Flores Para Anne Juliet escrita por Petrova


Capítulo 21
20. Cravo Vermelho


Notas iniciais do capítulo

comentem, anjos, eu preciso saber se vocês estão gostando



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Daniel parecia que estava aqui, mas ao mesmo tempo não. A maior parte do tempo era sobre eu estar falando com ele enquanto ele soltava um “sim” ou “yeah”, mas nada além disso.

Não sei quanto tempo nós passamos ali, mas já devia ser tarde, porque os alunos pararam de caminhar pelos corredores com frequência, eles fazem isso quando os seguranças voltam a ficar na porta, isso ocorre depois das sete e meia, principalmente em dia de semana de aula. E quando Daniel só dizia um “Sim” ou “Não” ou “É” eu ficava me forçando a continuar a falar e poder fazer esquecer o que aquele assunto queria dizer, queria afirmar uma partida e neste momento eu tentava não lembrar e não faze-lo lembrar.

Ele me acompanhou pelo pátio em silêncio, estava me ouvindo falar sobre alguns lugares que iriamos visitar antes que ele partisse, antes que eu realmente pudesse chorar. Porque de certa forma, eu o queria aqui.

– Agora imagine, ainda vamos andar nos Bondes e tirar fotos, eu tirarei, vão ficar incríveis.

Daniel da uma risada logo em seguida.

– Está feliz por isso?

Ele suspira.

– Eu estou, você também parece estar.

Nós estamos andando pelo jardim quando metade das pessoas devem estar nas suas camas bem quetinhas, mas, ao invés de começarmos a andar, Daniel de repente para.

Quando percebo, ele está perto de uma das roseiras e está olhando para alguma outra flor. Daniel está tão tranquilo e imersso nos seus pensamentos que eu acho que eu não deveria interrompe-lo, mas, então, seus dedos percorrem por uma delas antes dele arrancá-la cuidasomente e com muta delicadeza para não destrui-la.

Ele me olha agora.

– É um Miosótis. – ele diz quando se aproxima de mim.

Ela é linda, incrivelmente bela quando se aproxima mais da luz.

– Muito bonita.

– Para sua lista, não se esqueça do nome. – ele dá um rápido sorriso.

– Tudo bem.

– Quero dizer, isso pode ser uma promessa. Você irá ve-las para mim quando eu entregar a ultima, tudo bem?

Daniel está próximo, mas não do jeito de como já foi.

– Certo, ultima promessa. – eu estou sorrindo para ele.

O que não devia, então começo a ficar séria e volto a andar. Ele me acompanha.

– Já deve ser tarde. – eu disse.

Seus olhos decem para seu pulso onde está o relógio.

– É mesmo. – murmurou. – Oito horas. – ele responde logo em seguida.

– Então é melhor eu subir, preciso ajustar algumas coisas das aulas. – é a melhor desculpa que eu encontrei para nosso minuto silêncio.

Ele me olhou indeciso, ou na verdade era eu que estava indecisa com sua feição.

– Tudo bem, foi bom conversar com você. – ele parou e se prontificou à minha frente.

Eu queria abraça-lo, dizer que independentemente do que estava ocorrendo com nós, eu gostava de sua companhia.

– Te vejo amanhã no almoço.

– Yeah. – suspirou.

Eu fui embora

Eu não coragem de olhar para trás, e se talvez eu fosse forte para isso, eu não me aguentaria no canto. Então eu sumi, ele também sumiu. Abri a porta do meu quarto e me joguei para dentro. Eu estava gritando para mim mesma o quanto ia doía dentro de mim, ele não podia ir embora.

Eu podia falar diretamente com Daniel sobre isso, mas o que realmente?

Ah, eu estou gostando de você Daniel, não como amigo, claro que não. O que é bem possível e óbvio, olhe para você, é realmente encantador, é lindo, é divertido, mas tenho namorado e por mais que eu quero, e quero muito ficar com você, eu também amo Brad, então por favor, se afaste de mim ou pare de ser gentil e maravilhoso comigo.

Claro que não seria assim.

Joguei-me na cama e fiquei pensando nessa probabilidade. De me levantar, tomar coragem e ir até seu quarto no andar de baixo. Eu ir até ele e falar tudo que está engasgado não na minha garganta, mas no meu coração.

Que talvez eu esteja lhe amando...

Eu sei que ele não é a pior opção, ele pode ser a melhor de todas, mas não é sobre ele, é sobre o que eu sou. Eu tenho o Brad. Meu namorado que está cheio de trabalho, sem ao menos pensar o que posso está fazendo aqui, apenas me amando e me esperando. Isso não é justo com ele e nem com Daniel.

Então eu durmo.

Estou mais sonolenta do que normalmente eu fico nos dias, mas conversar com Daniel me deixou assim. Eu posso dizer que o que sinto por ele esteja cada vez maior e agora que ele está indo embora, eu não consigo, eu não creio que ele possa está indo embora em poucos meses, apenas dois meses, quando as aulas acabarem em sua estadia de férias, e depois não vamos nos ver, porque eu vou estar indo atrás de Brad e ele certamente estará nos Estados Unidos, quero dizer, é América, muito longe.

Para a América, que bem, não é logo aqui, é muito longe, é muito mais longe do que eu ir visitar a Roma. De ir visitar meu namorado. O que estou falando? Até em sonhos eu penso em escolher Daniel ao invés de Brad?

Isso não tem sentido.

Sentido pior é alguém batendo em minha porta, faz quanto tempo que dormir? Três minutos? Eu abro meus olhos tão devagar que qualquer fresta de luz me deixa com dor, meus olhos se fecham novamente, está claro lá fora? Ou alguém inventou de fazer alguma gracinha essa hora da noite? Eu tinha deitado cedo, ainda não era tarde e possivelmente alguém estava fazendo uma gracinha.

Joguei o lençol no chão, e me arrastei até a porta quase como uma parasita. Mas eu estava quase. Eu não lembrei de ter trocado de roupa, mas estava com minha blusa branca grande com um mustache estampado, meu short curto bege e consequentimente o cabelo desgrenhado. Dou uma breve olhada para trás, não sei porque fiz isto, mas olhei.

O que?

São seis e quinze da manhã, eu tinha dormido? Todo esse tempo? E ainda com Daniel e Brad em meus pensamentos? Eu resolvi abrir a porta e ver quem estava me atormentando ainda muito cedo. Quando abri a porta, não havia nada, estava quase deserto o corredor, eu vi apenas duas meninas, uma saindo da sala de estar e a outra pegando algumas coisas nas máquinas de comida. Então eu olhei para baixo.

Havia uma cesta e havia havia um bilhete também. Uma flor vermelha de pétalas pontudas e delicadas se aconchegava no fim do cesto delicado e pequeno.

Puxei a cestinha branca para mim, e dei uma ultima olhada pelo corredor, talvez ele ainda estivesse ali espreitando a minha porta, eu não sei. Mas de qualquer forma, foi bom ele não ter me visto assim.

Fechei a porta e me sentei na cama, abri lentamente o papel transparente em volta da cestinha e peguei o bilhete. Eu sabia que era do Daniel.

Para sua lista: Cravo Vermelho .

Daniel Denali – Iam.

Peguei uma caneta vermelha e escrevi lentamente o nome da flor na lista, foi minha ultima promessa para Daniel e eu tinha feito tantas promessas para ele.

Coloquei a flor no jarro e fiquei olhando-a feito uma idiota, ela era linda, não necessariamente por ser uma flor, mas era porque vinha de Daniel e de alguma forma ficava mais linda do que já era.

Ah pare com isso Anne, você está crescida demais para ficar sofrendo ou indecisa com amores.

Decidi me preocupar com as aulas de hoje.

Eu não sabia se iria ver Mendy, eu mal a vi direito depois que beijei Daniel, eu não sabia se ela estava interessada nele e se estivesse, eu podia me sentir mal. Mas não sinto. Porque de qualquer formaeu a quero longe de Daniel, as vezes eu mal quero pensar em ver eles juntos ou só de imaginá-los. E eu odeio isso.

No fim eu vesti mais uma de minhas calças Skynnis e uma blusa de oncinha que Eliza tinha me dado no meu aniversário. O que seria de mim sem ela?

Puxei minha bolsa marrom e minha câmera, eu olhei novamente para a flor e sorri, e novamente odiei isso. Fechei a porta do quarto e peguei caminho para a minha sala, eu não ia me sentar com eles hoje, não agora, eu ia comer alguma coisa, na verdade, qualquer besteria na máquina da sala de estar e ir direto à minha aula, olhar algumas apostilas ou fotos, organizar o conograma de aulas e de tarefas, procurar modelos novos de cameras na internet pelo meu notebook, qualquer coisa, menos olhar para Mendy hoje, e até por coincidência ver Den.

Ou Iam.

Quando cheguei em sala, me dei por conta que essa coisa de chegar cedo e preparar meu material não tem nada a ver comigo. Ela estava quase vazia.

A sorte que havia alguem em sala que pudesse me ajudar.

– Oi Steve. – eu disse, me aproximando.

Ele está olhando para mim surpreso.

– Bom dia. – ele dá uma espécie de “aceno” com a mão.

Eu não queria me sentar sozinha agora,sala.

Caminhei em sua direção, um pouco hesitante, fingindo olhar para as paredes e qualquer coisa que estivesse nela. Oh, uma borda de janela, eu não sabia que as bordas da janela da nossa sala era dourada com figuras geométricas e eu nem percebi que as cortinas eram amarelas e com flores escuras estampados.

Acho que estou ficando louca?

– Posso me sentar? – apontei para sua cadeira ao lado, depois de babar as janelas feito uma retardada.

Ele só sorri e balança a cabeça.

– Então... – eu começo. – Dia bonito né? – eu tento sorrir para ele.

Ele está sorrindo... Ele está?

– Não gosto do nublado de Londres, mas sem dúvida é bonito sim. – ele me responde com rapidez e esquece do seu livro.

Eu apenas sorrio.

– Você passou nos testes? – essa pergunta pulou sem mais nem menos da minha boca.

Ele arqueia a sobrancelha e fica sério.

– Não... – ele franze a testa. – Eu não cheguei a entregar as fotos.

Sinto-me na obrigação de saber o por quê.

– O que houve? – estou realmente interessada.

Ele engole o seco.

– Eu tive uns, uns pretextos. – ele diz com dificuldade.

Não estou acreditando.

– Sério, se quiser me contar, pode contar.

Ele fica fitando sua mão por um tempo, e eu a ele, estou encarando-o firme para ver se a pressão o faz desabafar. E então ele olha para frente e fica lá por alguns segundos, meio que curiosa e surpreso, e de repente ele me olha rápido e depois para frente, eu penso em saber para onde ele olha, mas eu ainda estou querendo pressioná-lo. E de repente, seus olhos relaxam como sua fisionomia, e ele me olha.

– Minha mãe, ela... – ele começa. – Ela se internou faz algumas semanas e eu sempre que posso estou indo ficar com ela, e quando eu pude, eu tive que escolher, ou as fotos ou ir visitá-la no hospital. – ele desvia o olhar triste.

Eu quase quero abraçá-lo. Aí lembro que não temos essa intimidade.

– Mas o que ela tem? – estou mais curiosa do que eu devia estar, principalmente quando não sei se Steve quer realmente falar isso comigo.

Ele funga.

– Complicado.

Balanço a cabeça e suspiro.

– Eu sei, entendo que não quer me contar, mas de qualquer forma, eu espero que conte comigo e que ela fique bem. – eu toco seu ombro.

Ele está me olhando agora.

– Obrigada Anne, muitas pessoas não ligam quando eu falto ou querem saber do motivo, mas obrigado mesmo. – ele dá um belo sorriso.

Steve é atrente, ele tem o cabelo curto e preto, é bem cheio e ondulado, ele tem algumas sardas no nariz, um bom nariz, os olhos são de um castanho claro, ele é baixo, talvez da minha altura e se eu colocasse um salto, seria com certeza muito mais alta que ele. O sorriso é reto sem nenhum defeito e ele tem uma barba crescente no queixo.

– Eu podia te abraçar agora. – tento descontrair o clima.

Mas as pessoas começam a entrar.

E lá está Mendy, ela está sorrindo como nunca e eu suspeito que tenha visto a Daniel, o perfeito!

Eu estou tão cega de ciumes, que raiva dela, que raiva dele. Que raiva de mim por estar com ciumes de alguém que não é meu, é de quem quiser, eu não tenho-o como propriedade, mesmo que eu até queira, que até almejo tê-lo como só meu. Mas no fundo, o meu querer é também do mesmo tanto de não dever e de também não querer.

O sinal toca mais uma vez e Mendy me procura com o olhar, ela está olhando lá para frente, necessariamente para a porta e tenho minhas duvidas que seja por mim. Então dou a volta pela cadeira e ela até aprece surpresa, aquele belo sorriso encantador que pode ter encantado Daniel. Eu não consigo não notar, Mendy deixou aquele seu lado obscuro, seus aneis pretos, sua blusa geralmente preta, mas o cabelo ainda é ruivo, mesmo mais para o vermelho quente, ela ainda usa o lápis preto para realçar o castanho claro de seus olhos, mas vejo que ela parece mais neutra e atraente para qualquer rapaz ver, sinto tanto ódio de pensar que ela esteja fazendo isso para atrair o Daniel, o Iam!

– Onde você estava? – tive a mera impressão de já ouvir essa pergunta, talvez porque ela já tenha perguntando e eu não ter prestado atenção.

– Estava lá trás – apontei feito idiota para trás, um pouco escondido. – conversando com o Steve. – dei um sorriso torto.

De relance ela da uma olhada para trás e ver, como eu, Steve sorrindo, até belo.

– Steve? – ela faz um som de pensativa, como um coro de “hmm”. – E Brad? – ela completa.

– Meu namorado? Sim, ele está me esperando em Roma, e Steve é só um colega, como todos os outros. – eu acho que fui um pouco grossa quando a olhei fixamente.

Ela parece engolir o seco.

– Eu estava brincando Anne. – ela sorri educadamente, mas é meio torto.

– Desculpe.

E a senhorita Jesse adentra na sala com seu melhor saião de oncinha, ela me desperta.


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