Hidden Life escrita por Bluny


Capítulo 1
Gato Vadio


Notas iniciais do capítulo

Yay! O primeiro cap!
Levei tempo demais para fazer, mas o que vale é que está postado
Boa leitura!



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Sentado no meu telhado à luz do pôr do sol, eu refletia sobre as imagens que apareciam na tela de meu notebook, analisando meu alvo. Homem de meia idade, acusado de estupro, sequestro e assassinato de crianças. Rico, trabalha de dia e sai misteriosamente de casa à noite. Suspirei. Porque não poderiam dar um trabalho mais desafiador para mim? Isso vai ser simples demais. Mas mesmo sendo um trabalho fácil, a recompensa era realmente grande, então aceitar era uma boa.

Entrei novamente em minha casa, e me armei devidamente, mas esse trabalho não tinha nenhuma evidência de perigo. Ao sair, tranquei a casa com o código, só um verdadeiro demente tentaria invadir essa casa, mas sempre é bom garantir. Ao invés de andar normalmente pelas ruas, entrei em um beco e escalei a parede, saltando para o telhado. Pulando furtivamente de casa em casa, nem a luz do luar conseguiria fazer alguém perceber-me, para qualquer um que olhasse, eu pareceria só mais um... Gato vadio.

Ahá! Após o que pareceram apenas alguns minutos, avistei a limusine prateada deslizando silenciosamente na calada da noite. Quem sai escondido usando uma limusine? Francamente... Pulei para o alto de um prédio, tirando meu rifle das costas e mirando no carro. Eu já estava puxando o gatilho, quando a limusine começou a parar no acostamento. Aparentemente, o motivo de ela ter parado é uma garota que andava pela calçada distraída, olhando para o ponto onde eu havia antes estado. Droga! Porque pessoas inocentes sempre se envolviam no meu trabalho? Mas... Se o homem saísse do carro seria mais fácil de matar.

A limusine parou bem ao lado da garota, que deveria ter uns reflexos muito bons, porque na hora em que a porta se abriu, ela deu um salto para o lado e desatou a correr, indo em direção à ponte. Um homem saiu do carro e saiu atrás dela. Ótimo. Agora o meu alvo estava fora do carro, só tinha um pequeno problema, ele estava correndo. Bufei. Ele tirou alguma coisa do bolso, uma arma, e atirou na perna da garota, que caiu e derrapou pelo chão, ainda tentando se arrastar para longe do homem. Ele começou a andar lentamente, com um sorriso de escárnio.

—É nisso que dá se meter no que não é chamada. –Disse ele. É claro que, mesmo eles estando á uns dois quilômetros de distância, eu consegui escutar perfeitamente.

Ele atirou nela novamente, mas ela tentou desviar e o tiro acabou pegando no braço. Acho que já é a hora de agir. Mirei na cabeça do homem, e sem nem hesitar, puxei o gatilho. O tiro foi certeiro e silencioso, como sempre, e o homem caiu em cima da garota. Mais um trabalho finalizado com sucesso. Hm... Talvez eu devesse ajudar a garota. Pulei do prédio em que estava, que tinha só uns quinze andares de altura, e me lembrei de que tinha algo faltando. Me escondi atrás de uma parede e mirei aonde deveria estar o tanque da limusine, atirando em seguida. A limusine explodiu com um enorme estrondo, fazendo meus cabelos voarem. Fui em direção à garota, que ainda estava tentando sair debaixo do homem. Em um movimento rápido, puxei o corpo e o joguei no rio, indiferente.

Agachei-me ao lado dela, que me olhou com uma expressão horrorizada e tentou se afastar. Porque ela estava com medo de mim? Não vejo nenhum motivo para isso, aliás, eu a salvei. Olhei em seus olhos assustados, que eram de um verde incrível, e estendi a mão para tocar um ferimento em seu rosto. Assim que ela percebeu o que eu ia fazer, ela se encolheu e depois estremeceu por causa dos ferimentos que ainda estavam sangrando. Suspirei.

—Está tudo bem. Não vou machucar você. –Eu disse, afagando sua cabeça. E foi nesse momento que eu percebi que ela tinha longos cabelos rosados que, presos em uma trança de lado, refletiam a luz da lua.

Ela pareceu relaxar minimamente, mas continuou me olhando assustada. Olhei para seu braço e sua perna, que estavam sangrando, e peguei meu comunicador, que era uma espécie de celular, e mandei uma mensagem para única pessoa que eu conhecia que poderia ser considerada quase confiável. A mensagem dizia:

“Rastreie-me e traga um carro.” Enviei.

“Agora” Complementei.

Com sorte ele estaria acordado e de bom humor. Dirigi-me à garota, que parecia se esforçar para manter-se consciente. Analisei-a de cima a baixo. Franzi a testa. Ela definitivamente não estava bem. Além dos tiros no braço e na perna, seu rosto estava todo arranhado e ela tinha um corte na área do abdômen, que estava visível por causa de um rasgo em sua blusa. Seu rosto era a pura definição do pânico.

—Aguente firme, ok? –Disse a ela.

Ela só me encarou como resposta, então decidi tirá-la do chão. Passei um braço por debaixo de suas pernas e outro por trás de suas costas e a levantei cuidadosamente. Ela enfiou a cabeça em meu peito, e agarrou minha camiseta com o braço bom. Milagrosamente, ouvi o som de pneus cantando sob a ponte, e avistei o luxuoso carro preto. É claro que ele estava vindo a toda velocidade, mas conseguiu frear bem na minha frente. A janela do passageiro se abriu e lá estava ele, sorrindo como sempre.

—Chamou um taxi?

O fitei, sem reação. Acho que ele não percebeu a garota sangrando em meus braços. Ele baixou os olhos e seu sorriso se desfez. Lerdo como sempre. Sua expressão de negócios assumiu.

—O que é isso? –O tom frio da voz dele fez a garota estremecer.

—Uma garota. Achei que tivesse percebido. –Respondi ironicamente. –E se você também não percebeu, ela está morrendo.

Ele revirou os olhos.

—Ui. Agora ficou todo sentimental? Vai virar um super-herói e salvar garotinhas indefesas? Que cliché. –Disse ele, abrindo a porta do carro.

Travei a porta ao entrar, e arrumei com cuidado a garota em meu colo.

—O meu alvo deu dois tiros nela. Eu não ia a deixar morrendo no meio da rua.

Ele se virou para olhá-la melhor, enquanto o motorista se dirigia à minha casa.

—Hm... Mas ela está com uma cara de sofrimento. –Disse ele. –Eu resolvo isso.

Quando percebi o que ele ia fazer, já era tarde. Num movimento rápido, ele segurou o braço dela, bem no ponto que havia recebido o tiro, e o apertou com força. A garota se debateu e gritou, mas a dor deve ter sido grande demais, e ela desmaiou em meu colo.

—QUAL É O SEU PROBLEMA?! –Exclamei.

Ele sorriu.

—Agora ela está dormindo. Viu? –Disse ele, cínico. –Ela vai ficar aonde?

Bufei.

—Por enquanto, ela ficará na minha casa. Ela viu demais, e num hospital eles fariam perguntas.

Ele não disse mais nada, então me forcei a observar as ruas que passavam por nós como um borrão. Seria muito mais rápido eu ir saltando pelos telhados, mas não queria correr o risco de machuca-la ainda mais. O carro freou bruscamente, anunciando a nossa chegada.

—Obrigado, Connor. –Disse a ele, enquanto saía do carro.

—Disponha. –Respondeu. –Estou aqui para o que precisar Dave.

Andei em direção à porta, digitei o código e entrei. Já que a porta se tranca automaticamente, fui direto para meu quarto, e deitei a garota em minha cama devagar. Suspirei. Eu tenho mesmo que fazer isso. Peguei a faca que sempre guardo em minha manga e me ajoelhei ao lado da garota. Olhei para seu rosto, ainda ressonando tranquilamente. Segurei sua perna e tirei a bala de dentro do ferimento com a faca, e fiz a mesma coisa no braço dela. Limpei os machucados com um pano molhado e os envolvi em faixas apertadas. Não sou muito bom nessas coisas, mas todo mundo já levou um tiro.

Mesmo depois de algumas horas, ela ainda não tinha acordado, então eu decidi dormir no sofá. Já estava encostando a porta do quarto, quando ela ofegou. Entrei novamente e vi que ela estava respirando mais rapidamente que o normal, e ela estava perigosamente vermelha. Preocupante. Peguei novamente o pano molhado e passei na testa dela. Bufei. Desde quando eu sou uma enfermeira? Ri de meus próprios pensamentos, e me sentei ao lado da cama. Definitivamente, cuidar de garotas nunca esteve em minha lista de coisas para fazer depois de matar alguém.

Não pude deixar de pensar que, já que ela viu demais, não seria melhor deixa-la morrer? Não. Eu posso ser um assassino, mas não mato pessoas que não podem lutar. Não sem um motivo... Ela não pode ficar muito tempo nessa casa, vai ser muito perigoso para ela. Mas... Ela não parece segura lá fora, tampouco. Continuei pensando no assunto, até que me encolhi no canto e adormeci.

ALERTA DE INTRUSO NO SETOR B. ALERTA DE INTRUSO NO SETOR B.

Levantei repentinamente desperto, sorte que sempre tive o dom de ter sono leve. Setor B? Porque diabos alguém invadiria minha cozinha? E ainda sendo ela a minha cozinha? Idiotas.


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Notas finais do capítulo

Aaaaaaaaah! Esse cap já acabou :c
Planejo postar o próximo logo logo.
Comentem o que acharam! Gostaram :D ? Odiaram D: ? Estão indecisos : ? Comentem!
Até o próximo cap!
Bjon *3*
[P.S.: Talvez eu mude as notas depois, pois notas assim são muito sem graça u3u]



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