A Imperatriz Do Submundo escrita por Liu Ming


Capítulo 16
A despedida do Deus




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Há séculos eu não visitava os templos submarinos de meu pai, agora estava na câmara interna de Poseidon, vestindo um dos ternos de Julian Solo e com uma leve ressaca.  

— Meu garoto – Ele tentou levantar. 

— Se acalma pai... – Coloquei-o de volta na cama – Vinho de Dionísio é a única coisa capaz de embebedar um Deus, mas você está num corpo humano, se controla. 

— Fica com o terno, leva isso aqui – Ele jogou um pequeno pedaço de plástico – É o cartão platina do meu recipiente, divirta-se e leve sua irmã, ela sabe como usar esse negócio ai... Levem a Tétis também. 

Quando sai da câmara interna e passei pelo trono, minha irmã e Tétis já esperavam no começo das escadas, minha irmã com um vestido rodado, sapatilhas e Tétis com blusa e calça. 

— Qual o roteiro do passeio, maninho? 

— Colocar isto no lugar – Olhei para o elmo de mestre na minha mão – E depois passear por Atenas... Vamos precisar passar rapidamente por todo o percurso...  

— Hora da equitação?! – Minha irmã me olhou com um sorriso enorme. 

Apesar da vergonha, voltei à forma de cavalo e com minha irmã e Tétis nas minhas costas cavalguei de volta até o Santuário, uma vantagem do corpo equino é me mover quase tão rápido quanto Hermes, passando pelas doze casas sem que os cavaleiros de ouro me notassem, entrando e saindo, deixando meu elmo no trono, sem ninguém nos interromper.  

— De novo! – Disse minha irmã, com voz infantil e os braços esticados. 

— Eu... – Tétis quase caiu de tontura, mas voltei à forma humana e a segurei. 

— Calma.... Você parece com fome, quer comer uma peixada.... Ou isso seria canibalismo, Tétis? 

— Meu senhor – Ela riu – Eu prefiro churrasco de cavalo. 

— Se papai estivesse com a gente, você estaria xavecando ele, loirinha. 

— Parem vocês duas... Deixem acontecer... Vamos pra França? 

— Por que a súbita mudança? – Respondeu a sereia. 

— Ele não nos trouxe pra fazer compras, tem outro motivo, não é? 

— Quero ouvir música e o Teatro de Odeon em Paris está fazendo uma série com as sinfonias de Beethoven, amanhã a noite será a nona, temos tempo então usaremos o jato do Julian Solo. 

Seguimos do Santuário para o aeroporto na limusine de Julian, foi fácil convencer todos os funcionários quando usei meu domínio sobre as palavras e a caligrafia pra imitar a letra do Solo e fazer uma autorização manuscrita.  

— Senhor Árion, o que faremos em Paris? 

— Sabe Tétis, o jeito mais difícil de mudar o curso da história é um milagre humano, como quando o Pégaso feriu Hades, por outro lado o jeito mais fácil é a intervenção de um Deus – Olhei pela janela, observando algumas variáveis – Com meu dom da profecia, posso visualizar cada ramificação da história e do destino... Havia um futuro para você, os Generais Marinas, os Cavaleiros de Athena, os Guerreiros Deuses e os Espectros sem que Perséfone acordasse... Quando eu e minha irmã interferimos, houve outra mudança... Havia um homem destinado ao cargo que eu ocupo e a armadura que minha irmã vestiu, temos que achar este homem. 

— Precisa de um novo assistente? – Perguntou minha irmã. 

— Não, pela natureza da armadura de Altar, um sucessor... Como Deus, tenho outros compromissos e não pretendo ser Mestre pra sempre. 

Chegamos à Paris algumas horas depois, com um pouco de persuasão conseguimos fazer uma loja de roupa abrir as portas às 02h da madrugada. Com dois vestidos de gala e um smoking, deixando para trás uma boa gorjeta.  

O dia raiou e andamos pela cidade, conhecendo museus, restaurantes, praças e pessoas. Chegamos ao Teatro de Odeon pouco antes do show começar, minha irmã e Tétis foram para seus lugares, mas enquanto eu andava, vi um cabelo ruivo familiar e fui até ele. 

— Eu achei que você não se misturasse com humanos, Apolo. 

— Não me misturo, apenas observo a beleza dos humanos que entendem seu lugar no mundo, não desafiam os Deuses e se dedicam a coisas mundanas, como a Música. 

— Estou surpreso só de te ver dando o ar da sua graça na terra, Santo Deus do Sol. 

— Eu não aprecio seu ar de ironia... Nem a sua prepotência em achar que os Deuses não interferirão no jeito com o qual você e suas duas irmãs estão intervindo na Guerra Santa que acaba de começar. 

— Se você ou qualquer outro Deus quisesse intervir, já teriam feito...  

— Está devaneando. 

— Não, vocês sabem os efeitos de deixar Hades, Poseidon e Athena guerreando descontroladamente... Em algum momento um dos três, ou mais deles acabará morto e com isso o fim do equilíbrio entre o próprio Monte Olimpo. 

— Mais presunção, está dizendo que você é a melhor opção pra impedir essa catástrofe?  

— Olhe a realidade... Perséfone voltou e mesmo com três Guerras Santas as baixas foram mínimas, o Exército de Athena enfrentou Poseidon e saiu do conflito sem baixas, em termos amigáveis. Poseidon invadiu Asgard, mas a única morte que aconteceu só fez Poseidon ganhar o respeito dos Guerreiros Deuses. Sem Hades a Terra e os Deuses que a regem estão em perfeita harmonia, de uma forma inédita... Quer estragar isso intervindo, venha... Só fará os Asgardianos, Athena e Poseidon se unirem contra qualquer intervenção externa.  

— Você venceu, agora saia daqui.  

— Não antes de te dizer o seguinte: quando os outros caras de preto aparecerem, não os fulmine.  

Sai de perto de Apolo e fui para meu assento ao lado de minha irmã, o espetáculo estava prestes a começar. 

— Irmã, quando o verdadeiro espetáculo começar, me ajude a teleportar os atores para um palco apropriado. 

A música começou em seguida, como previsto, foi bem executada e a melodia estava impressionante, por várias vezes olhei para o lado e minha irmã estava em lágrimas e sorrindo, mas ela seria interrompida em alguns instantes. 

— Ninguém se mexe! Isso é um assalto! – Várias figuras vestidas em sobretudos negros e com armas de fogo em punho apareceram pelo teatro.  

— Irmã.  

Com meu cosmo e o de minha irmã, nos teletransportamos junto com Tétis, os bandidos e mais três pessoas que estavam no Teatro para um terreno baldio longe do centro de Paris. 

— O que houve? – Perguntou um dos criminosos. 

— Larguem essas armas covardes e revelem suas armaduras... Antes que eu o faça.  

— Eu sou o Cavaleiro Negro de Ofiúco! – Disse o primeiro bandido. 

— Cavaleiro Negro de Camaleão! 

— Cavaleiro Negro de Águia! 

— Amazona Negra de Lagarto! 

— Amazona Negra de Hidra! 

— Cavaleiro Negro de Leão Menor! 

— Cavaleiro Negro de Unicórnio!  

— Cavaleiro Negro de Órion! 

Olhei para o lado e as três pessoas que teletransportei estavam em posição de combate, assim como Tétis, mas minha irmã estava despreocupada.  

— Minha vez de anunciar meus guerreiros – Estalei os dedos e revelei três urnas – Pupilo de Máscara da Morte, Mei Kido, receba a armadura de bronze de Cabeleira de Berenice. Nicol, o poderoso sábio, receba a armadura de prata de Altar. Yuri, pupila de Nicol, receba a armadura de bronze de Sextante.  

— Podem vir – Disse Mei – Vou acabar com vocês! – Mei começou a movimentar seus dedos, espalhando pequenos brilhos por todo o terreno.  

— Que técnica ridícula, vamos te destruir! – Debochou o Unicórnio Negro – Chifre das Trevas!  

— Presas do Leão Negro!  

Quando os dois cavaleiros avançaram contra Mei, seus corpos começaram a ser fatiados no meio do Ar.  

— Fios da Morte – Disse Mei enquanto os cavaleiros eram cortados até a morte – Um passo em falso e irão direto para o mundo dos mortos. 

— Presas da Hidra Negra! – Com golpes de suas garras venenosas, a Hidra Negra destruiu os fios de Mei.  

— Meteoros! – Yuri lançou socos rápidos como de cavaleiros de prata, derrubando Ofiúco, Hidra e Lagarto. 

— Vai pagar por isso, Desgraçada! – Respondeu a Amazona Negra de Lagarto - Furacão das Trevas! 

— Garras das Trevas!  

— Presas Venenosas! 

— Tremam diante do brilho das estrelas! – Respondeu Yuri – Contágio Estelar! – A luz verde da armadura de sextante assumiu a forma de estátua da armadura sobre a cabeça de Yuri, lançando incontáveis raios de luz em 360º que destruíram as armaduras negras e queimaram a pele dos três guerreiros negros.  

— Satã Imperial! – Nicol se movimentou, atingindo o Cavaleiro Negro de Órion – Agora... Destrua Águia e Camaleão.  

— Clava do Caçador das Trevas! – A clava de energia negra esmagou o crânio do Cavaleiro Negro de Águia – Flecha Negra de Órion! – A flecha de energia atravessou o coração do Camaleão Negro. Quando os dois morreram, Órion Negro recuperou a consciência – O que eu fiz?! 

— Acabou de destruir o pouco que sobrou das Armaduras Negras da Ilha da Rainha da Morte – Respondi levantando o dedo indicador – E agora eu vou... – Quando eu ia atacar Órion Negro, ele foi fulminado por uma flecha dourada que se desfez em feixes de luz após mata-lo. 

 - Que espetáculo – Minha irmã aplaudia – Melhor que a ópera.  

— Isso foi demais! – Yuri saltitava de alegria – Mestre! Mestre! O senhor viu como eu fui?! 

— Bom trabalho – Respondeu Nicol, bagunçando o cabelo de Yuri – A máscara fica bonita em você.  

— Então... Você é o mestre do Santuário? – Disse Mei. 

— Árion de Taça, esta é minha irmã Despina e Tétis, a Sereia.  

— Ouvi dizer que o novo mestre assegurou uma aliança com Poseidon – Nicol me olhou com um sorriso – Parabéns, mas por que está aqui? 

— Precisamos de cada cavaleiro disponível ao redor do globo para essa Guerra Santa contra Hades – Respondi – Vocês três são bem recomendados, promissores... Têm destinos brilhantes.  

— Não estou interessado – Respondeu Mei – O Santuário matou meu mestre, um cavaleiro supremo, fora isso eu preciso achar os outros garotos mandados para virar cavaleiros.  

— Seu mestre morreu por ser um sádico e apoiar um traidor, quanto aos 90 de seus meio irmãos mandados pela Fundação Kido uma parte morreu e a outra metade não quer voltar... – Minha irmã interveio – Vai parar de resmungar ou quer ser exilado como um desertor? 

— Quem você pensa que é?! – Mei se enfureceu e ergueu o indicador direito, acumulando almas em volta de seu dedo.  

— Eu?! – Os cabelos da minha irmã assumiram um branco gélido e ela bateu o pé no chão, enviando uma onda congelante que encobriu os pés de Mei com gelo, prendendo-o no chão – Eu sou a Deusa das Geadas, a personificação do frio do Inverno, sou os calafrios da sua espinha e o medo da Hipotermia – Minha irmã caminhou lentamente na direção de Mei, na tentativa de andar pra trás, o garoto caiu de bunda no chão – Sou a filha de Poseidon e Deméter, a verdadeira dona do Zero Absoluto. Eu sou Despina!  

Mei estava no chão, metaforicamente congelado e tremendo de medo ao olhar pra minha irmã. Ele tentava falar, mas ele abria a boca e as palavras não saiam. Minha irmã se aproximou e se inclinou com o indicador apontado para o rosto dele, cristais de gelo se acumulavam ao redor do dedo indicador. Mei tentou fugir, mas seus pés estavam congelados, mas quando ele pensou que seria congelado a morte, minha irmã deu um peteleco na testa dele. 

— Cresça. 

— Sim... – O gelo que cobria Mei se desfez, logo ele estava livre pra se ajoelhar e se curvar diante de minha irmã – Obrigado por sua clemência e sabedoria, senhora. 

— Seu mestre está enterrado em Rozan, poderá visita-lo assim que voltar ao Santuário e jurar lealdade à Deusa. Nicol, você se importa de nos dar uma carona de volta no seu avião? 

— Será um prazer, mestre. 

— Ótimo, vou levar o jato do papai comigo na volta pros Templos Submarinos – Minha irmã tocou o ombro de Tétis e se teleportou com ela de volta ao Hotel. 

— Vão com Nicol para o avião, encontro vocês lá – Me teleportei para o local de onde a flecha dourada veio.  

— Foi um belo espetáculo – Disse Apolo.  

— E você interviu por que... 

— Eu não sou do tipo que tripudia de mortais, com exceção de um: Órion. 

— Isso aconteceu nas eras mitológicas e você ainda não superou o romance do Órion com sua irmã? – Quando me virei pra ouvir a resposta, Apolo havia sumido, deixando feixes de luz pra trás. 

Andei em direção ao parapeito e me teleportei para o aeroporto, Nicol e os outros chegaram pouco tempo depois e a decolagem não demorou muito. Enquanto o avião estava no ar, Mei se ofereceu pra ser copiloto de Nicol.  

Na área dos passageiros, Yuri olhava pela janela, prestando atenção às estrelas e murmurando para si mesma. 

— O que há de tão intrigante nas constelações? – Questionei. 

— As histórias, as próprias estrelas, o poder e a poesia... Como não achar isso fascinante? 

— Por esse ponto de vista, sou forçado a concordar.   

— Mei – Yuri gritou – Você já conheceu o Santuário? 

— Não, o mestre fez todo o meu treinamento na Itália. 

— Você chegou a aprender a técnica do Mergulho dos Espíritos?! – Perguntei. 

— Esta aqui? – Mei estendeu a mão esquerda e mostrou algumas almas em volta dela – Estes aqui morreram num acidente de avião aqui perto, ainda estão se perguntando o que fizeram pra merecer isso... Vou manda-las para o outro mundo... Ondas do Inferno!  

— Parabéns, Mei, mas acho que seu mestre não ficaria contente em te ver usando a técnica que ele te ensinou para ajudar almas perdidas – Respondi.  

As almas desapareceram e Mei se calou, Yuri parecia triste por vê-lo introvertido. O clima se manteve até o fim da viagem, quando pousamos em um campo próximo a fronteira do Santuário e seguimos o resto do caminho andando. Nicol e Mei não demonstravam muita excitação por estarem entrando no Santuário com suas urnas nas costas, ao contrário de Yuri, a garota estava abraçada a sua urna enquanto andava, mesmo com a máscara, eu pude sentir claramente a alegria nela.  

Chegamos ao Santuário no amanhecer do dia. Quando passamos pelos campos de treinamento e vimos vários cavaleiros treinando com seus mestres, os cosmos poderiam ser sentidos há quilômetros de distância. Quando terminamos de subir as escadarias e chegamos à casa de Áries, Kiki e Mu se ajoelharam, abaixando suas cabeças e envergonhando Nicol, Mei e Yuri. 

— Eu não imaginava que éramos tão aguardados – Brincou Yuri.  

— E não somos – Respondeu Nicol – Olhe quem está atrás de nós. 

Duas sombras encapuzadas se revelaram atrás de nós. 

— Bem vindo de volta ao Santuário após tantos anos, meu pai – Disse Mu de Áries. 

— Então vocês são os anciões de Jamiel – Os dois abaixaram os capuzes, revelando seus rostos – Atla de Cinzel e Yuzuriha de Grou. 

— Abandonei meu nome de amazona há anos, desde que perdi meus poderes – Disse a anciã. 

— Isso passou a bloquear a conexão entre a armadura de Grou e você, Yuzuriha, mas não impediu Atla de ser aceito pela armadura de Cinzel e se tornar o mestre restaurador de Jamiel, enquanto Shion governava o Santuário – Respondi – Cosmo Divino usou seus cosmos para tirar os cavaleiros do Lost Canvas, ao custo de todos os seus poderes, mas como Atla tinha um talento quase divino, apenas se tornou um cavaleiro comum – Concentrei meu cosmo nos dedos indicadores e toquei a testa de ambos, restaurando seus poderes, mas não imaginei que o cansaço posterior seria tão grande e cai de joelhos. 

— Mestre! – Yuri e Kiki vieram até mim e me ajudaram a levantar – O senhor está bem?! 

— Quanta exaustão Athena não deve ter sentido quando tirou vocês do Lost Canvas? – Me apoiei nos meus joelhos e me levantei, ajeitando minha gravata em seguida. 

— Depois de 200 anos, já estou com cabelos grisalhos – Yuzuriha chorava – E finalmente posso vestindo novamente a minha armadura. 

— Vovó, a senhora não devia chorar, sorria – Kiki falou com um enorme sorriso no rosto.  

— E você é o melhor neto que eu poderia ter – Respondeu a anciã, antes de beijar a testa do garoto. 

— Kiki, convoque todos para a sala do mestre, incluindo o renegado Spartan, os pupilos de Cepheus de armaduras genéricas, o pupilo da Ofiúco, os pupilos da Mayura de Pavão e a dama de companhia da Casa de Leão. O exército de Athena irá retornar ao seu auge – Me virei e comecei a subir as doze casas, acompanhado de Mu, Atla, Yuzuriha, Nicol, Mei e Yuri. 

Ao meio dia todos os convocados estavam na Sala do Mestre. Eu estava de pé ao lado do trono de Athena, em seu resplendor ela estava sentada com sua coroa e seu báculo na mão direita. 47 urnas de armaduras de diferentes patentes estavam diante de nós e 45 pessoas estavam ajoelhadas diante Athena. 

— Meus nobres guerreiros e guerreiras, o conflito de hoje é um sem precedentes, por isso precisamos da força e da fé de cada um de vocês – Athena se levantou de seu trono e segurou firme seu báculo – Os cavaleiros convocados a partir de agora devem vestir suas armaduras e se preparar para assumir seus postos imediatamente. 

— Mu de Áries, Aldebaran de Touro, Saga de Gêmeos, Aiolia de Leão, Shaka de Virgem, Dohko de Libra, Milo de Escorpião, Shura de Capricórnio, Camus de Aquário, Marin de Peixes, Albion de Cepheus, Shaina de Ofiúco, Georg de Cruzeiro do Sul, Juan de Escudo, Tremy de Sagita, Nicol de Altar, Retsu de Triângulo, Mayura de Pavão, Atla de Cinzel, Yuzuriha de Grou, Seiya de Pégaso, Shiryu de Dragão, Hyoga de Cisne, Shun de Andrômeda, Ikki de Fênix, Jabu de Unicórnio, Ban de Leão Menor, Ichi de Hidra, Nachi de Lobo, Yuri de Sextante, Geki de Ursa Maior, Xiaoling de Ursa Menor, Shoko de Equuleus, Mii de Golfinho, Erda de Cassiopéia e Katya de Coroa Boreal. 

— Os cavaleiros convocados a partir de agora foram considerados aptos à promoção e receberão suas novas armaduras – Disse. 

— Cavaleiro de ouro Mei de Câncer, Cavaleiros de bronze Spartan de Bússola, Mirai de Coroa Austral e Shinato de Apus. 

— Os cavaleiros convocados a partir de agora serão colocados no treinamento para promoção – Disse.  

— June de Camaleão será treinada por Marin de Peixes pela armadura de prata de Águia; Leda será treinado por Mei de Câncer pela armadura de prata de Cabeleira de Berenice; Spica será treinado por Retsu de Triângulo pela armadura de bronze de Lince; Lithos será treinada por Atla de Cinzel pela armadura de bronze Escultor; e Cassius será treinado por Mayura de Pavão pela armadura de bronze de Erídano. 

Athena entrou em sua câmara acompanhada de suas Saintias e a maioria dos cavaleiros e amazonas foram assumir suas funções, com exceção de alguns que continuaram ajoelhados ao lado de suas respectivas urnas. 

— Eu acredito que vocês – Sentei-me no trono – Tenham algo a tratar comigo. 

— Grande Mestre – Disse Mei – Eu não me sinto preparado pra assumir as responsabilidades da casa de Câncer. 

— Você pode acreditar que cometemos um erro, mas estive deliberando com Athena durante toda a manhã. Acreditamos que você, Mei de Câncer, tenha o potencial para se tornar um grande cavaleiro de ouro. Você foi treinado na técnica do Mergulho dos Espíritos por seu antecessor, você foi compassivo com as almas perdidas e possui determinação para lutar – Respondi.  

— Meu senhor – Disse Cassius – Eu perdi o combate para o Seiya pela armadura de Pégaso, não mereço outra chance. 

— Ao contrário – Respondi – Você soube que Aiolia de Leão estava possuído pelo Satã Imperial e mesmo assim decidiu enfrenta-lo, como um cordeiro de sacrifício para impedir a morte dos cavaleiros de Bronze, tal coragem deve ser reconhecida, mas falta despertar o seu cosmo, algo que a Ofiúco não foi capaz de fazer, por isso você ficará sob a tutela de Mayura de Pavão, a mestra de dominação de cosmo entre os cavaleiros de prata.  

— Estou honrado. 

— Mestre – Lithos falou – O senhor promoveu um pupilo de cavaleiro de ouro e um aspirante a cavaleiro, mas por que uma serva como eu merece essa oportunidade? 

— Cosmos poderosos podem se esconder por trás de pessoas gentis e pacíficas... Você conhece Shun de Andrômeda, Mu de Áries e Shaka de Virgem, não conhece?  

— Sim. 

— Dê uma chance ao treinamento, treine com Atla de Cinzel, assuma a armadura de Escultor e herde os talentos de seu pai. 

Lithos, Cassius e Mei saíram. Eu olhei para o lado e vi Aiolia, Mayura, Albion e Shaina esperando para falar comigo. 

— Estão preocupados com seus pupilos?! – Indaguei. 

— Sim – Aiolia falou, representando todos os quatro. 

— Spica e Leda têm um coração conflituoso e indeciso, Albion, eles precisam enfrentar outros treinamentos para amadurecer; Cassius desenvolveu uma força bruta tremenda com você, Shaina, agora é hora de lapidar a cosmo energia dele; Mirai e Shinato são poderosos mesmo sem armaduras, a coroa do sul irá aperfeiçoar o domínio de Mirai sobre relâmpagos enquanto a armadura de Apus refinará o domínio de Shinato sobre o vento... Quanto a Lithos, Atla é o pai de Mu de Áries, é solícito, gentil e sábio, ele será capaz de despertar o potencial dela logo. Aiolia, enquanto isso treine Seiya e ensine a ele as técnicas de seu irmão. 

— Mestre – Aiolia respondeu – A guerra santa está em seu auge, agora não é momento para promoções e treinamentos. 

— Aiolia, não se preocupe – Sorri – Hades tem uma preocupação maior do que Athena nesse momento. 

Repassei as outras responsabilidades do dia para Nicol e fui para os aposentos de Athena, onde as cinco Saintias me receberam, ajoelhadas. 

— Grande Mestre, Athena lhe aguarda para um almoço em seu templo – Disse Shoko. 

— Ótimo, agora voltem à sala do mestre, Nicol designará seus próximos treinamentos. 

Passei pelos aposentos de Athena e fui até o templo onde a Deusa me esperava à mesa. Acomodei-me na cadeira de frente a ela e observei a mesa, bem posta, com algumas taças de vinho, faisão assado ao molho e algumas rosas em um jarro no meio da pequena mesa. 

— Algum motivo especial para esse almoço? 

— Gostaria de agradecer por seu esforço – Disse Athena antes da primeira garfada.  

— Isso não tem nada a ver com o ocorrido na biblioteca? 

— Deveria? 

Seguimos o resto do almoço em completo silêncio, quando acabamos, eu me levantei e mostrei a urna da armadura de taça com o elmo de mestre. 

— Eu já fiz o bastante, devolvo agora o elmo e a armadura de Taça para você.  

— Entendi – Athena se limpou com o guardanapo e se levantou, olhando fixamente para os meus olhos – Quer que Nicol assuma seu lugar? 

— Só se outra pessoa recusar o cargo. 

— Entendo – Athena respirou fundo e fechou os olhos – Já que você não faz mais parte do meu exército, há algo que posso fazer sem restrições... 

Athena me abraçou e me beijou novamente, desta vez ela me apertou com força e eu pude fazer o que há muito tempo desejava, eu retribui. Quando acabou, ela abaixou a cabeça, deitando-a em meu peito. 

 - Você não pode ficar? – Ela perguntou. 

— Há algo que eu preciso fazer, Perséfone está no Inferno com os cavaleiros mortos durante a rebelião de Saga e ela ganhará tempo, ao final desse tempo você terá 11 cavaleiros de ouro, 11 cavaleiros de prata e 23 cavaleiros de bronze... Somados aos cavaleiros revividos por Perséfone, sua vitória é praticamente iminente, não precisa de mim e sabe disso, agora preciso ir – Peguei o elmo de Mestre de cima da urna da armadura de Taça – Entregar isso ao novo mestre. 

— Cuidado ao vasculhar as memórias da armadura de Libra – Athena disse antes de eu me virar. 

— É o seu Santuário, não da pra esconder nada de você...  

Respondi antes de mudar de forma e cavalgar até a casa de libra. Dohko estava com Ikki, ambos meditavam. 

— Bem-vindo, grande mestre. 

— Sinto uma aura poderosa emanando do seu discípulo, o Fenghuang achou sua outra metade? 

— Como assim? – Ikki olhou pra Dohko.  

— Lembra-se de quando expliquei a singularidade do Taônia de Fenghuang? 

— Dois seres que se juntam para formar um pássaro? – Respondeu o cavaleiro de Fênix. 

— Tire a camisa, vamos ver sua tatuagem – Ikki obedeceu e tirou a camisa, revelando um Fenghuang completo. 

— Foi mais rápido do que eu pensei... – Dohko parecia surpreso – Você encontrou alguém nestes dias? 

— Ninguém especial... – Ikki olhou para o teto – Só a... Pandora?! 

— Você encontrou a comandante do exército de Hades? – Perguntei. 

— Sim, foi estranho, meu Golpe Fantasma de Fênix não surtiu efeito nela. 

— Isso realmente estranho – Respondi – Pandora não possui resistência a técnicas psíquicas. 

— Na verdade é normal – Dohko nos interrompeu – É a lei dos Taônias, mesmo que se ataquem, Feng não pode ferir Huang e vice versa. 

— Pandora é a minha metade? – Ikki parecia incrédulo – Ela me enfeitiçou? 

— A energia da natureza nunca se engana e a ligação Fenghuang precisa ser mútua – Dohko coçou o queixo – Ela demonstrou alguma coisa? 

— Ela elogiou a cor dos meus olhos. 

— Isso é impossível – Interrompi o garoto – Pandora teve seu destino manipulado pelos Deuses e está amaldiçoada, sempre que uma encarnação da alma de Pandora assume o exército de Hades, ela para de ver as cores, a única cor que os olhos dela conseguem ver é o cinza. 

— Isso significa que, por algum motivo, você e Pandora escolheram se ligar, mesmo que inconscientemente... E isso é irreversível – Dohko concluiu.  

— Isso – Ikki olhou para a palma de sua mão e concentrou suas chamas, tomando a forma de uma mulher de vestido – Estamos ligados por toda a vida? 

— Para o bem ou para o mal, sim...  

— Preciso pensar... – O jovem cavaleiro foi andando para fora da casa de Libra e depois sumiu num vulto de chamas. 

— Então, mestre Árion, que devo a honra da visita? 

— Estou me retirando do posto de Grande Mestre, fiz o que esta ao meu alcance e agora tenho que seguir o meu caminho. Nicol de Altar está na sala do mestre, mas apesar da sabedoria dele, o melhor Mestre do Santuário é você, Dohko – Estendi meu braço com o elmo e ele o pegou, olhando fixamente para suas linhas douradas – Shion ficaria aliviado de ver o Santuário em suas mãos. 

— Acho que a natureza de um garanhão – Dohko brincou – Está sempre cavalgando, nunca para em um só lugar – Dohko sorriu e colocou o elmo – Fica bom em mim? 

— Com certeza, agora eu preciso de um favor para os meus olhos. 

— O que quiser para o Deus que defendeu o Santuário do Panteão da Morte e do Sono. 

— Quero acessar as memórias da armadura de Libra e aprender a técnica de seu antecessor, o Mestre Itia. 

— Quer a técnica do Juízo Final? – Dohko me respondeu, espantado. 

— Sim, dependendo, posso ensinar ela a você também. 

Dohko acenou e abriu a urna da armadura de Libra. Eu me aproximei da armadura de Libra e me ajoelhei, Dohko sentou ao lado da armadura em posição de meditação. Apoiei a mão esquerda na armadura de libra e a mão direita na testa de Dohko. 

Acessei as memórias de Dohko e as de Itia através da armadura de Libra, vendo e mostrando a Dohko os conflitos do Século XIII e XVI contra os Cavaleiros Negros, Poseidon, Ares e Hades. Revendo a bravura de Sage e Hakurei contra a rebelião de Itia e as borboletas do mundo dos mortos, Dohko estremeceu diante da manipulação astral da armadura de Libra e da técnica do Juízo Final, bem como com a manipulação das Chamas Sagradas de Altar.  

— Quanto poder... – Dohko estava atônito – Nem na batalha contra os Titãs eu consegui manipular a armadura de Libra com tamanha maestria. 

— Agora todo o conhecimento de Itia é seu. 

— E seu – Dohko respondeu. 

— Sim – Respondi antes de me levantar. 

— Pra onde irá agora? 

— Vou pegar a Escama de Árion com Poseidon nos Templos Submarinos e a trajarei para uma vendeta – Respondi antes de sair da casa de Libra. 

— Se nunca mais nos encontrarmos, obrigado.... Adeus Árion. 


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