A Imperatriz Do Submundo escrita por Liu Ming


Capítulo 13
No Inferno


Notas iniciais do capítulo

Bem... Cá está a continuação! Antes de começar eu fiquei com o dilema "Preparativos do Inferno para a guerra" ou "Guerra em Asgard"... Alguns leitores me ajudaram e escolhi a primeira opção... Espero que agrade! Fiz algumas alterações na classificação da fanfiction, espero que também agrade...XD
(Narrado por Narrador em Terceira Pessoa)



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As almas de Hades e Perséfone retornaram juntas para o submundo, no caminho que fizeram pela superfície do planeta em direção à entrada do Submundo, suas energias destruíram a pouca força que sobrou no selo de Athena que guardava as almas dos 108 espectros. Quando as almas de Hades e Perséfone entraram no buraco do inferno, as almas dos espectros começaram a procurar por novos hospedeiros para suas Sapuris, mas o casal seguiu na direção de seus corpos originais nos Campos Elíseos, onde Thanatos tocava para suas ninfas e Hypnos lia em meio às flores.

O despertar de seus senhores assustou os deuses gêmeos que seguiram na direção dos sarcófagos, Hypnos para o de sua imperatriz e Thanatos para o de seu imperador.

— Minha imperatriz... Depois de milhares de anos eu volto a presenciar sua glória... Bem vinda... – Hypnos fala, ajoelhado.

— Obrigada pela recepção, Hypnos... Continua um ser educado... – Perséfone estava diferente do esperado, mais 20 anos de sono profundo deixaram o pálido de sua pele mais acentuado, mas seus olhos agora carregavam um pouco mais de brilho, tinha convivido pelo menos um pouco com seus outros entes queridos e agora não estava mais tão sombria.

A imperatriz do submundo vestia um vestido negro provocante, extremamente similar ao que Pandora utilizou na guerra santa do século XVIII, mas tinha adornos em feitos em ouro e prata e uma gargantilha dada a ela por Hypnos, que desde eras mitológicas velou o sono de sua senhora a pedido de seu senhor. Ela já havia acordado maquiada com batom negro e cílios alongados, caminhava com seu salto na direção do sarcófago de seu marido, com Hypnos atrás dele, totalmente alheio à suas intenções.

— Hades! – O grito de Perséfone fez as ninfas e até Eros, que as cortejava, se esconderem de medo.

— Minha amada – O Imperador do Submundo caminhava em toda a sua glória, protegido por sua armadura, na direção de sua esposa – Não devia ter acordado antes da hora, nem ter saído para ver sua irmã sem me avisar – Apesar do tom de desaprovação, Hades sorria de saudades da amada – Mesmo assim estou tão feliz por te ver, minha Perséfone – Ele a abraçou e beijou seu rosto – Não fique tão furiosa... Vamos, Eros está aqui, vamos falar com ele e ouvir um dueto dele com Hypnos para celebrar seu retorno!

Quando Hades ia acenar para Eros, Perséfone o segurou, carregava um olhar de fúria que o apaixonado Hades ainda não havia percebido, mas os deuses gêmeos e o próprio Eros já haviam percebido.

— Hades! – O segundo grito de Perséfone tomou a atenção de Hades, que a olhou, curioso – Vai parar com essa bobagem de guerra santa ou eu vou ter que te convencer a parar de um jeito bem desagradável?

— Perséfone... – Hades assumiu o tom de voz frio – Deve ter ouvido meus motivos para guerrear quando falei através de meu antigo receptáculo, Shun de Andrômeda... Eu a vi em seu receptáculo, a amada de Shun, June de Camaleão... Não me diga que não concorda?

— Eu não concordo! Você pretende matar tudo o que existe, sem nenhuma distinção! Está esquecendo o motivo que tivemos pra criar esse jardim?! Recompensar os humanos de bom coração e alma digna que vivem naquele planeta... Agora pretende elimina-los junto com a maldita corja podre que adoramos torturar no inferno?! Onde está o senso de justiça do marido que eu amo?!

— Não misture diplomacia com sentimentalismo... Perséfone – Hades olhou para o límpido céu dos Elíseos – Os humanos não mais possuem virtudes como benevolência, humildade ou senso de dever... Eu costumava não gostar do desapego a autoridade dos humanos, mas eles são criações do Zeus, é normal... Mas deturpar a imagem dos deuses... Macular a nossa santidade com o simples propósito de ganhar pedaços inúteis de papel que só tem valor praquela raça imunda?! – Hades estava fervilhando de ódio, com um movimento de suas mãos ele esmigalhou uma coluna dos Elíseos.

— Hades... Sou testemunha de como os deuses se enganam e por isso cometem atrocidades... Se seguir o que pretende agora e for bem sucedido... O que garante que está fazendo mais uma vingança do que a própria justiça divina?

— Então eu aguentaria a vergonha desse erro – Hades olhou pra sua esposa naquele momento, ele a queria do seu lado em caso de vitória ou derrota, ela era seu mundo.

— Hades...

Perséfone olhava os belos olhos de seu marido, sabia que depois de mergulhar naqueles olhos, ela não poderia mais proferir palavras que o contrariassem, por isso apenas tocou seu rosto e o puxou, para um doce e longo beijo que arrancou suspiros de todos, desde as ninfas até o próprio Eros, com exceção dos Deuses Gêmeos que se viraram para “dar privacidade” aos seus senhores.

— Perséfone... Isso significa que está comigo? – Hades a questionou.

— Perdoe-me, meu querido – Perséfone desapareceu diante dos olhos de seu marido, não precisou de palavras para dizer a ele o que ela iria fazer.

— Thanatos e Hypnos! Venham comigo para a Giudecca! – Hades caminhou calmamente, mas se estava com raiva da esposa que pretendia contraria-lo.

Naquele mesmo instante, Perséfone acabara de atravessar o Muro das Lamentações e atravessava a Giudecca, enquanto caminhava, sua Sapuris pessoal começou a cobri-la, ocultando o belo vestido. Ao passar pelo trono de Hades, ela encontrou com Pandora, mas nada disse e nada ouviu, a própria Pandora estava boquiaberta por estar diante de sua imperatriz, vestida em toda a sua glória e poder.

Após sair da Giudecca, Perséfone foi ao Cocytos, onde admirou as almas congeladas dos cavaleiros mortos nas ultimas guerras santas. Depois de um momento de reflexão com os olhos fechados, ela os abriu, inflando seu cosmo e o espalhando por todo o inferno e assustando a todos, com exceção de Cérbero, que ladrou de felicidade ao sentir a presença de sua amada dona.

— Saiam de suas covas! Shion de Áries! Máscara da Morte de Câncer! Afrodite de Peixes! Ergam-se de suas covas congeladas, recebam minhas Sapuris e preparem-se pra enfrentar a guerra santa! – O grito de Perséfone os acordou e invocou versões góticas e infernais de suas armaduras de ouro originais.

— O que significa isso?! – Shion olhou em volta – Cocytos... O lugar onde Lune de Balron me trouxe... Máscara da Morte? Afrodite? Que fazem aqui?

— Seu amiguinho, o cavaleiro de Libra, nos deu uma morte rápida depois de fazer nossas armaduras nos abandonarem... – Resmungou o italiano.

— Entendo... Vocês colaboraram com a rebelião do Saga... Quanto a você... Imperatriz do Submundo... Por que nos trouxe de volta a vida? – Shion questionou Perséfone.

— Nunca estive contra Athena, estive adormecida desde o primeiro desses conflitos... Agora que acordei, tentei dissuadir meu marido através de palavras, mas como falhei... Usarei força bruta, a força bruta de vocês... – Perséfone deu um sorriso simpático.

— Uma gloriosa batalha para proteger a divina Deusa das flores?! – Os olhos de Afrodite brilharam – Minha senhora – Ele se ajoelhou – Meu cosmo a protegerá de todos os perigos!

— Não temos escolha... – Shion refletiu – Dohko está cuidando do Santuário?

— Sim, ele conseguiu até mesmo a ajuda dos filhos gêmeos de Poseidon – Perséfone respondeu – Meus irmãos, Árion e Despina...

— Se o Santuário está em ordem... – Shion se ajoelhou – Ajudarei a senhora em sua luta paralela a de Athena... – Shion olhou para o cavaleiro de Câncer – Pretende negar seu dever de proteger a Terra uma vez mais, Máscara da Morte?

— Claro que não – O italiano se ajoelhou – Quais são suas ordens, minha senhora?

— Quero os nomes dos cavaleiros de prata mortos... Quero-os ao meu lado nessa luta também...

— Misty de Lagarto, Babel de Centauro, Moses de Baleia, Asterion de Cães de Caça, Dio de Mosca – Shion seguiu a lista até que se lembrou de um indivíduo – Minha senhora... Traga Aioros de Sagitário!

— Levantem-se! – Perséfone gritou e invocou os cavaleiros de prata mortos na rebelião de Saga, assim como o cavaleiro de Sagitário, que também recebeu uma versão negra de sua armadura original.

— Mestre Shion! – Foram as primeiras palavras de Aioros – Fiquei tão triste quando presumi que Saga o havia matado...

— Ouçam, honrados cavaleiros – Shion começou a falar – Todos morremos pela tolice de um cavaleiro tomado pelo mal, mas agora recebemos a chance de lutar pelos nossos propósitos uma vez mais graças as bênçãos da imperatriz do Submundo, que discorda das ações de Hades e deseja ajudar Athena, com a proteção dela, lutaremos no Submundo pra ajudar nossos companheiros que estão no Santuário! Vamos lutar como os cavaleiros que somos ao lado da irmã de nossa deusa... Todos estão comigo?!

Os cavaleiros responderam em um único som, mas Aioros viu Afrodite e avançou pra cima dele com um soco.

— Seu maldito... – Aioros tinha lágrimas nos olhos – Você causou minha morte... Jogou aquela maldita rosa venenosa que deixou eu e Athena vulneráveis a lâmina de Shura... Traidor... Eu deveria te jogar no primeiro inferno a minha frente pra me vingar... Nunca mais poderei ver meu irmão novamente...

— Acalme-se Aioros – De todos os presentes, apenas Shion teve coragem de interferir na fúria do Sagitário – Afrodite recebeu a morte mais humilhante que um cavaleiro poderia receber... Ser morto por um justo e ser abandonado pela sua armadura...

— Ainda é pouco! – Aioros bradou em fúria antes de se voltar para os outros cavaleiros de prata, que fez questão de cumprimentar a matar a saudade de cada um. Após alguns sorrisos melancólicos de lembranças do passado, Aioros se voltou para Perséfone, que apenas observava a reunião dos cavaleiros de sua irmã – Quais são suas ordens, minha senhora?! Todos nós estamos prontos para segui-la nesta batalha para proteger o planeta!

Perséfone ia falar quando foi interrompida pela chegada desastrada de Cérbero, o cão do inferno estava com saudades de sua dona e queria matar essas saudades.

— Bebê da mamãe! – Perséfone se virou e abraçou uma cabeça enquanto as duas deixavam a língua pra fora da boca – Também senti saudades... Meu cachorrão... Agora seja um bom menino e fica sentado, mamãe precisa conversar com os cavaleiros da minha irmã... – Cérbero acenou e se sentou, ficando mais calmo.

— Onde eu... Ah! Lembrei! – Perséfone parecia criança perto de seu cachorro, deixando os cavaleiros bem envergonhados de flagrar a imperatriz do submundo em um momento tão íntimo – Ouvi rumores que há um cavaleiro de Athena vivo por aqui... Quando usei meu cosmo pra reviver vocês, senti uma energia bem diferente da dos espectros na segunda prisão, em um campo de flores que fiz quando cheguei ao inferno... Vamos pra lá?

— Sim senhora! – Todos responderam.

Perséfone subiu nas costas de Cérbero e foi carregada pelas prisões, os cavaleiros a seguiram e pelo caminho passaram pela 7ª Prisão, onde Shion reconheceu a Mokurenji, a árvore que Asmita desejava para criar o rosário de 108 contas. Na prisão seguinte, Máscara da Morte viu no 3º vale daquela prisão, o inferno destinado às almas violentas e se perguntou qual seria pior, aquele ou o Cocytos. Passaram pela quinta prisão e ao chegar à quarta, foram forçados a subir nas costas de Cérbero para que ele os atravessasse a nado pelo Pântano das Trevas. A caminhada seguiu e logo Perséfone começou a sentir a vida de seu jardim, mas tudo o que os cavaleiros perceberam foi o som solitário de uma Lira.

Longe dali, na Giudecca, Hades se sentou em seu trono com seu corpo verdadeiro, tendo ao seu lado os deuses gêmeos e Pandora ajoelhada a sua frente.

— Seus desejos são minhas ordens, meu Imperador... – Pandora falou com a voz dócil.

— As Sapuris dos três juízes já deixaram Caína, Antenora e Ptolomeia? – Hades perguntou.

— Sim, meu imperador, assim como as outras 105, elas estão à procura dos novos espectros...

— E Perséfone?

— Servos dizem que a viram marchando para a segunda prisão, escoltada por Cérbero e alguns cavaleiros de Athena que ela reviveu... Dentre eles, os cavaleiros de ouro de Áries, Câncer, Sagitário e Peixes...

— Áries, Câncer, Sagitário e Peixes... Na última guerra santa Áries foi o que foi trazido ao Inferno e derrotou um espectro de alto nível, o Balron, com uma técnica imitada... Câncer foram os gêmeos que... – Hades olhou pra trás – Que derrotaram vocês... Sagitário foi o maldito que cuidou da proteção do Navio que trouxe o exército de Athena para o Lost Canvas... E Peixes foi o maldito humano que nem mesmo com todos os ossos quebrados parou de lutar e ainda tirou a vida do Griffo... Será que seus sucessores são tão irritantes quanto os antigos?

— Na verdade o carneiro dourado é o mesmo... Ele se tornou mestre do santuário e foi assassinado, o nome é Shion de Áries... Pupilo do ancião que me selou – Hypnos comentou.

— Pandora... Vá até Perséfone, vocês são mulheres, use isso a seu favor pra dissuadi-la...

— Sim, meu imperador...

Pandora pegou seu tridente e caminhou pelas prisões, no caminho sentiu o cheiro de Cérbero. Ao passar pelo Inferno de lava escaldante e pelo Pântano das Trevas, seu colar a permitiu caminhar por cima da lava e da água do pântano sem ser afetada.

Pandora não demorou a alcançar Perséfone, viu Cérbero carregando sua dona e os cavaleiros com armaduras feitas de sapuris em volta do Cérbero.

— Imperatriz! – Pandora gritou.

— Pandora... – Perséfone desceu da cabeça de seu cão e caminhou na direção de Pandora.

— Minha imperatriz... Tudo isso é inútil, eu não vou aguentar ver o sofrimento de meus senhores lutando entre si...

— Pandora, já chega – Perséfone a parou – Você sempre foi imparcial e sempre favoreceu meu marido, não tem direito de dialogar comigo dessa forma... A menos...

— A menos, minha imperatriz?!

— A menos que ganhe esse direito! – Perséfone entrou em posição de combate, similar ao Kung Fu que aprendeu com Dohko e, em homenagem ao seu mestre, ela usou o estilo tigre – Enfrente-me e se atingir apenas um golpe em meu rosto eu te ouvirei e pensarei em você como uma grande amiga... Permito até que use seu tridente...

— Se esse é o desejo da senhora... – Pandora apontou a lâmina do tridente para Perséfone e começou a tentar espeta-la, sem obter sucesso ela segurou o cabo com firmeza e tentou atingir Perséfone com o cabo, mas Perséfone foi mais ágil e fez um movimento com as pernas, assustando Pandora com o movimento do vestido negro e tomando seu tridente.

— Acho que não terá coragem de lutar sem seu tridente...

— Eu não desistirei! – Pandora tentou socar Perséfone, mas a deusa deixou o tridente cair, segurou o punho de Pandora e atingiu um chute em seu rosto, abrindo um pequeno corte – Eu não sou páreo...

— Não mesmo... Fui treinada pelo cavaleiro de Libra – Perséfone gargalhou – Pegue! – Perséfone levantou o tridente com o pé e entregou à Pandora.

— Vou me retirar... Muito obrigada pelo desafio justo, minha senhora... – Pandora pegou seu tridente e voltou para a Giudecca com seu orgulho infinitamente mais ferido do que seu rosto.

— Se divertiu usando os ensinamentos do meu amigo Dohko?! – Shion perguntou quando Perséfone subiu no Cérbero.

— Shion – Perséfone não controlou o riso – Como aguentava aquele velho chato?!

— Acredite... Ele era juvenil, inconsequente e a voz não parecia um disco arranhado...

— Não falem assim do mestre ancião... Ele é um homem de beleza máscula e intensa, porém inferior à minha... – Surpreendentemente Afrodite defendeu Dohko, causando risos em todos os cavaleiros.

Depois disso, o grupo viu estrelas brilhando no topo do inferno, elas brilhavam em luz negra e seguiam em direção à Giudecca.

— Os 108 Espectros voltaram ao lar... – Perséfone refletiu e seguiu na direção do jardim da segunda prisão, para encontrar o cavaleiro que lá vivia.

As estrelas malignas voavam, mas não chegaram à Giudecca antes de Pandora. Hades viu o corte em seu rosto e percebeu a resposta de sua esposa. Pandora se retirou para fazer um pequeno curativo e voltou, encontrando seu exército.

— Bem vindos ao lar, meus leais servos – Hades falou.

— É uma honra vê-lo, meu imperador Hades – Radamanthis falou.

— Demonstre-nos tua vontade e a tornaremos realidade sem que faça esforço – Aiacos seguiu.

— Não haverá inimigo capaz de sobreviver a ira de seus leais servos – Minos finalizou.

— Meus três juízes – Hades sorriu – Vocês agora devem se preparar para a batalha! Dividirei o exército em três! – Hades se levantou de seu trono e sacou sua espada – Radamanthis de Wyvern... Comande suas tropas e defenda o Inferno dos rebeldes liderados por Perséfone... Nenhum cavaleiro revivido deve se aproximar da residência dos três juízes!

— Sim, imperador Hades! – Radamanthis respondeu.

— Minos de Griffon, ataque o grupo de rebeldes liderados por Perséfone e a capture viva e sem ferimentos, ela deve ser trazida de volta à Giudecca... Sem Ferimentos!

— Farei seu desejo nem que minha vida seja o preço para tal! – Minos respondeu.

— Aiacos de Garuda... Você e sua tropa devem avançar e atacar o Santuário de Athena, assessorando Thanatos e Hypnos, devem matar o pequeno e reduzido Exército de Athena e também tomar a vida dos deuses Gêmeos Árion e Despina...

— Sim, Imperador Hades! – Aiacos, Hypnos e Thanatos falaram juntos.

— Agora... Violet de Behemote, Caronte de Aqueronte e Lune de Balron não irão em nenhuma das tropas, Violet guardará pessoalmente a Giudecca, Caronte cuidará do transporte dos mortos e Lune cuidará da casa do julgamento... Agora... Fora os espectros que citei, Radamanthis vá para Caína, escolha sua armada e a organize lá... Minos faça o mesmo em Ptolomeia... Já você, Aiacos, escolte os deuses Gêmeos com você até Antenora e os ajude em tudo o que precisarem... Agora vão!

Um a um todos os espetros saíram da Guidecca, deixando apenas Violet, Pandora e Hades, logo Violet não conseguia decidir pra onde olhar, mas Violet apenas olhava para o chão, acostumou-se a ser uma sombra e agora estava debaixo de um holofote, sem saber o que fazer.

— Violet de Behemote... – Hades falou, fazendo Violet olha-lo, com os olhos brilhando – Deixei-te aqui por um motivo que não é a segurança da Giudecca... – Quando a língua de Violet destravou para perguntar o motivo de estar ali – Vejo, pelo seu rosto, que é uma mulher dotada de uma força física e uma técnica de combate única entre os 108 espectros... Quero que treine Pandora... Ela é uma líder e uma estrategista, mas não é uma guerreira... Quero que torne Pandora uma guerreira... Ao mesmo tempo, espione para mim Caína, Ptolomeia e Antenora... Avise-me sobre tudo o que está acontecendo no mês que darei de preparo para os espectros atacarem os rebeldes de Perséfone e o Santuário de Athena...

— Violet – Pandora a chamou – Nós treinaremos no Muro das Lamentações, siga-me...

Pandora subiu as escadas e ao passar por Hades ajoelhou-se e beijou sua mão. Violet passou pelo seu Imperador e apenas se ajoelhou, achando não merecer beijar a mão do Imperador, mas ele estendeu a mão, Violet controlou seu nervosismo e deu um leve beijo na mão de seu imperador, seguindo Pandora na direção do Muro das Lamentações.

— Remova toda a sua roupa – Pandora disse ao chegar diante do Muro das Lamentações.

— Sim senhora – Violet removeu manualmente sua Sapuris e quando estava começando a remover as roupas, olhou para Pandora – Minha senhora, por que me pediu tal coisa?!

— Vê essa pequena cicatriz em meu rosto?

— Sim senhora...

— Minha primeira cicatriz, feita por uma adversária que teve pena de mim e não quis me ferir gravemente, só deixar essa lembrança... O que acha disso?!

— Que a senhora deseja força para se recompuser da sua vergonha... – Violet disse, envergonhada e com frio.

— Exato – Pandora começou a remover sua roupa até também ficar nua – Agora me ataque, me ensine a ser uma guerreira destemida como você! – Pandora imitou a posição de combate de Perséfone. Violet ficou admirada com o corpo de Pandora, possuía uma bela pele pálida, em todo o corpo, seus seios eram médios e lisos, com bicos pequenos de cor quase parecida à dos cabelos. Suas coxas e sua bunda não eram malhadas, mas Violet percebeu que eram joviais e firmes. Saindo de seus devaneios, ela também entrou em posição de combate.

Ao entrar em posição de combate, Pandora caiu na situação onde Violet estava, via o corpo malhado e definido de Violet coberto por várias cicatrizes, cicatrizes incapazes de esconder a beleza de seu corpo, seios fartos, coxas firmes e bunda roliça e dura, com abdômen liso e definido.

— Violet... A beleza de seu corpo me inveja...

— A senhora também vê cicatrizes como algo belo?!

— Amadureci e agora vejo a beleza dessas cicatrizes!

Pandora tentou atacar Violet, mas a espectro se sentiu lisonjeada e se defendeu sem piedade, derrubando Pandora e subindo em cima dela a imobilizando totalmente.

— Senhora, não deixe sua guarda aberta, seu inimigo não mostrará piedade alguma! – Violet falou antes de se levantar e voltar à posição de luta.

Pandora a imitou e dessa vez deixou Violet avançar, mas foi completamente incapaz de se defender, sendo imobilizada novamente, mas dessa vez Violet segurou seus dois pulsos com a mão esquerda e prendeu seu pescoço com o braço direito.

— Minha senhora... Em momentos como esse, a senhora deve usar todos os artifícios para escapar...

Pandora tentou pisar no pé de Violet, mas seus pés delicados mal causaram dor à Violet, em seguida ela se empurrou pra trás tentando afrouxar o laço em seu pescoço, mas só conseguiu sentir os peitos de Violet apertando suas costas. A tentativa seguinte foi morder o braço direito de Violet, mas sua boca delicada também foi inútil, mas Pandora não desistiu e começou a morder com cada vez mais força, até abrir feridas que tiraram sangue de Violet.

Violet poderia conseguir segurar Pandora por muito mais tempo, mas aquela mordida selvagem foi visto por Violet como sinal de progresso, logo ela soltou Pandora e olhou o sangue que escorria de seu braço.

— Parabéns senhora... Grande progresso – Ela lambeu o sangue – Essa ferida será meu orgulho eterno... De como estou ensinando minha senhora a ser uma guerreira destemida... Cuidarei dessa cicatriz para que eu a tenha até minha morte...

— Violet, nesse momento nós estamos dividindo um momento extremamente íntimo... Duas mulheres nuas lutando juntas longe do mundo... Pode me chamar apenas de Pandora...

— Pandora, vamos continuar?

— Quero que você faça uma cicatriz em mim agora, escolha qualquer lugar do meu corpo e faça – Pandora abriu os braços e logo Violet se aproximou, olhando todo o seu corpo, logo ela escolheu um lugar e com um movimento rápido de suas unhas, abriu uma ferida em formato de “V”, no seio direito de Pandora, próximo ao espaço entre os dois seios.

— Satisfeita, Pandora? – Violet perguntou lambendo uma gota de Pandora em suas unhas.

— Ainda não, você fez a ferida, merece mais do que apenas uma gota, pode provar mais do meu sangue... – Pandora mostrou um sorriso amigável.

— Às suas ordens, Pandora... – Violet se aproximou de Pandora e a abraçou, lambendo o sangue que escorria da ferida no seio de Pandora.

Longe dali, Perséfone se aproximou sozinha de uma jovem loira cujo corpo era preso à uma pedra.

— Olá... – Perséfone disse – A senhorita conhece Orfeu de Lira?

— Olá... Sim, ele está logo ali, Orfeu, venha aqui!

— Eurídice... – Orfeu viu Perséfone – A senhora me é familiar...

— Sou Perséfone, esposa de Hades...

— Grande Imperatriz – Orfeu de ajoelhou – O que posso fazer pela senhora?

— Una-se a mim e aos cavaleiros revividos na minha luta contra meu marido...

— Não posso... Fiz uma promessa...

— Você foi usado... – Perséfone olhou seu reino, mesmo longe dali, sabia sempre que um vivo que não pertencesse a seu exército pisasse em sua terra – Pandora ordenou que você fosse enganado, uma luz falsa e esse jardim objetivaram te enganar e te prender aqui... Foi uma quebra de promessa... Estou aqui para corrigir essa quebra de honra... Mesmo que ela venha a ferir as leis do Submundo, foi uma promessa de meu marido e Pandora desonrou essa promessa... Vou corrigir isso... – Perséfone tocou a pedra e fez o corpo de Eurídice voltar ao normal.

— Eurídice! – Orfeu a abraçou, chorando.

— Meu Orfeu... – Eurídice sentia a carícia de seu amado enquanto o vento sinistro do submundo tocava toda a sua pele.

— Mandarei sua alma de volta a Terra, seu corpo já está sendo reconstruído por meu cosmo... Agora vá! – Perséfone tocou a alma de Eurídice e a mandou para a Terra.

— Eurídice... Eu consegui... – Orfeu chorava de alegria – Minha senhora, estarei ao seu lado nessa luta, pagarei minha dívida!

— Quando a guerra santa acabar, mandar-te-ei de volta à Terra para dar à sua amada todo o amor que sua Eurídice merece...

— Sim! – Orfeu pegou sua Lira – Chame os outros cavaleiros e até o poderoso Cérbero, tocarei para todos com toda a felicidade em meu coração!

— Sim!


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Notas finais do capítulo

Agora quero ler as opiniões de vocês... Suas opiniões sobre esse capítulo e as expectativas para a Guerra em Asgard, com Marinas de Poseidon vs Guerreiros Deuses de Odin... E ai?!



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