E Se fosse verdade? escrita por PerseuJackson


Capítulo 25
Voltamos ao nosso navio preferido




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Estar de volta naquele navio era a pior sensação que eu poderia ter. Senti que tudo o que havia feito fora em vão. Não consegui salvar minha mãe, nem mesmo os meus amigos. Estávamos a bordo daquele maldito cruzeiro, andando presos em direção ao convés inferior, sem nenhum plano para fugir. Uma tristeza invadiu meu coração. Tudo fora em vão. A gente acabaria morrendo no final.

Israel andava ao meu lado, calado e olhando para baixo. Percy veio até mim.

– Sinto muito que sua mãe esteja aqui. – ele falava fracamente. – Eu sei como você se sente. Minha mãe foi raptada também uma vez.

– E o que você fez? – falei, tristemente.

– Bem, eu tentei traze-la de volta. Mas não deu. No fim, Hades a devolveu.

– Hades? – estremeci. – Tomara que não tenhamos que vê-lo um dia.

Percy deu um sorriso fraco. Annabeth estava atrás com Dandara e Igor. Grover estava conversando com Stefferson e os outros dois garotos. Eles estavam com cortes e arranhões pelo o corpo por causa da luta. Meu braço ainda estava com a marca da mordida do telquine. Observei, e vi que as duas garotas gêmeas também estava com a gente.

Descemos três lances de escadas, e chegamos a um corredor com varias celas dos dois lados. O lugar não era o mesmo daquela vez que nós ficamos presos. A luz era fraca. Pude ver apenas duas pessoas presas dentro delas.

– Bem, companheiros. – disse Luke. – Vocês ficarão aqui por ora.

Ele olhou para Percy, eu, Annabeth, Igor, Grover e Dandara.

– Mais tarde, vocês serão a refeição de um dragão. E ele está com muita fome. Ou se mudarem de ideia, poderão se juntar a nós.

– Estou começando a odiar esse cara. – resmungou Dandara.

Eles nos colocaram nas celas. Meu coração estava querendo se partir ao meio. Minha mãe estava em algum lugar desse navio. Estava tão desanimado e esgotado que por um momento lágrimas escorreram pelo o meu rosto. Virei à cabeça para ninguém notar.

– Podemos pedir ajuda a Ares para nos tirar daqui. – falou Dandara do meu lado direito.

Percy riu.

– Você acredita nisso mesmo. Ares só nos livrou por que queria que fizéssemos um favor a ele.

Igor murmurou da cela da frente.

– Que legal. Passei a vida toda tentando fugir daqui, consegui fugir, mas agora estou de volta. Maravilhoso.

– Cara, me desculpe. – disse Israel, por fim. A cela dele estava do lado da de Igor. – Eu... não sei o que deu em mim. Fiquei com raiva dos deuses. Luke ficou enchendo minha cabeça todos os dias, falando das coisas que eles haviam feito. Pedia ajuda a Zeus, mas nada de ele responder.

– Eu acho que ele deu uma ajuda. – falou Annabeth pensativa. – Lá no ferro-velho, você ia matar o Raphael, mas de repente um trovão ressoou e fez você perder o equilíbrio. Aquilo não foi um acaso.

– Você está dizendo que... aquilo foi Zeus? – perguntou Dandara.

– É provável.

– Mas por que ele não mandou um raio para matar todos os monstros? – retrucou Marcos.

– Não sei. – finalizou Annabeth fazendo uma careta. Percy me dissera que ela odiava não saber das coisas.

Olhei para Stefferson que parecia que ia explodir a qualquer momento. Ele ficava chutando as barras de ferro e xingando os monstros.

– Quando eu sair daqui eles vão ver só. – murmurava ele. – Vou arrancar os braços daqueles imbecis. Vou matar todos. Vou arrancar a cabeça daquele imprestável do Luke.

O olhar dele estava com um ar selvagem. Achei que eu estivesse imaginando coisas, mas aquele olhar dele me era muito familiar. Já havia visto em algum lugar. Não sei por que, mas minha mente ficou bastante confusa naquela hora.

– Galera, me ajudem a entender uma coisa. – falei. – Primeiro: Aquela profecia. Vamos recapitular. Qual era a primeira frase?

– Que profecia? – perguntou Matheus. Annabeth fez um gesto de silêncio.

Cinco irão para o Sul, até o grande navio. – lembrou ela. – Uma surpresa os aguardara, e do navio fugirás.

No nordeste Brasileiro você irá chegar. – ajudou Percy. – O raptado se revoltará e tentado tu serás, a destruir teus familiares.

Sem ajuda, falharás, e com meios-sangues desconhecidos voltarás. – concluiu Annabeth.

– Oowwn! – Dandara suspirou. – É tão fofo ver vocês dois completando a frase um do outro.

Percy corou, assim como Annabeth. Não pude deixar de sorrir.

– Com quem será... – cantarolou Igor.

– Chega! – disse Annabeth imediatamente.

– Certo. – disse eu. – Agora vamos ver... Ares queria que a gente procurasse seu filho e o resgatasse.

– Confere. Um pedido de um pai irresponsável. – sorriu Percy.

– Né. – eu ri.

– Meninos! – resmungou Annabeth. – Não queremos ser transformados em nenhum animal, então parem.

– Beleza. Agora estou querendo saber se a gente fez isso? Nós resgatamos esse filho de Ares ou não?

Todos ficaram pensando.

– Vamos fazer um teste. – sugeriu Annabeth.

– Uh... Uh... Eu sou o filho de Ares? – perguntou Matheus levantando a mão.

– Já deu para perceber que não. – riu Grover.

Annabeth olhou para Marcos.

– Sabia que você é muito burro?

Marcos franziu a testa.

– O quê?

– Você é muito burro. – provocou Annabeth – Ah, e estúpido também.

Marcos começou a ficar com raiva. Eu não pude entender o que Annabeth estava fazendo. Mas nos últimos dias tinha aprendido a confiar no que ela fazia ou planejava.

– Porque está me chamando de burro? – gritou Marcos. – Você é que é burra!

– Ela é filha de Atena. – murmurei.

– Então você é estúpida!

– Filha de ATENA.

– Então você é... é... Argh! – gritou ele. – Por que você tinha que ser logo filha de Atena?

Todos riram. Annabeth ficou de pé em sua cela.

– Não. Você não é filho de Ares. – sorriu ela. – Desculpe, era só um teste. Você não é nada disso.

– Então só falta um. – disse Grover olhando para Stefferson. Quando alguém disse:

– Vocês são mesmo loucos.

Todos nos viramos para encarar as duas meninas gêmeas que nos olhavam atentamente. Ambas tinham cabelos claros e olhos claros, e eram muito lindas.

– Quem são vocês? – perguntou uma delas. – Aqui é uma espécie de hospício para loucos?

– Hã... – Igor parecia que ia dizer algo, mas ela continuou.

– Onde estamos? Quem são essas pessoas e monstros horríveis que estão por ai no navio?

– Calma gata. – murmurou Igor. – Vou explicar tudo para vocês.

– Por que está interessado em explicar? – Perguntou Percy. – Eu posso fazer isso.

– Não, cara. – retrucou Igor. – É muita gentileza sua, mas...

– Mas eu posso explicar. – interrompeu Percy. – Ok. Bem meninas...

– Chega! – disse eu. – Parem com isso. Vocês estão deixando elas confusas. Nenhum dos dois vai explicar. Eu sei quem é a melhor pessoa para fazer isso.

Olhei para Annabeth, e ela deu um sorriso.

– Sou eu, claro. – falei. – Vou explicar tudo para elas.

– Ah, tá! – exclamou Igor.

– Claro que não! – murmurou Percy.

– Pensei que fosse eu? – resmungou Annabeth.

– Um sátiro é o melhor para fazer isso. – disse Grover.

– Ok! Está bem! – gritou a outra gêmea. – Ninguém precisa nos explicar nada porque já sabemos tudo. Sabemos sobre esses deuses gregos, os monstros, semideuses... Etc.

Ficamos calados. Grover se levantou e disse:

– Quem contou a vocês?

– Esse tal de Luke. Ele nos achou, e cuidou da gente. Explicou que os deuses gregos estão vivos ainda. Disse que eram eles que ficavam enviando monstros para nos matar. Ele nos protegeu.

– Sim. Protegeu vocês amarrando-as naquele ferro velho. – disse Percy.

– Bem... ele disse que teríamos que fazer aquilo, porque uns fugitivos estariam indo para lá.

– Ou seja, nós. – murmurei.

Ficamos em silêncio durante alguns minutos. A esperança dentro de mim já estava acabando. Como fugiríamos dali?

– Ainda temos que avisar a Quíron sobre um ataque ao Acampamento Meio-Sangue. Se o que Marcos disse for verdade sobre o telquine avisar de um ataque, então teremos que avisar a eles.

– Vocês são do Acampamento Meio-Sangue? – perguntou uma voz.

– Quem disse isso? – perguntou Matheus.

– Eu.

Olhei, e vi um garoto numa cela um pouco longe da nossa. Na luz fraca, não consegui vê-lo muito bem.

– Hã... oi. – falei.

– Oi. – respondeu ele.

– Quem é você?

– Meu nome é Jonathan. Estava ouvindo a conversa de vocês, e... vocês são do acampamento?

– Sim. – respondeu Annabeth. – Somos.

– Ah. Eu era de lá também. – ele falava com um desanimo tão grande que me senti pior do que antes.

– E o que está fazendo aqui? – perguntou Grover.

– Eu me juntei a eles. Durante alguns anos, servi a Cronos. Mas depois desisti. Ai eles me jogaram aqui.

– Como sempre! – rosnou Stefferson. – Que ódio desse idiota! Quem ele pensa que é? Eu vou mata-lo!

Percy se virou para Annabeth e murmurou.

– Eu já vi esse olhar e essa raiva antes.

– Eu também. – disse ela pensativa. – Acho que Stefferson é...

– O filho de Ares. – adivinhou Percy.

– Completando a frase um do outro. – sorri para Percy. – Que meigo.

Ele olhou para mim, e uma conversa silenciosa se passou entre nós.

Do que está falando?” perguntou ele.

Ah, cara. Eu sei o que está rolando.” Falei. “Você gosta dela.”

Você é doido. Você que gosta dela.”

Você mesmo falou quando estávamos brigando. Pra eu não pegar a menina dos outros.”

– Alôô? – falou Dandara. – O que aconteceu com vocês dois?

– Hã... nada. – disse Percy.

De repente a porta do lugar onde estávamos se abriu. Uma dracanenae se arrastou para dentro.

– Vocêsss esstão prontosss para morrer? – sibilou ela.

– Não. – disse Stefferson. – mas e você cobra anormal, está preparada para morrer?

Ela riu.

– Daqui a pouco o messstre vira bussscar vocêss. Exceto oss trêss pirralhosss e ass duasss garotasss. Agora eu vim buscar outra pessoa.

Ela se virou para Jonathan, e se direcionou até ele.

– Eu não vou com você! – gritou ele.

– Não tem essscolha garoto. – sibilou ela. Pegou a chave e abriu a cela. A mulher-serpente o pegou pelo o braço e arrastou para fora.

– Me solta sua idiota! – esperneava ele.

– Não! – gritou Dandara. – Façam alguma coisa!

Num impulso, no momento em que a dracaenae passou em frente a minha cela arrastando Jonathan, puxei a antena do meu celular, que se transformou em uma reluzente espada, e joguei para fora.

– Pega cara! – falei.

Jonathan pegou a minha espada e tentou acertá-la. Mas a mulher-serpente pegou a mão dele e a girou, fazendo a espada cair.

– Boa tentativa semideusss. – riu ela. Quando Dandara pegou a sua ultima flecha que sobrava na aljava, e atirou. A mulher-serpente se dissolveu em poeira amarela com um grito. As chaves caíram no chão, junto com a sua armadura.

– Dandara! – exclamou Annabeth. – Isso foi demais!

Ela sorriu embaraçada.

– Era a única coisa que eu tinha.

– Obrigado. – arfou Jonathan. – Muito obrigado.

Ele pegou a chave do chão e olhou para a porta. Pensei que ele sairia correndo e nos deixaria aqui. Não podia suportar aquilo.

Jonathan se virou para nós.

– Bem... Alguém quer causar confusão nesse navio? – todos nós levantamos as mãos.

Ele sorriu.

– Foi o que pensei. Vamos acabar com esses monstros.


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Notas finais do capítulo

Qualquer ideia ou sugestão, é só falar. ^^ Até o proximo capitulo!



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