The Water Girl! escrita por Mari Batis


Capítulo 42
Os Espelhos do Passado.


Notas iniciais do capítulo

Calma galera...eu demorei pakas..mas ninguém lê esta merda mesmo ;w;
Bjus espero que gostem, fantasmas ^^



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Seus olhos marejados penetraram a minha alma, e eles diziam “me ajude...isso é culpa sua Princesa...por que não me salvou”

–Loirinha...não se deixe enganar...- senti a mão de Robert em meu ombro esquerdo, mas sua voz estava distante e vaga, como se suas palavras tivessem se perdido em meio aos pensamentos e vidas perdidas naquela sala.

–Robert?- virei e o roxinho tarado havia desaparecido, junto com a sala.

Me via em um circulo com pouco mais de um metro e meio de diâmetro, cercado por cortinas vermelhas de teatro, e sentado aos meus pés, estava Pedro, que parava de chorar aos poucos.

–Princesa...o que houve? Por que não vai para casa?- Pedro divagou soluçando, com o olhar fixo nos meus olhos.- Vamos pra casa Kat-chan...

–Pedro...eu queria mas...- um pensamento veio a minha cabeça em um segundo. – Isso não é real.–afirmei confiante.

–Kat-chan...talvez você possa ir pra casa comigo. - ele sorriu de uma forma que me derrubou psicologicamente. – você não vai me deixar de novo, vai? –antes que eu pudesse me convencer de que nada daquilo era real, seu corpo foi envolto em trevas, exatamente igual a dia em que meu lar se resumira a cinzas.

Assim como naquele dia, seus olhos estavam completamente negros, a única parte luminosa em seu rosto, era o brilho radioativo do verde em seus olhos. Então, novamente, eu via suas cinzas serem levadas pelo vento, até desaparecerem nos lugares mais profundos da minha memória.

–Já chega! Isso não é real! – sabia que alguém estava brincando com a minha mente, e a julgar pelas ilusões, era alguém que conhecia todos os meus medos. Agarrei com força as cortinas vermelhas e as rasguei, trouxe todas a baixo em um acesso de fúria. Apenas para descobrir que não devia ter feito isso.

O que antes era coberto pelas cortinas, se mostra um octógono de espelhos, com a minha imagem refletida infinitamente.

Mas eu sabia que não era como o espelho mostrava.

O que eu via, era uma jovem por volta dos seus 20 vinte anos. Usava um vestido longo branco, repleto por violetas. A jovem tinha um olhar firme e feroz, como se tivesse forças para enfrentar um exercito, mas também mostrava delicadeza e elegância, que fazia o conjunto perfeito com o sorriso travesso estampado em seu rosto. A única coisa que brilhava mais que seu sorriso era uma coroa de ouro e prata, enfeitada com safiras.

Está vendo Kat-chan? Você pode ser assim...a Rainha forte e importante que seu pai sempre sonhou...e você sabe muito bem o que deve fazer...- A voz de Pedro ecoou pelo lugar apertado, fazendo voltas e mais voltas.

–Eu não sou assim! – bati no espelho com força, usando parte da minha armadura, o quebrando. – Não fale como se conhecesse meu pai! – o espelho se refez.

–Nananinanão Kat-chan...- ouviu-se um suspiro. - você passou a vida lutando contra aqueles que cometiam atos de maldade...Toda vez que via um ato de injustiça, você lutava. Mas e quanto aos seu atos? Quando foi a ultima vez que os analisou?

As imagens no espelho mudaram. Agora eu via a minha verdadeira imagem, e mesmo assim, não podia acreditar no quanto havia mudado.

Se você procurasse a menina delicada, que começou esta história, não acharia. A Katara que estava ali era totalmente diferente.

O cabelo loiro amarrado em um rabo-de-cavalo prestes a ceder, arranhões pelo rosto, grudando o cabelo no rosto com o sangue seco. A armadura, antes impecável, estava repleta de arranhões e cortes profundos. Meu corpo estava completamente ferrado, mas estava definido, as coxas grossas repletas de cortes, e meu tornozelo quebrado fechavam o conjunto.

–É impressionante como sua imagem caiu Kat-chan...era isso que você sonhava?Era esta a Katara que queria se lembrar quando estivesse velha?

As palavras se formavam na minha mente, e logo eram destruídas. Isso não é real. Repetia incansavelmente.

Os espelhos se quebraram, cacos de vidro voavam de todas as oito direções, e quase que imediatamente eles pararam em pleno ar, junto com o tempo. Os espelhos se regeneravam e agora mostravam uma imagem que eu nunca queria ter esquecido: Minha mãe.

Ergui minha mão hesitante, e toquei no espelho. Imediatamente ela se fundiu a imagem, atravessando em todos os reflexos. Tomei coragem e atravesse o espelho por completo.

–Mamãe!Conta uma história pra dormir? – Ouvi uma voz infantil e familiar, e logo a imagem de um acampamento a beira mar foi tomando forma.

–Kat...a mamãe está cansada...por que não conta as estrelas até pegar no sono?- minha mãe se deitou ao meu lado, ao relento. Seus curtos cabelos azuis pareciam levitar com a brisa marítima.

– O que são as estrelas mamãe? –perguntei fitando o céu.

– As estrelas são as protetoras da Lua filha.- ela suspirou apontando para o céu. – Todas as estrelas foram grandes heróis que protegeram o nosso povo e a vida. E a Lua, bem, ela nos permite viver, mas as vezes as sombras atacam e ela está muito ocupada para se defender...então quando os heróis vão embora deste mundo, eles viram estrelas, para proteger a Lua das sombras! Que podem atacar a qualquer momento...assim como os dedos nervosos!- ela fez uma careta cômica, imitando “um monstro” e me fez cócegas.

–Mamãe...eu quero virar uma estrela para proteger a Lua!- disse alegre.

–Ainda não querida. Como é que vai proteger a Lua com esses bracinhos?-ela me cutucou rindo. – Tem que ficar forte! Aí você vai proteger a Lua, ta bom?- ela apertou meu nariz e fez a brincadeira de “roubei seu nariz” como sempre fazia, eu sempre soube que era seu dedo, mas não perdia seu sorriso por nada.

–Mãe!Eu vou ficar forte! Vou ser uma guerreira e protegerei o mundo inteiro!

–Boa idéia, mas por enquanto se concentre em proteger seus biscoitos do seu pai.

Aquela eu, de 5 anos se levantou num pulo, e correu até a mesa em que meu pai avançava sobre todos os biscoitos, começando uma guerrinha de comida cômica.

Logo o tempo se acelerou, e todos já estavam dormindo, meu pai estava chutado para fora do colchão e eu, estava abraçada a minha mãe.

–Ora ora...- uma voz travessa ouviu-se das sombras.- Lena...Lena...você nunca desiste desta menina não é? – ele se aproximou de mim, e ergueu a espada, pronto para cumprir seu dever.

Mas neste exato momento minha mãe se levantou e segurou o pé do garoto loiro, que eu reconhecia perfeitamente, Ben. Os dois caíram em cima do meu pai, que estava desarmado.

–Quem é você o que está fazendo aqui?- ela perguntou.

–Estou aqui para livrá-los de um grande problema.- Ben apontou para mim, que dormia, inocente de tudo.

Stela, minha mãe vendo tudo apavorada, me carregou em seu braços, antes que Ben, penetrasse sua espada nas costas dela. Sangue escorria por toda parte, e seu rosto perdera a cor. Uma lágrima caiu em meu rosto, o sangue manchou a grama, e tudo num raio de um metro se tornou negro, e se desfez junto com minha mãe.

–Já chega seu incompetente.- a voz fria e dura de Lena surgiu junto com o vento gelado. Então Bem desapareceu, deixando para trás apenas uma fumaça verde, assim como os olhos de Pedro.

Meu pai perdeu o controle, derrubou pequenas árvores, tempestades marítimas surgiram ao longe, e a maré aumentou.

–Papai?- surgiu ao lado dele sonolenta. – Onde a mamãe foi?

–Kat...sua mãe...ela..-ele tentou esconder as lágrimas.

–Onde a mamãe está papai?

–Ela está dando um “olá” a Lua, Filha...

–Ela vai voltar papai?

–Querida...mamãe agora está protegendo a Lua, se lembre disso okay? Sua mãe é uma estrela protetora da Lua.

–Pai..um dia eu vou me juntar a ela, eu também vou proteger a Lua...

Naquele dia eu entendi o nome que minha mãe recebeu...Stela...Estrela.

Está vendo Kat-chan? O que seu simples ato fez com a sua doce mãe? Por que não protege a Lua ao lado dela?- a voz riu diabolicamente.- Mas que patético...isso tudo, foi você que construiu...O peso da morte de milhares de pessoas está em seu ombros...Então Katara, me diga, quem é o inimigo?

Os espelhos retornaram, e giravam ao meu redor sussurrando meu nome diversas vezes. Ali estava o meu inimigo...eu mesma.

Os espelhos explodiram, tudo ficou branco, em uma luminosidade que ardia meus olhos, então a escuridão tomou conta da luz, e me vi sozinha, e um vento frio bate em mim.

Estou caindo.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Esse ficou uma bosta, mas eu tava com bloqueio...e ainda travei escrevendo pq a mãe da kat é inspirada na minha mãe...aí deu ruim ;w;



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