Cheguei em casa rápido, e só tive tempo de tomar um banho (BEM GELADO) e colocar alguma coisa no estomago, antes de ouvir a campainha tocar.

“Pode entrar.” Gritei sem me levantar do sofá.

“Nossa, sem nem um boa noite.” W falou, segurando um saco gigante.

“O que é isso?”

“Uns disfarces para nossa brincadeira.”

“Rangiku e T-suki não ficaram bravas?”

“Não, elas entendem que essa não é uma missão pra ser feita por muita gente.”

“Ótimo. Vamos logo nos vestir?”

“Espera um minuto.”

“O que?”

“Estou tentando analisar o que está mais vermelho, seu rosto ou seu cabelo.”

“DO QUE ESTÁ FALANDO SEU IDIOTA?”

“Nossa calma ai, não vou me meter na sua vida sexual com o Ichigo.” o inútil falou e deu um sorriso irônico, me fazendo corar mais ainda.

“EU VOU TE DESTRUIR W!” Falei jogando uma almofada nele.

“Ui ela ficou brava. Mas caramba ruivinha, alguém como você não devia ficar envergonhada feito uma criança por causa de algo como se...”

“NÓS NÃO FIZEMOS NADA SEU PERVERTIDO! MORRA UM BILHÃO DE VEZES W!”

“Tanto faz, mas antes temos uma loira esquisita pra seguir.”

Peguei qualquer disfarce aleatório e fui vestir no meu quarto, já tinha feito isso tantas vezes que não havia mais muita graça. Acabei com uma peruca preta com mechas azuis, botas que cobriam a metade das minhas pernas e um vestido preto com grafites. Pela lógica, uma roupa que chama atenção devia ser evitada, mas como estávamos lidando com alguém bem esperta um pouco de psicologia reversa talvez ajudasse. Peguei um par de falsos óculos de grau e uma bolsa e fui pra sala.

“Vamos logo?” Falei para W, que estava usando uma peruca loira e ainda não tinha nem começado a escolher uma roupa. “Você deve ter algum problema pra demorar mais do que uma garota para se arrumar.”

“Não enche, isso é entediante.”

“Aqui veste isso.” Joguei pra ele uma jaqueta cheia de tachas, uma calça meio rasgada nas pernas e um óculos escuro.

“Aonde vamos, num show de heavy metal? E quem diabos usa óculos escuro de noite?”

“A Nina não vai esperar duas pessoas extravagantes de tocaia atrás dela.”

“Nossa, até que pra uma garota que passou a tarde inteira brincando de filme pra adultos com o namorado você está bem ligada na situação.” Antes que eu pudesse estrangular o infeliz, ele se trancou no banheiro.

Depois de cinco minutos finalmente conseguimos sair. Já propriamente disfarçados. Que bom que meus vizinhos trabalham até tarde ou quase não saem de casa, alguém normal acharia estranho a freqüência de pessoas disfarçadas que saem da minha casa.

“E ai conseguiu o endereço da Nina?”

“Diga algo que eu não consigo.”

“Um cabelo decente, vergonha na cara, senso de humor...”

“Antes que eu te esgane vamos logo.” o descabelado apontou para um skate e um patinete abandonados na calçada.

“Olha, eu sei que sua moto tá ferrada, mas podemos ir na minha.”

“Criatura estúpida, a Sparks sabe que nós andamos de moto, por isso vamos usar meus amiguinhos ali.”

“Tanto faz. Mas você por algum acaso sabe andar de skate?”

“Não, mas acho que as quedas que levei hoje no MotoCross não foram o suficiente, então quero me quebrar mais.”

“Engraçadinho.”

Quando chegamos ao endereço, Nina estava saindo de casa falando no telefone.

“Mais um segundo e teríamos sido vistos desde o inicio.”

“Silencio W, vamos tentar escutar o que ela está falando.”

“Então você tem a informação que eu quero? Sério mesmo? Ótimo, prometo te recompensar muito bem.” Nina falou para seja lá quem estava do outro lado da linha.

“Será que é algo sobre nós?” W perguntou, enquanto seguíamos a “detetive” em uma distancia segura.

“Bem provável.”

Nina continuou andando até finalmente chegar numa lanchonete, e como ela sentou bem perto de uma janela, preferimos observar de um ponto de ônibus do outro lado da rua.

“Assim é mais seguro.”

“Eu sei ruivinha, mas do que adianta segurança se não conseguimos ver nada.”

“Quem disse que não?” Eu falei e tirei um par de binóculos da bolsa.

“Nossa que garota prevenida. Pelo menos desse jeito você o Ichigo podem brincar sem correr riscos de um bebezinho na hora errada.”

“Estamos perto de uma possível inimiga, quer que eu te assassine aqui mesmo assim?”

“Calma ai ruivinha, ao invés de negar a verdade veja o que a senhorita Sherlock Homes está aprontando com seus super maneiros binóculos.”

“Já vai, não enche seu... Uh-Oh.”

“O que foi?”

“Ela não está mais lá.”

“Do que está falando?” W me observou intrigado e tomou o binóculos das minhas mãos (como se tivesse sido algum lapso de visão).

“Droga perdemos a pista. Onde diabos essa garota pode ter ido em tão pouco tempo?”

“Como vou saber? Porque não procuramos nos arredores?”

“Acho que não vai ser necessário.” Uma voz excessivamente soou nos nossos ouvidos, vindo de trás. Me virei para ver quem era, só pra me pegar completamente sem ação. Agora na nossa frente estava uma loira sorrindo sinicamente e observando nossa reação. É, agora definitivamente estávamos ferrados.