-Não sei Cath. Mas o Jhonny também tinha sumido.

-Como assim?! Mais alguém sumiu?

-Não, ninguém mais. E tipo, sem nenhuma explicação racional.

-Estranho, muito estranho. Vou ter que ficar aqui mais muito tempo?

-Vamos saber quando o Dr. Hank aparecer por aqui.

Uma batida na porta e uma mulher de cabelos escuros com alguns fios grisalhos, baixa e um pouco acima do peso passa correndo e me abraça. Doroth Bittencourt é o nome dela.

-Ai. Mãe. Cuidado.- Olho para a porta e o misterioso Jhonny está parado lá.

-Ah, desculpe filha, desculpe. Fiquei tão preocupada com você.

-Já estou bem mãe. Quer dizer, quase. Quando vou oder ir embora? Sabe que odeio hospitais.

Ela abriu a boca, mas a voz de um homem que me respondeu.

-Logo, logo. Só mais uns exames Catherine.

Ele tirou todos da sala e fez uns exames muito chatos e irritantes. Mais ou menos uma hora depois ele volta com os resultados e diz que vou ser liberada.

-Mãe, por favor, junte minhas coisas, quero sair logo daqui.

-Não, não. Todos fora daqui que isso é comigo.-Mel diz rindo.

Colocou todos pra fora e fechou a porta e as persianas, parecia que ela já tinha tudo planejado, roupas para sair do hospital, bolsa, tudo.

Ainda bem que ela sabe exatamente o meu gosto, calça jeans, blusa qualquer(contanto que seja preta) e um tênis, normal. Se fosse algo que ela goste, eu estaria metida dentro de um vestidinho de renda rosa e provavelmente um salto, cheia de maquiagem e... Eca.

Na volta para casa acabei dormindo no ombro do meu suposto namorado misterioso e só acordei no outro dia.

Fui tomar banho assim que acordei, nem me dei o trabalho de me olhar no espelho, sabia que estava acabada.

Tirei as ataduras, na cabeça havia uns 6 pontos, quando tirei as ataduras da barriga e do pulso me assustei, na barriga tinha 3 cicatrizes enormes como se eu tivesse sido arranhada e no pulso parecia uma mordida, mas não de pessoas, uma mordida de um animal e minha tatuagem havia sumido. (Tatuagem de um septagrama no pulso esquerdo).

-Mas como?!-Eu fico encarando as cicatrizes e parece que quanto mais tempo encaro mais elas somem.

Terminei o banho, coloquei uma roupa qualquer e fui procurar algo para comer.

Chegando na cozinha, achei um bilhete de minha mãe:

"Filha, não pude ficar para cuidar de você, tive que fazer uma viajem à trabalho.

Melanie e Jhonny vão cuidar de você, não tenho volta prevista.

Te amo. Melhoras.

                                              Com amor, Mamãe."

-Que saco, me deixa sozinha com uma maluca e um cara que nem ao menos lembro que é.

-Não se lembra de mim, amor?- Diz uma voz atrás de mim.

-Como entrou aqui?-Pergunto, encarando-o com uma cara de susto, ele estava sentado na cadeira com as pernas por cima da mesa como se já estivesse lá à muito tempo.

-Tenho uma cópia das chaves.- Ele diz, erguendo as chaves.- E sua mãe me pediu para ficar de olho em você enquanto a Mel está na escola e no trabalho.

-Não precisa, já sou bem grandinha e sei me cuidar.

-Mas você sofreu um grave acidente, meu anjo.-Ele diz, com um tom muito sombrio na voz e nos olhos.

-Eu nem me lembro disso, então pode se retirar, não preciso de cuidados agora.- Eu falei, um pouco grossa demais.

-Nossa, realmente esqueceu, se lembrasse não estaria me estressando assim. E toma... -Ele joga um envelope e uma caixa preta quadrada e de veludo em cima da mesa.- Feliz 5 meses de namoro.- E sai batendo a porta dos fundo.