Flores Para Anne Juliet escrita por Petrova


Capítulo 23
22. Cega por mim mesma


Notas iniciais do capítulo

Anjosssss, eu estava tão animada com os comentários de vocês e desculpem pelo atraso, eu estava muito ocupada com o Memorias de Vampiro - Light e a escola, mas consegui tempo para organizar as coisas. Continuem comentando, eu preciso saber o que vocês estão pensando sobre a fic!



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Eu contei a Eliza sobre a conversa que tive com Brad. Nós saimos um pouco do internato e fomos comer em um restaurante próximo a escola, na parte de cima tem uma pequena sala de pinturas e obras e em baixo fica o pequeno restaurante confortável. É quase perto do Zac’s que eu e Daniel fomos, pela ultima vez.

Londres está claro hoje, mesmo que o tempo esteja nublado ainda, um vento frio tranquilo e amistoso passa por nós. Eliza está me escutando calmamente.

- Ual. – é o que ela diz no começo.

Bebo um pouco de café e a espero.

- Que inoportuno.

- Ei, Eliza! – reclamo para ela. – Brad pode ligar sempre que quiser.

- Eu sei Anne, mas, não é estranho?

- O que? Não.

- Claro que é, você sabe disso. Ele de repente não pode te mandar e-mails ou nem sequer uma mensagem.

- Ele estava ocupado. – defendo.

- Sim, mas ainda é estranho e você sabe disso. Então ele liga para você de repente como se tudo fosse a mesma coisa.

Eu não sei o que dizer.

- Acho Brad realmente muito mudado. – ela completa então.

- Ele não está mudado, só passou muito tempo longe de nós, apenas isso. – eu acho que fico na defensiva.

- Eu não sei, Anne, eu só quero que você não se machuque. Não quero que no fim você aposte todas suas fichas no lugar errado.

Inspiro fraco, sem entender absolutamente nada do que ela quer dizer.

- Bem, Eliza se você quer me conta alguma coisa, então me conte logo. Você está sempre deduzindo e falando coisas. – eu disse diretamente.

Ela não me disse nada, me deu o silêncio prolongado.

E eu teria protestado por aquele silêncio se outra coisa não tivesse chamado minha atenção.

Atravessando a rua movimentada de Londres, Daniel usava seu habitual jeans escuro e seu Ray Ban, mas não é apenas isso que me chama atenção, ele está acompanhado de uma garota, ela é ruiva, tem cabelos curtos e levemente ondulado nas pontas, o ruivo é tão atraente e brilhante que eu chegou a sentir inveja da cor dos meus cabelos castanhos. Eu achei que fosse Mandy, mas não era. A garota é mais baixa do que ele, exatamente da minha altura, suspeito, é delicada e se veste bem, saia pouco acima do joelho, botas compridas até o joelho, uma blusa branca delicada e um casaco de couro preto, uma bolsa solta em uma das mãos e neste exatamento momento eles estão parando e rindo, logo eu vejo ela em seus braços. Um abraço longo, depois eles se afastam e recomeçam a andar.

Eles estão juntos.

- O que foi? Ei Anne, o que foi? – Eliza está falando comigo.

Mas agora eu estou muito ocupada sentindo-me mal, um enjoou repentino, é angustia, é raiva, eu não sei, mas não me faz bem.

- Você está bem? – Ela pergunta outra vez.

Então decido acordar do meu transe e respondê-la.

- Vamos embora?

Ela não reluta, apenas conssente com a cabeça e nós duas juntas pagamos a conta.

Como a Escola é perto o suficiente para irmos a pé, eu agradeço por isso, eu posso me refrescar, posso sentir o vento fresco pairando na cidade, nas ruas longas, as pessoas apressadas, as pessoas sem tempo e eu apenas amando esse tempo. Um tempo livre.

Estou enganando a mim mesma.

Eu acho que gosto mesmo do Daniel, mais do que eu estava botando crédtio, não é sobre sentir falta do Brad. Eu não sei o que está acontecendo comigo.

- Você está tão calada. – Eliza diz perto de mim.

Estamos passando dos portões da BA, o segurança nos dá um aceno com a cabeça de como chegamos bem na hora de fechar as portas.

- Estou bem. – menti.

Eu sei que ela não acreditou, mas é melhor eu ficar nessas mentiras do que ter a descência que pensar em falar sobre a verdade. A verdade que é tão sinistra, que é tão confusa, e é simplesmente recusada pelo meu cérebro e aceita pelo meu coração. Dentro de mim tem uma guerra e eu não sabia. Sou uma guerra ambulante, não sei adiministrar nem meus próprios sentimentos.

- Tudo bem, não vou forçar nada, acho que peguei pesado sobre Brad, - ela começa, no mesmo momento que estamos entrando no elevador para o segundo andar do terceiro prédio. – eu peço até desculpas por isso, eu sei que você deve estar confusa com tudo isso, e não devo ficar me intrometendo entre você e Brad. – ela suspira depois que termina.

Na verdade nem dou ouvido, eu estou pensando na ruiva ao lado de Daniel. Eu quero muito saber sobre eles. Eu quero saber o que está acontecendo, será que eles estão juntos? Ele não pode estar com uma garota. Não realmente.

- Você viu o Daniel? – eu pergunto rapidamente olhando-a.

Ela me encara como se eu tivesse dito algo muito estúpido, ou porque ela deu uma longa desculpa para mim e eu ignorei.

- Não, eu devia?

Nego com a cabeça.

- Ah, droga. – Eliza xinga quando dá de cara com a tela do seu celular. – Nathan me ligou três vezes.

- Será que aconteceu algo?

- Não sei, vou enviar uma mensagem para ele, oh, espere, ele mandou uma. – exatamente no mesmo momento que a porta do elevador se abriu.

- O que ele quer? – pergunto antes de sair.

- Me ver, vou encontrar ele na praça, a gente se vê depois, ta? – ela diz de longe quando eu já estou fora.

Apenas aceno.

Sigo para meu quarto, apenas caminhando lentamente e pensando no que eu devo fazer. Ir fala com Brad ou ir até Daniel?

Quando chego no meu quarto e procuro as chaves no meu bolso, alguém passa por mim e chama meu nome. Do outro lado do corredor, saindo da sala de programas e TVs, eu vejo Steve. O que ele está fazendo nos corredores femininos?

- Oi Steve. – eu digo até animada em vê-lo, pelo menos ele não me faz lembrar exageradamente em Brad e Den.

- Eu tinha vindo aqui te ver, mas uma garota, Mendy, da nossa sala, falou que você saiu com Eliza. – ele se encostou na borda minha porta.

Steve é um pouco mais alto do que eu.

- Sim, eu fui lanchar com Eliza, sabe, sair um pouco. – Também me encosto na parede, não tenho a intenção de mandá-lo entrar, ainda somos apenas conhecidos e colegas de classe.

O barulho do elevador é o único som entre nós, é por isso que eu acabo olhando para trás e vejo quem está saindo dele.

É Daniel, e está sozinho. Ele está olhando rapidamente para esse lado e encontra meus olhos, mas desvia, acho que está olhando para Steve. Ele fica muito tempo olhando para esse lado, até que ele se mexe e sai do elevador. Eu acho que ele está vindo até mim, talvez ele me viu com Eliza e quer explicar o que aconteceu, e talvez ele tenha vindo e...

Ele segue em frente, vai até a sala de TVs e não olha para mim, mesmo que eu o siga com olhar feito idiota. O que ele está fazendo? Por que ele não veio falar comigo?

- Eu estava falando com Jesse, ela já está dividindo os grupos para a exposição, daqui a pouco acaba o mês para as exposições. – Steve volta a falar, mas não o olho. – Ela disse que esse ano vamos ter muitas chances de ganhar e... Anne, está me ouvindo? – Steve entra na minha frente e atrapalha minha visão.

Eu tinha visto Daniel entrar na sala e dar umas olhadas nos canais, nos cartazes e ele estava indo pegar um refrigerante, e quando eu achava que ele ia virar para me olhar, Steve entra na minha frente.

- Ah, sim, eu estou. – concordo, estou pensando seriamente em me tratar. Será que tem clínicas de psiciquiatria com problemas de tipo Daniel Denali? – Espere, falta apenas um mês?

- É, apenas um mês. – ele sorri.

Um mês para ida de Daniel, um mês para o aniversário de Brad e um mês para as exposições. E eu não percebi isso?

- Nossa, já é tudo isso? – eu me senti perdida.

- Algum problema?

- Não, eu só estava esquecida. – dei uma risada fraca. – Mas muito obrigada por me lembrar.

Ele sorriu em troca.

- Eu tenho que ir, antes que as garotas me expulsem daqui. – ele riu.

- Tudo bem, a gente se encontra na aula amanhã. – aproximei-em para dá-lo um rápido abraço. – Ah, eu espero que sua mãe esteja muito melhor. – sussurrei no seu ouvido.

Eu senti que ele estava sorrindo, deu-me um abraço ainda mais forte.

- Obrigado Anne. – ele sussurrou de volta.

Deu meia volta e me ultrapasso, eu o segui com o olhar até ele sumir no elevador. Entrei depressa no meu quarto, querendo descansar, tirar Daniel da minha cabeça, tirar que ele está exatamente no mesmo corredor que eu e fingi que eu não existo.

Depois do banho, vesti um jeans leve, uma blusa de renda e me deitei na cama, fui ler um pouco, dar uma olhada nas materias, ver se eu tinha alguma pendência para amanhã, e pensar que daqui algumas semanas eu já estaria aprontando para a exposição, atrás do prêmio não só pelo troféu que darei a nossa sala, mas também pelo dinheiro, que usarei para a viajem até Roma.

Outra vez pensando em Brad.

Então resolvi esquecer os livros, olhei para o relógio que perdi tempo demais, já era seis e quarenta da noite. É apenas domingo, nada para se fazer, Eliza se pegando com Nathan, Tommas foi visitar sua mãe em casa e deve ter se encontrado com o estúpido do seu pai. Mendy deve estar dando em cima de algum cara bonito e Daniel... Deve estar com a ruiva.

Abro a porta com raiva, eu fiquei pensando que talvez aquela maçaneta fosse a cara daquela ruiva. Oh, não devo pensar nela assim. Oh, sou tão bipolar. Brigo com meus próprios extintos, estou completamente maluca.

Esqueço o elevador e vou pela escada, é mais lento, toma mais tempo e eu não tenho que ficar dividindo pucos metros de largura num elevador. Eu piso firme no chão, outra vez pensando que aquele piso fosse o rosto da garota, dessa vez eu gosto de pensar nela dessa forma, não me arrependo. Chegou no jardim, está iluminado, mas não tem pessoas aqui. É tão lindo, refrescante e amigável, como as pessoas perdem tempo na TV com algo tão material e sem vida? As flores são diferentes, elas encantam, ficam paradas nos seus devidos lugares, com tempo exato para chamar atenção, tempo certo para nos encantar. É de mansinho, elas estão por toda parte nesse jardim, elas podem ser tudo e ao mesmo tempo não ser nada. Podem ser o amor, podem ser a luxúria ou a mágoa e o fim. Elas tem seus significados.

Essencias e...

- Um Crisâtemo Vermelho? – eu digo para mim mesma.

No jardim nunca teve cravos vermelhos, eu sei disso, e por que tem um cravo vermelho esquecido sob um dos bancos?

- Eu a trouxe.

Eu me viro para onde a voz surgiu.

Daniel caminha lentamente até onde estou, onde ele estava é menos iluminado, mas quando se aproxima, onde tem o maior feiche de luz, eu posso ver seu rosto. É angelical.

- É linda. – eu digo diretamente.

- Apenas um mero detalhe. – ele responde sem seguida, próximo o bastante de mim.

Então me recuo.

- Por que está me evitando? – ele pergunta ressentido.

Porque eu não posso querer tanto você quando meu namorado acabou de me ligar dizendo que sente minha falta. Mas eu não disse isso.

- Não estou te evitando. – contrareio.

Então outro passo rápido, esse me pega de surpresa e impulsivamente eu acabo me afastando de novo.

- Isso que você acabou de fazer contraria o que você disse. – ele cruza os braços franzindo a testa.

- Acho que não devemos ficar próximos.

Ele abre a boca incrédulo.

- Depois que eu te dou um Crisâtemo Vermelho? – ele me olha indiferente. – Você sabe o que significa um Crisâtemo Vermelho?

- Não faço ideia.

- Legal.

- Por que você não me diz?

- Porque não ia fazer diferença, Anne. – ele diz entre dentes, aproximando-se mim mais rapidamente.

Como acho que está me desafiando, eu não recuo.

- Faria se fosse para a ruiva com quem estava companhado hoje a tarde? – as palavras pularam da minha boca rapidamente, e eu sei que vou me arrepender disso.

Ele está perdido.

- É, eu te vi com uma garota hoje, enquanto eu estava com Eliza no restaurante do outro lado da esquina, O Mate. – eu digo autoritária.

- Não é o que você está pensando Anne. – ele diz seriamente.

– Você não sabe o que estou pensando.

- Não há nada entre eu e aquela garota. – ele se aproxima.

Eu recuo.

- Vocês estavam se abraçando.

Ele fica nervoso.

- O quê? Não, ela é...

- Eu não quero saber quem ela é, Daniel, isso não me importa. – eu fico zangada.

Ele se aproxima de novo.

- Deixe-me explicar?

Eu nego.

- Quer saber? Dane-se, se esse Cravo é tão importante, por que não deu a ela?

Ele aperta os olhos indiferente.

- Porque ela não o merece. – ele grita.

- E por que eu mereço?

- Agora não sei. – ele dá de ombros e deixa de inclinar a cabeça para meu lado. – Vamos descobrir isso juntos, por que não perguntamos para o Steve? Ele deve saber melhor. – ele cruza os braços.

- Do que você está falando? Steve é apenas meu amigo, ele estava ali falando comigo, pelo menos alguém tem a coragem de falar comigo, ao contrário de você.

- Não ia interromper sua conversa. – ele pisca para mim frio e sem humor.

- Você é tão... – aperto meu maxilar.

Ele se aproxima mais.

- Sou o que?

- Por que se importa em eu estar ou não falando com Steve? – eu ignoro o que eu ia dizer e faço outra pergunta.

Ele não disse nada, fica mudo, eu acho que ele não vai dizer nada, mas eu continuou ali encarando seus olhos.

Então ele toca meu rosto, segurando-o com as duas mãos.

- Porque eu sinto ciume. – ele sussurra.

Então me beija.


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