A Imperatriz Do Submundo escrita por Liu Ming


Capítulo 6
O Senkyō e a Seiryutō


Notas iniciais do capítulo

As pessoas que leram o Gaiden de Dohko irão entender tudo com mais facilidade. Mas quanto as dúvidas ficarei feliz em sana-las por Mensagem Privada



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Shunrei estava nervosa, com as mãos tremendo enquanto eu, Shiryu e June estávamos prestes a sair em viagem.

— Shunrei se acalme... – Shiryu pegou as mãos dela e beijou ambas – Estaremos de volta, não precisa se preocupar... O mestre ancião está indo comigo...

— Fico mais confortável pelo meu nome Dohko... Mas é isso mesmo Shunrei, não se preocupe tanto, Shiryu sozinho já é poderoso, nem queira saber o estrago que podemos causar juntos...

— Apenas se acalme, ficar se estressando vai acabar estragando seu rosto e você tem que ficar bonita pro Shiryu... – June apenas com aquelas palavras deixou Shunrei extremamente retraída.

— Sim, ouça a June, eu adoro te ver bem bonita, então cuide-se até eu voltar...

— Temos que ir... Fique bem Shunrei...

Começamos a correr na direção da Grécia, meu corpo estava fervendo, havia realmente voltado ao meu poder total e meu sangue borbulhava fazendo mais e mais adrenalina pra que minhas pernas corressem com toda a sua potência.

Pouco a pouco fui me distanciando de Shiryu e June, até que uma voz familiar me chamou.

— Dohko! Não achei que seu corpo verdadeiro era tão jovial assim... – Olhei pra trás e vi os cabelos de June se escurecendo.

— O que está havendo? Mestre... June...

— Olá Shiryu, lembra de mim, Kor’e?

— Kor’e é a June?

— Não... Kor’e é um dos nomes da deusa Perséfone, esposa do imperador do inferno, Hades...

— E como você a conhece?

— Ele é meu velho amigo, cuidou de mim depois de me ferir enquanto cumpria seu dever...

— Eu realmente não estou entendendo nada...

— Hades e Athena são inimigos jurados desde eras mitológicas... Antes de iniciar uma série de sangrentas batalhas entre seus 108 espectros e nós, os 88 cavaleiros de Athena, Hades selou Perséfone nos confins do paraíso dos Elíseos para impedir que ela se ferisse nesses conflitos... Mas logo após o fim da última guerra Perséfone se libertou e tentou libertar os espectros que estavam selados na torre que eu protegia... Fui forçado a derrota-la...

— Você derrotou uma deusa?

— Não vá tão longe, ele já foi muito longe pra um humano, mas só me derrotou porque o coma forçado me enfraqueceu demais...

— Isso é verdade... – Não contive um leve riso – Mas mesmo com o dever de proteger o selo, quando a guerra eclodir o Santuário não pode ficar enfraquecido, por isso eu preciso depor Arles... Ou o homem que está se passando por ele... Mas isso é assunto da batalha que ainda virá... Por que apareceu agora Perséfone? Deveria ter ficado escondida por mais tempo, se preparando pra impedir Hades...

— Tive que aparecer pra pegar meu broche e curar os olhos do pequeno dragão... E agora pra dar um presente pra você...

— Como assim?!

— Conheço meu marido... Será extremamente complicado, até mesmo pra mim, convencer ele a deixar de lado tudo isso... Ele é o mais velho dos três irmãos e tem mais amor ao planeta do que a humanidade em si... Por esse amor ao planeta que ele quer varrer a humanidade, mesmo morando em um mundo diferente ele ainda quer proteger esse planeta...

— Bem... Isso não é um assunto em que eu possa interferir, enquanto não ferir o que minha deusa protege eu não posso fazer nada... Mas, deixando o seu discurso de lado, por que apareceu?

— Vou liberar a última capacidade que você e seu discípulo podem obter... Vou abrir uma passagem de entrada para o Senkyō... A entrada se abrirá aqui e a saída se abrirá no Santuário, assim que eu chegar lá...

— E quanto a June?!

— Ela conhece a mim, fiz questão de explicar tudo a ela no primeiro rompante de controle que tive sobre ela...

— Mas o que é Senkyō?!

— É o lar dos eremitas, os mestres que dominam as artes da natureza e herdam os poderes das divindades orientais... Nós, herdeiros desse poder, somos conhecidos como os Taonias, na verdade eu sou um ex-Taonia...

— E o que eu tenho a ver com isso mestre?

— A maior característica dos Taonias é o símbolo de seu animal regente... Quando elevam seu cosmo ao máximo esse animal surge nas suas costas como uma tatuagem... Em você surge o Dragão e em mim o Tigre...

— Então existem outros?!

— Sim, a Kitsune e o Pardal são alguns desses...

— Já chega de enrolação... – Perséfone inflou seu cosmo divino e abriu uma brecha dimensional – Podem ir... O Senkyō está bem a sua frente...

— Vamos Shiryu!

Saltamos os dois juntos na fenda, imaginei jamais ver o Senkyō novamente, mas só os poderes de uma deusa seriam capazes de abrir a fenda para o Senkyō mesmo sem o espelho e achar a localização do Senkyō.

Logo que chegamos, lágrimas começaram a escorrer. As lágrimas escorriam mais e mais enquanto eu via meu amado antigo lar em ruinas, os muros estavam quebradiços e empoeirados.

— Mestre... Isso é o Senkyō?!

— Dohko?! – Era Mudan, com sua linda armadura, parecia abalada com o estado do Senkyō, mas abriu um sorriso pra mim – Você voltou... Que bom... Quem é esse garoto?!

— Meu pupilo Shiryu, uma amiga poderosa me trouxe até aqui para que eu o apresentasse ao mestre Hakuryu, dei a ele os conhecimentos básicos de um Taonia...

— Que animal confiou a ele?!

— O dragão... – Ela ficou surpresa, o mínimo sinal de preocupação com o Senkyō tinha desaparecido do nada.

— Dragão... Siga-me, rápido, o mestre Hakuryu e Feiyan tem passado os dias a procura de alguém como seu pupilo... – Mudan correu templo adentro, pra não ficarmos pra trás a seguimos. Pouco a pouco fomos vendo de longe o dragão branco, era o mestre Hakuryu em toda a sua nobreza, mesmo nesse caos, como é bom vê-lo novamente. Mais e mais passos e chegamos até eles, ambos ficaram abismados com nossa presença.

— Dohko – Feiyan abriu um sorriso – Bom te ver de novo... Pena que... Em outra situação caótica...

— Dohko... Não devia estar aqui garoto, você é um ex-Taonia e acima disso, como chegou até aqui?!

— Uma amiga poderosa... Ela sugeriu que eu trouxesse meu pupilo até aqui, pra que ele se fortalecesse com seus ensinamentos assim como eu fiz...

— Esse garotinho... Essa energia é a de um Taonia em treinamento... Você ousou criar um novo Taonia sem minha permissão e ainda por cima fora de Senkyō?!

— Foi necessário, você conhece o grande problema o qual eu tive que cuidar depois que a guerra santa terminou!

— Irei relevar esse desrespeito devido ao débito que tenho com você graças a rebelião de Feiyan... Mas não irei treinar esse garoto...

— Mestre Hakuryu – Mudan interferiu – Esse garoto foi capaz de controlar o poder do dragão, veja as costas dele...

— Se vire Shiryu, mostre ao mestre sua tatuagem...

Shiryu fez como ordenei, apenas em um segundo os olhos do mestre mudaram de furiosos pra esperançosos.

— Dohko... Parece que tenho outra dívida com você...

— O que isso significa mestre ancião?!

— Já falei pra parar de me chamar assim Shiryu... Aqui eu sou o caçula...

— É verdade... Se conseguiu viver tanto tempo fora do Senkyō você deve ter... 261 anos... A técnica que Athena te deu é tão poderosa assim?!

— Sim... Ainda tenho um corpo de dezoito anos... – O mestre Hakuryu gargalhou.

— Tudo bem... Vou contar... Seu primeiro mestre, o que te iniciou nas artes marciais e te guiou até aqui, o mesmo que morreu após tomar a forma de dragão e subir aos céus, criando o evento que hoje você conhece como o “Último Dragão”...

— O que tem ele?!

— Ele era o Taonia que guardava o poder do dragão, mas o poder dele superou qualquer outro Taonia do dragão... Ele possuía uma arma que dava a seu corpo uma habilidade suprema...

— Habilidade suprema... Grande Hakuryu... O que é essa habilidade suprema?! – Shiryu parecia curioso.

— Acalme-se Shiryu, o mestre não gosta muito de ser interrompido...

— Releve Dohko, esse garotinho ainda está muito imaturo... Ainda tem muito que aprender... Voltando ao que eu falava, essa habilidade suprema é a lâmina sagrada, a Seiryutō...

— Mestre Hakuryu, eu nunca ouvi falar dessa “Seiryutō”...

— Perdoar você por me interromper é bem mais complicado... – Abaixei a cabeça e cocei a nuca – Mas é difícil não perdoar com você fazendo essa cara de tigre que caiu da mudança... De qualquer forma... A Seiryutō é a arma que foi usada pelo deus da guerra e da honra, o grande Guan Yu, quando ele ainda era um general humano, conhecido por seus aliados e inimigos como o “Dragão Azul” e o “Deus da Guerra”, durante o período conhecido pelos humanos com “Os Três Reinos”, após a morte dele seu espírito passou a receber a fé e a reza de inúmeras pessoas, logo se tornando um deus... Quando ele alcançou esse feito, sua lâmina tornou-se divina... Tive a honra de encontrar com Guan Yu, foi nessa ocasião que ele confiou a mim essa habilidade suprema que só poderia ser comandada por um Taonia do dragão com virtudes tão grandes quanto à divindade da arma... Que se incorpora ao corpo e o torna tão poderoso quanto o de um dragão... Seu primeiro mestre foi o primeiro a ser capaz de domar a arma, grande parte desse feito foi devido ao amor gigantesco que ele tinha para com sua noiva... Mas não durou, mesmo depois da morte de sua noiva, a arma continuou leal a ele e quanto ele evoluiu para a forma de dragão e subiu aos céus a arma não pode segui-lo, já que Guan Yu a ordenou que fosse usada por um humano virtuoso... Então a arma caiu de volta no Senkyō e... – Ele começou a flutuar, revelando a lâmina, uma majestosa Guan Dao que brilhava emanando um cosmo divino, ela estava cravada no chão e era a origem das rachaduras que estavam arruinando o Senkyō – Ela ficou assim... Demorou duzentos e quarenta anos pra ela causar todo esse estrago...

— Quando tentei minha rebelião, um dos motivos foi por ter perdido a confiança que o mestre seria capaz de encontrar um Taonia virtuoso o bastante pra retirar a arma dai...

— Mas você socou juízo de volta na cabeça do Hakutaku... Apesar disso nem meu cosmo divino foi capaz de igualar os estragos causados pelo cosmo que guarda o símbolo divino de Guan Yu... Símbolo esse que iguala o tridente do deus Poseidon, o escudo da deusa Athena, a lira do deus Apollo, o arco da deusa Ártemis e vários outros que guardam o poder de seus mestres originais...

— Quer que Shiryu dome o poder da Seiryutō?!

— Exato... Se ele conseguir poderá vagar do Senkyō para o mundo humano como quiser, além de se tornar um Taonia completo... Mas só poderá tentar depois de treinar conosco...

— Mestre Dohko...

— Finalmente aprendeu meu nome, Shiryu, o que me diz? Aceita?

— Sim, mas isso levará mais tempo do que precisamos, se eu ficar irei me atrasar para a invasão ao Santuário...

— Não se preocupe quanto a isso pequeno dragão... O tempo aqui passa de um modo diferente, passa bem devagar se comparado ao mundo dos humanos...

— Acha que sete dias humanos serão o bastante?!

— Você já tem o básico do treinamento graças ao Dohko, presumo que seja capaz de, assim como ele, aguentar a meditação mesmo nas condições mais adversas possíveis, certo?!

— Sim, mas o que isso tem a ver com o meu treino de Taonia?

— Um Taonia é um mestre da natureza, uma pessoa capaz de, através de seu animal protetor, tocar e controlar a energia da natureza... Dohko conseguiu isso através do Tigre e Mudan através do Pardal... Por ai todos os outros Taonias também se fortaleceram...

— Entendo... Então deverá ser fácil...

— Não seja presunçoso Shiryu... O treinamento que eu te fiz passar é como uma colônia de férias se comparado ao Senkyō, à energia da natureza daqui é muito maior e mais selvagem... Portanto é infinitamente mais complicada de se controlar...

— Eu jamais hesitei em nenhum treinamento, se eu falhar nesse treinamento o seu lar pode ruir... E se eu for bem sucedido poderei ter mais poder para te ajudar na retomada do Santuário mestre...

— Está bastante determinado meu pupilo... Mestre Hakuryu, Feiyan e Mudan... Peço que me ajudem a guiar esse jovem dragão...

Dias se passaram no Senkyō, mas na terra eram meras horas que passaram como um mísero piscar de olhos. Shiryu meditava comigo nos confins do Senkyō enquanto ambos domávamos pouco a pouco a selvagem energia da natureza daquele belo lugar. Quanto mais tempo passávamos meditando, mais nossas tatuagens evoluíam e nosso poder e nosso cosmo era melhorado e aumentado.

Quando na terra já tinham passado quase sete dias, meu tigre estava maior, o que antes era apenas o rosto do tigre, tinha se tornar uma tatuagem completa de um tigre, deitado dormindo. A tatuagem de Shiryu tinha se tornado um dragão de um verde como um jade polido, além de que estava maior, suas garras e dentes pareciam mais afiados, os olhos pareciam mais ameaçadores e seus cabelos também estavam maiores.

— Estamos prontos Shiryu... Vamos até Hakuryu, chegou a hora de retirar a Seiryutō...

— Sim mestre...

Nós não dormíamos e fora as necessidades do dia-a-dia, nós apenas meditávamos. Descemos do pico onde passávamos dia e noite coletando e controlando a energia da natureza e fomos andando pelas escadas até o templo onde estava o mestre Hakuryu e a Seiryutō. Nem precisamos abrir os portões, eles se esfarelaram quando os toquei apenas com um dedo. Adentramos o templo e entramos no recinto do mestre.

— Então chegou a hora... – Ele se afastou da lâmina e começou a levitar, mais e mais alto até que a lâmina teve espaço pra ser tocada por Shiryu.

— Faça seu melhor, meu pupilo...

— Obrigado mestre...

— Todo o Senkyō confia no seu sucesso Shiryu... – Feiyan tentou encoraja-lo.

— Se esforce dragãozinho... – Mudan falou animada.

— Farei meu melhor – Shiryu se apoiou na arma e firmou os pés e as mãos – Queime cosmo... – Ele aumentou seu cosmo ao máximo e começou a puxar a Guan Dao. Shiryu suava e seus músculos pareciam estar liberando o máximo de sua força – Exploda sétimo sentido... Por todo o Senkyō! – A lâmina começou a ceder, estava se movimentando e saindo do chão.

— Força Shiryu! – Gritei, nesse momento ele também gritou e por um momento seu cosmo explodiu e superou seus próprios limites, finalmente sendo capaz de remover a lâmina do chão.

— Eu... – Ele estava bufando de cansaço – Eu consegui... – Ele se afastou do buraco com a Guan Dao em mãos, dando espaço pro mestre Hakuryu se acomodar novamente no chão.

— Agora posso usar meu cosmo pra reconstruir meu templo... Ficarei em meditação por algum tempo até que tudo volte ao normal...

— Iremos ajuda-lo mestre... – Feiyan e Mudan se posicionaram ao lado do mestre e começaram a elevar seus cosmos juntos.

— Obrigada Dohko, agora os outros Taonias podem retornar... A maioria deles saiu a procura do dragão destinado a usar a Guan Dao, outros simplesmente fugiram...

— Só nós ficamos... Talvez porque achamos que seria injusto deixar o mestre sozinho depois de nossa traição...

— Como essa lâmina é pesada... – Shiryu tinha dificuldades em carregar a Guan Dao.

— Originalmente ela pesava 50 kg... Depois de se tornar divina seu peso dobrou... Mas se acalme... Logo ela irá... – A lâmina se desfez em raios de luz que se incorporaram aos braços de Shiryu – Tornar-se parte de seu corpo...

— E agora mestre Hakuryu?!

— Seus braços são a Guan Dao até o dia de sua morte... Dohko, você conhece a técnica usada pelo cavaleiro de Capricórnio, não é?! Então explique ao garoto como é...

— Vamos lá fora Shiryu...

Caminhamos para foda do dōjō, já no pátio, Shiryu olhava suas mãos ainda sem entender o que faria com a nova lâmina.

— Vou explicar, o cavaleiro de capricórnio tem em seu poder a Excalibur, a espada sagrada e pode usar ela formando lâminas de luz com qualquer parte do corpo, braços ou pernas pra ele servem como arma... Já pra você, como a Guan Dao se trata de uma forma de lança, não pode ser usada pelos pés ou pernas, apenas pelos braços, como o dono original fazia... – Imitei a posição de mão que El Cid fazia – Faça com sua mão como fiz com a minha...

— Sim mestre – Ele deixou sua mão imitando uma lâmina, como eu estava fazendo.

— Agora deixe o braço reto, concentre seu cosmo em todo o seu braço então o mexa como se estivesse usando a própria Guan Dao!

Ele fez como mandei, logo uma enorme lâmina de cosmo verde percorreu o pátio deixando como rastro uma fenda no chão. Essa lâmina só parou quando estraçalhou o portão que tinha acabado de ser reconstruído pelo cosmo do mestre, que rugiu furioso.

— Você poderia treinar seu pupilo sem destruir o que estamos consertando?! Seu tigre idiota! – O mestre tava furioso, provavelmente tava sendo cansativo reconstruir tanto.

— Foi mal mestre!

— Venham aqui seus pirralhos! – Fomos andando cabisbaixos até o lado de dentro do dōjō, mas pra minha surpresa o mestre estava sorrindo – Fico feliz que tenha avançado como Taonia Dohko... E que seu discípulo pode nos salvar... Vou te dar uma última dádiva como mestre antes de irem embora... – Ele saiu da posição de meditação e com as mãos tocou a minha cabeça e a de Shiryu – Acabo de usar meu cosmo para passar para suas mentes um golpe secreto... Superior a qualquer outra, pois sua preparação requer a união de certa quantidade de energia da natureza, essa técnica iguala o Sekishiki Tenryou Ha que derrotou Hypnos na última guerra santa, por isso ela é bem cansativa, então jamais a usem de forma trivial, entenderam?

— Sim mestre...

— Entendi mestre Hakuryu

— Agora Shiryu... Quanto a fenda que a Guan Dao pode abrir entre o Senkyou e o mundo humano... Concentre apenas seu cosmo humano na arma, sem nenhum resquício de cosmo proveniente da energia da natureza e foque no lugar onde abrirá a saída...

— O problema é que não conheço o Santuário...

— Deixe isso comigo – Corri até onde tínhamos deixado nossas armaduras e as peguei, voltando sem demora ao dōjō – Agora vou te mostrar o Santuário – Bati as palmas das mãos e concentrei meu cosmo nelas, mostrando a imagem do Santuário – Se foque nessa imagem!

— Sim mestre! – Com um corte as dimensões foram partidas, dentro desse corte eu consegui ver o pátio do Santuário, onde os aspirantes lutavam pelas armaduras.

— É aqui que nos despedimos... Até Dohko... Boa sorte pra você e pra Shiryu...

— Cuidaremos bem do Senkyō, pode ficar tranquilo Dohko...

— Prezo pelo sucesso de meu antigo discípulo e meu novo discípulo...

— Tchau mestre... Mudan... Feiyan... Fiquem bem...

— Adeus amigos...

Pulamos na fenda e logo chegamos à arena, olhei pra trás e vi a fenda se fechando. Caminhamos um pouco até que encontramos June, ela tinha acabado de chegar ao Santuário.

— Estava prestes a pedir que Perséfone os trouxesse de volta, como chegaram sem ela?!

— Um poder divino tão grande quanto o dela foi confiado a Shiryu... Um poder capaz de abrir a fenda entre os dois mundos...

— Seiya e os outros ainda não chegaram?!

— Não sinto o cosmo de Shun, provavelmente não... Mas... Perséfone... – Os cabelos dela começaram a ficar escuros – Eu tenho algo a falar pra você Shiryu... É sobre Shunrei...

— O que quer falar sobre ela?!

— Quero te acordar... Deve conhecer a história sobre o que Hades teve que fazer para me ter como esposa, não é?!

— Não...

— Hades sequestrou Perséfone quando tudo o que tinha era um mero amor platônico, ele enfrentou Zeus e Deméter na tentativa de conquistar o amor de sua sobrinha... Foi complicado, mas...

— Ele conseguiu... O que quero dizer é que... O que vocês sentem um pelo outro não é fraternal... Mas ambos, já que foram criados por esse – Ela caminhou até mim e me deu um cascudo – Por essa encarnação da moral e dos bons costumes...

— Olha a ironia Proserpina!

— Não enche tigrinho... Voltando ao que eu queria falar... Parem de perder tempo... Já julguei muitas almas que morreram tristes e arrependidas por viverem com medo de admitir seus sentimentos, deixando a vida passar sem viverem seus amores... Não me faça ter que te receber no inferno com esses arrependimentos, quero pelo menos ter certeza que você viveu ao máximo, sendo feliz e fazendo aquela garota feliz...

— Tem certeza que ela me ama do jeito que eu a amo?!

— Tenho sim... E se você não se declarar pra ela assim que nós voltarmos eu faço alguma alma penada te possuir e fazer isso por você!

— Não subestime Proserpina... Olha que ela faz pior...

— Me chame por esse nome de novo e eu arranco a sua cabeça!


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Notas finais do capítulo

Pra quem não conhece, esse é Guan Yu Yun Chang e essa é a Guan Dao.
Espero que tenham gostado XD Se Kurumada misturou mitologia Grega com Nórdica, eu misturei com Chinesa XD Então... A mistura ficou boa?!



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