Depois de alguns minutos que pareceram passar num piscar de olhos, Kagura voltou a encarar a lua, tentando disfarçar suas bochechas vermelhas até que elas se normalizassem. Não que o braço de Sougo na sua cintura e sua própria cabeça encostada no ombro do capitão do Shinsengumi ajudassem muito.

“Me pergunto o que os outros estão fazendo agora...” Na falta de coragem pra falar algo melhor, isso servia.

“Com certeza nada melhor do que nós estamos fazendo.”

“Sério, eu acho que morreria e não descobriria que sádicos tem sentimentos.”

“China, essa é a segunda vez que você magoa um oficial de policia. Isso exige uma punição.”

“E como pretende fazer isso sem apanhar, Okita Sougo rei dos sádicos inúteis que vagabundeiam na hora de trabalhar e tem mascaras de dormir estúpidas?”

“Você vai ser minha namorada, assim eu posso te torturar o quanto quiser.” Aquelas palavras fizeram o coração da Yato tremer, mas ela não recuou.

“E se eu me recusar?”

“Não tem essa opção.”

“Tudo bem então, mas é melhor comprar muita comida pra mim.”

“Você só pensa nisso?”

“Claro que não eu... Ei vamos voltar para a festa que eu ainda não provei nada.”

“Tanto faz.”

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Hijikata e Gintoki não conseguiram fazer sua disputa de bebidas, então acabaram discutindo por falta de algo melhor para fazer.

“Então Hijikata-kun, o que diabos faz nessa festa se nem tem um par? Que eu saiba não tem nada com maionese no Buffet.”

“Eu estou aqui para representar o Shinsengumi, já que o Kondo-san é maluco e o Sougo sumiu. E quem é você para falar de não ter companhia, não vejo nenhuma garota do seu lado.”

“Vim pela comida, posso arrumar alguém a hora que quiser.”

“Eu também.”

“Quer apostar?”

“Só se for agora. Prepare-se para afundar suas magoas num pote de gosma amarela depois.”

Os dois faziam cara de convencidos, mas na verdade estavam ferrados. Quem diabos iam convidar naquela festa cheia de desconhecidos. As únicas garotas disponíveis eram Kyubei e Otae, e como os samurais não queriam acabar seriamente feridos tinham de encontrar outras possibilidades.

Enquanto isso, bem perto dali, três ninjas que antigamente faziam parte do Oniwabanshuu estavam conversando. O sempre ferrado por suas hemorróidas Zenzou, a ninja que trabalhava numa loja de flores Wakikaoru, e a stalker profissional Sa-chan. Os dois primeiros tentavam segurar a kunoichi de óculos e impedir seus próximos movimentos.

“Não é justo me soltem!” ela reclamava sem parar.

“Sarutobi, não damos a mínima pra suas maluquices, mas somos alguns dos únicos sobreviventes do Oniwabanshuu e por isso temos uma imagem a zelar nessa festa.”

“Mas Zenzou eu comprei esse vestido só porque descobri que o Gin-san estaria na festa e agora vocês não deixam eu ir falar com ele.” a garota usava um vestido cinza de alças que tinha uma enorme fenda na perna.

“Sarutobi, prometa pelo nosso falecido mestre que não vai dar vexame.”

“Waki-san, isso é jogo baixo, você sabe muito bem que eu não posso fazer nada que prejudique o mestre, mesmo ele já estando em outra vida. Tudo bem, eu fico quieta, mas saiba que vou estar morrendo por dentro.”

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Depois de algum tempo, Gintoki e Hijikata perceberam que não havia nenhum jeito de algum deles vencer a aposta.

“Ei, se pararmos para pensar não é tão terrível estar sem par.” o antigo Shiroyasha falou.

“Isso mesmo, não é porque até o Kondo-san conseguiu um que devemos levar isso muito a sério, não somos os únicos sozinhos.”

“Com certeza Shinpachi, Kagura e Okita-kun ainda estão sozinhos fazendo alguma besteira por ai.”

“Boa ideia, vamos vigiar esses pirralhos para eles não arranjarem encrenca.” e com essa desculpa esfarrapada, os dois seguiram atrás dos adolescentes, e primeiro encontraram Kagura e Sougo. A ruiva se entupia de comida enquanto o rapaz apenas a olhava com um meio sorriso, seu braço em volta do pescoço dela.

“Danna, Hijikata-san, o que fazem juntos? Não me digam que decidiram fazer a alegria das fãs de Yaoi e assumiram um relacionamento?”

“O que está falando seu pirralho? E posso saber porque os dois estão tão perto sem nada estar quebrado?” o chefe do Yorozuya perguntou.

“Eu apenas estou fazendo companhia para MINHA china girl. Vamos dançar?”

“Cla-claro” A Yato falou, deixando um prato de lado e segurando a mão de Sougo. Qualquer coisa para sair daquela briga constrangedora entre seu namorado e seu pai de criação.

“Ora seu...”

“Danna, porque ao invés de atrapalharem a gente, vocês dois não arrumam umas garotas? Ou não me digam que elas estão fugindo de vocês.”

“NÃO SOMOS OS UNICOS AQUI SEM PARCEIRA PIRRALHO MALDITO!” Hijikata e Gintoki gritaram ao mesmo tempo.

“Gin-san, todos estão olhando pra vocês sabiam?” Shinpachi chegou ao mesmo lugar que eles estavam, segurando a mão de uma bela garota loira.

“Ei Patsuan, quem é essa?”

“Essa é a Moni-chan. Eles são Gin-san e Hijikata-san.”

“Muito prazer. É... Shinpachi-kun... Eu sei que é bobagem mas... Você não quer... Dançar comigo?” A garota falou cobrindo as bochechas com as mãos.

“Claro. Depois nos falamos Gin-san.”

“Hijikata-kun.”

“O que?”

“Que tal uma trégua? Agora é uma questão de honra.”

“E de calar a boca do Sougo. Vamos arrumar umas garotas.”  

“Nem que seja preciso dar nossas vidas por isso.”