A Escolhida escrita por Pandora


Capítulo 46
Capítulo 49:Infâmia Parte 3: Why did you mess with forever?


Notas iniciais do capítulo

OLÁ!!!!!


Bem, queria dizer algumas coisas:


Primeiro: Obrigada a todos os comentários! Eu os amei, gostei do que todos escreveram e achei super legais eles, até o de like rsrsrsrs

Segundo: Embora eu tenha amado os comentários, eu fiquei meio triste, por ter me esforçada pra caramba, e ter recebido 6 sendo que eu tive mais de 100 visualizações. Se fiquei triste? Um pouco, seria mais frustrada.

Terceiro: Vai ter música nesse cap. Uma das minhas músicas favoritas! Why did you mess with forever?
E quando chegar o primeiro asterisco, vocês podem colocá-la pra tocar, eu me esforcei para estar tudo em sincronia e algumas partes da música combinarem com algumas falas.
Também tem a música Daughters de John Mayer, na verdade ambas são deles. Inclusive estou escutando essa nesse exato momento rsrs
Assim que chegar o segundo asterisco(*), é provável que a primeira música já tenha acabado.
Why did you mess with forever e meio que essencial e é a primeira a se escutar. Mas depois do segundo asterisco Daughters pode tocar livremente, várias e várias vezes, apenas para tornar a leitura agradável. Além dessas duas eu escrevi esse capítulo e o anterior escutando também Times like these de Jack Johnson.


Quarto: EU ACHO QUE A FIZ VIVEU PARA ESSE MOMENTO!

EU AMEI ESCREVÊ-LO!
Eu senti sabe, senti aquela euforia de escritora, aquela sensação de ideias fluindo, eu a amo tanto! A sensação é incrível!
E tem nome: Criatividade!

Quinto: Tô aqui pensando...eu sei que demorei um tempão pra postar o último capítulo, mas eu expliquei meu motivo! E é um bom motivo! E tipo, eu só queria que você levassem em consideração um pouquinho o esforço que eu fiz para postar esses capítulos enormes em tão puco tempo e me deixassem feliz comentando!
Por favor *-*


Bem, acho que é isso....
Espero que gostem....Posto provavelmente daqui a alguns dias...

Pessoal minha sócia DJDCAL ta com a fanfic Segredos Fatais! Fanfic incrível! Leiam! Deem uma chance!!!!!!!!!!


Também deem uma passadinha em Castelos de gelo, minha outra fanfic! Deixem um comentário e façam uma escritora feliz!

Eu quero MUITO postar a segunda temporada e dar AQUELE final à escolhida, mas me ajudem...me deem um pouco de incentivo. É como se vocês não estivessem gostando da fic, e ao menos falam como posso melhorar....


Bemmm.....boa leitura!

Engraçado...eu meio que demorei um pouco para escrever cada parte com cada personagem, seus momentos em dupla.



LEIAM AS NOTAS INICIAIS E AS FINAIS CONTÉM SPOILERS E COMENTEM!
VOCÊS TALVEZ NÃO ENTENDAM MUITO O CAPÍTULO SE NÃO LEREM AS NOTAS INICIAIS!!!!!!!

Músicas:John Mayer - Why Did You Mess With Forever?

https://www.youtube.com/watch?v=hFgUyqGUs14

John Mayer - Daughters


https://www.youtube.com/watch?v=rZLbUIa7exE&list=PLDB13D981822CA293



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"Revelações nos ajudam a aceitar as coisas que mais precisamos... Expor os segredos que tentamos tão desesperadamente esconder... E iluminar os perigos à nossa volta. Mas, mais do que tudo, revelações são janelas em nosso verdadeiro eu... Tanto o lado bom, quanto o mau... E os indecisos em algum lugar no meio... com o poder para destruir tudo o que nós mais estimamos."

–Revenge - Revelations

Estava chovendo mais do que eu já havia visto chover.
Eu ainda não conseguia entender como podia haver tantas nuvens de chuva, afinal, Angeles é um lugar quente.
Parece que as gotas se guardaram apenas para aquele momento.
Bem, eu esperava pelo menos que depois da chuva, como dizem, viesse um arco-íris. Uma ponte para o paraíso.
Eu tentei falar com Mason, mas parece que ele está no gabinete do rei, junto com Maxon, o que é uma droga.
Mason vai vir até meu quarto. E o Aspen? Como eu poderia aguentar a escolha com ele me olhando, com ele sofrendo.
Talvez essa seja a parte mais complicada da vida, como meu pai um dia disse: as vezes em um relacionamento, ambos podem acabar bem.
Um pode acabar não tão machucado.
Ou ambos acabem péssimos.
Talvez essa seja a graça da vida. Irônica desgraça...
Amar alguém tanto, que talvez você ache sua felicidade, ao ver aquela pessoa feliz, mesmo que não seja com você.
Ou você amar aquela pessoa, nutrir seus sentimentos por ela, sabendo que ela ama outro, que ela beija outros lábios, que seu coração é de outro alguém, mas mesmo assim, criar um fiapo de esperança, uma flor no deserto, uma faísca na chuva...
Isso é masoquista.
Acho que no caso de Aspen seria isso. Talvez ele me ame, talvez ele não me ame, ou talvez ele esteja tentando matar o amor que tem por mim.
E me pergunto, se for mesmo isso, depois, o que irá sobrar?
Restos...
Resquícios de um amor medíocre que foi dizimado pelo desprezo, pelo ciúme ou por um amor maior.
–Senhorita America? America? Precisamos retocar sua maquiagem.
Lucy disse me tirando dos meus devaneios, que eram pensados enquanto eu olhava para a chuva pela janela.
Meus cabelos estavam soltos, caindo em cachos perfeitos por meus ombros, minha roupa agora era um vestido de seda banca, com mangas longas, tomara que caia. As luvas e o vestido eram unidos por um fino elo horizontal, deixando meu colo e meus ombros livres de qualquer tecido.
Lucy ajeitou minha maquiagem, e depois foi embora com Anne e Mary, que como ela, soltaram um “boa sorte” ao invés de “boa noite”.
Duas batidas na porta me fizeram pular de susto, era a hora.
Abri a porta devagar, esperando ver o olhar feliz e tempestuoso de Mason, mas me surpreendi totalmente.
–Aspen?!
Minha expressão ficou completamente incrédula.
Peraí...Aspen?
Sério que ele só vem falar comigo no penúltimo dia da escolha? Sério?
–Meri, preciso falar com você.
Ele não esperou uma resposta e foi logo entrando em meu quarto. Antes de fechar a porta olhei o corredor para ver se Mason não estava vindo, ou alguém estivesse vendo, mas, felizmente o corredor estava vazio.
–Aspen, você precisa ir embora logo...é perigoso...
Pedi com um olhar desesperado, enquanto gesticulava com minhas mãos gestos implorativos.
Uma angústia tomou conta do meu coração, e eu nem sei porque. Aspen já veio tantas vezes falar comigo em meu quarto, muitas vezes me beijou, e nunca foi pego...mas, sinto que dessa vez será diferente. Talvez pela chuva que muitas vezes pode significar fortes emoções.
Aspen olhou minha roupa atentamente, com um olhar confuso, e quando ele trincou o maxilar, senti meu corpo tremer.
*-Você esta esperando alguém?-ele não esperou uma resposta- você está esperando ele America? Ou seria eles?
–Aspen, olha- dei passos curtos afim de me aproximar mais dele, mas ele deu um para trás, deixando evidente que ele queria distância, parei de andar-...eu sei que, tivemos um passado, mas....não temos um futuro- as palavras doiam como facadas, mas eu precisava falar algo.
Aspen ficou de costas olhando minha penteadeira. Ele mexia em algo que não consegui ver pela penumbra. Observei seu rosto pelo espelho, estava sombrio e sério como nunca havia visto antes.
Suspirei e soltei as palavras que eu sabia que doeriam, mas que seriam as únicas capazes de por um fim na nossa história.


Before I'm on my way
I've one more thing to ask
Was it worth the price you paid
For my never coming back?


–Eu não te amo mais- um raio cortou o céu assim que minhas palavras foram proferidas.
Why did you mess with forever?
Ele virou de súbito, me dando um susto, e vindo em minha direção, com passos rápidos. Dei um passo para trás com medo da sua súbita alteração de lugar.
Suas mãos calejadas pela luta e trabalho árduo de anos, que já me fizeram suspirar milhões de vezes, apertaram meus braços, me aproximando mais dele, afim de ver seus olhos.
–É ele não? É Maxon que você ama!- ele falou em um tom alto demais em meu rosto.
Don't you call me cruel
Cruel is what you're making me do
Ele nunca havia me tratado assim.
I stick to my rules
Talvez esse fosse o desespero de ser tão real a chance de perder quem se ama para outra pessoa.
I'm at odds with my heart
Something tells me I should look you in the eye, goodbye
Olhei em seus olhos familiares, e não consegui evitar as lembranças de invadirem minha mente. Todos os nossos beijos, todos os nossos toques, todos os nossos encontros na casa da árvore, todos nossos "eu te amo".
Why did you mess with forever?
What a long time to be unkind
Why did you mess with forever?

–Aspen, você está me machucando- falei em um fiapo de voz.

You ask to kiss me once goodbye

But you already did on somebody else's lips
–Eu vi você beijando ele America, eu vi você beijando Mason!- me contorci em seus braços até que consegui me soltar. Meu cabelo ruivo se agitou em meu ato, o fazendo ficar bagunçado.
–Você tem ideia do quanto doeu?!- agora ele já não se importava com o tom de sua voz. Seus olhos estavam marejados, assim como os meus, e ele batia no seu próprio peito enquanto falava.
Dor, era o que podia ser ouvida em sua voz.

Tell the tiny chemicals

The ones you hold responsible

They lost me

You lost me

Sua pergunta pairou no ar, tão fria quanto o silêncio, e tão bruta quanto as gotas de chuva que caiam naquela tempestade.
Estavámos olhando um no olho do outro, em uma conexão que nunca mais tivemos. E aquela seria a ultima vez.
–Você me pediu tempo!- ele gritou deixando uma lágrima escorrer enquanto pelo meu rosto várias caiam- você me pediu a droga de um tempo!
Eu não falava nada, apenas ouvia ele desabafar sua dor, de queixo erguido, com uma pose altiva, enquanto por dentro eu estava caída.


Tell me why did you mess with forever?


Via ele cuspir ódio e desprezo. E doeu, doeu ver aqueles lábios suaves que já me disseram milhões de juras de amor, se voltarem contra mim, que recebera tanto seu afeto.
E ele estava certo, eu pedi tempo e mais tempo, achando que o tinha, achando que estava tudo sobre controle...mas não. Eu não tinha nada sobre meu poder, a situação estava virando um caos e tudo indicava que iria para pior.


forever, forever


Lembrei-me de quando eu achava isso, quando achava que tinha tempo.
*"Era impossível. Eu tinha que escolher. Aspen ou Maxon?
Mas como decidir entre duas boas opções? Como decidir
se qualquer escolha deixaria parte de mim destruída? Me
consolei com o pensamento de que ainda tinha tempo. Eu
ainda tinha tempo."
Eu estava tão errada...
–EU TENTEI MATAR O AMOR QUE EU TINHA POR VOCÊ!!- ele esbravejou enquanto chorava, apontando o dedo indicador para mim, com desistência e raiva.
–Eu tentei!- seu cabelo negro estava bagunçado, seus olhos continham olheiras, sua barba estava por fazer e seu hálito cheirava a alcóol. Ele estava arriscando muito por esse momento. Ele estava destruido, podia ver em suas orbes.
Ele foi até mim, puxou-me pela nunca e beijou meus lábios com brutalidade e ousadia. Mas eu não reagi, embora minha parte menos irracional do cérebro pedia por aquilo. Pedia por aquele beijo. Pedia por aquele último adeus.
–Porque você não reage? PORQUE?! Eu sei que você ainda me ama!- ele gritou em meu rosto, com os olhos tingidos de fúria e desespero.
Ele se afastou de mim, ao me beijar de novo e perceber que era em vão. Que eu não reagia, que eu só ficava inerte em seus braços, sem me mover um milímetro, sem mover meus lábios.

–Porque voce estragou o para sempre?- sua linda voz rouca quebrou, e mesmo pela penumbra, pude ver seus olhos se apertarem em tristeza, como se aquela dor fosse grande demais para ele suportar.
Ele caiu de joelhos, como se aquela fosse uma batalha perdida.
–Como você pôde?- ele sussurrou olhando em meus olhos, enquanto deixava várias lágrimas cairem.
Eu queria ajoelhar-me no chão como ele, em um tipo de redenção que eu nunca havia antes ousado. Queria rasgar minhas vestes e gritar de raiva e frustração, minha garganta rasgando, sendo dilacerada pela dose mais bruta de uma epifania que nunca experimentei. Porque a verdade era essa: Eu estava enlouquecendo, rachando...sempre rachando.
Mas não...eu precisava ser a forte ali, eu precisava obter controle, mesmo que as rédeas do caos não estivessem mais em minhas mãos.
–Tinhamos combinado- minha voz tremia, e pelo meu rosto escorriam lágrimas incessáveis- tinhamos combinado sermos amigos. Você era o único- engoli em seco- que continuaria estável quando meu mundo virasse de cabeça para baixo, mas até você se tornou minha insanidade- tentei fazer minha voz sair forte, mas saiu em um tom choroso.
Ele rastejou até mim, de joelhos, e abraçou minha cintura, totalmente submisso ao seu amor rachado. Minhas mãos foram para seus cabelos, eu nunca havia percebido como sentia falta desse pequeno gesto até fazê-lo.
Tudo que havíamos criado, os nossos planos, nossos momentos, nosso amor e nossos sonhos, estavam se despedaçando aos nossos pés, e o cacos, criavam uma dor, tão excruciante que chegava a não parecer real.
–Eu ainda te amo- ele sussurrou.
Com um pouco de difilculdade me dobrei e afundei meu rosto em seus cabelos, o molhando com minhas lágrimas. Ele apertou ainda mais minha cintura, como se por medo de me perder, sem medo de me quebrar.
Em um segundo alguém bate a porta, mas estávamos congelados naquele momento, naquele delirio. Apenas nosso.
No outro segundo, Mason entra no quarto, e no seguinte, tudo ruiu.
–Alguém pode me explicar que droga está acontecendo aqui?
Um raio cortou o céu.
Ouvi a voz de Mason em um tom alto, ecoando pelo quarto, ela parecia raivosa e venenosa, a ponto cuspir ódio.
Eu e Aspen nos afastamos no mesmo instante, como que por susto...todo o encanto daquele momento se quebrando.
–Soldado?!- Mason estava com o rosto contorcido de raiva e confusão. E esta última aumentou ainda mais, quando ele percebeu que ambos choravámos.
Aspen continuava do meu lado, entretanto, sem aquela pose de forte ou soldado, mas sim de alguém que tinha acabado de sair de uma batalha...e havia perdido.
–Meri...- Aspen sussurrou enquanto segurava minha mão com delicadeza- seja forte.
Ele sussurrou em meu ouvido, sem se virar completamente em minha direção, com os olho fixos em Mason.
Essa situação era diferente de todas as outras, não daria para mentir ou inventar um porque daquela cena, daquele momento em que estávamos.
–Meri?!- Mason perguntou com desprezo, me fazendo constatar que Aspen não havia falado baixo o suficiente. Ele estava com uma blusa branca social, com as mangas acima dos cotovelos, e aguns botões de cima desabotoados. Seus cabelos negros estava como muito provavelmente os meus e os de Aspen deveriam estar, bagunçados.
Suas cicatrizes de traços suaves e pálidos ficaram visíveis por alguns segundos, quando mais um raio cortou o céu, assim que ele proferiu meu apelido.
–Sim, Meri...algum problema?! Eu sempre chamei ela assim quando namoravámos - Aspen disse com o queixo erguido, parecendo se esquecer das consequências de uma afronta. Mas, naquele momento parecia que nada mais parecia importar, todas as cartas estavam na mesa, e que não fazia a miníma ideia que como eu poderia vencer.
O olhar de incrédulidade de Mason ficou mais aguçado.
Ele deu alguns passos para frente, espremendo os olhos, como se tentasse enxergar uma mosca em nós.
–Sinto muito...mas, deixa eu ver se eu entendi- ele parou de andar e sorriu de lado- você namorava ela antes dela vir para a seleção. E você trabalha para o lugar que a tirou de você...essa é alguma piadinha?- ele riu como se não acreditasse.
–A gente só não namorou fora, como também quando ela participava da seleção- Aspen falou erguendo mais o queixo, como se falasse com o olhar "eu mando aqui", enquanto apertava mais e mais minha mão.
–Meu Anjo?! Isso é verdade?
Aspen me olhou, enquanto as engrenagens rodavam soltas em minha cabeça. Seu uniforme estava desabotoado, com um blusa branca por baixo, o que só agora eu havia percebido. Aquela maneira de agir, de arriscar, o fazia parecer como alguém que não tinha nada a perder. Seu jeito selvagem e ameaçador, me lembrava o dos rebeldes, embora ele estivesse longe de ser um.
–Anjo...- Aspen bufou com desprezo- isso é um apelido que se preze? O outro é querida, você é anjo! Poupe-me. Pra você é Senhorita A-me-ri-ca- Aspen falou com autoridade e ironia na voz, enquanto dava um passo para frente soltando minha mão.
–Você é retardado por acaso?- Mason riu um pouco- vocês estarem juntos, você me chamar de você, me ofender, tocar nela, e até me contrariar já é tido como-
–...traição...-sussurrei o interrompendo, enquanto olhava para o chão, sentindo o peso das consequências.
Outro raio cortou o céu, e eu nem sei como o barulho da chuva não fez eles não ouvirem minha voz.
Ambos olharam para mim, e quando Mason viu meu olhar preocupado, soube na hora, que tudo aquilo era verdade.
So agora meus erros pareciam realmente pesados. Você só sabe o peso do seu erro, até ter que assumi-lo, e levar de brinde as consequências.
Uma lágrima escorreu pelos olhos de Mason, e meu coração doeu, de uma forma, como eu nunca havia visto doer.
–Quer dizer então que eu nunca tive realmente uma chance?- Mason sussurrou em um fio de voz, deixando outra lágrima escorrer por seu outro olho.
–Mas que droga!- ele gritou enquanto chutava a parede, fazendo impacto suficiente para que o abajur no meu criado mudo caisse, e sua porcelana se quebrasse no chão. Mas o barulho do mesmo quebrando foi ofuscado pelo barulho do trovão assim que suas palavras foram ditas.
–Eu achava que tinha chance! Eu achei que alguém podia me amar! Eu achei que você podia me amar!
Mason gritou contra a parede, com o braço contra a mesma, escondendo seu rosto e abafando sua voz.
Tremi ao ouvir o sofrimento em sua voz, tremi quando ele gritou e mais uma rachadura cortou caminho pelo meu peito ao sentir tudo aquilo. Ao ver que...eu poderia causar tanta dor a alguém, sem ao menos perceber...
E ver que, ele estava desmoronando perante meu olhos e eu não podia fazer nada! A não ser assistir.
Apenas meu amor podia salvá-lo, mas esse eu nem tinha.
Aspen assistia tudo encostado na minha penteadeira, com um sorriso de canto, como se estivesse amando aquela cena.
Tudo pareceu rodar em câmera lenta, assim que ouvimos batidas na porta.
Sentei-me no chão encolhida como uma bola. Meus cabelos estavam desgorvenados, meu cachos deviam estar destroçados como se eu tivesse plantado bananeira o dia todo. Meu lindo vestido estava completamente amassado e meio úmido em algumas partes por causa das lágrimas de Aspen, e as minhas também.
Meus sapatos de tirinhas de pérolas, estava fazendo meu pés doerem, mas não me importei.
Todos estávamos acabados, como se tivessemos saido de uma batalha. Porém sabíamos que a pior das guerras estava acontecendo dentro de nós mesmos, e dessa, não podíamos escapar.
Todos tem seus próprios monstros a enfrentar.
–Quem é? Ah, agora virou reunião particular? Chamem as criadas e as mandem trazer salgados e doces, já que isso parece uma festa- Aspen disse com um tom irônico enxarcado de desprezo.
Nunca vi ele tão...assim. Fazendo piadas estúpidas, em frangalhos e agindo como se o mundo fosse acabar amanhã.
A palavras insano ou inconsequente são perfeitas para descrevê-lo naquele momento.
–Aonde ele está vendo uma festa aqui?- Mason sussurrou ainda com o braço encostado na parede e o rosto sufocando suas palavras.
Ele foi até a porta, a abrindo com um pouco de raiva, como se estivesse com fúria por aquela cena tão sublime e aquele momento tão épico ter sido interrompido. Ele estava amando tudo aquilo, por motivos que eu não sei bem.
–Soldado Leger?
Maxon.
–O que está fazendo no quarto de Am- Maxon adentrou o quarto pisando duro, enquanto Aspen abria mais a porta com um sorrisinho maldoso, permitindo sua passagem, embora não fosse necessário, como se falasse "Seja bem-vindo!" ou "Que bom que você veio!", enquanto fazia uma reverência desengonçada e exagerada cheia de floreios e bobagens.
Maxon não concluiu o que estava dizendo, pois ao ver aquela cena toda, tudo que vi por sua face era confusão.
–America...quer por favor me explicar o que está acontecendo aqui?- Maxon perguntou educadamente, dando um pouco de enfâse a cada palavra proferida, principalmente ao "acontecendo".

–Ah! Agora sim a brincadeira está ficando boa!- Aspen gritou com um sorriso ainda maior no rosto. Eu não conseguia o entender. Em um segundo ele estava aos meus pés, literalmente, perguntando o porque de termos chegado à aquele ponto, e no outro estava gritando piadinhas irônicas, e agindo como se não se importasse com as consequências.

–Maxon, meu amor, não é nada do que você está pensando, eu vou te explicar tudo- falei calmamente, com as mãos levantadas em rendição.

–É Meri! Explique!- Aspen falou em um tom de voz puxado para o humor, com um dos braços cruzado no peito e com a outra mão no queixo, em sinal de falsa curiosidade.

–Meri?!- Maxon perguntou aumentando a expressão de confusão.

–Ahn...vocês explicam ou eu posso explicar?- perguntou Mason desencostando da parede e sentando em minha cama. Seus olhos estavam inchados e sua voz estava regada a uma irônia mortificante e assustadora, com uma amarga pitada de ódio- já que, vocês sabem, eu fiz a mesma pergunta e posso poupar vocês da explicação. A próposito priminho, a sua reação foi igual a minha!- ele deu uma risada melancolica e foi nesse momento que percebi que aquilo era apenas uma armadura.
A frieza é o primeiro sinal da auto-proteção.
Como se só agora percebesse a presença de Mason, Maxon olhou para ele.
Olhou mesmo. Olhou aquele olhar que eu apenas tinha visto na primeira noite de Mason aqui. Aquele olhar entupido de raiva, ódio, fúria e desprezo.
Fatal.
Quando Maxon abriu a boca para falar algo, Aspen o interrompeu. E falou aquelas palavras cruéis, falou aquelas palavras que fizeram aquele quarto parecer um antro de tortura, falou aquelas palavras que foram seguidas por mais um trovão no céu, e que me faziam pensar se alguém realmente me entendia.

–Ah! A próposito, acho que não me apresentei direito- Aspen falou estendendo sua mão calejada para Maxon-que estava com uma expressão azeda, do genêro "como ousa me interromper"-com um sorriso de canto, enquanto fazia consequentemente Mason também dar um sorriso de canto, ao perceber o que ele ia fazer e ver o quanto ele era cara de pau.

–Muito prazer, Aspen Leger, ex-namorado da sua ex-futura esposa.


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Notas finais do capítulo

SPOILERS:

OS SPOILERS ESTÃO CONFUSOS E TALVEZ EMBARALHADOS, PODE PARECER UMA COISA E NÃO SER! RSRSRS

Nos próximos capítulo de A Escolhida:

"-Me perdoa...eu sei que errei, só...me perdoa. Não me olhe assim!"

"-Eu me rendo!"

"-Eu quero redenção! Submissão"
"-Nem toda água lava pecados"


"-Uh! Agora ela pegou pesado!"


"-O QUE VOCÊ QUER DE MIM?!"

"-Você foi tão idiota o tempo todo!! Foi tão fácil de enganar! Um sopro, e você cai...simples assim!"

"-O que você quer?"

"-Como assim três grupos rebeldes?!"

"-Justiça!"



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