Make Me Love escrita por minsantana


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

E aí, o que estão achando? Muito drama neh? Mas calma, logo logo isso muda! =D
Cap grandão! Enjoy.



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A ambulância chegou ao hospital de New Jersey e ao ver que o paciente era famoso, logo o encaminharam para a cirurgia. Não era todo dia que um astro do rock era internado naquele hospital e ninguém podia fazer feio. Traduzindo: ele não podia morrer ali.

Frank ficou na sala de espera e em menos de 5 minutos Mikey também chegou. Frank contou tudo o que Gerard lhe dissera antes de passal mal, e Mikey ouvia atentamente. Por fim, Mikey soltou um suspiro e falou pela primeira vez.

- eu já sabia que isso podia acontecer. Eu sempre soube.

- o quê??

*****

Jack parou o carro em frente ao hospital e se virou para Lorraine com a cara mais séria do mundo.

- Lorraine, eu fui lhe buscar porque também sou seu amigo e... o Richard era como um irmão pra mim, você sabe. – Jack abaixou a cabeça para não ter que encarar os olhos de uma mulher que sofria.

Ela parou pra pensar e percebeu o que ele havia dito. Parecia que uma tonelada havia caído em sua cabeça.

- era?? Como assim, era?? O que você está dizendo, Jack????

- fique calma, por favor. – ele demonstrava sinais de que também não estava conseguindo se manter calmo o suficiente.

- onde ele está?? Me responda!

- ele está lá dentro e...

Lorraine abriu a porta do carro e correu em direção à entrada do hospital de New Jersey sem ouvir as últimas palavras da frase de Jack. Mas no fundo, ela já sabia quais elas seriam...

- ...ele está morto!

*****

- peraí, como você sabia se ele me disse que nunca contou a ninguém??

- Frank, eu sou irmão dele. Ele sempre foi meu maior ídolo e eu o seguia aonde quer que ele fosse. Não havia como ele esconder isso de mim. – Mikey sentou-se na cadeira, com uma aparência derrotada. – Há alguns meses eu achei estranho que ele tivesse vindo ao hospital no meio de uma de nossas turnês. Ele não me disse nada e isso foi ainda mais estranho, já que ele sempre me contava tudo. Mas sobre isso ele se recusava a dizer de qualquer maneira. Dizia que na hora certa todos nós iríamos saber. Aquilo me preocupava. Meu irmão não era assim, ele sempre foi fechado, mas nunca guardava segredos de seus melhores amigos. – Frank abaixou a cabeça, triste. – Então... um dia eu resolvi abrir um dos envelopes que ele havia trazido do hospital e quase surtei ao ler aquilo. Naquela simples folha de papel estava escrito o futuro do meu irmão.

- como assim?

- Dizia que ele estava com uma doença grave no coração e que não tinha cura, a única forma de conseguir sobreviver seria com um novo coração.

- um transplante. – Frank estava chocado.

- isso. E Gerard havia assinado a autorização para receber um novo coração quando encontrassem um doador ou quando fosse... uma emergência.

- então... parece que a hora é agora. – Frank engoliu seco. Agora ele entendia a gravidade da situação. Mikey parecia entender a mesma coisa.

- isso quer dizer que... se não houver nenhum coração disponível hoje, Frank... – ele fez uma pausa sombria e engoliu a saliva. - o meu irmão vai morrer.

*****

A recepcionista levou um grande susto ao se deparar com uma mulher parada na sua frente com todo o rosto repleto de lágrimas. Ela parecia realmente desesperada.

- pois não?

- por favor, eu preciso saber do paciente Richard Williams Florence. Eu sou noiva dele. – Lorraine tentou demonstrar uma calma que não tinha.

- e qual o motivo da entrada dele no hospital?

Lorraine parou pra pensar e lembrou de que na verdade não sabia a resposta. Ela não conseguiu esperar que Jack contasse e fugiu antes. Mas de uma coisa ela sabia...

- tiro.

A recepcionista verificou na tela do computador e ao ver o que dizia ficou branca, sem saber o que responder. O que ela deve ter lido devia ser muito grave.

Ela pegou o telefone e telefonou para alguém e logo em seguida um médico apareceu ao lado de Lorraine. Ele tinha uma aparência gentil e uma cara de preocupação. Talvez ele não soubesse como começar a conversa...

- senhorita...?

- Johnson. Lorraine Johnson.

- muito prazer, eu me chamo Dr. Oliver. – ele apertou sua mão com gentileza. - venha comigo, por favor.

Lorraine apenas seguiu o homem para onde quer que ele a estivesse levando. Ela rezava para que ele a levasse até Richard e ele estivesse bem e contente, bem diferente do que ela imaginava todo esse tempo.

Mas não foi bem assim que aconteceu.

O médico abriu uma salinha que parecia com aquelas salas de diretor escolar, quando você é mandado pra lá quando faz alguma besteira na escola. Não tinha quase nada, exceto uma mesa, três cadeiras e alguns diplomas na parede. Em cima da mesa alguns relatórios que Lorraine logo descobriria o porquê de estarem ali.

- senhorita Johnson, me desculpe a informalidade, mas eu nunca sei bem como começar uma conversa desse tipo. – “pelo menos ele não tentou sorrir. Eu me sentiria bem pior”, ela pensou.

- doutor, onde está o Richard? Eu preciso vê-lo. – o desespero já não a deixava mais pensar. Senão ela já saberia que nunca mais o veria de novo...

- senhorita... eu sinto ter que lhe dizer isso, mas... Richard Florence faleceu há umas 2 horas.

Lorraine sentiu sua respiração desaparecer. Uma dor forte tomou conta do seu coração e era como se tivessem a acertado com um machado nas costas. Seu ar sumiu, sua cabeça doía, seus olhos ardiam. O mundo ficava mais escuro à medida que memórias passadas inundavam sua mente com momentos felizes e inesquecíveis. Ela lembrava-se de Richard quando pediu sua mão em casamento dentro de um barco em Veneza, ou quando eles tiveram sua primeira noite de amor regada a luz de velas e muito champagne. Seu vestido de noiva já estava pronto, a viagem de lua-de-mel já comprada. Nada disso mais aconteceria. Nunca mais veria o homem que amava. Nunca mais amaria de novo.

Sentindo seu corpo amolecer, foi amparada pelo médico antes de bater no chão. Ele a colocou novamente sentada na cadeira e chamou uma enfermeira que lhe deu água com algum medicamento. Aos poucos sua visão foi voltando ao normal e percebeu que não era um pesadelo, tudo o que ouvira era real e o médico continuava ali sentado na sua frente, esperando para contar mais notícias tristes.

- se sente melhor? – ele perguntou.

“Como poderia? Meu noivo está morto”, ela pensou e estremeceu.

- um pouco. – mentiu.

- senhorita, eu já teria a deixado ir se não tivesse alguns assuntos a tratar antes disso. – “Assuntos?”, ela não conseguia entender. – como a morte de Richard ocorreu por um traumatismo craniano, não afetou alguns órgãos do corpo e pelo que está escrito neste documento, ele se identificou como um doador caso algo de pior acontecesse. – “Então é isso...”, ela concluiu.

Ele fez uma pausa, olhou nos fundos dos olhos de Lorraine e continuou a falar.

 – hoje em dia, doadores de órgãos são raros. Muitas pessoas não sabem que podem salvar muitas vidas mesmo depois de mortas e são poucos os que se realmente importam com isso. Richard era uma delas, tenho certeza.

Era verdade. Richard sempre dizia que se morresse, doaria seus órgãos para quem precisasse. “Ser comido por bichos dentro de uma cova não ajudaria ninguém”, era o que ele sempre dizia antes que Lorraine brigasse com ele por estar falando tanta besteira sobre morte.

O médico esperou Lorraine parecer mais lúcida e continuou.

- fiquei sabendo a pouco que estamos com um paciente à espera de um transplante de coração e tenho certeza de que Richard ficaria feliz em saber que foi capaz de salvar uma vida. – “Mais uma.”, ela pensou. “Ele já salvou a minha.” – eu peço que a senhorita repense se autoriza ou não essa doação. – ele colocou um papel e uma caneta em frente a ela. – como pessoa mais próxima a ele como família, infelizmente a vida desse paciente está em suas mãos agora.

Ele se levantou e foi em direção à porta. Antes de sair disse algumas palavras que deixaram Lorraine sem o resto do chão.

- Eu sinto muito, mas nós só temos mais algumas horas para que esse coração ainda possa ser utilizado. Não deixe escapar a chance de salvar uma vida. Pense no que Richard faria se estivesse no seu lugar.

E saiu.


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