Nem Tudo É O Que Parece escrita por Mieko Yamada


Capítulo 2
Meu Melhor Amigo é... Ah Não!


Notas iniciais do capítulo

Baseada nas loucuras que eu já pensei antes de dormir...Boa Leitura!



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Desde que o Alexy e o Armin entraram no colégio, faz pouco mais de seis meses, nada mais foi igual. Armin e eu nos tornamos amigos próximos, ele até ia na minha casa jogar Xbox as vezes. Já Alexy... Ele grudou igual chiclete, ficamos tão unidos que Risa e Rosalya raramente vinham até nós!

Um dos motivos de nos tornarmos amigos, foi o fato de que ele sempre era muito animado, tinha um bom gosto inimaginável, era inteligente, e por fim ele tinha uma inocência agradável de se conviver!

Agora que estávamos começando o ano já nos conhecíamos o suficiente para acharmos que sabíamos tudo um sobre o outro. E nós realmente dividíamos os pensamentos e sentimentos, quaisquer que fossem eles. Ou pelo menos dividíamos tudo aquilo que achávamos que deveríamos dividir, o que realmente era quase tudo.

Pelo que eu descobri sobre os dois, os pais de Alexy e Armin eram divorciados, e por muito tempo os meninos se isolavam, conversando apenas entre si, até que um dia Alexy resolveu que não queria mais parecer tanto com o pai dele. Neste dia Alexy pintou os cabelos de azul e comprou lentes roxas feitas sobre encomenda. Ele me contou que os olhos dele, assim como os de Armin, também eram azuis, porém num tom mais intenso, e apesar de ter herdado os olhos de sua mãe, ele não gostava de se olhar no espelho e ver um garoto parecido com o pai dele, que os havia abandonado e era feliz com outra família.

Desde que ele passou a se ver no espelho com outra aparência, se tornou muito mais confiante. A mãe deles, Isabel, é uma estilista muito famosa, e por esse motivo ela também está sempre muito ocupada, graças a isso Alexy simplesmente não tinha muita companhia a não ser a do irmão, o que os torna muito ligados.

Ambos tem uma proximidade muito grande com a mãe deles, mesmo ela sendo ocupada.

Eu contei a ele também um pouco sobre mim, mas não acho a minha vida uma história lá tão interessante...

Eu era desleixada, rejeitada, e odiada por todos, não dava importância para nada, até que um dia resolvi que isso não era o que eu queria. Passei a fazer exercícios, ler e estudar em meu tempo livre, e me tornei mais saudável e inteligente. Acabei sendo taxada como a nerd da sala de aula, pois me destacava, em nota e esforço para tudo que envolvia meu esforço acadêmico. Pouco a pouco, aqueles que ainda mantinham contato comigo foram se afastando, e eu acabei ficando sozinha, as únicas pessoas que falavam comigo eram Risa e Rosalya.

Quando terminei de contar aquilo, Alexy fez um pequeno draminha, dizendo que estava emocionado. Isso fez com que eu socasse de leve seu braço, e ele exagerado como é, disse que tinha doído, e que eu era muito forte, e devia ser chamada de musculosa, depois ainda me questionou se eu não tinha interesse em me inscrever pro clube de boxe, que era uma atividade extracurricular que eu não pretendo fazer nunca. Claro que eu disse que ele estava ficando meio doido, e ele começou a rir, mas não seria o Alexy se ele não dissesse algo digno de livros de auto-ajuda, então ele disse que iria me reintegrar na turma, mas... Eu não faço questão! Simplesmente está bom do jeito que está.

Os primeiros dias de aula se seguiram normalmente, sem fugir daquilo que eu conhecia como normal, até que um dia...

Eu tinha um livro em mãos, e estava lendo-o no pátio, quando uma garota da minha sala de aula me abordou.

– Oi! – A garota disse tímida, e ao levantar o olhar até ela, pude identificá-la como Violette, a aluna desenhista.

– Olá, posso ajudá-la? – Eu disse tentando ser educada.

–B-bem eu gostaria de t-te pedir ajuda. E-eu acho que estou gostando de um amigo seu, mas eu não tenho coragem de falar com ele! – Ela disse gaguejando, e de forma rápida, porém compreensível.

– Claro, sem problemas, que amigo? – Apesar de eu só ter proximidade com dois rapazes na escola, eu já falei com os outros meninos, e raramente, falo com Nathaniel, mas normalmente apenas falamos sobre livros e trocamos indicações de leitura.

– Você promete que não vai rir de mim? – Ela disse, e parecia realmente envergonhada, o que era bonitinho, afinal a maioria das garotas da escola eram atiradas.

– Não se preocupe, pode confiar em mim! – Eu disse aguardando logo sua resposta.

– A-acho que g-gosto de Alexy! – Ela disse ficando mais vermelha que um pimentão.

Logo de cara eu fiquei surpresa, não achei que outra garota fosse reparar nele. Depois senti um incomodo profundo e sem sentido, afinal, eu e ele não tínhamos nada, só amizade, talvez fosse isso, eu estava preocupada que ele também se apaixonasse por ela e me deixasse, e assim eu ficasse sozinha novamente. Por fim eu senti pena dela, que parecia ser tão tímida, que simplesmente confessar que sente algo, deveria ser realmente a coisa mais difícil para ela.

– Claro, mas eu não vou contar nada pra ele, vou dar um jeito de deixar vocês dois a sós, e você se confessa, ok? – Disse armando um esquema, afinal, se uma namorada fosse fazer Alexy mais feliz, eu me sentiria muito bem em saber que ajudei para que isso acontecesse.

Depois que eu disse isso, ela aparentou ter ficado muito mais tranquila, e me deu um sorriso, que eu pensei que talvez nunca mais fosse ver, pois ela não aparentava ser o tipo de garota que vive sorrindo. Ela me agradeceu e se foi. Agora era minha vez, eu tinha que marcar para que ambos se encontrassem.

Assim que eu vi Alexy ele me deu um grande sorriso e me encarou já começando a contar, sobre o quanto ele estava indignado com a falta de senso de moda de algumas garotas.

– Alexy, eu sei que as roupas completamente bregas de algumas garotas do colégio é um assunto de alta escala de importância e tudo mais, só que eu tenho que te falar uma coisa que não posso adiar! – Eu disse, e isso fez com que ele parecesse meio apreensivo.

– Diga logo menina! – ele falou, e a tensão em sua voz tornou-se perceptível.

– Tem uma menina que disse que queria falar com você, lá no clube de jardinagem, no intervalo. – Eu falei, o que fez ele ficar aliviado, e depois começar a rir.

– O que foi? – Eu disse, claramente confusa com a reação estranha dele.

– Eu pensei que você ia dizer que não aguentava mais conversar comigo, ou que não queria mais ser minha amiga! – Ele disse simplesmente.

– Você fumou? Claro que eu não faria isso, eu amo te ter por perto, e sua amizade é algo que eu não poderia jogar fora assim tão fácil! – Eu disse.

Depois disso ele me abraçou, e completou dizendo que ia ir ao clube de jardinagem sim.

Eu simplesmente avisei Violette, e pedi para que ela me contasse o que ocorresse.

No intervalo ele foi direto para lá, me deixando sozinha. Logo Armin apareceu e quando me viu sem o irmão dele por perto, logo se aproximou.

– Eai baixinha? - ele disse rindo

– Até você Armin? Já não basta seu irmão me chamando desse sem noção. – eu disse indignada.

– Ele comentou comigo alguma coisa sobre brincar com você te chamando assim e eu não pude resistir. Falando nisso, cadê ele? – Armin comentou, olhando ao redor para ver se Alexy estava dentro de seu campo de visão.

– Uma garota estava interessada em se confessar pra ele, ela o chamou em um lugar mais privado. – eu contei, sem perceber.

– Sério, como eu queria estar lá para ver a cena. – Ele disse rindo muito, como se fosse a coisa mais engraçada que ele já tivesse escutado.

– Eu também estou curiosa para ver no que vai dar! – Eu admiti.

– Quando tudo acabar, me conte como foi! – Armin disse finalmente parando de rir, e indo falar com um grupo de pessoas que ele havia feito amizade.

Alguns minutos se passaram, e eu vi Violette correr para dentro da escola, então eu a segui.

Vi que ela entrou no banheiro, e notei que estava segurando para não chorar.

– Violette? Violette, o que aconteceu? O que ele disse? Como foi? – Eu disse preocupada, bombardeando-a com perguntas.

Assim que eu disse isso ela desabou em lágrimas e me abraçou, dizendo apenas, que ele foi muito educado e extremamente gentil, mas que não tinha interesse nela, e voltando a chorar, balbuciando algo que pareciam perguntas, questionamentos, que não pude compreender.

Logo Íris apareceu, e Violette me largou para ser consolada por sua amiga, enquanto eu ia procurar Alexy, para tentar compreender porque ele havia recusado aquela doce menina.

Encontrei ele sentado atrás da casinha de vidro esfumaçado, que era o clube. O azulado parecia pensativo, talvez incomodado com o último ocorrido.

– Que menino mais triste, vai acabar fazendo as flores murcharem, com o clima ruim que você está formando! – Eu disse zombando dele.

– Não foi você que fez uma garota fofa chorar, não gosto de fazer com que outros se magoem por minha causa! – Afirmou ele.

– Então não deveria ter dado um fora nela! – Eu rebati, para ver no que dava.

– Mas eu não me sinto atraído por ela, e nem por nenhuma outra. Ela... não faz meu tipo, sabe? – Ele disse, sem saber se explicar direito.

–Como assim? – Questionei-o, tentando entender o que ele queria dizer com aquela afirmação.

– Eu só acho que... não sinto nada por ela. Eu prefiro... tipos mais musculosos, entende? – Alexy disse.

Depois daquela afirmação, eu realmente fiquei surpresa! Isso significava que meu melhor amigo era... gay? Será que ele realmente era? Eu não podia afirmar, mais as coisas indicavam que sim! Então, meu melhor amigo é... Aaaah Não! Por quê? Injusto!


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Notas finais do capítulo

Eu pensei que não iria escrever capítulos tão longos mas... Eu amo escrever, então eu vou começar a tentar encurta-los para não ficar tão cansativo!



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