O Corvo Negro escrita por V M Gonsalez


Capítulo 11
Capítulo 10 - O Vermelho no escuro da Noite


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas eu estou com um bloqueio criativo realmente monstruoso e.e Não consigo escrever absolutamente nada.



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Na frente de Heitor uma garota loira de olhos castanhos dóceis sorria alegremente. Ele ainda tinha o rosto sujo de lágrimas da última surra que tomara. A garota tentava consolá-lo, meio receosa. Ao seu lado, uma garotinha morena com o rosto irritado não parava quieta.

– Ora, vamos Naty! Deixe esse doido ai! Vamos nos atrasar para a aula.

A garota ainda passava a pequena mão na cabeça do garoto, mas parou alguns instantes para responder.

– Deixe de ser chata Gabby. Ele não é doido, só é um pouco... Especial.

Heitor parecia alheio ao mundo ao seu redor, ainda tremendo e soluçando. Do outro lado do pátio uma garotinha de cabelos castanhos claros e olhos muito verdes vinha correndo, com um bloquinho na mão.

– Nataly! É a Clarisse, vamos dar o fora daqui.

A garota loira arregalou os olhos e deu um pulo. Começou a falar de forma rápida, em um pedido de desculpas.

– Olha Heitor, eu preciso ir... Se a Clarisse nos ver aqui, vai tomo mundo ficar sabendo... Então, tchau!

Ela saiu correndo.

A garotinha se aproximou de Heitor, que ainda estava de cabeça baixa, mas já tinha parado de soluçar. Ela tirou um lápis de cera do bolso do macacão e começou a rabiscar em um bloco, tentando lembrar das lições de escrita.

– Então Heitor, me conte, como é ser o cara mais doido de todo o mundo?

...

Johnson deitou-se cansado na cama.

Ele acabara de chegar em casa depois do jantar na casa de Merlim. Contar toda a sua história pela primeira vez era algo realmente cansativo, apesar de se sentir bem melhor agora. No entanto, a dúvida em relação a ameaça do Corvo ainda pairava em sua mente, incessante. Ele queria acreditar que tudo não passava de um blefe, como o que acontecera com Fred e Peter.

Uma voz ecoou pelo quarto.

– Eu te avisei.

Johnson se levantou com um salto. Logo se deparou com a figura imponente do Corvo parado na porta do quarto. O ambiente estava totalmente escuro, mas seus olhos brilhavam. Um vermelho que parecia irradiar luz, enquanto o azul tinha apenas um brilho apagado, como se estivesse quase morrendo.

– Eu te avisei para ficar quieto, não era assim tão difícil... E nem trouxe comida para mim, seu malvado.

Um misto de medo e ódio estava tomando conta de Johnson e, enquanto seu cérebro não decidia qual dos dois iria mandar, ele ficava simplesmente parado, com os olhos arregalados.

– Vou ter que dar um jeito no seu amigo.

– Não! Ele não tem nada com isso!

O Corvo sorriu e passou a mão pelos cabelos. Seu olhar se tornou ainda mais cruel e disse:

– Realmente, não tem absolutamente nada com isso. Isso que torna a coisa toda divertida.

Em um súbito excesso de raiva, Johnson pulou sobre o Corvo que, pego de surpresa, mal conseguiu desviar dos socos furiosos de Johnson. Finalmente, ele conseguiu interceptar os punhos do inimigo e o imobilizou com um movimento rápido, mas muito forte.

– Quieto... Não se altere tanto. É só sangue, no final das contas. Você já fez isso.

Johnson se remexeu, sem muito sucesso em se desvencilhar. Vendo a inutilidade de seus movimentos, se conteve apenas em bufar, de forma quase animalesca:

– Eu não sou como você... Eu tive bons motivos para fazer o que eu fiz! Você é só o desgraçado de um psicopata!

O Corvo riu.

– Ah, eu também tenho ótimos motivos para fazer o que faço...

Johnson se debateu uma última vez, finalmente conseguindo se desvencilhar. Ele tentou novamente atingir o Corvo com um soco, mas o assassino já esperava pela reação e simplesmente se desviou para o lado, colocando um pé na frente dos de Johnson.

O detetive tropeçou e caiu de joelhos, de frente para uma das paredes laterais do quarto. Ele sentiu algo agarrar com força seus cabelos, puxá-los para trás e algo sussurrar em uma dimensão distante da que se encontrava no momento:

– Você não pode me vencer, detetive.

Antes que pudesse compreender as palavras, sua cabeça foi arremessada com força contra a parede. Ele sentiu muita dor antes de desmaiar.

...

Merlim andava despreocupado pela rua, mesmo que fosse tarde da noite.

Ele saíra de casa para comprar um novo maço de cigarros, mesmo com os protestos de sua esposa. A loja de conveniências na qual comprava os cigarros ficava aberta até bem tarde, além de ficar a uma distância consideravelmente pequena de sua casa.

A rua estava deserta, apesar de pouco iluminada. Merlim já podia ver sua casa de onde estava, quando um barulho chamou sua atenção.

O barulho vinha de um beco ainda mais escuro que a rua. Algumas latas de lixo e entulhos pareceram se mexer por algum motivo. O instinto de detetive de Merlim logo foi acionado e ele virou a cabeça na direção do barulho, procurando o autor.

Até que ele sentiu um golpe no estômago.

O ar foi subitamente extraído de seus pulmões. Merlim cambaleou para trás, buscando algum lugar onde se apoiar. Novamente, um golpe o atingiu na lateral do corpo, obrigando-o a entrar no beco. Os ataques continuaram até que Merlim se viu jogado contra a cerca de madeira que delineava o fim do beco, caído no chão, sangrando em vários pontos.

À medida que a dor alucinante dava lugar novamente aos seus sentidos, Merlim pode distinguir uma força humana parada a sua frente. Ele não podia ver exatamente as formas, nada além de um brilho vermelho que deveria ser um dos olhos.

– Você sabe quem eu sou, não é?

– É claro que eu sei, seu maldito desgraçado – cuspiu Merlim, irritado

O homem misterioso remexeu em algo na sua cintura, algo metálico, pequeno. Ele apontou o objeto para Merlim e, lentamente, ele puxou o gatilho, se deliciando com cada segundo da agonia do detetive estirado no chão.


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Notas finais do capítulo

Ficou bem mais curto do que eu gostaria, mas resolvi deixar assim por causa do tempo sem postar... Espero que gostem ^^



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