que ele diga aquela palavra que não tem volta para nenhum de nós dois.

– É por isso que eu odeio despedidas. – ele sussurra.

Nós nos olhamos.

– Alguém sempre sai ferido.

Daniel segura uma rosa vermelha nas mãos e a ergue para mim. Ele não pode usar uma flor para fazer a despedida por nós dois. Ele não pode...

– Acho que essa é a mais óbvia de todas. – ele diz.

Ele não está feliz, nem eu.

– Ahm, bem, eu queria que você tivesse entendido a coisa das flores, dos bilhetes e do livro, eu queria que tivesse um final diferente para nós, mas infelizmente não há.

Meus dedos alcaçam a rosa e eu a seguro.

– O que ela significa? – pergunto.

Ele dá de ombros.

– Não importa mais. – e ele se afasta. Ele está indo para sempre. – É tarde demais, então, quero dizer, isso é um adeus, Juliet.

– Den...

– Até mais. – e ele se vai.

Eu lembro das flores. Eu preciso saber.


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