POV - Rony

Depois da última aula do dia, fui em direção à quadra de basquete, onde aconteceria o treino. Encontrei Harry, Draco e Neville já entrando na quadra.

– Ei caras, avisem pro treinador Lupin que eu vou me atrasar, ok? - pedi

– Se atrasar?

– É, lembra que eu falei que alguém vai buscar meu carro e levar pra casa dos meus pais? Eu tenho que levar a Maggie pro loft.

– Maggie? - meus três amigos perguntaram em uníssono

– Sim, é o nome que eu dei pro meu carro

– Não era Marissa? - Neville perguntou

– Não, pra mim era Mary - Draco falou

– Não gente, não, sempre foi Maggie. - afirmei - Eu tenho que ir, em menos de uma hora eu volto

– Ok, manda um beijo pra Maggie, diz que eu vou sentir saudades - Draco brincou

– Isso, fala que eu disse "adeus" - Neville falou

– Diz pra Maggie que ela sempre ficará em nossos corações - Harry disse, rindo

– Ah, calem as bocas. Tchau pra vocês. - saí de lá em direção ao estacionamento

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Entrei no loft e liguei a tv, esperando o tal funcionário chegar para levar meu carro. Esperei por uns 15 minutos até que a campainha finalmente tocou.

Fui até a porta e a abri

– VOCÊ? - me surpreendi

– E-eu - o garoto magrelo gaguejou

– Ah, fala sério. Eu esperava que meus pais mandassem um motorista mais qualificado e experiente pra levar meu carro. A minha Mercedes é a coisa mais preciosa da minha vida, exige tratamento adequado. Aí mandam você?!?!

Colin voltou a gaguejar:

– M-me desculpe, senhor. Eu só estou seguindo ordens.

– Ta, tudo bem. Você ao menos... - o encarei, ele tentava não manter contato visual comigo, estava nervoso e suava como um porco - Pare de tremer, pelo amor de Deus, eu não vou te morder! - tentei mantê-lo calmo, mas parecia que a cada palavra que eu dizia ele ficava com mais medo de mim

– D-desculpe, senhor - ele tentou se manter ereto e parecer calmo

– Ta, tanto faz... olha, você ao menos sabe dirigir?

– Claro que sei. Eu... eu estaciono os carros da casa, não se lembra?

– Ah, é verdade. Mas você dirige bem?

– Dirijo sim, pode ter certeza que vou levar o seu carro com total segurança

– Tudo bem. Mas por que diabos mamãe não mandou um dos motoristas da casa?

– Um deles está de folga e o outro foi levar seu pai à algum compromisso, eu fui o único livre para fazer o serviço

– Ta, vou te levar até o carro - peguei as chaves de Maggie e fui com Colin até o estacionamento. Entreguei a chave a ele e deixei que ele entrasse no carro.

– Olhe só, nenhum arranhão, ok? - o alertei

– Tudo bem, senhor.

Suspirei, e então me voltei para o carro

– Tchau Maggie, até a próxima - depositei um beijo no capô do carro e observei Colin partir com minha Mercedes.

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POV - Hermione

Depois da última aula da faculdade, que acabou às 14:10 em ponto, saí correndo de lá para chegar cedo na academia. Vi Ronald Weasley saindo pelos portões com sua Mercedes chamativa, e me lembrei dos momentos de horror que passei dentro daquela máquina assassina que ele chamava de carro. Me perguntei como eu pude ter cogitado a ideia de gostar dele. Mas me senti aliviada ao lembrar que a sensação de sentir algum tipo de atração por ele durou por pouco tempo, e agora voltei a sentir apenas repulsa daquele ser insignificante.

Tirei os pensamentos sobre o ruivo de minha cabeça e fui andando em direção ao ponto de ônibus mais próximo. Na tabela de rota que ficava no ponto, pude ver que o ônibus para o bairro de Floral chegaria às 14:30. Esperei um pouco e então o ônibus chegou.

Fiz uma curta viagem de cerca de 15 minutos, e então desci no ponto ao lado à academia.

Cheguei e fui correndo procurar a professora McGonagall, a recepcionista me disse que ela estava na sala 4, das pequenas bailarinas. Fui até lá e encontrei Minerva no meio de um monte de garotinhas que a rodeavam como se ela fosse uma princesa, rainha, ou qualquer outra personagem de contos de fadas.

Parei na porta e pigarreei, Minerva então me viu.

– Meninas, eu tenho que sair, tenho que passar nas outras salas. Tenham uma ótima aula, tudo bem? - ela deu um beijinho em cada uma das meninas e veio falar comigo

– Hermione, como vai querida? - ela me abraçou

– Muito bem. Espero que eu não tenha atrapalhado nada.

– Claro que não, querida, eu só fui dar um "oi" para as garotas. Você sabe que eu sempre passo em todas as salas antes de começar a lecionar.

– Verdade. Enfim, eu pensei bem e decidi a canção que quero dançar no campeonato.

– Que ótimo! A julgar pelo seu gosto pela música clássica, posso esperar um grande compositor, certo?

– Claude Debussy - falei

– Debussy! - ela exclamou - Que maravilha! Um dos meus preferidos, você sabe. E qual canção escolheu?

– Clair de Lune. - respondi - É uma das minhas favoritas.

– Fantástico. Não vejo a hora de vê-la dançando. Será magnífico, tenho certeza! Clair de Lune é uma canção belíssima.

– É mesmo, não vejo a hora de começar a criar a coreografia, por isso cheguei mais cedo.

– Então vá. Pode usar a mesma sala que usou semana passada, está ao seu dispor. Meus cd's ainda estão lá, eu tenho alguns de Debussy, é só procurar a música em um deles.

– Eu sei qual é o cd, obrigada Minerva. Estou indo agora mesmo. - Saí de lá em direção ao vestiário para pôr meus trajes de ballet. Lembrei que tinha que ir até a lanchonete e comer alguma coisa, mas estava tão animada para começar a criar a coreografia para a competição que decidi ir direto para a sala de aula ensaiar.

Cheguei lá, coloquei a música e comecei a trabalhar.

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POV - Cho

Depois da última aula da faculdade, fui até a cantina para almoçar. Encontrei Luna e comemos juntas. Após isso, ela foi para o apartamento tomar banho para ir para a casa do pai, e eu fui até a biblioteca.

Confesso que estava um pouco nervosa para ir até lá, por não saber com quem eu trabalharia. Eu costumava ser tranquila, calma, tímida, não era de falar muito. Mas então comecei a namorar com um garoto muito parecido comigo, e parecia que tudo tinha mudado. Meu modo de falar, de me relacionar com as pessoas. Toda essa história de querer esconder o namoro me fez ficar agitada, inquieta e nervosa o tempo todo. Eu me tornei muito geniosa, agora falo o que penso sem me preocupar com o que vão achar, e se eu não for com a cara de alguém, fico logo na defensiva, não deixo a pessoa tentar se relacionar comigo.

No inicio minhas amigas estranharam minha mudança de personalidade, mas agora elas já se acostumaram. Mas eu mesma às vezes não gosto de mim, sinto como se eu estivesse o tempo todo de TPM. E não entendo como eu posso ter mudado tanto, e meu namorado ter continuado a mesma pessoa tranquila de sempre. Parece que um de nós tinha que mudar para nós dois nos tornarmos opostos e o nosso namoro ter algum tipo de equilíbrio. Meu namorado diz que gosta de como eu me tornei, atrevida, sem medo de dizer o que penso. E foi ele dizer o quanto gostava do "meu novo eu" que fez eu começar a gostar de mim desse jeito.

O que passou pela minha cabeça enquanto eu ia para a biblioteca foi o meu receio ao conhecer novas pessoas, por medo de não gostar delas e acabar passando uma imagem errada de mim. Mas tentei me tranquilizar e continuei indo.

Ao chegar lá, fui até o balcão, esperando que o responsável pela biblioteca naquele momento aparecesse. Toquei a campainha várias vezes e ninguém apareceu, estava começando a perder a paciência quando alguém atrás de mim falou:

– Posso ajudar?

– Ai Meu Deus! - exclamei, colocando a mão no meu coração com o susto

– Desculpe, não quis assustar

Me virei então para ver quem estava lá. Era um garoto alto, forte, loiro. E impressionantemente bonito.

– Ah, tudo bem - falei. Pensei um pouco e deduzi que não tinha nenhum problema com ele.

– Que bom. Está interessada em algum livro? - ele passou para trás do balcão

– Na verdade, eu sou Cho Chang, trabalho na biblioteca no segundo turno de segunda, quarta e sexta.

– Ah, prazer Cho. - ele estendeu a mão - Eu sou Cormac McLaggen, trabalho aqui no segundo turno de terça e quinta - ele sorriu

– Bem, é que eu faltei ontem e resolvi pagar as horas de trabalho que eu devo hoje.

– Ah, tudo bem, um pouco de ajuda não será problema

– Você não tem nenhum parceiro aqui?

– Não, sou só eu.

– Ah, nossa, eu não aguentaria. Tem dias que tem muito trabalho por aqui e eu preciso de Hermione para dar conta.

– Her... mione?

– Sim, é a minha amiga. Nós trabalhamos juntas aqui. Você vai conhecê-la, quinta que vem ela virá pagar as horas que ela deve também.

– Hum... tomara que ela seja legal que nem você

– Ela é sim. E então, o que tem pra fazer por aqui? - perguntei

– Bem, você pode ficar no balcão ou fazer o mesmo que eu e ir rodando pela biblioteca perguntando se os alunos precisam de ajuda.

– Eu fico no balcão.

– Tudo bem. - ele foi se virando

Então uma ideia repentina passou pela minha cabeça

– Ei - o chamei - depois do trabalho você tem algum compromisso?

– Na verdade, não

– Que tal irmos tomar um café? Acho que podemos ser bons amigos

– Ótima ideia - ele sorriu, e voltou ao trabalho