Entre Janelas escrita por DeiseNeiva


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo




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Capítulo 3-

  Batiam na porta. Ana abriu os olhos sem querer fazê-lo, eles ardiam e a cabeça estava doendo um pouco.

  Esperou um pouco para ver se as batidas paravam. Mas elas continuaram, cada vez mais fortes.

  Ela se obrigou a se levantar e se arrastar até a porta, destrancando.

  -Ana! Por quê trancou a porta? – ouviu a mãe perguntar ao entrar.

  Ana não prestava muita atenção, já estava se jogando de bruçoc novamente na cama.

  -Você dormiu de vestido! –Sônia falou.

  A garota não havia trocado de roupa, não tinha soltado os cabelos e tampouco puchado a colcha da cama. Depois de muito tempo sentada no chão, a única coisa que se deu ao trabalho de fazer fora cair na cama e puxar um travesseiro.

  -Eu ouvi quando uma moto parou aqui em frente ontem, mas achei que ainda era cedo demais pra você chegar...Ai! Caramba, Ana, custa guardar seus sapatos quando tira? Cinceramente, se for assim toda vez que você for a uma festa eu não sei o que vou fazer!

  Ana escutava a mãe tagarelar enquanto andava pelo quarto. Nem sentia vontade de interrompê-la. Só queria ficar deitada ali, quieta.

  -E olha só essa bagunça na sua escrivaninha, quantas vezes eu já falei pra você arrumar isso! Eu não sei o que eu vou fazer com você, Ana, eu realmente não sei. E que quarto escuro, abre essa janela pra entrar um pouco de sol...

  -NÃO.

  Ana gritou tão alto que chegou a assustar a mãe que já estava afastando as cortinas para abrir a janela.

  -Não abre a janela! –pediu encarando a mãe.

  -Por quê não...Filha o que houve com você? –Sônia perguntou, preocupada, sentando-se na cama ao lado de Ana.

  A garota voltou a deitar a cabeça no travesseiro parecendo cançada.

  -Seus olhos estão tão vermelhos. Você andou chorando? –a mulher perguntou, tocando o ombro da filha.

  Ana pensou um pouco antes de olhar para ela e responder:

  -Eu e o Pedro brigamos.

  -Entendi. É por isso que não quer que eu abra a janela.

  Ela balançou a cabeça.

  -Mas foi tão sério assim? O que aconteceu?

  -Eu não quero falar sobre isso, mãe. Aliás, se ele ligar diz que eu não estou, ou melhor, diz mesmo que eu não quero falar com ele.

  -Ele já ligou. Duas vezes.

  Ana fez uma careta.

  -Eu disse que você estava dormindo. Ele falou que tentou ligar para o seu telefone, mas não conseguiu.

  -Eu puxei o fio. –falou séria.

  -Ele pediu pra você ligar quando acordadde.

  -Vai ficar esperando.

  -Que isso, filha. Fala com ele. Vocês dois nunca brigaram antes, conversando tudo se ajeita.

  -Não isso. O que ele fez não tem perdão. –Ana falou com rancor.

  -Foi ele quem errou, então. –ela viu a filha afirmar. – E você não vai mesmo me dizer o que é?

  -Não, não agora pelo menos, mãe.

  -Bom, tudo bem. –a mulher se deu por vencida. – Só não fica fechada aqui o dia todo, certo. Plha, tira essa roupa, tome um banho, relaxe e desce pra almoçar com a gente.

  -Almoçar? Que horas são? –Ana perguntou se virando.

  -Quase meio-dia já. Por que acha que eu vim te acordar?

  A garota suspirou.

  -Anda, vou esperar você lá embaixo.

  Ana viu a mãe se levantar e sair do quarto. Olhou fxamente para a janela fechada. No que dependesse dela, nõa a abriria nunca mais.

  Ainda fiocu deitada na cama por um bom tempo, até finalmente tomar coragem e se levantar para seguir os últimos concelhos da mãe.

  Meia hora depois, estava descendo as escadas usando uma roupa caseira, não pretendia mesmo sair de casa naquele Domingo. Foi quando parou na petade do caminho ao ouvir a mãe falando ao telefone:

  -Eu entendo, Pedro. Olha, eu falei com ela, mas...-a garota a ouviu suspirar. – Eu sinto muito, mas ela não quer falar com com você.

  Ana sentou-se nos degraus para ouvir:

  -Tudo bem, você pode vir aqui. –a mãe continuava. – Mas eu acho que ela não ia querer te ver. Dê um tempo a ela, a Ana está muito nervosa agora... Eu entendo que é importante...Vou fazer o que eu puder, está bem? Pode deixar. Tchau.

  A ouviu desligar. Pouco depois a mãe apareceu aos pés da escadas:

  -Você ouviu?

  -Ouvi. Obrigada. –a garota agradeceu.

  -Ele disse que precisa muito falar com você, Ana. Está desesperado.

  -Não vou falar com ele. –enfatizou. – Ele disse que vem aqui?

  -Disse, mas depois desistiu quando eu falei que não ia adiantas.

  -Ótimo.

  -É tanta raiva assim? –Sônia perguntou.

  -Não é só raiva. É decepção também.

  Ela não conseguiu controlar e os olhos ficaram molhados.

  -Ah, meu amor. –a mulher falou subindo os degraus e segurando suas mãos. – Não fica assim. Vem vamos almoçar. Seu pai já está na cozinha com a Carol.

  Ana piscou um pouco e conocrdou, se levantando.

  Em seu quarto, Pedro desligou o telefone e, com raiva o atirou contra o tapete.

  Aflito, sentou-se na cama escondendo o rosto nas mãos.

  -Ei, que quebra-quebra é esse?

  Um homem de estatura média e um pouco barrigudo entrou no quarto. Ele olhou para o telefone semi-desmontado no chão e compreendeu.

  -Ela ainda não quer falar comigo. –Pedro falou.

  O homem sentou-se ao seu lado.

  -Tente se colocar no lugar dela. Você falaria?

  -Ela tem que me ouvir, pai! –exclamou o olhando.

  -Sim, ela tem. Mas não quer porque está chateada. Isso é totalmente compreensível. Tente entender.

  -Você e a mãe já passaram por isso?

  -Você diz nos desentendermos e ficarmos sem nos falar?

  Pedro fez que sim.

  -Já. Várias vezes quando namorávamos. As pessoas são diferentes, Pedro. Cada uma tem seus próprios sentimentos e comentem erros. O primeiro passo quando isso acontece é você aceitar que errou e assumir isso. O segundo é pedir desculpas.

  -É o que eu estou tentando fazer, mas ela não quer me ouvir.

  -Dê um tempo a ela, deixe as coisas esfriarem, ela precisa pensar.

  -Se eu pudesse voltar no tempo...

  -Ahhh...Quanas pessoas já desejaram isso na vida! Mas não dá, então você tem que olhar pra frente. Entendeu?

  O garoto balançou a cabeça.

  -Agora vem. – o homem falou se levantando. – Sua mãe está terminando o almoço. Eu vi que você não tomou café.

  Desanimado, Pedro se levantou, calçou os chinelos e acompanhou o pai.

  Nunca um Domingo fora tão ruim quanto esse, tanto para Ana quanto para Pedro.

  Os dois passaram o dia todo proucurando com o quê se ocupar. Pedro recorreu ao vídeo-game até o final da tar quando não suportou mais e saiu para jogar futebol com os amigos, enquanto Ana passou o dia todo no quarto, comendo brigadeiro e assistindo reprises de filmes que ela já havia visto uma dúzia de vezes.

  A noite foi igualmente tediosa para os dois. Pedro ficava atento a qualquer ruído do telefone enquanto a garota nem sequer havia religado o seu.

  Mas Pedro tinha um plano, e no dia seguinte Ana não podeia escapar dele.

  Eram seis e cinqüenta e cinco da manhã e faltavam cinco minutos para as aulas começarem. Pedro estava no pátio da escola, os olhos pregados no portão de entradaesperando pela amiga. Ela estava fazendo de propósito e ele sabia disso. Ela queria evitá-lo o máximo possível.

  Quando faltavam apenas dois minutos para o sinal soar ele a viu entrar feito uma bala pelo portão, imediatamente a seguiu.

  Ela andava muito apressada, a mochila azul fazendo barulho em suas costas.

  -Ana, pára! –ele pediu tentando alcançar seu braço.

  A garota vioru em um corredor e ele continuou atrás:

  -Você tem que me escutar. Quer parar, por favor! – ele estava se irritando com aquilo.

  Ana entrou em sua sala de aula e Pedro entrou atrás. A acompanhou até que ela se sentou e jogou a mochila sobre a mesa.

  -Certo, agora presta atenção. – ele pediu ancioso.

  Mas a garota nem o olhava. Ana estava se ocupando mexendo na mochila e puxando um caderno. O ignorava completamente.

  -Faz o favor de olhar pra mim?

  Nada. 

  Pedro olhou para os lados e viu Juliana sentada logo atrás:

  -Jú, diz pra essa cabeça-dura me ouvir.

  -Desculpa, Pedro, mas não me coloca no meio disso. –a garota falou levantando as mãos.

  -Ai, perfeito!

  Ele voltou novamente para Ana.

  -Por favor, Ana. – ele estava implorando. –Pelo menos olha pra mim.

  Nesse momento o sinal sosou por toda a escola. Pedro a olhou ficamente, mas a garota não reagia. Ele apoiou as mão sobre a mesa dela, pelo menos com isso ele conseguiu fazer com que ela franzisse a testa.

  Ana estava tensa. Ele não podia ficar tão perto assim, não quando ela já havia decidido odiá-lo. As mão grandes dele espalmadas sobre sua mesa e , céus, ela conseguia sentir o perfume da colônia dele tão perto assim.

  -O que você me ouviu dizer...-ele começou.

  -Muito bem. Bom dia pessoal.

  Um professor tinha acabado de entrar na sala de aula e Pedro fechou os olhos com força de tanta frustração.

  -Peguem o livro na página cento e vinte e...Pedro!

  O rapaz se virou para olhar. Perfeito, era o professor mais severo que tinha e o encarava sério, com os braços cruzados.

  -Você resolvel mudar de turma ou não pode esperrar dois horário pela minha aula? – o homem fingiu perguntar.

  -Desculpa, não ouvi o sinal. –mentiu.

  -Deixe para bater papo na hora do intervalo. Agora me dê licença para eu começar a minha aula?

  Pedro se recompôs e sussurrou para a amiga antes de sair:

  -Não vai poder fugir de mim pra sempre.

  “Veremos” Ana pensou.

  Pelo resto da manhã, Pedro tentou falar com a garota. Procurou por ela por todo o untervalo, mas não a encontrou em lugar nenhum. Na saída acabou se atrazando pois ficara preso na sala de aula planejando um projeto com alguns colegas, e quando finalmente saiu a maioria dos alunos já tinha ido embora.

  Mas ainda tinha esperanças. À tarde rinham aula juntos no curso de francês e ele ia falar com ela nem que precisasse atormentá-la a aula inteira.

  Ao chegar em casa, Pedro tomou banho e almoçou. Havia dado uma rápida olhada na janela de Ana, mas continuava fechada.

  Eram quase três horas quando saiu apressado para a aula. Dessa vez não ficaria esperando por ela, já queria encontrá-la lá. Qual não foi sua surpresa ao chegar atrazado e notar que a garota não estava lá. Ana nunca falatava a aula.

  A garota se sentava entre ele e Viviane que também fazia o curso. Mas nessa tarde sua cadeira estava vazia.

  -Oi. Viviane. –perguntou se sentando na cadeira da amiga.

  -Oi. – Viviane respondeu parecendo desconfortável enquanto abria seu livro.

  -Cadê a Ana? –perguntou sem rodeios.

  Ele viu a garota parar de folhear o livro e o olhar com uma cara que dizia explicitamente: “Sinto muito.”

  -Ela mudou de turma, Pedro.

  -O que? –ele exclamou recebendo um olhar severo da professora. – Mas isso já é ridículo, por causa de mim...

  -Não. Viviane sussurou. – Por causa dela, Pedro. A Ana está muiot magoada, ela confiava demais em você e te ver faz ela se sentir mal.

  Aquilo foi ocmo uma dedada no olho. Ele ficou parado, encarando uma parede e assimilando a informação.

  -Você foi um verdadeiro cachorro. –Viviane falou.

  -Eu sei disso ta legal! Já está sendo bastante difícil sem meus amigos me ofenderem, por mais que eu mereça.

  -Só estou dizendo o que todo mundo pensa.

  -Sei que pisei na bola, Viviane. Eu nem sei porque disse aquilo pra Karina. Eu estava brincando, não pensei na hora. Não é verdade o que eu disse, eu adoro a Ana, é minha amiga a anos, não posso perder a amizade dela.

  Viviane o olhou sentida:

  -Diz isso pra ela.

  -É o que eu estou tentando fazer, mas ela não me escuta! –falou indignado –Em que turma ela está?

  -Na das quatro horas.

  -Droga! Já vai estar em aula quando sairmos daqui e não dá pra eu ficar esperando, tenho que ir pra casa porque minha mãe precisa sair.

  -Pedro, eu apoio sua tentativa de falar com ela, mas não acha que está sendo muito afobado?

  -Afobado?

  -É. A Ana está muito nervosa ainda, se vocês forem conversar ela pode acabar dizendo coisas que você não vai gostar de ouvir. Vocês podem acabar brigando.

  -Eu não quero brigar, quero conversar. Caramba, já faz dois dias que estou me humilhando andando atrás dela, implorando por atenção. Mas agora já chega, eu vou falar com ela ainda hoje.

  -E o que você vai fazer pra conseguir isso? –Viviane perguntou.

  -Vou fazer plantão na porta de casa e esperar ela chegar aí vou obrigá-la a me ouvir.

  -Sei não, Pedro. Isso não está com cara de que vai dar certo.

  -É o que veremos. –Encerrou abrindo o próprio livro.

  Ana caminhava pela ruía, distraída com seus pensamentos.

  Mal tinha conseguido se concentrar na aula e olha que gostava de aprender francês, ajudava muito quando ia fisitar a tia. Mas naquele dia nada conseguia prender sua atenção. 

  Aconteceu a mesma coisa na escola. Ela copiara todas as matérias do quadro negro e os exercícios dos livros, mas na hora de fazer não conseguia nada. Sorte não ter nenhuma prova, mas o resultado foi uma pilha de deverers para fazer em casa. Só de pensar nisso ficava cansada.

  Pensava no curso de francês. Foi muito ruim começar em uma turma nova, sem os amigos. Estava tão acostumada a se divertir com Viviane e Pedro durante s aulas. Mas precisou fazer isso, seria muito pior assistir a uma aula com o garoto sentado ao seu lado como um amigo.

  Ela virou uma esquina e entou em sua rua. Um minuto depois já estavano gramado de entrada de sua casa, quando o ouviu cgamá-la

  -Ana! –Pedro falou.

  A voz estava próxima demais, ela nem teve tempo de fugir quando o sentiu segurar seu braço. Como não o ouviuu se aproximar?

  -Agora sim você vai me ouvir. –ele falou a puxando para que o olhasse.

  -Solta o meu braço. –ela flaou oolhando com  raiva.

  -Não. Você não vai fugir de mim denovo.

  Pedro estava sério, mas ainda não nervoso.

  -Você ta me machucando. –ela falou puxando o braço.

  -Não estou, não. Droga, Ana eu só quero falar com você!

  -Falar ocmigo? Vai falar com a Karina que não é INSUPORTÁVEL como eu. –Ana falou na cara dele.

  -Você está sendo infantil!

  -Ah, agora eu sou infantil também! Vai Pedro. Manda ver! Descarregue, diz tudo o que você realmente pensa de mim.

  Ela gritou para ele enquanto puxava o braço e se soltava.

  Pedro respirou fundo tentando se controlar, falou:

  -Ana, escuta eu não quero brigar com você. Vom aqui pra te explicar...

  -Explicar o que? Que você estava se agarrando com aquelazinha e de repente achou que seria engraçadinho dizer que eu era a sua sombra insuportável?

  Ele teve vontade de socar a própria testa. Era exatamente aquilo que ele ia dizer, mas claro, não com aquelas palavras.

  Como ele não dizia nada, Ana continuou. O rancor nítido em sua voz:

  -Achei que fosse meu amigo. Sempre respeitei você. Nunca falei nada de ruim sobre você com ninguém.

  -Eu também não...

  -Não foi o que pareceu!-ela falou voltando a aumentar a voz. –Quantas outras vezes você falou mal de mim para suas garotinhas? Essa deve ser a sua atração principal não é? Você que sempre teve um péssimo gosto pra garotas!

  Ela havia tocado em uma ferida, pois Pedro estava começando a perder o controle.

  -Olha só quem fala! Com quantos caras tem saído ultimamente, Ana? –ele perguntou cruzando os braços.

  -Isso não é da sua conta. –ela estava extremamente séria.

  -Até sábado parecia ser. Lembro que você sempre se esquivava quando tocávamos nesse assunto. Qual seu problema?  Já sei, éaquele Ricardo quem você quer não é?

  -O que? – a pergunta a pegou desprevinida.

  -O que foi? Você acha que ninguém viu vocês dois agarrados bem aqui depois que saíram da festa? Uma cena nojenta. Se comportando como uma dessas garotas que tem por...

  Ana não suportou. O atingiu em cheio com uma bofetada no rosto. Toda sua raiva e decepção expressas naquilo.

  Pedro chegou a sentir o rosto virar, tamanha a força do golpe.

  -Eu te odeio. –ela falou. A voz rouca, choro e raiva misturados, mas se segurando ao máximo para as lágrimas não rolarem. – Você é um falso, estúpido, seu...

  Ele a olhou chocado.

  -Não acredito que fez isso.

  -E eu não acredito que você está fazendo essas coisas comigo. Você traiu a minha amizade! – ela falou quase gritando.

  -É impossível conversar com você! –ele falou no mesmo tom. –É incapaz de entender qualquer coisa.

  -Entenda você uma coisa “cara sério”. –ela gritou para ele. – Eu nunca mais quero olhar na sua cara!

  Ele a viu se virar, indo para a porta da casa. Seu coração batendo forte, o rosto ardendo muito pela bofetada e uma raiva insana tomando conta dele.

  -Perfeito, nem eu! –gritou caminhando atrás dela. – E quer saber, Ana... SOME DA MINHA VIDA! 

  Ana parou abrindo a porte. Se virou para ele o olhando furiosa:

  -Seu desejo é uma ordem!

  E bateu a porta na cara dele.

  Ela entrou em casa descontrolada, subindo as escadas correndo. Ouviu a mãe chamá-la assustada, mas não deu atenção.

  Entrou no quarto jogando a mochila com força em um canto e viu Carol mexendo em seu aparelho de som.

  -SAI DO MEU QUARTO!

  O grito foi tão alto que fez a garotinha tremer de susto.

  Ela foi até o bebê, o pegou  e colocou a irmã no corredor, bateno a porta em seguida. Ouviu a mãe gritar algo lá de baixo, mas ignorou.

  Ana estava tremendo, as mãos suavam e a mão dirreita ainda ardia pelo tapa que dera em Pedro. Lágrimas deciam pelo rosto sem ela perceber que estava chorando.

  A raiva era tanta que ela socou a escrivaninha, fazendo alguns papéis caírem no chão. Não fora uma boa idéia, agora além de arder, a mão também doía. 

  Mas que droga! Será que ela não conseguia fazer nada direito?

  Chorando, se deixou cair de joelhos no chão.

  Odiava Pedro. O odiava muito. As palavras dele se gravaram em sua mente: “ Some da minha vida.” Nunca o imaginou dizendo isso a ela, nem isso nem nada do que ele tinha acabado de dizer.

  Não queria vê-lo nunca mais.

  Ela abriu os olhos e viu os papéis caídos no chão, reparou que ente eles estava a carta da tia e subtamente lembrou-se de algo.

  Trêmula, Ana pegou a carta, pensando.

  “Some da minha vida!” As palavras iam e voltavam.

  -Seu desejo é uma ordem. – repetiu apertando o papel entre os dedo.


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Notas finais do capítulo

E então...Mereço comentários?????



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