Only My Railgun escrita por Yuzuki Kitsune, Baek SunHi


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Eram quatro horas da tarde quando Mikoto e Kuroko organizavam livros em uma estante de uma sala branca. Era o castigo por terem usado seus poderes espers no dormitório mais uma vez, após uma discussão.

Kuroko permanecia distraída em seus pensamentos enquanto organizava os livros. Viu que dessa vez exagerou nos seus atos. As palavras de Mikoto, ditas depois da briga, corriam pela sua mente repetidas vezes como pequenos sussurros: "A gente poderia ter um relacionamento melhor se você não fosse tão obcecada". E a cada palavra que se repete, ela se pergunta: o que a Onee-sama quis dizer com "um relacionamento melhor"?

Mikoto colocava na estante os livros que a outra menina lhe entregava, já postos em ordem. A raiva havia passado. Mas ela sabia que cedo ou tarde aconteceria de novo. Não foi a primeira vez que Kuroko cruzava a linha do respeito entre colegas de quarto, e com certeza não seria a última.

Mikoto sai do banheiro vestindo seu pijama. Acabara de tomar banho e estava pronta para dormir. Mas quando olha para sua cama ela vê um “montinho” debaixo das cobertas. Imediatamente um nervo começa a saltar em sua testa.

“Kuroko! Saia já daí!”

Kuroko finge que não escuta e continua deitada.

“Saia daí. Agora!” A garota diz aumentando o tom de voz e com um campo elétrico se formando à sua volta, agitando seus cabelos.

Mas Kuroko não mexe nenhum músculo, apenas descobre um pouco sua cabeça para observar a Railgun. O que irrita ainda mais a garota.

“Saia antes que eu resolva fazer alguma coisa.”

Kuroko sorri maliciosamente

"O que pretende fazer, Onee-sama?"

Aquilo foi a gota d’água para seus nervos. A menina insolente precisava de uma punição. Ela toma impulso e pula sobre o “montinho” colocando todo o seu peso para o impacto. Mas Kuroko se teletransporta dali e se joga encima de Mikoto a pressionando na cama. Sem conseguir escapar e mal conseguindo se mexer, a Level 5 não encontra outra solução a não ser usar seus poderes elétricos, e dá um choque capaz de chamuscar os cabelos de sua kouhai. O que ela não esperava era que a supervisora do dormitório fosse abrir a porta bem na hora, dando uma bronca nas duas e mandando que passassem em sua sala no dia seguinte para receberem seu castigo. A mulher saiu do quarto com um comentário sobre adolescentes e seus estranhos fetiches, mas nenhuma das meninas ouviu essa parte.

Foi então que Mikoto empurrou a outra garota e disse, com um certo tom de pesar em sua voz.

“Kuroko, a gente poderia ter um relacionamento melhor se você não fosse tão obcecada.”

Mikoto estende a mão para pegar outra pilha de livros, mas estranha ao ver que Kuroko está parada com um único livro nas mãos, olhando para o vazio. Mal ela imaginava que perguntas passavam pela mente da menina. E aquilo a deixava um pouco perturbada.

Ao terminar de guardar alguns livros, sem pronunciar uma palavra, Kuroko se senta em um canto isolado da sala, ainda refletindo. Mikoto a observa, um pouco curiosa pelo comportamento anormal da garota. Será que ela está preocupada pelo que aconteceu ontem? Mas isso foi culpa dela, então... Não que a Railgun considerasse Kuroko uma má pessoa. Longe disso. Mas ela ficava com um pé atrás se tratando dos excessos da menina mais nova, então hesitou um pouco antes de se aproximar dela e perguntar por que ela estava tão quieta.

Mikoto começou a se perguntar que tipo de sentimentos ela tinha pela kouhai. Kuroko era sua amiga e companheira de quarto, embora os meios que levaram a isso sejam questionáveis, afinal a teletransportadora invadiu seu quarto. A supervisora permitiu que ela ficasse, embora as duas não tenham escapado da punição devido à briga que se seguiu. Mikoto se deixou levar, depois da raiva inicial ter passado, pelo menos sua nova colega era alguém que gostava dela e não uma patricinha arrogante e invejosa como a anterior. E Mikoto foi aprendendo a gostar da garota ao longo do tempo.

Mas esse “gostar” era apenas no sentido de amizade? Mikoto não entendia muito bem dessas coisas e pensou que, por Kuroko também ser uma garota, de fato era apenas amizade. Mas ainda existia uma pontinha de dúvida. Lembrou-se de todas as vezes que sentiu o coração apertado em saber que Kuroko passou por perigos reais enfrentando bandidos devido ao seu trabalho na Judgement. Ela realmente se preocupava com a menina mais nova.

Decidiu deixar seus pensamentos de lado por um momento. Talvez a resposta viesse mais tarde.

Vasculhou em seus bolsos e encontrou algumas balas. Andou até Kuroko e lhe ofereceu um doce.

Kuroko a observa confusa e engole em seco, uma pergunta passa em sua mente, mas ela não sabia como produzi-la. Que relacionamento a Onee-sama quer ter? Pensou. Eu devo perguntar ou não? Estica as mãos e aceita o doce oferecido pela garota mais velha, respira fundo e decide perguntar antes que perca sua oportunidade.

Mas antes que Kuroko abrisse a boca para falar, Mikoto senta-se a seu lado e diz em um tom muito calmo:

“Ei, Kuroko. Você quer me dizer o que você tem? Por que você está tão quieta e distraída hoje?”

Aquilo surpreende Kuroko, não esperava que ela fosse notar sua distração.

Ambas ficam em silêncio por um instante e Kuroko responde em um breve sussurro: "Nada"

Mikoto sabia que havia alguma coisa a incomodando. Aquela não era a Kuroko que ela conhecia, tão calada e perdida em pensamentos. Sem dúvidas aquele era um comportamento incomum. Ela pensa em insistir com a pergunta, mas acha que aquilo não vai adiantar. Então resolve, também, fazer algo incomum. Chega mais perto da outra garota e a puxa para um abraço.

Kuroko ficou um pouco surpresa, mas se conchegou nos braços de sua Onee-sama. Era o momento adequado para fazer sua pergunta.

"Onee-sama, que tipo de relação você quer ter comigo?" Perguntou de uma forma séria.

Mikoto tem um sobressalto com a questão. Então era isso que a estava perturbando. Será que foi pelo que eu disse ontem? Ela encosta a cabeça na parede, refletindo sobre as palavras da garota mais nova. Pensando que a resposta para suas próprias dúvidas poderia vir antes do que ela pensava. Mas ainda assim ela tinha um certo receio. Kuroko era tão intensa e obcecada por ela que dava um pouco de medo em pensar até onde ela poderia ir se entrassem em um relacionamento mais profundo. Mikoto não estava psicologicamente ou emocionalmente preparada para algumas coisas que poderiam vir. Mas talvez... fosse o momento de se deixar levar. Mais uma vez.

“Eu acho que...” Mikoto começa a falar, mas fica assustada com sua própria reação. Seu coração acelera e bate tão forte que ela pode ouvir a pulsação em seus tímpanos, suas mãos começam a suar e sua respiração fica um pouco pesada o que faz sua voz falhar um pouco, mesmo assim ela tenta continuar. “Eu acho que nós podemos tentar um relacionamento...” ela não consegue terminar a frase.

"Onee-sama?" Diz Kuroko olhando para Mikoto.

As palavras rodavam em sua mente, e ela não acreditava se era realidade ou um sonho.

Kuroko sorri e beija a bochecha de Mikoto.

"Sim, Onee-sama"

Mikoto sente seu rosto esquentar. Retribui o sorriso e o beijo na bochecha.

“Podemos tentar. Mas vai com calma comigo, ok?”

Sim, era hora de se deixar levar novamente.


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Notas finais do capítulo

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