A Culpa É Das Estrelas 2 escrita por Gabie


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

AI MEU DEUS! Que trailer perfeito, não???
Leiam ouvindo "The forgotten" do Green Day que é uma banda muito foda que é minha favorita (pronto calei a boca).
Mas leiam ouvindo, vai ser uma experiência boa.
Beijo efeitos colaterais.



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Depois de certo tempo, dizem às pessoas que a dor de uma perda é curada. Que o seu coração volta a bater em uma velocidade aceitável e que sorrisos sinceros podem aparecer naturalmente em você.

Eu não acredito nisso.

O amor não acaba, a vida sim. Pensando de certo modo, isso não é justo. Mas pensando de outro, quem gostaria de viver para sempre sem ter alguém o ou a amando por perto? Ninguém vive sem amor.

Isso pode soar clichê, mas eu não me importo. Afinal, quem nunca pensou isso? Mesmo me considerando apenas mais um efeito colateral, eu não me importo de me render a um ou dois clichês de vez em quando.

A dor de uma perda é algo complicado de ser explicado, pois cada um sente de um modo. Eu senti de um modo, Isaac de outro. Os pais de Gus de outro modo. Talvez o mais profundo deles. Dos três casos, talvez o pior.

Já aquelas pessoas que ficavam colocando despedidas para o Gus na internet ou até mesmo pessoas da sua família, sentiram de um jeito bem menos agressivo. Pode ser um modo egoísta de pensar, mas como eu disse antes, eu não me importo.

Saio da casa de Isaac do mesmo jeito que entrei: cheia de lembranças que me causam dor, mas mesmo assim me agarro a elas e não permito que elas se vão.

– Tchau Hazel. - disse Isaac, acenando para mim da porta.

– Tchau Isaac. - respondi, arrastando o cilindro de oxigênio e sentindo que aquela calçada era longa demais pra mim.

As pessoas às vezes me consideram exagerada, ou até coisas ruins demais para dizer na minha frente, porque eu trato a morte como algo profundo e irreparável demais, nem parando para pensar na opinião alheia antes de liberar qualquer comentário grotesco e até mal educado sobre tal assunto.

Afinal, quem gosta de falar sobre a morte? Está para nascer o cidadão que um dia se sentirá confortável com a morte de alguém amado, pois até hoje, não conheci ninguém com esse poder.

Pessoas melancólicas são esquecidas facilmente, sendo ignoradas pelo tipo de pessoa que gosta de fingir ser feliz (e que está enchendo o mundo atualmente). Billie Joe Armstrong* nunca foi tão sábio ao escrever essas palavras:

We're in the worlds of forgotten
And lost inside your memory
You're dragging on, your heart's been broken
Cause we all go down in history

Estamos no mundo dos esquecidos

E perdidos dentro de sua memória

Você está se arrastando, seu coração foi partido

Porque todos nós sucumbimos na história”

E ainda há o trecho em que ele diz: “Não desvie os olhos, Dos braços do amor”. Se depender de mim, os “braços do amor” vão continuar estendidos, me lembrando de quem eu perdi.

Ao chegar em casa, descobri que minha mãe tinha saído para comprar coisas para um jantar especial. Devia ser “Dia da Queda da Bastilha” ou algo parecido.

Nem me preocupei em ir comer alguma coisa, ou beber água ou qualquer coisa parecida. Tinha voltado a minha vida “pré - Augustus Waters”, que basicamente era comer o suficiente para viver, ler e reler o “Uma aflição imperial”, me lembrando de que sou uma paciente em estado terminal.

Muitas vezes me pego pensando: é muito egoísmo da minha parte ainda não ter superado a morte do Gus? Se fosse o contrário, e ele estivesse no meu lugar, será que ele também ficaria assim, ou seguiria em frente como fez quando a Caroline Mathers morreu.

Provavelmente não, pois Augustus Waters me amava tanto quanto eu o amava e ainda amo, e isso é muito.

Mas eu não tenho muito o que contar agora. Como o Isaac me disse uma vez, “eu não quero viver em um mundo sem Augustus Waters”.


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Notas finais do capítulo

*Billie Joe Armstrong, pra quem não sabe, é o vocalista do Green Day.
Esperando que tenham gostado, Gabie ;)